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Doença Aterosclerótica Cardiovascular Leonardo A M Zornoff Departamento de Clínica Médica Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP Doença Aterosclerótica Cardiovascular Definição Estrutura da Artéria Normal Fisiopatologia (Desenvolvimento da Aterosclerose) Classificação História Natural Fatores de Risco Consequências Progressão da Placa Aterosclerótica Complicações da Placa Aterosclerótica Abordagem Definição Afecção de artérias de grande e médio calibre, caracterizada por acúmulo de gordura na parede arterial, resultando em lesões com aspecto de placas (ateromas) Estrutura da Artéria Íntima Fina Contém as células endoteliais Contato com o sangue Média Células musculares lisas Rica matriz extracelular Adventícia Fibroblastos e fibras colágenas Vasa vasorum Células nervosas Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Endotélio Normal Superfície antitrombogênica Manutenção do tônus vascular Barreira permeável Integridade da membrana basal Sulf Heparan Trombomodulina ON, PG Inibidor FT ON,ET,PG Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Transporte de Gordura LDL colesterol para os tecidos 15% da LDL: íntima do vaso ⇒ funções Apo B proteoglicans/fibronectina Lipoproteínas LDL pequena e densa LDL oxidada Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Transporte de Gordura Macrófagos fagocitose do colesterol Interação c/ HDL remoção do colesterol Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Mecanismos de Acúmulo de Gordura - ↑ LDL - ↑ LDL pequena e densa - ↑ LDL oxidada - ↓ Remoção (↓ HDL, disfunção das células inflamatórias) - Disfunção endotelial (agressão) Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Agressão Disfunção endotelial Estresse hemodinâmico (HAS) Biohumorais (dislipidemia) Produtos da glicação (DM) Irritantes químicos (tabagismo) Aminas vasoativas (estresse) Fatores genéticos/infecciosos Vasoconstrição Perda da capacidade de barreira Acúmulo de LDL ↑ Oxidação LDL Inflamação Estado pró-trombótico Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Disfunção endotelial ↑ Moléculas de adesão ↑ adesão monócitos ↑ macrófagos íntima Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica ↑ macrófagos ↑ fagocitose ↑ apoptose M∅ e MM ↑ MMP ↓ capa fibrosa proteólise da média e adventícia ↑ gordura ↑ trombosecapa fina Remodelação excêntrica ↑ FT ↑ LDL oxidada dilatação Classificação a) Lesão Inicial (Tipo I) acúmulo intracelular de gordura (células espumosas) microscópico b) Estria Gordurosa (Tipo II) acúmulo intracelular de gordura macroscópico: lesões planas, coloração amarelada c) Pré-Ateroma (Tipo III) acúmulo de gordura extracelular Classificação d) Ateroma (Tipo IV) núcleo de gordura e) Fibroateroma (Tipo V) deposição de colágeno deposição de células musculares lisas neovascularização f) Lesão Complicada (Tipo VI) ruptura erosão História Natural Lesões precoces aorta (abdominal e torácica) Lesões tardias coronárias e cerebrais > 10 anos: 90-100% → estrias gordurosas na aorta > 20 anos: 100% → estrias gordurosas nas coronárias < 35 anos: lesões avançadas→ raras Progressão das Placas Ateroscleróticas 1) Teoria tradicional progressão insidiosa longo período assintomático sintomas: >70% de obstrução 2) Teoria Atual períodos estáveis crises ⇒ complicações da placa placas vulneráveis/placas estáveis Progressão das Placas Ateroscleróticas Fatores Extrínsecos Fatores Intrínsecos Placa Vulnerável ⇒ Perda da integridade Trombo Oclusivo Determinantes da Vulnerabilidade da Placa 1) Fatores extrínsecos Alterações hemodinâmicas Alteração da hemostasia 2) Fatores intrínsecos (Composição da placa) Capa fibrosa fina Grande número de macrófagos Núcleo de gordura volumoso (>50%) Remodelação excêntrica Determinantes da Vulnerabilidade da Placa Implicações: detecção da placa instável e estabilização da placa Células inflamatórias Núcleo lipídico grande Capa fibrosa