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PROJETO_DO_CURSO_DE_FILOSOFIA


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1 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA 
Autorizada pelo Decreto Federal N 77.498 de 27/04/76 
Reconhecida pela Portaria Ministerial N 874/86 de 19/12/86 
Departamento de Ciências Humanas e Filosofia 
 
 
 
 
PROJETO DE CURSO DE FILOSOFIA 
BACHARELADO E LICENCIATURA 
 
 
 
 
 
Comissão de Implantação do Curso de Graduação em Filosofia 
 
 
 
 
 
FEIRA DE SANTANA 
AGOSTO/2010
1 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA 
Autorizada pelo Decreto Federal N 77.498 de 27/04/76 
Reconhecida pela Portaria Ministerial N 874/86 de 19/12/86 
Departamento de Ciências Humanas e Filosofia 
 
 
 
REITOR 
José Carlos Barreto de Santana 
 
 
VICE-REITOR 
Washington Almeida Moura 
 
 
PRÓ-REITOR DE ENSINO DE GRADUAÇÃO 
Rubens Edson Alves Pereira 
 
 
DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA 
Onildo Araújo da Silva
1 
 
 
 
COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO 
 
Prof. Ângelo Márcio Macedo Gonçalves – Presidente 
 
Prof. Marcelo Santana dos Santos 
 
Prof. Eduardo Chagas Oliveira 
 
Prof. Eliab Barbosa Gomes 
 
Prof. Julio Celso Ribeiro Vasconcelos 
 
Prof. João Alves Campos 
 
SUPERVISÃO DE TEXTOS 
 
Prof. Ângelo Márcio Macedo Gonçalves – Presidente 
 
Prof. Marcelo Santana dos Santos
1 
 
Sumário 
 
Apresentação 1 
 
Histórico e Princípios Gerais orientadores do Curso 2 
 
Contexto de Inserção da Universidade Estadual de Feira de Santana 7 
 
Bases Instiucionais para criação do Curso de Filosofia da UEFS 13 
 
Exigências Sociais para Implantação do Curso de Filosofia na UEFS 19 
 
Perfil do Egresso 25 
 
Objetivos 32 
 
Organização Curricular 34 
 
Concepção e Procedimentos de Avaliação 74 
 
Políticas para Implantação do Curso 77 
 
Recursos Materiais 85 
 
Referências Bibliográficas 87
1 
 
 
I. Apresentação 
 
 
 A presente proposta de formulação do Projeto Pedagógico do Curso de 
Bacharelado e Licenciatura em Filosofia para a UEFS busca criar e oferecer uma 
graduação que esteja de acordo com as Diretrizes Curriculares para o Curso de 
Filosofia e possa ao mesmo tempo atender às necessidades e exigências sociais da 
região de atuação da UEFS. 
 Este projeto está vinculado ao Documento de Referência para Elaboração de 
Projetos Pedagógicos da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tal adequação, 
além de seguir os pontos que servem de balizamentos para o projeto, destina-se 
precisamente a atender ao desafio de formar profissionais competentes, politicamente 
comprometidos com a sua escolha vocacional e, mais do que isso, pessoas capazes 
de interferir na sociedade enquanto cidadãos. 
 Posto isso, o que segue é a defesa de um Projeto Pedagógico educacional 
inclusivo, com suporte de formação universitária ajustada a realidade em que vivemos, 
construídos em cima de valores humanísticos com horizontes éticos e políticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
II Histórico e Princípios Gerais Orientadores do Curso 
 
 Dentro do contexto filosófico de toda discussão que envolve o surgimento da 
Filosofia, é aceito por grande parte da comunidade acadêmica que ela, enquanto 
saber sistemático tem origem na Grécia. Durante um longo período da história da 
humanidade, o mito constituiu uma fonte de explicação para a existência do homem e 
de suas organizações no mundo. Em virtude dos contatos culturais e o crescente 
desenvolvimento do pensamento grego, cada vez mais a Filosofia foi transformada em 
um saber cuja linguagem se pretendeu universal e rigorosa, a fim de contribuir para o 
desenvolvimento da humanidade. Hoje em dia, a Filosofia continua exercendo um 
papel fundamental em nossa sociedade, constituindo-se como um saber sobre o 
mundo capaz de desenvolver no ser humano competências e habilidades críticas, 
levando-o a processos de transformações sociais que podem mudar a história, bem 
como o modo de ser de cada um. 
 Definir a Filosofia, contudo, não é uma tarefa fácil. Todavia, podemos encontrar 
diversos pontos de vista sobre a questão: para Platão, por exemplo, é um saber 
verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres humanos; para Kant, é um 
conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o 
que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana; Merleau-Ponty escreveu 
que a Filosofia é um despertar para ver e mudar o nosso mundo. Com efeito, a idéia 
que norteia vários pensadores a respeito do que é mesmo a Filosofia acaba por se 
aproximar, antes de tudo, de uma prática educativa. 
 
Ensinar filosofia é arrancar o aluno á esfera do fato, á esfera das 
nossas crenças a respeito de que as coisas são e do que as 
coisas são, para fazer habitar o mundo da possibilidade desse 
fato, onde, pela suspensão da sua facticidade, como suspenso 
das nossas crenças na sua existência e nas suas significações, 
o fato venha a revelar o seu estatuto de acontecimento único 
entre uma totalidade de outros acontecimentos, igualmente 
possíveis, que ele exprime como suas significações reais. É 
dessa visibilidade do fato na sua possibilidade pura que depende 
a sua compreensão1. 
 
 
                                                            
1 Nabais, (2002:19). 
3 
 
Nesse afã, considerando o fato de que “Todo povo que atinge certo grau de 
conhecimento sente-se naturalmente inclinado à prática da educação”2, o projeto que 
segue tem por objetivo apresentar uma proposta de Curso de Filosofia cuja finalidade 
maior é a formação do ser humano cidadão, consciente de sua importância para os 
processos de transformações sociais, a partir de uma prática educativa baseada numa 
formação filosófica que tem na razão, na liberdade, na vida e nos direitos humanos 
como um todo seus maiores alicerces. Para tanto, este projeto procurou atender as 
Diretrizes Curriculares para a Formação do Filósofo-Educador, as Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, levando em consideração, também, a Resolução CNE/CEB 
3/98 de 7/7/2006, que estabelece a Filosofia como Componente Curricular obrigatório 
do Ensino Médio e, por último e não menos importante, a crescente procura pela 
Comunidade por uma formação filosófica. Nesse contexto, acreditamos que esse é o 
momento ideal para a Universidade Estadual de Feira de Santana viabilizar a 
implantação do Curso de Graduação em Filosofia, nas modalidades de Bacharelado e 
Licenciatura, promovendo, assim, mais uma forma de participação, contribuição e 
construção de saberes que visem o aprimoramento da nossa sociedade, posto que 
“Antes de tudo, a educação não é uma propriedade individual, mas pertence por 
essência à comunidade.” 3 
Nesse sentido, acreditamos que a implantação do curso de Filosofia na UEFS, 
além de contribuir internamente para a instituição como um todo, contribuirá mais 
ainda para a sociedade da região de Feirade Santana: entendemos que uma 
Universidade deve fortalecer os seus saberes com a parceria da Filosofia; um Curso 
de Filosofia não é só a constatação de um ambiente profícuo de reflexão crítica da 
Academia, mas também aparece como mais uma comunidade preocupada na 
formação intelectual da comunidade em geral. 
Com efeito, a Comissão de Implantação entendeu que o curso deveria atender 
à comunidade com uma Licenciatura e um Bacharelado. Um curso sem a famosa 
dicotomia das especializações e sim aquele que gradua o estudante voltado para 
pesquisa, assim como o ensino sem fragmentações da docência e da investigação. O 
que mais cabia pensar cuidadosamente era a estrutura curricular e, sobretudo, no 
tempo necessário que um aluno precisaria para ficar na UEFS. Para tal 
empreendimento, optou-se em fornecer uma sólida e gradual formação de História da 
Filosofia a partir da leitura dos clássicos. Mas somente a leitura de filósofos não basta 
a um excelente estudante: o Projeto, por isso, indica um currículo comum de 
                                                            
2 Jaeger (1995:3). 
3 Idem (1995:4). 
4 
 
conhecimentos indispensáveis e indissociáveis à formação filosófica do licenciado e do 
bacharel. 
Entre os posicionamentos específicos e concepções transformadoras que traz 
o projeto que aqui se apresenta, deve ser destacada a forte presença do que 
chamamos componentes com conteúdos específicos da formação em Filosofia, sem 
diferenciá-los em modalidades, que, queremos crer, é um das mais interessantes 
inovações que trará o curso de Filosofia da UEFS. Esses conteúdos serão comuns 
tanto ao futuro bacharel como ao futuro licenciado e evidência claramente o nosso 
entendimento de que ensino e pesquisa são indissociáveis desde os primeiros 
momentos da graduação e expressa a nossa conseqüente recusa da dicotomização 
bacharelado-licenciatura. 
Sinalizamos a recusa da dicotomização em questão, na medida em que 
procuramos afirmar que os cursos de bacharelado e de licenciatura em Filosofia 
“devem oferecer substancialmente a mesma formação, em termos de conteúdo e de 
qualidade”. E a Resolução CNE/CP 1, de 18/02/2002, que traz as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, exige, 
em seu Art. 20, que a organização curricular observe “o aprimoramento em práticas 
investigativas”, bem como requer, em seu Art. 30, que a formação de professores 
observe princípios norteadores que considerem “a pesquisa, como foco no processo 
de ensino e aprendizagem, uma vez que ensinar requer, tanto dispor de 
conhecimentos e mobilizá-los para a ação, como compreender o processo de 
construção de conhecimento”. 
Nosso projeto avança em relação a essas indicações, pois, além de oferecer 
ao licenciando sólida formação específica em Filosofia – exatamente idêntica à do 
futuro bacharel – e exigir-lhe um compromisso constante com a pesquisa, demanda do 
bacharelando uma preocupação constante com a qualidade do ensino que quase 
certamente ministrará nos cursos superiores. 
Ademais o currículo permite obedecer à exigência de “400 horas de prática [de 
ensino], vivenciadas ao longo do curso” sem dividir as modalidades em cursos 
diferentes desde o primeiro semestre, estendendo aos futuros optantes pelo Curso de 
Filosofia as conquistas advindas das experiências de vinculação de ensino, pesquisa e 
extensão, de uma forma flexível (sem pacotes prontos) e com uma 
interdisciplinaridade efetiva. 
5 
 
