Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PSICO
DIAGNOSTICO
Luciene Viana
Ana Cláudia Sarmento
Maria Lucia
Mykael Sotero Negris
Ademilton Dos Reis Santos
CUIDADOS NO ESTABELECIMENTO DO DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO DA CRIANÇA E ADOLESCÊNCIA
 Jefferson Silva Krug
 Flávia Wagner 
Estudos do desenvolvimento infantil e o reconhecimento dos processos psicopatológicos na infância são recentes, estando relacionados ao próprio entendimento contemporâneo da infância e do papel da criança na sociedade.
Dificuldades em relação as questões comportamentais das crianças não eram consideradas de ordem médica, mas de ordem moral, enquanto condições relacionadas a dificuldades cognitivas resultavam em marginalização.
Psicologia na infância – começa a ser reconhecida no século XIX, tendo maior progresso no século XX.
O Psicólogo, a partir de sua linha teórica, procura formular hipóteses diagnosticas que possam auxiliar no estabelecimento do tratamento. 
Cuidados com as impressões iniciais
Desde Freud, sabe-se que a questão diagnóstica é composta por uma ambiguidade :
Por um lado pela utilidade do estabelecimento precoce de um diagnostico para determinar o tratamento.
Por outro lado pela certeza de que a pertinência do diagnóstico só é confirmada ao longo do tratamento (Dor, 1987/1991). 
As primeiras entrevistas configuram-se como uma aproximação inicial que produz uma orientação diagnostica que se confirmará ou se modificará no transcorrer do tratamento (Blinder, Knobel, & Siquier, 2011).
De acordo com Freud, o conflito latente nunca é claro no início de um acompanhamento, o que poderia incorrer em erro diagnóstico se o Profissional não considerar esse fato. São efeitos de defesas e dissimulação consciente.
7
Assim, o diagnóstico não pode ser construído apenas a partir de fatos reais, uma vez que ele decorre de histórias contadas.
No entanto, são subjetivas que constituem os passos iniciais do diagnostico. 
8
No caso de diagnóstico de crianças: 
A organização do aparelho psíquico e das defesas está em formação, não sendo possível equivaler os sintomas à doença.
Justificando a realização de avaliações diagnosticas iniciais, buscando discernir as configurações do campo sobre o qual o profissional é chamado a intervir.
O cuidado com o diagnóstico Psicopatológico na infância
B. J. Sadock, V. A. Sadock e Levin (2007) destacam 4 perspectivas de normalidade:
Normalidade como saúde, caracterizada pela ausência de psicopatologia:
Normalidade como utopia que concebe a normalidade a partir de um funcionamento ótimo do individuo.
Normalidade como média, que considera os comportamentos como fenômenos distribuídos de acordo com uma curva normal (curva de Gauss).
Normalidade como processo, em que múltiplos sistemas e processos interagem estabelecendo mudanças ao longo do tempo, as quais são essenciais para o entendimento do que é normal.
Definição da OMS, que propõe a classificação dos transtornos mentais e de comportamento da Cid 10, entendem a normalidade como um estado de bem-estar físico, mental e social. 
O DSM-5 define transtorno mental como uma “...síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um individuo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental”.
Cada conceito apresentam vantagens e desvantagens, e a operacionalização desses conceitos na prática clínica nem sempre é fácil.
Na infância e na adolescência a definição de normalidade é mais complexa.
As dificuldades que resultam na busca por atendimento estão relacionadas a quatro áreas principais : sintomas emocionais, problemas comportamentais, atrasos no desenvolvimento e dificuldades no relacionamento (Goodman & Scoot, 2012).
Cuidados com os elementos familiares e sociais.
Primeiro aspecto a ser considerado no diagnostico: exige reflexão do avaliador sobre a história, a rotina e as características da família e seus integrantes, bem como sobre a dinâmica do funcionamento familiar. 
A literatura (Aberastury, 1962/1986; Castro, Capezatto, & Saraiva, 2009) aponta que a avaliação é o período em que se faz necessário compreender dados globais do paciente, incluindo hábitos familiares, rotinas, valores, entre outros.
Trabalhar com crianças implica conhecer como seus conflitos integram a dinâmica do sistema familiar(Yanof, 2006). 
O diagnóstico é sustentado pela:
Analise de informações referentes à história da família.
A rotina de seus membros.
As suas condições financeiras.
A presença ou não de uma rede de apoio, como empregada, babá, etc.
Se avaliam também, as características pessoais e profissionais dos pais do paciente.
