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09/09/2013 1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS DISLIPIDEMIAS Dr. Paulo César R. Sanches LEITURA RECOMENDADA LEITURA RECOMENDADA 09/09/2013 2 AVALIAÇÃO LABORATORIAL AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS DAS DISLIPIDEMIAS DISLIPIDEMIAS Naturalmente precedida por: Naturalmente precedida por: História Clínica Minuciosa História Clínica Minuciosa Antecedentes Familiais Antecedentes Familiais Características da Dieta e do Estilo de Vida Características da Dieta e do Estilo de Vida Exame Físico Detalhado Exame Físico Detalhado Determinação do Perfil de Risco do Paciente Determinação do Perfil de Risco do Paciente Estima‐se que 40% 40% da população adulta mundial tenha alguma forma de dislipidemia, isolada ou associada a outros fatores de risco cardiovascular. Estudo brasileiro envolvendo 81.262 pessoas de diversas regiões do país revelou que: 42% 42% das mulheres 38% 38% dos homens tinham níveis séricos de colesterol > 200 colesterol > 200 mg/dl mg/dl. Martinez TL et al. Campanha nacional de alerta sobre o colesterol elevado. Determinação do nível de colesterol de 81.262 brasileiros. Arq Bras Cardiol. 2003;80:631‐638. 09/09/2013 3 Apesar do considerável progresso da medicina, a morbidade morbidade e a mortalidade mortalidade por doenças doenças cardiovasculares cardiovasculares são consideráveis e tendem a aumentar em decorrência da elevada incidência de doenças, que se acompanham de alterações dos lípides, como diabete diabete e obesidade obesidade, bem como a adoção do estilo estilo vida ocidental vida ocidental por diferentes países. Sinonímia – Dislipidemia ‐ Hiperlipoproteinemia O termo dislipoproteinemia dislipoproteinemia reflete de forma mais adequada as alterações dos lípides e das vias de transporte das lipoproteínas associadas às doenças arteriais. Chapter Chapter 47 47 – – Lipoprotein Lipoprotein Disorders Disorders and and Cardiovascular Cardiovascular Disease Disease Jacques Jacques Genest Genest, , Peter Libby Peter Libby vAs dislipoproteinemias, dislipoproteinemias, de forma isolada, raramente desencadeiam sintomas ou sinais clínicos evidenciáveis ao exame físico, ou seja, são necessários exames exames laboratoriais laboratoriais para a identificação. vFator de risco para aterosclerose aterosclerose e DAC DAC. 09/09/2013 4 Sistema de Transporte Sistema de Transporte das das Lipoproteínas Lipoproteínas vO sistema de transporte de lípides desenvolveu‐se em animais para carregar moléculas hidrofóbicas hidrofóbicas (gorduras) do ponto de origem (sistema GI e fígado) até o local de utilização (músculos e tecidos produtores de hormônios) pelo meio aquoso do plasma. Sistema de Transporte Sistema de Transporte das das Lipoproteínas Lipoproteínas As apolipoproteínas apolipoproteínas (apo) contêm domínios hidrofílicos e hidrofóbicos e essa estrutura anfipática permite que essas proteínas façam a ponte entre o ambiente aquoso do plasma e os constituintes fosfolipídicos das lipoproteínas. Os principais lípides que circulam no plasma são: q q Colesterol Colesterol e ésteres de e ésteres de colesterol colesterol, q Fosfolípides Fosfolípides, q q Triglicérides Triglicérides 09/09/2013 5 Estrutura das principais moléculas de lípides: COLESTEROL COLESTEROL ÉSTERES DE COLESTEROL ÉSTERES DE COLESTEROL TRIGLICÉRIDES TRIGLICÉRIDES FOSFOLÍPIDES FOSFOLÍPIDES Fosfatidilcolina Fosfatidilcolina Esfingomielina Esfingomielina R = cadeia R = cadeia acetil de ácidos graxos acetil de ácidos graxos Sistema de Transporte Sistema de Transporte das das Lipoproteínas Lipoproteínas O colesterol colesterol é componente essencial