Além disso, é preciso reconhecer que um elevado número de pessoas não tem 
acesso à educação superior nas universidades públicas devido à falta da regularidade 
do turno dos cursos. A predominância da indicação noturna procura atender a essa 
reivindicação social e às exigências das universidades públicas em ofertar sua infra-
estrutura em toda sua plenitude. O que não impede de que se cursem componentes 
em outros horários e em outros Colegiados. 
A Comissão acredita que os recursos necessários para o pensamento filosófico 
florescer na UEFS são, a saber: concurso público para o corpo docente, um Colegiado 
estruturado com equipamentos e funcionários, compra de livros indicados, bolsas de 
iniciação à Pesquisa Científica, contratação esporádica de professores visitantes e 
investimentos em laboratório de informática, aumento da infra-estrutura do NEF e da 
Revista Ideação, afastamento para pós-graduação dos professores atuais, bem como 
incentivo aos docentes para participarem de eventos relacionados às suas pesquisas. 
Queremos, por fim, registrar nossa satisfação de apresentar à Universidade 
Estadual de Feira de Santana um projeto de curso de que nos orgulhamos e que traz a 
marca de colegas professores e professoras externos à área de Filosofia, cuja 
disposição de colaboração não pode ser superestimada, assim como não pode ser 
esgotado o reconhecimento da importância de suas contribuições. 
Destarte, coube aos esforços do Prof. Eliab Barbosa, que sonhou um curso de 
Filosofia na UEFS, os primeiros trabalhos visando a implantação de um curso de 
Graduação em Filosofia. Sua visão, que é reflexo de um desejo da comunidade, 
começou a se oficializar com a Portaria nº. 907/95, que criou a primeira Comissão 
para estudar a possibilidade de se implantar o curso na UEFS. Oportunamente, no 
mesmo mês, sai a Portaria 936/95, que deu origem a Comissão que estuda a 
instalação de um Curso de Graduação Lato Sensu. Ambas as portarias se encerram 
com a legítima condição: levar em consideração a necessidade social da região. 
O curso sofreu uma forte influência externa à área filosófica, principalmente 
setores da sociedade baiana que solicitavam da instalação de Filosofia. Vivíamos 
num retorno cada vez maior da democracia política e, no âmbito acadêmico, as 
universidades do país se reestruturavam em seus cursos de Filosofia para adequar 
seus cursos às novas exigências sociais. Este ano o MEC homologa a obrigatoriedade 
do ensino de filosofia no Ensino Médio. “Uma vitória da Luz; quem ganha com a 
decisão é o Brasil e os jovens que terão a oportunidade de serem sujeitos de sua 
própria história”, afirmou Callegari, relator do parecer, aprovado por unanimidade. 
Estamos reintroduzindo o ensino crítico e oferecendo aos jovens a possibilidade de 
6 
 
entender melhor o mundo em que vivem. O ensino de filosofia resgata uma 
reivindicação antiga dos educadores, em possibilitar a seqüência ao que já dispunha a 
LDB, permitindo aos jovens brasileiros ampliar os horizontes. 
Sem dúvida, a satisfação aumenta ao nos darmos conta de que estamos 
propondo aos nossos pares um curso que há muito a UEFS merecia, pois uma 
Universidade com a estatura como essa que a nossa já alcançou, certamente não se 
conforma em continuar tendo ausente de suas opções uma graduação em Filosofia, o 
mais antigo e o mais fundamental dos espaços universitários de investigação e ensino. 
Encerramos, assim, esperançosos de que as páginas a seguir tragam, para 
além de nosso entusiasmo e nossos desejos, um projeto de efetiva qualidade, digno 
do nome da UEFS. 
 
 
III. Contexto de Inserção da Universidade Estadual de Feira de 
Santana 
 
Embora a Universidade Estadual de Feira de Santana não tenha (ainda) 
entre seus cursos a Graduação em Filosofia, há muito ela reúne condições 
humanas e materiais para tal. A existência de pessoas que atuam na Área de 
Filosofia na UEFS remonta à sua fundação. Como se sabe, a Filosofia sempre 
fez parte das componentes curriculares dos vários cursos existentes nesta 
instituição, de modo que a implantação de uma Graduação de Filosofia servirá 
para fortalecer e melhorar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos por esta 
área. Além,é claro, de poder criar mais um vínculo com a comunidade da 
região de Feira de Santana, interferindo diretamente no papel de outras tantas 
instituições de ensino, na definição de práticas dos diferentes atores e grupos 
sociais, nos pressupostos da justiça, na convivência social e na cidadania. 
Na UEFS, a dimensão acadêmica e cidadã, assim como o enfoque dado ao 
acolhimento à região do semi-árido, à escuta à comunidade, inspirada nos modelos de 
extensão do saber, de forma crítica, sistemática, ligadas diretamente ao ensino, à 
pesquisa e à extensão, nos variados ramos do conhecimento, se consagra à reflexão 
crítica, bem como o serviço qualificado do povo, na contribuição para o aumento da 
7 
 
cultura, na afirmação ética da solidariedade, na promoção da dignidade transcendente 
da pessoa humana, possibilitando uma tomada de posição filosófica. 
Muitos são os registros da atuação da Área de Filosofia na UEFS. Entre os 
quais o mais comum deles é, ao mesmo tempo, o mais nobre e fundamental: o ensino 
é local próprio para o debate e construção de saberes; a Filosofia surge, por exemplo, 
com uma relação dialógica, com o debate, com o diálogo. 
 
A prática da filosofia em sala de aula supõe ao menos dois 
elementos básicos: uma disposição igualitária e um texto. Uma 
disposição igualitária significa, em princípio, condições formais: 
todos os membros da aula têm iguais direitos, todos podem 
dizer o que pensam ... Com efeito, quando falamos de texto não é 
somente o texto escrito, mas tudo que possa levar a pensar, que 
permita uma reflexão compartilhada, comunicada, dialogada 4. 
 
A atuação da Área de Filosofia compartilha com essa idéia e vem atuando 
constantemente com a formação ética, cidadã e, sobretudo, humana em sala de aula. 
Para, além disso, a UEFS pode orgulhosamente dizer que a Área de Filosofia tem sido 
uma das que mais vêm contribuindo para a produção e divulgação do conhecimento 
científico-filosófico, ao mesmo tempo em que é externamente respeitado por outras 
universidades por conta de sua inserção na vida acadêmica, fato que pode ser 
provado nas produções de Revistas, Jornais, Livros, bem como pela atuação do seu 
Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Filosofia. 
Em 1992, a UEFS aprovou, no Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e 
Extensão, a criação do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Filosofia – 
NEF, vinculado ao Departamento de Ciências Humanas e Filosofia. Ao longo dos 
anos, juntaram-se ao NEF professores de outros Departamentos, assim como alguns 
que participaram de sua criação. O NEF, a partir do seu nascimento, concentrou suas 
atividades na divulgação e na oferta de cursos de/sobre Filosofia e áreas afins à 
comunidade acadêmica. 
Em outubro de 1996, sob a coordenação do professor Eliab Barbosa Gomes, o 
NEF publicou seu primeiro boletim informativo, chamado Ideação. Em setembro de 
1997, foi editado, o primeiro número de sua revista. A revista aglutinou uma parte 
                                                            