Blinder e colaboradores (2011), devem-se considerar no diagnostico as histórias e os desejos dos pais que sobredeterminam as características do filho.
Do ponto de vista individual,  leva-se em consideração:
O sexo da criança.
Sua história pregressa e atual.
A aparência física.
Os hábitos de higiene.
Os afetos predominantes.
A forma de se comunicar.
A situação escolar.
As preferenciais pessoais.
Relacionamentos com irmãos e amigos.
E como lida com sua privacidade.
A estrutura e a dinâmica familiar também deve ser consideradas para o estabelecimento do diagnóstico da criança para isso ponderamos elementos como: 
Personalidade dos pais.
Interação e funcionamento entre os membros da família.
Fantasias predominantes da família e agregados.
Além de aspectos transgeracionais familiares.
Avalia-se a relação do casal.
As funções parentais.
Os vínculos.
As visões do pais quanto à criança.
E as condições de resiliência da família.
Objetivos da entrevista com os pais:
Analisar a novela familiar.
Os lugares.
As alianças e os vínculos entre os membros da família. 
Para tal examina-se as funções estruturais dos pais:
A função materna.
A função paterna.
A função dos avós e dos tios.
O lugar da criança e dos seus irmãos na constelação familiar.
O cuidado com os elementos desenvolvimentais
Um psicodiagnóstico deve levar em consideração elementos desenvolvimentais, que abrangem avaliação das características cognitivas, psicomotoras e emocionais. 
O conhecimento do desenvolvimento emocional normal é tão importante quanto conhecer os transtornos emocionais de crianças e adolescentes. 
Portanto, a observação e a compreensão do paciente tendem a ser orientados pela perspectiva teórica de trabalho do profissional sobre o desenvolvimento humano.
Escosteguy (2012, p. 8) entende que “ Tanto para o processo de avaliação diagnóstica quanto no processo de escolha terapêutica, em relação aos sintomas ou falhas apresentadas pelo paciente, a questão do desenvolvimento examinada sobre múltiplos focos, ocupa posição central”. 
Pine (apud Escosteguy & Litvin, 1998). Propõe que o profissional compreenda o fenômeno do desenvolvimento a partir do conceito de fases, uma vez que nenhum conceito abrange a totalidade de sua experiência em cada idade. 
Dependendo da teoria utilizada, pode-se considerar para fins diagnósticos, que uma criança de 2 anos esteja, ao mesmo tempo na fase anal, enfrentando determinado aspecto da fase de separação-individuação, e na fase de formação da identidade de gênero. Essa compreensão integradora possibilita a ampliação do olhar do psicólogo sobre o fenômeno do desenvolvimento, não ficando restrito a apenas uma concepção teórica.
Para avaliar o desenvolvimento cognitivo: brinquedos e jogos como instrumentos para essa avaliação, assim como a referencia do desempenho escolar da criança e o resultado de testes psicométricos. 
O desenvolvimento psicomotor engloba o diagnóstico de aspectos como motricidade fina, motricidade ampla, marcha e coordenação dos membros superiores e inferiores.
O desenvolvimento psicomotor juntamente com o desenvolvimento cognitivo, deve ser interpretado de maneira dinâmica em relação aos elementos emocionais do diagnóstico psicológico(Affonso, 2012ª; Castro& Levandowski, 2009).
Os aspectos emocionais incluem diferentes tópicos do desenvolvimento afetivo, podendo tomar como base diversas teorias.
24
O desenvolvimento emocional inclui, ainda, a capacidade da criança e do adolescente para lidar com determinadas situações e realizar certas operações que não envolvem apenas aspectos cognitivos ou psicomotores. 
Avaliamos principalmente a capacidade de simbolizar e representar algo que não está concretamente presente, além das capacidades de criatividade, abstração e tolerância a frustação.
A capacidade simbólica, condição da criança de fazer trocas com o psicólogo, distanciar-se dos dados concretos de sua história, dar sentido aos objetos a sua volta, bem como, criar histórias, brincar, imaginar e usar metáforas. 
Metaforizar, modo como os seres humanos caracterizam suas experiências, transformando o concreto em algo mais complexo, uma espécie de brincadeiras por meio de palavras, estaria diretamente relacionadas a capacidade criativa da criança, geralmente observado por meio de uso de materiais desestruturados, em momentos em que perde em algum jogo ou quando erra na produção de seus desenhos.