das membranas celulares e fornece substrato para hormônios esteroides e ácidos biliares. A maior parte do colesterol plasmático circula sob a forma de ésteres de colesterol, no interior das partículas de lipoproteínas. As lipoproteínas plasmáticas dividem‐se em 5 classes com base na densidade (ultracentrifugação) relativa: o oQ Quilomícrons uilomícrons o Lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL VLDL) o Lipoproteínas de densidade intermediária (IDL IDL) o Lipoproteínas de densidade baixa (LDL LDL) o Lipoproteínas de densidade alta (HDL HDL) 09/09/2013 6 09/09/2013 7 CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS Critério – ETIOLOGIA ETIOLOGIA v PRIMÁRIAS – decorrente de alterações genéticas ou mutações gênicas. v SECUNDÁRIAS – associadas a outras enfermidades. 09/09/2013 8 Classificação Atual Alteração Bioquímica Lipoproteínas Alteradas Hipercolesterolemia familial Deficiência dos receptores de LDL LDLC Alteração familial da apoB 100 ApoB 100 mutante LDLC Hipercolesterolemia poligênica Desconhecida LDLC Hipertrigliceridemia familial Desconhecida VLDLC Deficiência familial de lipase lipoprotéica Deficiência de lipase lipoprotéica QM, VLDL Deficiência familial de apo CII Deficiência de apo CII QM, VLDL Hiperlipidemia familial combinada Desconhecida VLDLC, LDLC Disbetalipoproteinemia Presença de isoformas de apo E2 VLDLC, LDLC CARACTERÍSTICAS DAS DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS CARACTERÍSTICAS DAS DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS Critério – ETIOLOGIA ETIOLOGIA SECUNDÁRIAS SECUNDÁRIAS Diabete Melito Obesidade Hipotiroidismo Sedentarismo Nefropatias Fármacos Hepatopatias Alcoolismo Erros alimentares 09/09/2013 9 CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS Critério – LÍPIDE ALTERADO (FENÓTIPO) LÍPIDE ALTERADO (FENÓTIPO) Aumento isolado dos níveis séricos de colesterol colesterol – h hipercolesterolemia isolada ipercolesterolemia isolada. Aumento isolado dos níveis séricos de triglicérides triglicérides – hipertrigliceridemia isolada hipertrigliceridemia isolada. Aumento dos níveis séricos de colesterol e colesterol e triglicérides triglicérides – dislipidemia mista dislipidemia mista. Diminuição isolada dos níveis de HDL HDL C C. CLASSIFICAÇÃO DAS CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS DISLIPIDEMIAS Critério – GENÓTIPO GENÓTIPO § MONOGÊNICAS – decorrente de mutações num único gene. § POLIGÊNICAS – decorrente da associação de múltiplas mutações. IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC – 2007. Classificação Fenotípica ou Bioquímica das Dislipidemias Valores dos níveis séricos de: CT LDLC TG HDLC 09/09/2013 10 IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC – 2007. Classificação Fenotípica ou Bioquímica das Dislipidemias a) Hipercolesterolemia isolada b) Hipertrigliceridemia isolada c) Hiperlipidemia mista d) HDLC baixo IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC Classificação Fenotípica ou Bioquímica das Dislipidemias a) Hipercolesterolemia isolada Elevação isolada do LDL Elevação isolada do LDL C C Níveis séricos ≥ 160 mg/dl Níveis séricos ≥ 160 mg/dl LDL LDL C C 09/09/2013 11 IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC Classificação Fenotípica ou Bioquímica das Dislipidemias b) Hipertrigliceridemia isolada Elevação isolada dos TG Elevação isolada dos TG Níveis séricos ≥ 150 mg/dl Níveis séricos ≥ 150 mg/dl IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da SociedadeBrasileira de Cardiologia – SBC Classificação Fenotípica ou Bioquímica das Dislipidemias c) Hiperlipidemia mista Elevação dos níveis séricos Elevação dos níveis séricos de: de: LDL ≥ 160 mg/dl e LDL ≥ 160 mg/dl e TG ≥ 150 mg/dl TG ≥ 150 mg/dl IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC Classificação Fenotípica ou Bioquímica das Dislipidemias c) Hiperlipidemia mista N Níveis séricos de TG ≥ 400 mg/dl íveis séricos de TG ≥ 400 mg/dl – – o o cálculo do LDL cálculo do LDL C pela fórmula de C pela fórmula de Friedewald é inadequado Friedewald é inadequado – – considerar considerar Hiperlipidemia quando os níveis séricos Hiperlipidemia quando os níveis séricos de de CT ≥ 200 mg/dl CT ≥ 200 mg/dl. . 