4 Waksman (2002:33/4). 
8 
 
considerável da comunidade filosófica baiana, a ponto de modificar toda a estrutura da 
revista em seu segundo número. Tal foi o sucesso que conseguimos autorização para 
publicar um texto com mais de duzentos anos, contra o filósofo David Hume, inédito 
em língua portuguesa. 
Em 1998, Ideação foi catalogada pelo censo do Ministério da Cultura da 
Espanha como uma das quinhentas melhores revistas latino-americanas. Ideação 
ganhava, assim, o mercado internacional. Novos professores foram convidados para 
compor o Conselho Editorial. O Núcleo realizou intercâmbio cultural com outras 
entidades e, internamente, promoveu uma união com a Área de Filosofia da UEFS a 
ponto de não ocorrer diferenciação de quem era quem. Os professores começaram a 
se preocupar com uma pós-graduação própria e, sobretudo, a participar de eventos 
nacionais e internacionais de Filosofia. Com efeito, isso foi o início de um período que 
se tornou regular entre os membros do NEF e da Área. 
Essa revista, existente até hoje, apresenta ao público diálogos filosóficos e 
interdisciplinares, assim como espaços para novos debates. O Conselho Editorial, 
constituído por uma equipe singular, formado por uma série de intelectuais de várias 
partes do pais, além de apontar para o alcance social e seriedade da revista, 
incorpora em seu âmago dedicação, rigor e, conseqüentemente, um compromisso 
com a Filosofia, bem como com a própria UEFS, que por si só já caracteriza uma 
constante atividade filosófica a altura de nossa universidade. Por isso, é preciso dizer 
expressamente que suas visões críticas e metódicas têm revelado, no final de contas, 
a competência de um grupo que pensa seriamente a Filosofia além das fronteiras 
universitárias. Através deles, alimenta debates filosóficos que conquistou um espaço 
na história baiana que outras instituições não possuem: o que é mais um mérito para a 
UEFS e para o NEF, posto que a Revista Ideação, além de ser respeitada pela 
comunidade acadêmica, por conta de sua qualidade, é provavelmente o único material 
atrelado a um núcleo contínuo que se dedica à divulgação do conhecimento filosófico 
na Bahia. Mesmo outras instituições em nosso Estado, que possuem Graduação em 
Filosofia, carecem de um espaço como esse existente na UEFS. 
Vale dizer aqui que em 1997, a UEFS, junto ao NEF, abriu processo seletivo 
para o Curso de Especialização em Filosofia. O número de candidatos foi expressivo. 
Sabendo a importância da Filosofia em todas as séries de ensino, a especialização 
procurou estimular o desenvolvimento e o ato do filosofar no ensino, concentrando-se 
na reflexão crítica da Filosofia e no exercício da cidadania, sendo essa a perspectiva 
que consta como Projeto Pedagógico do Curso de Filosofia: aprofundar a reflexão do 
9 
 
saber filosófico, diante das grandes questões da existência, ensejando a compreensão 
profunda e crítica dos problemas humanos, da sociedade e da história, desenvolvendo 
uma cultura ética dos futuros pesquisadores e professores de Filosofia. 
Assim, para obter êxito em seus trabalhos, o NEF organizou uma semana para 
discussão Ética e, sobretudo, para colher informações sobre graduações em filosofia 
em Feira de Santana e região: na ocasião, o anfiteatro da UEFS foi insuficiente para o 
público que estava interessado em pensar Filosofia na UEFS. No mesmo ano, 
dezenas de colégios da região solicitaram ao NEF providências sobre um Programa 
de Atualização em Filosofia. Motivados pelo desejo da comunidade, os professores 
Eliab Barbosa, Nilo Henrique e Delmar Scheneider começaram a se reunir com o 
propósito de viabilizar tal intento. Ficara acordado que o novo curso se espelharia em 
todas as problemáticas relacionadas aos cursos de Filosofia vigentes na Bahia para 
daí retirar o exemplo de um curso revolucionário e essencialmente novo. Por opinião 
daqueles, tal curso, além de trazer um novo ementário, deveria nascer conjuntamente 
com um Departamento de Filosofia na UEFS. 
Hoje em 2006, a produção científica vem aumentando cada vez mais, após 15 
revistas, uma Coletânea de Filosofia Contemporânea (Epistemologia, Teoria Social e 
Problemas de Hermenêutica) a Revista Recortes (para o Núcleo do Recôncavo) dois 
informativos, a saber, Ideação Magazine e Apelattus, o grupo de Filosofia mostra um 
profícuo e permanente diálogo e se torna um respeitável difusor de assuntos ligados à 
Filosofia no país. A perspectiva maior sempre foi, e continua sendo, a de prover 
artigos cautelosamente construídos sobre Filosofia, bem como facilitar a exposição 
pública da pesquisa filosófica. Como disse Leônidas Hegenberg, 
 
A confiança é a marcado respeito e da credibilidade entre 
o autor/editor/parecerista/editor/autor. Tal premissa, de 
ambas as partes, fornece o livre desenvolvimento de idéias 
e julgamento dos textos e dos pareceres. É evidente que 
não temos a primazia da verdade. E os colaboradores não 
devem presumir nada além de um expediente 
administrativo que acontece em sigilo cotidianamente – 
isto é, fora os editores, ninguém mais sabe a quem 
pertence à autoria, nem o parecer. 5 
 
 
                                                            
5 Hengenberg (2004:4). 
10 
 
 Nesse contexto, a comunidade universitária e a sociedade em geral podem ter 
constantemente veículos de perquirição filosófica no Brasil, na Bahia, e de forma 
particular, na Região de Feira de Santana. A atuação da Área de Filosofia da UEFS 
trabalha com a mesma seriedade os temas filosóficos, estabelecendo discussões de 
caráter interdisciplinar, rigorosas e críticas. Assim, pretendemos ser instrumento de 
reflexão humanística e cidadã e, assim, contribuir para a composição dos desejos e 
valores da Universidade e da Sociedade. Integrando um conjunto referencial com a 
UEFS, como um instrumento de natureza conceitual, política e metodológica, visamos 
o delineamento das ações educacionais da Universidade, resgatando os marcos 
significativos da Região em um processo de construção da sua identidade para poder 
orientar as reflexões da comunidade em torno dos caminhos a percorrer. 
No sentido exposto acima, a UEFS reúne uma série de pressupostos que 
permitem que seja inserido no leque de cursos que possui a Graduação em Filosofia, 
posto que academicamente, além do quadro de docentes comprometidos com o fazer 
filosófico, o que demonstra condições humanas exemplares, do ponto de vista 
organizacional, a existência do Curso de Filosofia estará norteada pela prática que 
vem guiando a Área de Filosofia, atentando principalmente para as questões de ordem 
pedagógicas, tais como uma ambiência propicia aos trabalhos que serão 
desenvolvidos, envolvendo docentes e discentes, a fim de demonstrar que no fazer 
filosófico que estamos apresentando aqui, 
 
aprender não é outra coisa que repetir, imitar, traduzir, 
decompor, recompor; experimentar o prazer e a dor e 
comunicar reciprocamente, para compreender e ser 
compreendido pelos outros seres razoáveis. A 
comunicação razoável se funda sobre a igualdade entre a 
estima de si e a estima dos outros 6. 
 
 
Nessa relação os resultados esperados sinalizam para a formação de pessoas 
que estejam cada vez mais comprometidas com a construção da cidadania, baseadas 
no princípio de reciprocidade, estabelecidos segundo a razão, a liberdade, a vida e os 
direitos humanos como um todo, tal como fora colocado acima. Posto isso, pode-se 
afirmar tranqüilamente que a inserção social da UEFS, bem como suas condições 
                                                            
Ranciere (1987:116). 
11 
 
internas, permitem a implantação de uma Graduação em Filosofia que se aproxima 
daquelas desejada por quaisquer outras universidades, constituindo-se como um 
espaço próprio para a existência de uma “Paidéia” – entendida aqui como no grego, 
aproxima-se das expressões modernas como civilização, cultura, tradição, literatura e 
educação, mas que é, na verdade, tudo isso.7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
                                                            
7 Cf. Jaeger (1995:1). Segundo consta, “Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto 
daquele conceito global, e, para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos 
de uma só vez”. 
12 
 
 
 
 
 
 
 
IV. Bases Institucionais para criação do Curso de Filosofia 
 
 
 
 A disciplina “Filosofia” já era ensinada quando a UEFS ainda era Fundação 
(FUFS); a partir de 1978, foi criada a área de Filosofia na UEFS com a ampliação de 
“Filosofia” nas disciplinas “Introdução à Filosofia I”, “Introdução à Filosofia II”, “Estudos 
Filosóficos” e “História das Doutrinas Morais”, oferecidas inicialmente ao curso de 
Estudos Sociais e logo em seguida para as licenciaturas em Letras, História, Geografia 
e Pedagogia. Mais adiante, as disciplinas filosóficas começaram a ser solicitadas, 
como disciplinas obrigatórias ou optativas, para outros cursos da UEFS, a exemplo de 
Administração, Enfermagem, Educação Física, Direito e Biologia. 
 Na UEFS o Curso de Graduação em Filosofia que nestas páginas se está 
propondo, o NEF, mais do que nunca, esforçar-se-á para manter a qualidade e a 
regularidade dos princípios norteadores da Área de Filosofia. Mas também 
estabelecerá novas prioridades e, entre elas, providenciar-se-á parcerias com núcleos 
consolidados de outras instituições, assim como a participação dos seus membros em 
eventos importantes para o exercício da Filosofia. Nesse sentido, serão dois os 
objetivos do NEF: contribuir para atualizar e capacitar os professores de Filosofia do 
Ensino Médio da nossa região, informando e refletindo as concepções filosóficas e as 
práticas pedagógicas do próprio ensino; e, em segundo plano, estimular em nossa 
região uma legítima discussão interdisciplinar sobre a contemporaneidade. A 
Universidade Estadual de Feira de Santana tinha como objetivo principal, a formação 
de professores para os ensinos Fundamental e Médio. Com a Implantação da 
Universidade, houve uma crescente implantação de cursos de Licenciatura Plena. 
13 
 