fina Placa vulnerável Capa fibrosa espessa Núcleo lipídico pequeno Placa estável Fatores de Risco Interheart 90% dos casos de Infarto em 52 países Dislipidemia (LDL/HDL) Tabagismo Diabetes melito Hipertensão arterial sistêmica Obesidade abdominal Estresse psicosocial Consumo de frutas e vegetais Consumo moderado de álcool Atividade física Consequências * Aterosclerose : responsável por mais de 50% dos óbitos em todo mundo Síndromes coronarianas agudas Insuficiência cardíaca (70%) Acidentes vasculares cerebrais Doença vascular periférica Morte súbita Abordagem: Geral Princípios ↓ gordura ↓ células inflamatórias ↓ estresse ↓ trombose Prioridade ↓ Fatores de Risco Abordagem: Medicações AAS/clopidogrel Estatina IECA (pacientes de alto risco) Betabloqueador (sintomas) Abordagem: Fatores de Risco DM Dislipidemia HAS PA < 130X80 mmHg TG < 150 mg/dl COL < 200 mg/dl LDL < 100/70 mg/dl HDL >40/50 mg/dl Hbglic < 7mg/% Abordagem Peso IMC (peso/altura2) <25 kg/cm2 Cintura Homens <102 cm Mulheres <88 cm Abordagem Atividade física Atividades aeróbicas dinâmicas Caminhadas Natação Ciclismo (?) 30-60 minutos (3 a 6 vezes por semana) Dieta balanceada Abordagem Nutricional Abordagem Antioxidantes Antioxidantes Vitamina E Vitamina C Carotenóides (betacaroteno e licopeno) Flavonóides Probucol AG polinsaturados (Ômega 3) Abordagem Antioxidantes A) Estudos epidemiológicos ↑ AG polinsaturados ↑ vitamina C ↑ vitamina E ↑ betacaroteno ↓ aterosclerose Abordagem Antioxidantes B) Estudos de Intervenção 1) Vitamina E a) CHAOS 2002 coronariopatas Após 1 ano: ↓ infartos ↑ mortalidade b) HOPE 9541 pacientes Após 5 anos: sem efeitos (mortalidade e IAM) c) Meta-análise (Lancet 2003) 81.788 pacientes sem efeitos (mortalidade) 2) Probucol (Sueco) 247 hipercolesterolêmicos Sem diferenças nas lesões ateroscleróticas Abordagem Antioxidantes 3) Betacaroteno CARET Betacaroteno em fumantes 4 anos: ↑ câncer de pulmão ↑ mortalidade, ↑ mortalidade doença arterial coronária Meta-análise (Lancet 2003) 138.113 pacientes discreto aumento na mortalidade Abordagem Antioxidantes 4) Vários a) Finlandês 29.133 fumantes (vit. E + betacaroteno) 8 anos: sem diferença na mortalidade b) GISSI Prevenzione 11.324 pacientes após IAM Vitamina E: sem efeito na mortalidade Ômega 3: ↓ mortalidade após 3,5 anos. c) HPS 20.536 pacientes (vit. E + vit. C + betacaroteno) 5 anos: sem diferença na mortalidade Abordagem Antioxidante Fontes alimentares Antioxidantes Alimentos Vitamina E Óleos de sementes, abacate, grãos, ovos, vegetais verdes, soja Vitamina C Frutas cítricas, vegetais Flavonóides Verduras, cebola, frutas, vinho Betacaroteno Frutas, cenoura, brócolis, pimentão, espinafre Ômega 3 Animais marinhos, óleos vegetais Componentes Dietéticos Específicos Sal ↑Na ↑ Pressão arterial Insuficiência cardíaca ↑ Peso corporal Hipertrofia cardíaca ↑ DCV Fibrose ventricular He et. al. Eur Heart J 2011 Abordagem Nutricional Ingestão de sódio e potássio Sal Brasileiro: 12 g/dia (cloreto de sódio) Recomendado: 5 – 6 g/dia Ideal: 3g/dia Potássio Vegetais e frutas: 2 a 4 g de potássio Feijão, ervilha, tomate, beterraba, vegetais de cor verde escura, banana, melão e laranja 4 g (2 colheres rasas de chá)+ 2 g (alimentos) Abordagem Nutricional Álcool Máximo: consumo diário (♂) Uma garrafa (2 latas) de cerveja Duas taças de vinho Uma dose de destilado Vinho, cerveja e licores benefício Consumo regular > Consumo ocasional Atenção: Peso Mozaffarian et. al. Circulation 2011 Frutas e Vegetais ↑ Consumo ↓ Pressão arterial ↑ Função endotelial ↓ Peso corporal ↓ Colesterol ↓ DCV ↓ Resistência insulínica Mozaffarian et. al. Circulation 2011 Grãos e Cereais ↑ Consumo ↓ Pressão arterial ↑ Função endotelial ↓ Peso corporal ↓ LDL ↓ DCV ↓ Resistência insulínica Mozaffarian et. al. Circulation 2011 Carne Vermelha ↑ Consumo Componentes ? (carne processada) Preparo ? ↑DCV Mozaffarian et. al. Circulation 2011 Conservantes ? Ômega-3 Estudos experimentais