09/09/2013 12 IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC Classificação Fenotípica ou Bioquímica das Dislipidemias d) HDL HDL C baixo C baixo: redução do HDL edução do HDL Homens < 40 mg/dl Homens < 40 mg/dl Mulheres < 50 mg/dl Mulheres < 50 mg/dl Ø com ou sem elevação associada de LDLC ou TG. AVALIAÇÃO CLÍNICA HISTÓRIA CLÍNICA § HISTÓRIA CLÍNICA MINUCIOSA § ANTECEDENTES FAMILIAIS § HÁBITOS DIETÉTICOS § ESTILO DE VIDA § EXISTÊNCIA DE DOENÇA ATEROSCLERÓTICA ESTABELECIDA: q Doença Arterial Coronariana q Doença Cerebrovascular q Doença Vascular Periférica FATOR FATOR DE RISCO DE RISCO PÂRAMETROS PÂRAMETROS (Segundo (Segundo a IV Diretriz a IV Diretriz – – SBC) SBC) Idade Homem > 45 anos de idade Mulher > 55 anos de idade História familial ‐ parente de 1º grau Homem > 55 anos de idade Mulher > 65 anos de idade Hipertensão Arterial ≥ 140/90 mmHg ≥ 140/90 mmHg Tabagismo HDL‐C baixo LDL‐C alto < 40 Homem e < 50 Mulher Depende do risco do paciente Existência de doença aterosclerótica Diabete Melito PARÂMETROS QUE DEVEM SER INVESTIGADOS NA ANAMNESE PARÂMETROS QUE DEVEM SER INVESTIGADOS NA ANAMNESE 09/09/2013 13 A summary of human genetic and environmental risk factors for atherosclerosis. Major genes linked to atherosclerosis are listed on the left; polygenes (genes have small, presumably cumulative effects) are listed on the right. Environmental factors are listed in the center. AVALIAÇÃO CLÍNICA EXAME FÍSICO o Peso o Altura o Índice de Massa Corpórea o Medida da Circunferência da Cintura Abdominal o Pressão Arterial o Avaliação dos Pulsos Periféricos o Ausculta Pulmonar e Cardíaca o Ausculta sobre as Artérias Carótidas e Aorta o Sinais de doença tiroidiana, renal ou hepática ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES DA PELE DA PELE DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO SIGNIFICADO SIGNIFICADO Xantelasma Deposição de colesterol na epiderme das órbitas Hipercolesterolemia Arco Senil Deposição de colesterol nas margens das córneas Hipercolesterolemia em pacientes com menos de 60 anos Xantomas Plantares Depósitos amarelo alaranjados nas regiões interdigitais e nádegas Patognomônico de hipercolesterolemia familial homozigótica Xantomas Tendíneos Deposição de colesterol nos tendões de músculos extensores (mãos, tendão de Aquiles e cotovelos) Hipercolesterolemia grave Xantomas Tuberosos Xantomas elevados em áreas expostas à pressão Disbetalipoproteinemia Xantomas Eruptivos Deposição cutânea de células espumosas, eritema com pápula central Hipertrigliceridemia grave SINAIS CLÍNICOS RELACIONADOS À DISLIPIDEMIA SINAIS CLÍNICOS RELACIONADOS À DISLIPIDEMIA 09/09/2013 14 X A N T E L A S M A A R C O S E N I L X A N T O M A S T E N D Í N E O S 09/09/2013 15 XANTOMAS DOS TENDÕES EXTENSORES DAS MÃOS E DO TENDÃO DE AQUILES. X A N T O M A S T E N D Í N E O S XANTOMAS TUBEROSOS MÚLTIPLOS DA MÃO 09/09/2013 16 XANTOMAS ERUPTIVOS DO ABDOME XANTOMAS ERUPTIVOS NA FACE 09/09/2013 17 09/09/2013 18 09/09/2013 19 09/09/2013 20 09/09/2013 21 DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DIABÉTICOS DIABÉTICOS Ø ØHipertrigliceridemia Hipertrigliceridemia Ø ØRedução