 A UEFS mantém atualmente 20 cursos de graduação, 59 cursos de pós-
graduação lato sensu,sendo quatro cursos próprios de Mestrado, seis de Mestrado 
Interinstitucional, três cursos de Doutorado Interinstitucional e um curso próprio de 
Doutorado. Apresenta, ainda, 250 projetos de pesquisa em andamento, destacando 
as áreas de Ciências Biológicas e a de Ciências da Saúde com mais de 80 projetos, 
respectivamente. Desponta, também, na formação de parcerias com outras 
instituições baianas e até instituições fora do estado para o desenvolvimento de vários 
projetos. A Universidade também dispõe de um sistema integrado de bibliotecas 
abrangendo uma biblioteca central, totalmente informatizada, e seis setoriais com mais 
de 55.000 títulos de livros e cerca de 2.000 títulos de periódicos. A infra-estrutura em 
informática abrange cerca de 1.600 pontos na Internet com mais de 1.150 
microcomputadores, 22 laboratórios de Informática Aplicada e 1 sala de 
teleconferência. A UEFS dispõe também de diversos equipamentos de multimídia 9 
retroprojetores, projetor de slides, vídeo cassete, DVDs, que permitem aos usuários 
facilidades em suas pesquisas bibliográficas e metodologias de ensino. No entanto, 
além do que está acima exposto, precisaremos dos recursos materiais que estão 
discriminados no quesito ‘Recursos Materiais’. 
 O Projeto de Implantação do Curso de Filosofia da Universidade 
Estadual de Feira de Santana apresenta como justificativa primordial a 
necessidade de atender a grande demanda da região interessada na 
capacitação filosófica. Não obstante, a realidade atual, assume contornos mais 
extensos. O quadro docente da região foi ampliado e, por meio de concursos 
públicos realizados pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, viu-se o 
interesse crescer relevantemente, por uma formação em Filosofia. 
 Ademais, o Parecer 38/2006 do Conselho Nacional de Educação (CNE) tornou 
obrigatória a inclusão da Filosofia no Ensino Médio de todas as Escolas Públicas e 
Privadas do País. Essa medida já tinha sido adotada nos estados de Alagoas, Amapá, 
Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco,Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São 
Paulo, Sergipe, Tocantins e do Distrito Federal, além da Paraíba e do Rio grande do 
Sul que adoraram em caráter opcional. Desta forma, a concessão de um Curso de 
Graduação em Filosofia na UEFS é de importância crucial no desenvolvimento 
intelectual dos egressos. 
 
 
14 
 
Preliminarmente, reitera-se a importância e o valor da 
Filosofia e da Sociologia para um processo educacional 
consistente e de qualidade na formação humanística de 
jovens que se deseja sejam cidadão éticos, críticos, 
sujeitos e protagonistas. Essa relevância é reconhecida 
não só pela argumentação dos proponentes, como por 
pesquisadores e educadores em geral, inclusive não 
filósofos ou não sociólogos... Outro ponto a considerar é a 
realidade, expressa na adoção crescente do ensino de 
Filosofia e de Sociologia pela maioria das redes de escolas 
públicas estaduais. Segundo informação do MEC em 17 
estados da Federação, a Filosofia e a Sociologia foram 
incluídas no currículo, sendo optativas em 2 deles. Muitas 
escolas particulares, em todo o país, por seu lado, 
também, decidiram livremente a sua inclusão. 8 
 
 
 O mercado de trabalho cada vez mais competitivo tem favorecido a 
procura de uma boa qualificação por parte dos profissionais de diversas áreas, 
inclusive no Ensino Médio, em especial, na área de Filosofia. Desta forma, a 
criação do Curso de Filosofia se adequa com a proposta da Instituição que, é 
alem de outras metas, como o projeto de Qualificação Docente, a criação de 
outros cursos. Observando ainda, o desenvolvimento de atividades que 
melhore a qualidade de vida dos habitantes da região do semi-árido, norteando 
as ações e as iniciativas para possibilitar um perfil fortemente engajado com a 
sociedade. 
 A partir daí, diversos fatores devem contribuir para dar maior consistência, 
credibilidade e amplitude do Curso de Graduação em Filosofia, caracterizado como de 
nível superior: 
 
1) A ampliação do público de egressos da UEFS, passando a acolher as 
demandas de interesse filosófico para o ensino e para a pesquisa, assim como, 
as comunidades eclesiásticas, religiosos e religiosas de diversas 
Congregações da região do semi-árido; 
2) Um criterioso aprimoramento da formação dos egressos, em uma estrutura 
curricular que vincule em um só panorama o Corpo docente, a Biblioteca e as 
                                                            
8 CNE 38(2006:2-3). 
15 
 
condições de ensino, visando adequar-se ás exigências da realidade 
emergente; 
3) A inserção do corpo docente e discente na comunidade acadêmica, conferindo-
lhes todos os direitos assegurados aos professores e alunos universitários; 
4) A possibilidade de interação com os demais cursos da universidade, firmando 
parcerias para o desenvolvimento de atividades de ensino, de pesquisa e 
extensão. 
 
 Neste caminho, o Curso de Filosofia estará interagindo constantemente 
com o Departamento de Ciências Humanas e Filosofia, com outros Colegiados 
e Departamentos, e os demais setores da universidade, a fim de adotar 
procedimentos que culminem no atual projeto da Universidade e no Projeto 
Pedagógico do Curso, cuja estrutura curricular encontra-se adequada tanto ás 
exigências do MEC quanto aos novos caminhos e desafios da Filosofia. O 
Projeto Pedagógico do Curso, é o resultado de um processo que leva em conta 
as experiências acumuladas dos nossos professores, e se propõe dinâmico, 
aberto a constante avaliação e reformulação, até porque a realidade filosófica, 
tomada como fonte para a sua construção, se manifesta focalizando sempre 
realidades emergentes e contextualizadas. 
 Nessa perspectiva, entendemos que a UEFS confirma, conforme Coelho, que o 
projeto pedagógico do curso: 
 
 
(...) não se confunde com discursos vazios e 
inconseqüentes, com declarações de intenções, com 
metas e submetas. Diferentemente de uma realidade formal 
e burocrática, o projeto do curso envolve a definição do 
ponto onde professores e alunos pretendem chegar, bem 
como do sentido do seu caminhar, dos pressupostos e 
implicações de suas teorias e de suas práticas e, acima de 
tudo, se constitui ele próprio como um conjunto articulado 
de atividades que professores e estudantes constroem em 
seu fazer acadêmico de ensinar e aprender, ou seja, no 
exercício da razão. O projeto de curso supõe, assim, a 
superação do mero agrupamento de dados, idéias e 
práticas e, ao mesmo tempo, a constituição de tudo isso 
16 
 
como uma totalidade em contínuo processo de 
constituição e superação de si mesma 9 . 
 
 
 Ademais, o Projeto Pedagógico é fruto de um contínuo processo de 
construção, sintonizado com as demandas internas da universidade e com as 
concepções que destacam a vida acadêmica na sua dimensão coletiva, tal 
como expressa o documento do ForGrad: 
 
O projeto pedagógico pode ser entendido como um 
instrumento de balizamento para o fazer universitário, 
concebido coletivamente no Âmbito da instituição, 
orientado para esta, como um todo, e para cada um dos 
seus cursos, em particular. Ao constituir-se, o projeto 
pedagógico deve ensejar a construção da intencionalidade 
para o desempenho do papel social da IES, centrando-se 
no ensino, mas vinculando-se estreitamente aos processos 
de pesquisa e extensão10. 
 
 
 
 A Iniciação Científica do egresso do Curso de Filosofia acontecerá ao longo do 
Curso, através da pesquisa nos componentes curriculares como trabalho paralelo ao 
contexto da extensão e das bolsas para capacitação para a pesquisa científica que a 
UEFS, dispõe. Com essa participação, assinalamos o estímulo da realidade social e o 
compromisso com as necessidades da população (através de programas de extensão) 
configurando o ethos mobilizador das ações que operacionalizam a Política 
Institucional da UEFS. Em outras palavras, a cidadania como maior referência, 
evidenciada nas atividades e nos documentos produzidos, assegurando o 
compromisso desta Universidade com a formação do homem, ao tempo em que cria 
espaços para o exercício de uma prática participativa que estabelece uma relação 
pedagógica, na qual o educando é sujeito do seu desenvolvimento e portador de uma 
consciência crítica. 
                                                            
9 Coelho (1999: 21). 
10 ForGrad (2002:90). 
17 
 
 Nos programas mantidos pela UEFS, expandem-se como laboratórios de 
pesquisa para a pós-graduação e para a pesquisa de formação profissional na 
graduação, possibilitando a inserção de alunos e professores, inclusive de outras 
áreas afins, criando, também, espaços específicos de expressão da identidade da 
UEFS na relação com a comunidade externa. Portanto, buscando contribuir para 
assegurar a identidade da UEFS, o Projeto Pedagógico do Curso de Filosofia atuará 
em atividades que objetivem fortalecer a convivência na comunidade universitária, 
através da articulação e integração de todos os seguimentos da Universidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V. Exigências Sociais Para a Implantação do Curso de Filosofia na 
UEFS 
 