Ômega-3 ↓ TG ↑ vasodilatação ↓TNF-α,IL-1 PCR ↓ Plaquetas ↑ Sobrevida ↓ Estresse oxidativo Duda et. al. Cardiovasc Res 2009 ↓ Arritmia Ômega-3 Lavie et. al. JACC 2009 Pacientes pós-IAM Ômega 3 GISSI-HF - 6975 pacientes com insuficiência cardíaca - 4 anos de seguimento - placebo ou ômega 3 (1g/d) Ômega 3→ ↓ mortalidade e hospitalizações Lancet 2008 Ômega-3 Prevenção Secundária de DCV Kwak et al. Arch Intern Med 2012 The Risk and Prevention Study Collaborative Group. N Engl J Med 2013 Ômega-3 e Prevenção Primáriaria Pacientes com Múltiplos Fatores de Risco Ômega -3 (1g/dia) x Placebo Dietas Específicas Dieta DASH ↑fibras, Mg, Ca, K ↓ Na, gordura, açucares - Grãos: 6-8/d - Vegetais: 4-5/d - Frutas: 4-5/d - Carnes: peixe > 2/semana - Gorduras: 2/d - Açucares: < 5/semana Dieta do Mediterrâneo The Oldways Preservation & Exchange Trust and Harvard School of Public Health Copyright 1994 Dietas e Fatores de Risco Mozaffarian et. al. Circulation 2011 Dieta do Mediterrâneo e DM Esposito et. al. Ann Int Med 2009 215 pacientes com DM recém diagnosticados Dieta do Mediterrâneo e Obesidade 322 pacientes, com 3 dietas por 2 anos: - 1) ↓ gordura + restrição calórica - 2) mediterrâneo + restrição calórica - 3) ↓ carbohidrato sem restrição - Perda de peso: 1 (2,9kg), 2 (4,4kg), 3 (4,7kg) - Melhor perfil lipídico: 3 - Melhor glicemia: 2 Shai et al NEJM; 2008 Dieta do Mediterrâneo e Prevenção Primária Estruch R et al. N Engl J Med 2013 Dieta do Mediterrâneo e Mortalidade Lyon Diet Heart Study (Lancet 1994) 605 pacientes após IAM ↓ mortalidade Estudo Grego (N Engl J Med 2003) 22.043 adultos ↓ mortalidade Dieta Vegetariana Consumo ↓ Pressão arterial ↑ Função endotelial ↓ Peso corporal ↓ Colesterol ↓ DCV ↓ Resistência insulínica Mozaffarian et. al. Circulation 2011 Dieta Vegetariana Comparações? Ovo/leite Peixe Mozaffarian et. al. Circulation 2011 Restrito Dieta Japonesa Características Peixe, soja, vegetais, frutas, chá verde, ↓ carne vermelha Mozaffarian et. al. Circulation 2011 ↑ Na ↓DCV Cautela na Interpretação Dieta do Mediterrâneo Diferenças (local, geração) Mozaffarian et. al. Circulation 2011 Controle de Fatores de Risco Dieta Vegetariana Produtos Benéficos Ilusão ↑ AVC (hemorrágico) Dieta Japonesa Componentes Específicos Sinergismo Entre Vários Componentes Benefício dos Alimentos Interpretação Gordura trans Carne processada Refrigerantes ↑ Porções Frutas/Vegetais Óleos vegetais Grãos Frutos do mar Cereais Recomendações Dieta e Aterosclerose Sinergismo Componentes � Doença Aterosclerótica Cardiovascular � Doença Aterosclerótica Cardiovascular Definição Estrutura da Artéria Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Desenvolvimento de Lesão Aterosclerótica Classificação Classificação História Natural Progressão das Placas Ateroscleróticas Progressão das Placas Ateroscleróticas � Determinantes da Vulnerabilidade da Placa Determinantes da Vulnerabilidade da Placa Fatores de Risco�Interheart Consequências Abordagem: Geral Abordagem: Medicações Abordagem: Fatores de Risco Abordagem Abordagem Abordagem Nutricional� Abordagem�Antioxidantes Abordagem �Antioxidantes Abordagem �Antioxidantes Abordagem �Antioxidantes Abordagem �Antioxidantes Abordagem Antioxidante �Fontes alimentares Componentes�Dietéticos Específicos�� Sal Abordagem Nutricional Abordagem Nutricional Frutas e Vegetais Grãos e Cereais Carne Vermelha Ômega-3 �Estudos experimentais Ômega-3 Ômega 3 Ômega-3�Prevenção Secundária de DCV Ômega-3 e�Prevenção Primáriaria Dietas Específicas�� �Dieta DASH� Dieta do Mediterrâneo Dietas e Fatores de Risco Dieta do Mediterrâneo e DM Dieta do Mediterrâneo e Obesidade Dieta do Mediterrâneo e Prevenção Primária Dieta do Mediterrâneo e Mortalidade Dieta Vegetariana Dieta Vegetariana Dieta Japonesa Cautela na Interpretação Benefício dos Alimentos�Interpretação Recomendações�Dieta e Aterosclerose Slide Number 59
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