do HDL Redução do HDL c c Ø Ø Aumento das partículas LDL Aumento das partículas LDL pequenas e densas pequenas e densas Ø ØMeta para os níveis de Meta para os níveis de LDL LDL c < 70mg/dl c < 70mg/dl DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS NEFROPATAS NEFROPATAS § § 90% dos nefropatas tem 90% dos nefropatas tem hipercolesterolemia hipercolesterolemia § § Hipertrigliceridemia Hipertrigliceridemia § § HDL HDL c < 35 mg/dl c < 35 mg/dl 60% 60% § § Lp Lp(a) > 30 mg/dl (a) > 30 mg/dl 09/09/2013 22 DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS NEFROPATAS NEFROPATAS FATORES AGRAVANTES FATORES AGRAVANTES q q Microalbuminúria Microalbuminúria q q Clearance de creatinina < 60 Clearance de creatinina < 60 ml/min ml/min q q Creatinina > 1,5 mg/dl Creatinina > 1,5 mg/dl DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS HIPOTIREOIDISMO HIPOTIREOIDISMO Aumento dos níveis de LDL Aumento dos níveis de LDL c c < número de receptores hepáticos < número de receptores hepáticos Obesidade Obesidade – – Hipertrigliceridemia Hipertrigliceridemia > produção hepática de VLDL > produção hepática de VLDL < lipólise dos triglicérides séricos < lipólise dos triglicérides séricos Indivíduos com genótipo E Indivíduos com genótipo E 2/E 2/E 2 2 – – remoção lenta dos remanescentes de remoção lenta dos remanescentes de VLDL VLDL DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS HEPATOPATIAS CRÔNICAS HEPATOPATIAS CRÔNICAS § § Cirrose biliar Cirrose biliar § § Colangite esclerosante Colangite esclerosante § § Outras hepatopatias que cursam Outras hepatopatias que cursam com colestase com colestase Hipercolesterolemia significativa Hipercolesterolemia significativa 09/09/2013 23 DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS SIDA SIDA < HDL < HDL c c > Triglicérides > Triglicérides > > Lp Lp(a) (a) Algumas Algumas Questões Questões Comentadas Comentadas ? Escolha a alternativa ERRADA sobre as Escolha a alternativa ERRADA sobre as apolipoproteínas: apolipoproteínas: a) a) A apo Al é o principal componente da A apo Al é o principal componente da lipoproteína de alta densidade. lipoproteína de alta densidade. b) b) A deficiência combinada de Al/CIII constitui A deficiência combinada de Al/CIII constitui doença genética associada a aterosclerose doença genética associada a aterosclerose prematura. prematura. c) c) A apo B48, sintetizada pelo intestino A apo B48, sintetizada pelo intestino delgado, e a apo B 100, secretada pelo delgado, e a apo B 100, secretada pelo fígado, são codificadas por 2 genes fígado, são codificadas por 2 genes distintos. distintos. d) d) A apo B 100 é a principal apoproteína das A apo B 100 é a principal apoproteína das lipoproteínas de baixa densidade (LDL). lipoproteínas de baixa densidade (LDL). e) e) A hiperlipoproteinemia do tipo III constitui A hiperlipoproteinemia do tipo III constitui doença da apoproteína E. doença da apoproteína E. 09/09/2013 24 A alternativa correta é a letra A alternativa correta é a letra C C As apolipoproteínas tem várias funções: sustentação estrutural, reconhecimento do receptor e, em alguns casos, atividade enzimática. A apo Al apo Al é o principal componente proteico da lipoproteína de alta densidade (HDL),inversamente associada a evidências angiográficas de DAC.