 
 O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma 
prática educacional voltada pra a compreensão da realidade social e dos direitos e 
deveres que cada um possui. Cada vez mais, percebe-se que é imperioso pensar e re-
agir sobre as preocupações da sociedade brasileira, a fim de refletirmos sobre os 
grandes temas da vida, comoliberdade, ética, direitos humanos e outros. A atitude 
reflexiva significa um movimento de volta ou retorno a si mesmo. Com efeito, é isso 
19 
 
que nos ensina a Filosofia. Do ponto de vista colocado aqui, por si só a Filosofia já 
seria necessária e sua existência enquanto curso na UEFS revela apenas uma 
tendência existente nos grandes centros de excelência, qual seja, uma atividade 
filosófica que vise a construção de uma sociedade livre, solidária e justa, a partir da 
formação de cidadãos críticos que estejam engajados numa prática transformadora 
que vise o bem comum. 
 Todavia, embora possamos construir um discurso que possa internamente 
apontar para a necessidade de uma Graduação em Filosofia na UEFS, a relevância 
que o curso possui, no momento atual, dá-se exclusivamente em um contexto de 
justificação que está explicitamente articulada à existência de normas que apontam 
para a necessidade de atender uma demanda regional, papel que cabe a UEFS 
realizar com louvor. Nesse contexto, vele dizer que um conjunto de razões justifica a 
conveniência da implantação de um Curso de Filosofia na UEFS. 
 A procura efetiva por estudos filosóficos em nossa região, principalmente em 
Feira de Santana (identificada pelo trabalho dos professores em sala de aula); a 
motivação e a intervenção desses professores, tanto no ensino médio como no ensino 
superior – promovendo programas diversos de atividades interdisciplinares e de 
reflexão epistemológica-; a preocupação com a formação de cidadãos críticos, aptos 
ao exercício profissional e comprometido com os problemas e os desafios da 
sociedade, privilegiando as dimensões éticas, sociais e humanas; a importância 
inelidível que a filosofia desenvolve, possibilitando a necessidade de estudos 
filosóficos para outras áreas de investigação, na medida em que desenvolve as 
questões relativas à aplicação e à produção do conhecimento com aquelas filosóficas, 
relativas à sua fundamentação teórica; e particularmente, e de importância deveras, a 
aprovação pelo Conselho Nacional de Educação, do Projeto de Resolução que altera 
o artigo 10 da Resolução CNE/CEB n. 3/98, que institui as diretrizes Curriculares 
Nacionais Para o Ensino Médio, aprovado em 7/7/2006, viabilizam urgência, não 
desmedida, de um Curso de Graduação em Filosofia. Sendo a UEFS um grande 
centro de Pesquisa, Ensino e Extensão e uma autêntica unidade de saberes, 
acreditamos, com o mais do que louvável sentido de cooperação, que esta 
Universidade favorecerá, por competência e estrutura, a implantação de um Curso de 
Filosofia. Afirma, pois, o texto do Projeto de Resolução: 
(...) os sistemas de ensino deverão, no prazo de um ano a contar 
da publicação desta Resolução, tomar as medidas necessárias 
20 
 
para a inclusão das disciplinas de Filosofia e Sociologia no 
currículo das escolas do Ensino Médio. 11 
 
 Ademais, a emergência de uma formação ética e cidadã, a preocupação com as 
mudanças ocorridas no seio da cultura em geral – não necessariamente filosóficas, 
muito embora – e a responsabilidade da Universidade Estadual de Feira de Santana, 
em atender a uma demanda de formação de professores na Região, com a disposição 
de formar uma massa crítica e consciente de seu papel, contribuindo para a formação 
dos futuros estudiosos em Filosofia, professores e bacharéis, isto é, sujeitos que, 
orientando-se por princípios éticos e humanísticos, construam uma compreensão 
sólida na investigação filosófica, promovendo a transmissão e reflexão da realidade 
emergente, é uma explosão constatada em todas as direções do mundo 
contemporâneo, e principalmente, pela própria concepção de Universidade. Como 
compreender o sentido de Universitas? Como entender uma Universidade sem a 
‘Filosofia’? 
 
A Universidade é um lugar, talvez o único lugar de confrontação 
crítica entre as gerações, um lugar de experiências múltiplas, 
afetivas, políticas, artísticas, por completo insubstituíveis (...); 
lugar de concorrência entre os saberes, de seu colocar-se em 
questão, e, portanto, forma insubstituível de espírito crítico e 
cívico, de espírito cívico e crítico, lugar que viria a desaparecer 
atrofiando toda a reflexão geral, aquela capaz de ultrapassar os 
limites das especializações disciplinares e das competências 
economicamente funcionais. 12 
 
O discernimento é, neste momento, uma exigência fundamental. E o 
preenchimento dessa lacuna na UEFS, com a implantação de um Curso de 
Graduação em Filosofia é imprescindível. Diante das novas técnicas, do novo cenário 
do mundo contemporâneo, com transformações e mudanças no meio-ambiente, nos 
contextos das mudanças da geografia, dos conflitos e da geopolítica em geral, no 
contexto brasileiro e principalmente no interior do Estado da Bahia, um curso de 
Graduação em Filosofia quer ser um subsídio, uma orientação e uma motivação para 
a formação de professores-pesquisadores, que reflitam para sobre as grandes 
questões da vida, abordando temas e assuntos que possibilitem uma visão apurada da 
                                                            
11 CNE/CEB 38 (2006: 6). 
12 ARESER (1997:120-121) 
21 
 
realidade, constituindo centro de interesses na construção de relações de 
cumplicidades, desencadeando uma exaustiva promoção de profissionais com 
competências à produção de conhecimento, à demanda pelo ensino de Filosofia e o 
compromisso com a constituição de uma sociedade identificada com os ideais de 
justiça, valores éticos, conscientes de seus direitos e deveres. 
Foi nesse contexto que a UNESCO organizou em Paris (1995-1996), jornadas 
internacionais de estudo intituladas Filosofia e democracia no Mundo, que se 
encerraram com uma declaração, na qual se recomenda expressamente: “o ensino 
filosófico deve ser preservado ou estendido onde já existe e criado onde ainda não 
existe”. Isto, entre outras razões, porque a atividade filosófica, “que não subtrai 
nenhuma idéia à livre discussão, que se esforça por precisar as definições exatas das 
noções utilizadas, por verificar a validade dos raciocínios, por examinar com atenção 
os argumentos dos outros permite a cada um aprender a pensar por si mesmo”. Além 
disso, ao “formar espíritos livres e reflexivos”, a educação filosófica, “favorece a 
abertura de espírito, a responsabilidade cívica, a compreensão e a tolerância entre os 
indivíduos e os grupos”13. 
Com efeito, a UEFS já reconhece, com devida atenção, a relevância e a 
importância da presença de um Curso de Graduação em Filosofia. A implantação do 
Curso, que certamente se nos apresenta em seu tempo próprio, obrigar-nos-á a 
reconhecer a relevância extraordinária de tal intento. Uma Graduação em Filosofia é a 
continuação natural do entendimento de que é imprescindível para a UEFS, como uma 
das Universidades mais completas e importantes do país, a implantação do referido 
Curso. 
A implantação de um curso de Filosofia, aliás, é ambicionada há quase uma 
década, anseio que finalmente se institucionalizou no planejamento Estratégico 2000-
2004 de Nossa Universidade. Esta ambição é legítima, já que a UEFS aparece como 
um dos principais centros de pesquisa e reflexão do país. O entendimento de que uma 
universidade sem uma Graduação em Filosofia abre uma lacuna relevante se sustenta 
pela existência dos vários componentes curriculares de filosofia fazendo parte dos 
currículos de outros Cursos de Graduação. 
Diante disso, acreditamos na tamanha possibilidade e na precisa satisfação 
voluntária, além da não menor disposição estrutural, que a UEFS tem todas as 
condições para implantar o Curso de Filosofia. Esta Universidade é um centro de13 UNESCO (1996:3) 
22 
 
ensino, pesquisa e extensão, atento a promoção do debate e da reflexão filosófica. O 
diálogo entre a Filosofia e os outros cursos da UEFS, concretizar-se-á na colaboração 
intensa da responsabilidade que a Universidade tem com a Cidadania e a 
Comunidade: uma dimensão cidadã, acadêmica e, conseqüentemente, de modo 
refletido, sistemático e crítico, contribuindo para a cultura e a afirmação da ética, posto 
que é um espaço privilegiado para os debates e a construção da cidadania. 
 
Uma instituição qualquer, em sociedade, deve justificar seu 
direito à existência. Essa lição de Fichte. E, não sendo tal 
justificaria uma mera formalidade, expressa-se ela no modo por 
que a instituição se reproduz, em como se realiza. A 
Universidade, então, renova-se também como um certo luxo 
necessário da sociedade, pois não produz apenas profissionais 
para o mercado nem pode determinar-se por ele, mas antes 
constitui-se ela própria em privilegiado espaço de 
sociabilidade,no qual ela revive por seus próprios rituais, refaz-
se em novos pesquisadores, performa-se de cidadãos.14 
 
 
Sem dúvida a propensão existente na UEFS para a implantação de uma 
Graduação em Filosofia revela-se de várias maneiras. Uma delas está na articulação 
de um dos seus mestrados: também no campo da Educação Científica surge uma 
necessidade constante de capacitação de Professores de Filosofia – articulada com 
aquele entendimento de que também é do seio da Filosofia que se nutrem as 
revoluções científicas. Foi com esse intento que a UEFS, em parceria com a UFBA, 
criou o Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências. Esse Mestrado 
consolida na Bahia um forte centro nacional de produção acadêmica em muitas das 
sub-áreas da graduação que aqui se pleiteia. Assim, é oportuno assinalar que, caso a 
UEFS acolha o presente projeto, as comunidades de Feira e região que se 
constituírem em nossos futuros graduandos estudarão em cenário profícuo e 
incentivador e poderão, ao se formar, seja Licenciado ou Bacharel, contar com 
oportunidades de pós-graduação. 
Na consideração das razões que justificam este projeto, não se pode deixar de 
levar em consideração a demanda provinda de setores eclesiásticos que pedem à 
UEFS a urgência de implantação de um curso de Filosofia: isto porque Feira de 
Santana tornou-se sede de nova e importante Arquidiocese Brasileira, que deve 
                                                            