Em adolescentes, observa-se isso em relação a capacidade de atribuir sentido às suas escolhas por músicas, filmes, passatempos, ídolos, entre outros. 
Também é recomendado avaliar aspectos do desenvolvimento emocional como as capacidades de vínculo, insigth, reparação, resiliência, integração, continência, organização e de lidar com a culpa.
Para alguns Psicólogos, o diagnóstico da problemática ou crise da criança e do adolescente é realizado dentro do contexto evolutivo.
É importante considerar, na reflexão diagnóstica, os elementos desenvolvimentais à luz da experiência da criança, não apenas em relação ao comportamento esperado para sua idade.
O cuidado com os elementos sintomatológicos
Qualquer diagnostico na infância e na adolescência não pode prescindir de um exame apurado dos motivos da consulta e das características do sintoma dos pacientes. 
Os motivos manifestos trazidos por pais e pacientes merecem uma reflexão especial para a compreensão dos motivos latentes inconscientes de seu sofrimento.
Levamos em consideração, para o diagnostico, o motivo da consulta, em especial três aspectos:
Os conflitos e sofrimentos relatados pela criança ou adolescente.
As razões referidas pelos pais que explicariam tal sofrimento.
E o porquê do momento da busca pela avaliação.
No período de avaliação que precede o processo psicoterápico é importante fazer alguns questionamentos sobre o porquê da procura do atendimento e se há algo especial que a motivou. 
É importante investigar as fantasias da doença, cura e analise, e fazer um exame da adequação da demanda.
Os sintomas merecem a escuta atenta dos profissionais. 
A investigação do diagnóstico a partir de uma perspectiva nosológica é uma das abordagens que o psicólogo pode utilizar (DSM-5 (APA, 2014) e CID – 10 (OMS, 1993).
Vantagens e desvantagens de termos nosológicos:
Vantagens – facilitar a comunicação em contextos clínicos e de pesquisas e possibilitar a identificação de um conjunto de informações  sobre cada transtorno, incluindo curso, prognostico, e comorbidades mais frequentes, que poderão auxiliar no estabelecimento do tratamento e na avaliação do sucesso da intervenção. 
- No contexto da Educação e da Saúde pública, o estabelecimento de um diagnóstico descritivo também permite o acesso a serviços complementares, como tratamentos especializados e métodos de ensino adaptados às necessidades da criança ou do adolescente (Volkmar et al., 2002). 
Desvantagens – classificar, rotular o sujeito. 
O diagnóstico deve almejar o sentido do sintoma, devendo este permear o raciocínio do Psicólogo em todas as modalidades de atendimento clínico (Romano, 1999).
A aparência do sintoma pode induzir a erro de avaliação, gerando necessidades de escuta de outros elementos. O Psicólogo utilizará sua teoria de base, que oferecerá aportes para explicar o desenvolvimento de determinada patologia. No caso da Psicanálise “metapsicológicos”.
O cuidado com os elementos metapsicológicos
Esse componente diagnostico inclui, nível de funcionamento/estrutura, o padrão de relações objetais, o tipo de ansiedade/angústia predominante, o nível de autonomia, o nível de pensamento, os recursos egoicos, as representações de self e a dinâmica do campo analítico.
Reserva um espaço importante para a análise do funcionamento psíquico a partir das falhas no processo de recalcamento, que impediriam a simbolização por possibilitarem a invasão de conteúdos conflitivos na consciência.
Outro aspecto avaliação nível de funcionamento mental do paciente. Definido como organização psíquica da criança, as organizações neurótica, psicótica, perversa e borderline.
Crianças neuróticas – apresentam expressão lúdica com reconhecimento parcial da realidade, coexistindo áreas livres de conflito e outras mais regressivas.
Crianças psicóticas – predominaria o brincar concreto, estereotipado e distante do “como se”. 
Examina-se as posições paranoide e depressivas e as características da integração e desintegração de si e dos objetos. 
Integramos ao grupo de aspectos componentes do diagnostico psicológico, é necessário incluir a analise da transferência e contratransferência e das resistências a avaliação. 
A escuta é feita, portanto, a partir do “adoecimento” do campo pela doença do paciente, sendo traduzido e interpretado, entre outros aspectos, mediante analise de transferência e contratransferência.
BIBLIOGRAFIA
HUTZ, Claudio Simon, BANDEIRA, Denise Ruschel, TRENTINI, Clarissa Marceli, KRUG, Jefferson Silva. Editora: Artimed. Psicodiagnóstico. Publicação: 2016. Pag. 230-237.