[1] A apo AI apo AI também ativa a enzima acetiltransferase lecitina colesterol (lecithincholesterol acyltransferase [LCAT LCAT]). A LCAT permite que a partícula de HDL converta o colesterol obtido de tecidos periféricos em ésteres de colesterol, um passo importante no metabolismo reverso do colesterol. As duas formas de apoproteína B (apo B48 e apo B100 apo B48 e apo B100) são codificadas por um único gene, que revela um único mecanismo de edição, permitindo a síntese de ambas as proteínas [2]. A apo B 100 apo B 100 é a apoproteína principal da lipoproteína de baixa densidade (LDL LDL), permitindo o reconhecimento da partícula pelo receptor de LDL nas superfícies celulares. É possível encontrar apoproteína E em partículas de lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL), assim como em quilomícrons, partículas lipoproteína de densidade intermediária (IDL) e, em menor grau, em partículas de HDL. A maioria dos portadores de hiperlipoproteinemia do tipo III é homozigota para o genótipo E2/2 de apoproteína. Essa doença caracterizase pela aterosclerose prematura e acompanhase de hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia em decorrência do aumento das partículas de IDL ou também VLDL. References 1. Di Angelantonio E, Sarwar N, Perry P, et al: Major lipids, apolipoproteins, and risk of vascular disease. JAMA 2009; 302:1993 2000. 2. Bransteitter R, Prochnow C, Chen XS: The current structural and functional understanding of APOBEC deaminases. Cell Mol Life Sci 2009; 66:3137. Escolha a alternativa ERRADA sobre a hipertrigliceridemia: Escolha a alternativa ERRADA sobre a hipertrigliceridemia: a) a) Evidencia Evidencia se hipertrigliceridemia em portadores de: se hipertrigliceridemia em portadores de: diabetes mellitus, insuficiência renal crônica e diabetes mellitus, insuficiência renal crônica e obesidade. obesidade. b) b) O tabagismo e o consumo excessivo de álcool O tabagismo e o consumo excessivo de álcool acompanham acompanham se de hipertrigliceridemia. se de hipertrigliceridemia. c) c) Em estudos epidemiológicos, a correção dos níveis de Em estudos epidemiológicos, a correção dos níveis de HDL e de outros fatores provoca a diminuição do papel HDL e de outros fatores provoca a diminuição do papel da hipertrigliceridemia como preditor independente de da hipertrigliceridemia como preditor independente de DAC. DAC. d) d) Existe relação muito mais evidente entre Existe relação muito mais evidente entre hipertrigliceridemia e risco cardiovascular em mulheres hipertrigliceridemia e risco cardiovascular em mulheres do que em homens. do que em homens. e) e) A associação de fenofibrato e sinvastatina diminui os A associação de fenofibrato e sinvastatina diminui os níveis de triglicérides e acompanha níveis de triglicérides e acompanha se de diminuição de se de diminuição de eventos coronarianos maiores em diabéticos tipo 2, eventos coronarianos maiores em diabéticos tipo 2, quando comparado com o uso isolado de sinvastatina. quando comparado com o uso isolado de sinvastatina. 09/09/2013 25 A alternativa certa é a letra E A alternativa certa é a letra E A relação entre os níveis de triglicérides e a DAC DAC permanece controversa[1]. Embora a hipertrigliceridemia seja considerada fator de risco para a DAC, o seu significado tem sido atenuado por análises multivariadas. Provavelmente, isso seja decorrente da associação dos níveis elevados de triglicérides com outras doenças degenerativas, como diabetes mellitus, insuficiência renal crônica, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Além disso, existe a dificuldade de elaborar um estudo com o intuito de isolar os benefícios da redução dos níveis de triglicérides, uma vez que as drogas hipolipemiantes tem múltiplos efeitos no perfil lipídico. A associação entre hipertrigliceridemia e risco cardiovascular parece ser mais forte em mulheres que em homens[2]. Em estudo recente, denominado ACCORD ACCORD, pacientes com diabetes mellitus do tipo 2, que foram tratados com sinvastatina, obtiveram nítida redução dos níveis de triglicérides com a associação de fenofibrato. No entanto, quando comparados com placebo, a associação não provocou a redução de eventos clínicos (eventos cardiovasculares fatais, IM não fatal e AVC) [3]. References 1. Jialal I, Amess W, Kaur M: Management of hypertriglyceridemia in the diabetic patient. Curr Diabetes Rep 2010; 10:316. 