14 Silva (2006:213). 
23 
 
formar, de modo completo seus sacerdotes. Esta demanda deve ser considerada não 
porque proveniente de um setor específico, mas por expressar a crescente 
importância de nossa cidade e da região que abrange, bem como a exigência cada 
vez maior de nossos cidadãos, leigos ou religiosos, de terem a oportunidade de 
participar como sujeitos pensantes, autônomos, do mundo em que vivemos: 
“aprendendo a conhecer, a fazer, a ser e a conviver; dada a especificidade do curso, 
capaz de viver juntos e de viver com os outros”15 
Esse respeito aos interesses e necessidades de nossos cidadãos que moveu a 
Área de Conhecimento em Filosofia do DCHF-UEFS no sentido de preparar uma 
proposta de curso que seja oferecido, predominantemente, em turno noturno. 
Entendeu a área que a implantação de um curso neste período propiciará 
oportunidade de estudo da Filosofia de um segmento significativamente maior da 
população de Feira de Santana. Internamente, neste turno, o curso de Filosofia 
intensificará mais ainda as atividades da UEFS, ajudando cada vez mais a consolidar 
a atividade acadêmica para além do período diurno, fortalecendo a Universidade, na 
medida em que ajuda a ocupar e a ativar os seus espaços. Assim, do ponto de vista 
administrativo, o Curso de Filosofia, além de não exigir novas instalações, trará aos 
que hoje já atuam na UEFS mais orgulho e mais satisfação profissional, porque se 
verão contribuindo de modo muito mais reconhecível e efetivo para o engrandecimento 
de nossa Universidade no país. 
Sabe-se que a Lei que institui o ensino obrigatório de Filosofia no Ensino Médio 
já constitui motivo relevante para a implantação de um curso como este na UEFS, 
principalmente se levarmos em consideração a região em que atua. Todavia, para 
além de uma questão formal (e obrigatória) a implantação de uma Graduação em 
Filosofia justifica-se por si só na medida em que permite a formação de pessoas, de 
seres humanos, conscientes de seu papel na história, portanto, formação de 
competências críticas – de cidadãos atuantes e fundamentais para a constituição de 
uma sociedade transparente e ética: cujo maior compromisso é a educação. Nesse 
sentido, tal como diz Marilena Chauí, 
 
 
 
                                                            
15 Libânio (2001). 
24 
 
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum 
for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias 
dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar 
compreender a significação do mundo, da cultura, da história for 
útil; se conhecer os sentidos das criações humanas nas artes, 
nas ciências, na política for útil; se dar a cada um de nós e a 
nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de 
suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade 
para todos for útil; então podemos dizer que a Filosofia é o mais 
útil de todos os saberes que os saberes humanos são capazes.16 
 
VI. Perfil do Egresso 
 
De maneira geral, o profissional em Filosofia, seja Bacharel ou Licenciado, 
deverá demonstrar uma postura ética, com ênfase em sua responsabilidade social. 
Nesse sentido, o diplomado em filosofia deve ser/estar consciente do seu papel de 
ensinar Filosofia e também de despertar vocações filosóficas. Para tanto, o mesmo 
deverá ter domínio do conhecimento filosófico que contemple não só aspectos 
educacionais estritamente, mas também a necessária correlação com os aspectos 
sócio-históricos inerentes às mais diversas esferas humanas, como a linguagem, a 
política, a ciência, a lógica, entre outros. 
Nessa perspectiva, pensa-se o profissional de filosofia voltado para o 
desenvolvimento das quatro aprendizagens fundamentais definidas pelo Relatório 
Jacques Delors para a educação do século XXI: aprender a conhecer, aprender a 
fazer, aprender a ser e aprender a conviver.17 Esses preceitos levam a implicar ainda 
para o diplomado. 
 
6.1. Egresso de Licenciatura 
 
A proposta do curso de graduação em Filosofia segue a proposta veiculada nas 
Diretrizes Curriculares para o Curso de Formação de Licenciados, com vistas, 
sobretudo ao ensino no nível médio. Do licenciado espera-se uma vocação 
pedagógica que o habilite para enfrentar os desafios contidos na formação dos jovens 
                                                            
16 Chauí (2003:24) 
17 Cf. UFBA (2003) 
25 
 
no ensino fundamental, médio e superior, possibilitando um despertar para a reflexão 
filosófica, pelo pensamento inovador, crítico e independente. Neste sentido, a partir do 
primeiro semestre, o licenciado deverá se apropriar de uma transposição de 
conteúdos, sempre aberta e em construção, para os diversos momentos do ensino da 
filosofia. 
A partir dos estágios e das práticas de ensino, o egresso deverá construir 
competências necessárias que o habilitem para o ensino da Filosofia, tendo a 
compreensão que não será apenas uma inclusão de componentes no currículo. Em 
atendimento às exigências legais e buscando situar os licenciados do curso de 
Filosofia da UEFS no cenário atual, o Estágio Supervisionado é concebido como 
espaço de pesquisa e investigação: como a Filosofia no ensino médio pode 
contribuir para qualificar a formaçãointelectual e ética, atendendo as novas 
concepções educacionais? Essa é a questão que estará como eixo básico na 
formação do Licenciado em Filosofia. Portanto, a Universidade Estadual de Feira de 
Santana deverá formar licenciados que tenha conhecimentos das diversas correntes 
filosóficas e tenha uma prática de pesquisa que seja capaz de reinventar os conteúdos 
em diferentes ambientes educativos; que seja capaz de dialogar com a sociedade 
emergente e exercite seus alunos à reflexão crítica; que seja capaz de despertar no 
ambiente educacional compromissos com a ética e a cidadania; e esteja atualizado 
com as novas tecnologias. 
 
 
6.1.1. Competências e Habilidades do Licenciado 
 
 
 Capacitação na formação de um sentido crítico na consciência dos estudantes 
do ensino médio, mediante o ensino da Filosofia e que possa possibilitar a 
constituição de suas personalidades no processo sócio-cultural e educativo; 
 Capacidade para formular e projetar filosoficamente soluções e problemas nos 
diversos campos do saber; 
 Desenvolvimento de uma consciência crítica sobre o saber e a realidade 
emergente; 
 Interpretar com rigor científico o fenômeno educacional em que está inserido; 
26 
 
 Acompanhar processos de educação filosófica na comunidade universitária, 
nos movimentos sociais e, principalmente, na comunidade; 
 Habilidade para análise, interpretação e comentário de textos teóricos; 
 Capacidade de relacionar o exercício da crítica filosófica com a promoção 
integral da cidadania e com o respeito à pessoa, dentro dos direitos humanos. 
 
 Com efeito, o nosso guia nessa formulação, além do já apontado acima, pode 
também ser visto nos PCN’s e nas Orientações curriculares estaduais para o ensino 
médio – Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias18. Contudo, segundo este 
último, em se considerando a Filosofia, “A possibilidade de composição de uma 
relação de competências e habilidades, por mais exaustiva que fosse, jamais poderia 
pretender ser completa e definitiva.”19 Sem dúvida, um dos pontos salientados liga-se 
diretamente a nossa proposta de curso como um todo, qual seja, a formação do 
professor: 
 
Todo ensino de Filosofia privilegia sempre uma determinada 
perspectiva filosófica, que é, de todo modo, uma livre escolha do 
professor, mesmo considerando-se todas as 
condições que dizem respeito ao educando e ao modo pelo qual 
ele enxerga a sua realidade. Para que essa escolha tenha uma 
efetiva validade para o processo de aprendizagem, o professor 
deverá estar bem alicerçado em suas convicções, caso 
contrário, incorrerá no equívoco de transmitir um pensamento 
ideológico, no lugar de discutir seriamente pontos de vista 
filosóficos. A liberdade do professor em tematizar e analisar 
algum assunto por um determinado viés filosófico pressupõe 
uma responsabilidade teórica e prática fundadas em um certo 
rigor conceitual, que, é claro, oscila “de acordo com o grau de 
formação cultural de cada um.” (ADORNO, apud. BRASIL, 1999, 
v. 4, p.9620) 
 
 
                                                            
18 Orientações curriculares estaduais para o ensino médio – Área de Ciências Humanas e suas 
Tecnologias Bahia – Secretaria de Educação. Salvador, A Secretaria, 2005. 
19 (Idem:153) E acrescenta em uma nota que “Poder-se-ia pensar um programa de Filosofia 
definido por outras competências e habilidades específicas articuladas às demais áreas, assim 
como poder-se-ia também conceber outras tantas competências que fossem exclusivas da 
Filosofia.” p. 153. 
20 Adorno (1999:96). 
27 
 
 Além da questão da formação do professor, as competências e habilidades que 
apresentamos estão na linha das Orientações curriculares estaduais para o ensino 
médio – Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, que de forma sucinta podem 
ser apresentadas nos seguintes tópicos: 
 
1) Quanto à representação e à comunicação: 
 a) Ler textos filosóficos de modo significativo 
 b) Ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas e registros. 
 c) Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo 
 d) Debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e 
mudando de posição em face de argumentações mais consistentes. 
 
 2) Quanto à investigação e à compreensão: 
 a) Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos 
discursivos nas Ciências Naturais e Humanas, nas Artes e outras produções culturais. 
 
3) Quanto à contextualização sociocultural: 
 a) Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem 
específica, quanto em outros planos: o pessoal-biográfico; o encontro sóciopolítico, 
histórico e cultural; o horizonte da sociedade científico-tecnológica.21 
 
 É com o intuito de oferecer à sociedade um profissional competente que 
buscamos apresentar aqui alguns indicativos do perfil do egresso de licenciatura. 
Salientamos, sobretudo, que a nossa proposta fundamental está pautada na formação 
de um educador-cidadão, capaz de “criar” cidadãos. 
 
                                                            
21 Cf. Orientações curriculares estaduais para o ensino médio – Área de Ciências Humanas e 
suas Tecnologias. Secretaria de Educação. Salvador, A Secretaria, 2005. p. 153-159. 
28 
 
6.1.2. Campos de atuação do Licenciado em Filosofia: 
 
Basicamente o exercício da docência nos ensinos fundamental e médio; 
porém, caso a opção seja pela carreira acadêmica, o licenciado, tal como o bacharel 
em Filosofia, poderá fazer sua pós-graduação na área, habilitando-se para lecionar em 
diversos cursos superiores que possuam componentes curriculares de seu curso, uma 
das razões pelas quais as duas modalidades devem ser, como recomendam as 
Diretrizes Curriculares, sem dicotomias de formação. 
Em virtude dessas possibilidades o nosso curso permite ao próprio aluno, ter a 
liberdade de montar seu desenho curricular individual, de acordo com seus interesses 
e com o direcionamento que deseja dar à sua formação e dentro da estrutura flexível 
que o curso oferece. 
 
 
6.2. Egresso de Bacharelado 
 
O egresso do Curso de bacharelado em Filosofia deverá possuir uma formação 
científica abrangente dos conteúdos estudados no currículo do Curso, capaz de emitir 
juízo abalizado em questões de Filosofia especulativa e prática, de oferecer parecer 
sobre produção filosófica e saberes afins, assim como atuar em prática efetivas dos 
estudos de Filosofia. 
O perfil do bacharel em Filosofia concebido por este projeto pedagógico é o de 
uma pessoa que se oriente por princípios éticos e humanísticos e se constitua dentro 
de uma estruturada formação nos principais problemas filosóficos e que compreenda e 
transmita os principais temas dos sistemas filosóficos, assim como possa analisar e 
refletir criticamente a realidade no qual está inserido. 
O Bacharel em Filosofia deverá perceber a razão humana como elemento 
fundamental na conexão entre os saberes, e seja capaz de compreender a natureza 
humana distribuída pelas diversas manifestações culturais e sociais. Desta forma, 
espera-se que o egresso tenha condições de perceber as dicotomias da cultura 
contemporânea, buscando então, respostas com propriedade e reflexão precisa. 
29 
 
Espera-se que o Bacharel em Filosofia dialogue com o pensamento tradicional e seja 
capaz de penetrar nos vários horizontes que perfazem o modelo do mundo 
contemporâneo e exerça o diálogo entre o fazer e o ensinar filosofia. Queremos 
preparar o bacharel para enfrentar os desafios éticos e políticos do Século XXI, 
confirmando a análise com a competente ligação com os conteúdos filosóficos 
distribuídos por todo o curso. 
 
6.2.1. Competências e Habilidadesdo Bacharel 
 
 Perceber a integração necessária entre a filosofia e a produção científica e/ou 
artística, assim como o agir individual e coletivo; 
 Relacionar a Filosofia com as várias Ciências Humanas, mostrando a 
especificidade do campo Filosófico; 
 Acompanhar o processo de educação filosófica em pessoas, grupos e 
comunidades; 
 Oferecer assessoramento filosófico a pessoas, empresas, grupos e igrejas; 
 Interpretar com rigor científico o sentido e as práticas da sociedade 
contemporânea; 
 Efetuar seleção e análise de conteúdos filosóficos, mostrando sua contribuição 
para a vida humana; 
 Desenvolver projetos de pesquisa nas várias áreas da Filosofia, através de 
artigos, ensaios filosóficos, livros e outros. 
 
6.2.2. Campos de atuação do Bacharel em Filosofia: 
 
As habilidades relacionadas à leitura, interpretação e produção de textos abrem 
possibilidades profissionais no mercado editorial, sobretudo no campo de tradução e 
crítica de obras clássicas. 
Outro campo que vem se ampliando é a atuação em empresas do terceiro 
setor, principalmente as de perfil humanitários, e ainda diversos tipos de órgãos 
governamentais. Por lidar freqüentemente com questões ligadas à Ética, esses órgãos 
valorizam cada vez mais profissionais com formação em Filosofia. Em virtude disso, é 
30 
 
comum verificar a atuação de profissionais graduados em Filosofia atuando na 
coordenação executiva de atividades que envolvem o gerenciamento de ações 
administrativas, técnica, política e financeira de ONG's, estabelecendo estratégias de 
planejamento, monitoramento e avaliação das atividades, as quais contam com a 
participação de um corpo de voluntários, convocados para este fim. 
Numa perspectiva mais tradicional, o Curso de Bacharelado em Filosofia visa 
preparar o aluno para a pesquisa e o magistério superior, capacitando o indivíduo para 
o ingresso em Cursos de pós-graduação (Mestrado e Doutorado) que contemplam a 
produção de trabalhos científicos a partir de estudos aprofundados em Filosofia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
VII. Objetivos 
 
Geral 
 
Formar profissionais cidadãos capazes de atuar competentemente na 
educação básica, no campo de ensino e da pesquisa em Filosofia, englobando 
qualificações direcionadas a outras áreas de trabalho tais como ações de 
gerenciamento ético-político, planejamentos administrativos, monitoramento e 
análises estratégicas educacionais, como consultorias e coordenações. 
 
 Específicos 
 
 Desenvolver competências que propiciem o domínio da Filosofia; 
 Refletir critica e analiticamente sobre a Filosofia como um fenômeno 
educacional, social, histórico, cultural, político e ideológico. 
 Desenvolver uma visão crítica das perspectivas teóricas adotadas nas 
investigações filosóficas, que fundamentem a formação do profissional em 
Filosofia, licenciado e bacharel. 
 Promover o desenvolvimento de competências que dominem conteúdos 
essenciais que são objetos dos processos de ensino e aprendizagem no 
ensino fundamental e médio. 
32 
 
 Levar ao domínio da práxis pedagógica que viabilizem a transposição do 
conhecimento filosófico para as diferentes esferas de ensino-aprendizagem. 
 Impulsionar compromissos sociais e ético-políticos, visando o desenvolvimento 
da formação cidadã e profissional de modo permanente. 
 Atender às pessoas que desejam uma qualificação filosófica para melhor 
responder aos desafios da cultura contemporânea nas comunidades e na 
sociedade. 
 Responder às exigências da formação de professores/pesquisadores para 
atendimento das necessidades sociais da região de Feira de Santana. 
 Colaborar com o aperfeiçoamento de docentes que atuem no ensino de 
Filosofia. 
 Fazer repercutir o trabalho da Filosofia, envolvendo a comunidade universitária 
e a sociedade, refletindo sobre os acontecimentos e fatos que abranja a 
dimensão filosófico-cultural. 
 Promover uma formação que favoreça o diálogo com as outras áreas do saber. 
 Apresentar a Filosofia como modo de saber e sua importância para o diálogo 
do homem com o mundo. 
 Demonstrar a relevância social da Filosofia para questões e respostas aos 
desafios da realidade emergente com uma linguagem crítico-construtiva e 
dialógica. 
 Fomentar a pesquisa e a formação docente, fundamentada em critérios 
científicos, propiciando a integração entre ensino, pesquisa e extensão, no que 
diz respeito às exigências sociais do século XXI. 
 Atender à necessidade da região de Feira de Santana no que toca à questão 
de profissionais competentes e capacitados para trabalhar com Filosofia no 
ensino Fundamental e Médio. 
 Formar licenciados e bacharéis socialmente conscientes e atentos, 
considerando o saber como uma construção social. 
 Formar profissionais que tenha o ser humano como princípio e fim do processo 
de formação com comprometimento ético. 
 Garantir a flexibilidade de pensamento e a liberdade de expressão. 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
VIII. Organização Curricular 
 
8.1 Referências Legais do Curso 
 
 A duração para uma modalidade proposta por este projeto levou em conta as 
considerações do Parecer CNE/CES 108/2003 de 07/05/2003– que tratou da duração 
dos cursos presenciais de Bacharelado – obedeceu aos parâmetros fixados pelo 
Ministério da Educação no Parecer CNE/CES 492/2001 de 03/04/2001 – que 
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Filosofia – bem como 
se alinhou com as recomendações da Comissão de Especialistas de Ensino de 
Filosofia (CEE-FILO) que embasaram aquele Parecer. Para o caso específico da 
licenciatura, o documento-guia foi a Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, 
que instituiu a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, complementado 
pelo Parecer CNE/CP 28/2001, de 02 de outubro de 2001, que a citada Resolução 
declara, em seu preâmbulo, ter sido um de seus fundamentos. Parecer CNE 
1363/2001; parecer CNE 4/1998, 2002; CNE Resolução 1/2002; CNE/Resolução 
2/2002; CNE/Parecer 67/2003. 
 