2. Nordestgaard BG, Benn M, Schnohr P, et al: Nonfasting triglycerides and risk of myocardial infarction, ischemic heart disease, and death in men and women. JAMA 2007; 298:299. 3. The ACCORD Study Group : Effect of combination lipid therapy in type 2 diabetes mellitus. N Engl J Med 2010; 362:15631574. Escolha a alternativa ERRADA sobre a Escolha a alternativa ERRADA sobre a lipoproteína(a) lipoproteína(a) – – Lp Lp(a): (a): a) a) Um componente da Um componente da Lp Lp(a) é estruturalmente (a) é estruturalmente idêntico ao da LDL e outro é semelhante ao do idêntico ao da LDL e outro é semelhante ao do plasminogênio. plasminogênio. b) b) Os níveis de Os níveis de Lp Lp(a) não variam significativamente (a) não variam significativamente entre os grupos raciais. entre os grupos raciais. c) c) Os níveis de Os níveis de Lp Lp(a) variam pouco com as (a) variam pouco com as modificações na ingestão de gordura na dieta. modificações na ingestão de gordura na dieta. d) d) Estudos observacionais associaram a elevação Estudos observacionais associaram a elevação dos níveis de dos níveis de Lp Lp(a) com eventos (a) com eventos cardiovasculares. cardiovasculares. e) e) O ácido nicotínico diminui os níveis de O ácido nicotínico diminui os níveis de Lp Lp(a). (a). 09/09/2013 26 A alternativa correta é a letra A alternativa correta é a letra – – B B A Lp(a) é composta por partícula de LDL com a sua apoproteína B100, ligada por ponte dissulfídica à apolipoproteína (a) [apo(a)]. A apo(a) constitui molécula complexa, que tem sequência homóloga ao plasminogênio e essa característica estrutural admite a possibilidade de que a Lp(a) possa inibir a fibrinólise endógena pela competição com o plasminogênio pela ligação com a superfície endotelial. O principal determinante dos níveis de Lp(a) é genético[1,2] e, por isso, modificações na dieta e na atividade física não provocam impacto significativo. Os níveis de Lp(a) variam amplamente entre os grupos raciais e são mais elevados em afroamericanos. A alternativa correta é a letra A alternativa correta é a letra – – B B Estudos revelam que a Lp(a) constitui fator de risco independente para o risco vascular. A metanálise de 36 estudos, que envolveram mais de 12.000 pacientes, revelaram que a razão de risco ajustada de eventos cardiovasculares é 1,13 para cada aumento do desvio padrão dos níveis de Lp(a) [3]. A niacina constitui uma das poucas intervenções que pode reduzir os níveis de Lp(a) significativamente. As estatinas são ineficazes. Nenhum estudo revelou que a redução farmacológica dos níveis de Lp(a) melhora as evoluções cardiovasculares. Em contrapartida, a redução farmacológica do LDLc reduz significativamente o risco associado aos níveis plasmáticos de Lp(a). References 1. Clarke R, Peden JF, Hopewell JC, et al: Genetic variants associatedwith Lp(a) lipoprotein level and coronary disease. N Engl J Med 2009; 361:2518. 2. Kamstrup PR, TybjaergHansen A, Steffensen R, Nordestgaard BG: Genetically elevated lipoprotein(a) and increased risk of myocardial infarction. JAMA 2009; 301:2331. 3. The Emerging Risk Factors Collaboration : Lipoprotein(a) concentration and the risk of coronary heart disease, stroke, and nonvascular mortality.JAMA 2009; 302:412.
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