 Também serviram como base legal para a presente proposta a Resolução 
CNE/CES 12, de 13 de março de 2002 que estabelece as Diretrizes Curriculares para 
os cursos de Filosofia e o parecer 329/2004 sobre a Carga horária mínima dos cursos 
de graduação na modalidade presencial. E por fim, com tamanha relevância, levamos 
em consideração o Parecer 38/2006 do Conselho Superior de Educação, que torna 
obrigatório o ensino de filosofia e sociologia no ensino médio de todas as escolas 
públicas e privadas do país. 
34 
 
 
 
 
 
 
 
8.2 Estruturação do Curso 
 
Dispusemos nosso currículo com três grandes eixos de conteúdos específicos 
de formação básica em Filosofia. Um Eixo Comum de conteúdo de formação 
específica em Filosofia (teoria e prática), inclusive a monografia final de curso; outro 
Eixo de Conteúdos Teórico/Práticos exclusivos da Licenciatura, incluindo aí o 
Estágio; e um Eixo de Pesquisa Integradora exclusivo do Bacharelado. 
 Com isso, pretendemos uma formação com conteúdos básicos específicos 
idênticos, inclusive os componentes monográficos, tanto para o bacharel quanto para 
o licenciado em Filosofia. Estas habilitações devem cumprir uma função formadora 
caracterizando o rigor da pesquisa e a vinculação com o ensino. 
 
O Eixo Comum é dividido em: 
1. História da Filosofia 
2. Fundamentos de Filosofia 
3. Sistemática Filosófica 
4. Optativas Eletivas 
5. Optativas de Aprofundamento em Filosofia 
6. Monografia I e Monografia II – TCC 
Os alunos deverão cursar ao menos dois componentes de Optativas deAprofundamento em Filosofia e ao menos duas Optativas Eletivas, conforme sua 
35 
 
orientação, o que permite uma flexibilização que o mesmo constrói. Sendo que no 
total, o aluno deverá ter cursado seis optativas respeitando o mínimo exigido para 
complementação da carga horária e integralização do curso. 
As únicas distinções específicas do curso são: os componentes do Eixo de 
Pesquisa Integradora, exclusiva do Bacharelado; os componentes do Eixo de 
Conteúdos Teórico/Práticos, exclusivos da Licenciatura. 
A escolha da modalidade deverá ser feita a partir do quarto semestre, posto 
que, nesse momento, o aluno já estudou os temas fundamentais da formação básica 
que possibilitará uma visão de conjunto dos princípios formadores de Filosofia. 
Esses 03 eixos temáticos, como se pode perceber dá conta das já citadas 
exigências legais e, além disso, oferecem uma resposta inovadora para a demanda 
emergente de profissionais de filosofia. Mesmo que essas exigências não existissem, 
os eixos, a nosso ver, oferecem oportunidade de buscar respostas aos problemas e 
desafios da nossa época, investigando, por exemplo, os feitos e conseqüências do 
saber científico, as práticas humanas na direção da ética e da cidadania. 
Os eixos também possibilitam o cumprimento da exigência de um mínimo de 
2800 horas para as licenciaturas, bem como respeitam a necessidade de um mínimo 
de 2400 horas para o bacharelado. Nossa proposta de curso, como já se sabe, pouco 
supera esses mínimos (bacharelado: 2425 horas; licenciatura: 2870 horas), sendo 
essas pequenas diferenças em relação aos mínimos legais uma das conseqüências 
de um esforço, dos autores do presente projeto, no sentido de acompanhar as 
sugestões da CEE-FILO e da Resolução CNE/CP 2 (esta, em seu art. 20), que 
sugerem estruturas curriculares que possibilitem a conclusão do Bacharelado ou da 
Licenciatura em quatro anos. 
 Assim, buscando percorrer os temas e as discussões em sua totalidade, 
distribuímos os conteúdos curriculares de modo a obter uma progressão cronológica e 
uma complementaridade entre os conteúdos curriculares. Vejamos um exemplo dessa 
complementaridade: as disciplinas de “Filosofia Antiga” e as de “Lógica” foram 
alocadas nos dois primeiros semestres a fim de que os professores das primeiras não 
precisassem se deter em abordagens relativas à Lógica que Aristóteles fundou, 
podendo, assim, concentrar-se em outros temas clássicos. Um outro exemplo pode 
ser retirado do quarto semestre, em que coabitam a “História da Filosofia 
Contemporânea”, a “Filosofia da Ciência”, que começa a se constituir como disciplina 
filosófica no momento inicial do mesmo período. 
36 
 
Ainda quanto à distribuição dos conteúdos disciplinares, vale a pena destacar a 
classificação dos componentes práticos que farão parte das duas modalidades. Daí se 
segue que as atividades de investigação e prática filosófica reforçam o entendimento 
de que a pesquisa e a docência são indissociáveis e de que bacharelado e licenciatura 
não se constituem em modalidades dicotômicas. 
De fato, com exceção dos Componentes pedagógicos e Estágio e as 
Pesquisas Integradoras, os conteúdos curriculares dos troncos são comuns para 
bacharelandos e licenciandos, sendo as atividades de ensino e pesquisa igualmente 
contempladas em cada uma delas; é somente a partir do quarto semestre, quando a 
opção formal do discente por uma ou outra modalidade far-se-á necessária, que os 
conteúdos curriculares sofrem pequenas distinções, privilegiando a pesquisa 
acadêmica, em uma maior quantidade de componentes de aprofundamento e os 
integradores para o bacharelado, e as habilidades mais específicas necessárias para o 
magistério, para a licenciatura. 
Vejamos inicialmente do eixo comum, que será cursado nos primeiros 
semestres tanto pelos futuros bacharéis quanto pelos futuros licenciados, uma vez que 
ainda não se terá exigido, nesses semestres, opção por uma ou outra dessas 
modalidades. 
 
8.3 Os Componentes 
 
Na distribuição dos componentes buscou-se a interação conteúdo-realidade, de sorte 
que o processo de aprendizagem vivenciado pelo aluno ocorra num contexto de 
respeito às diferenças individuais. Os componentes, portanto, são apresentados de 
forma que contribua com a aquisição, por parte do aluno, de conhecimentos prévios 
para os novos desafios cognitivos inerentes à sua formação. Divididos em eixos 
temáticos gerais, os componentes se classificam efetivamente dentro de uma visão 
integradora, entre os clássicos, com o suporte para o entendimento das questões 
contemporâneas e emergentes. 
 
 
 
37 
 
 
8.3.1. Eixo Comum – específico da formação básica em Filosofia (Licenciatura e 
Bacharelado) 
 
8.3.1.1. Conteúdos de História da Filosofia: História da Filosofia Antiga, 
História da Filosofia Medieval, História da Filosofia Moderna e História da Filosofia 
Contemporânea. 
 
8.3.1.2. Conteúdos de Sistemática Filosófica: Introdução à Filosofia, Estudo 
do Texto Filosófico, Lógica I e Lógica II. 
 
8.3.1.3 Conteúdos de Fundamentos: Ontologia, Filosofia da Ciência, Teoria 
do Conhecimento, Filosofia da Linguagem, Filosofia Política, Ética, Estética, 
Antropologia Filosófica. 
 
8.3.1.4. Optativas de Aprofundamento em Filosofia: Filosofia da Religião, 
Filosofia Clínica, Filosofia Oriental, Filosofia da História, Filosofia Social, Filosofia do 
Direito, Filosofia e Ensino, Mitologia Grega, Bioética, Filosofia da América Latina, 
Filosofia Brasileira, Filosofia Oriental. Filosofia da Mente, Hermenêutica Filosófica, 
Pensamento Africano, Oficinas de Filosofia, Seminários Temáticos em Filosofia. 
Filosofia da História. 
 
8.3.1.5. Optativas Eletivas: LET 502 – História Geral da Arte, EDU 617 – 
Mídia e Educação, CHF 902 – Psicologia Social, CHF 400 – Ciência Política. História 
da Educação. Fundamentos de didática. Avaliação educacional. 
 
 
8.3.2. Eixo de Conteúdos Teórico/Práticos – Componentes Exclusivos da 
Licenciatura: Filosofia da Educação, Escola, Docência e Cotidiano Escolar, 
38 
 
Psicologia e Educação, Metodologia e Didática do Ensino de Filosofia, Relações 
Étnico-raciais na Escola, Novas Tecnologias da Comunicação e da Informação em 
Educação, Educação Especial e Políticas Educacionais Inclusivas, Política e Gestão 
Educacional, Libras: Noções Básicas, Estágio I, Estágio II, Estágio III e Estágio IV. 
8.3.3. Eixo de Pesquisa Integradora – Componentes Exclusivos do 
Bacharelado: Metodologia da Pesquisa em Filosofia, Seminário de Pesquisa I, 
Seminário de Pesquisa II, Tópicos em Filosofia I, Tópicos em Filosofia II, Monografia I 
e Monografia II -TCC 
 
8.4 Coerência do Currículo com os Objetivos do Curso 
 
 O eixo em volta do qual se constrói o currículo do Curso de Filosofia, 
modalidades Bacharelado e Licenciatura da Universidade Estadual de Feira de 
Santana deve preconizar a formação de profissionais capazes de analisar e intervir no 
cenário cultural utilizando conhecimentos teóricos e práticos consolidados durante a 
graduação, visando à articulação do ambiente acadêmico e social dentro de uma 
formação crítica e ética. Diante disso, propomos um currículo com uma flexibilidade 
curricular que enseja a liberdade, como condição precípua da investigação filosófica e 
a articulação do conteúdo com a finalidade de assegurar, ao futuro profissional e 
pesquisador, uma formação filosófica que seja academicamente relevante e, por isso, 
idêntica nos seus delineamentos fundamentais. 
 Em vista disso a construção da democracia e a conseqüente cidadania não 
podem ser indiferentes ao estudo de filosofia. A centralidade da pessoa humana define 
o projeto filosófico do curso, e tanto a Licenciatura