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09/09/2013 
1 
AVALIAÇÃO 
LABORATORIAL 
DAS 
DISLIPIDEMIAS 
Dr. Paulo César R. Sanches 
LEITURA 
RECOMENDADA 
LEITURA RECOMENDADA
09/09/2013 
2 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS DAS 
DISLIPIDEMIAS DISLIPIDEMIAS 
Naturalmente precedida por: Naturalmente precedida por: 
História Clínica Minuciosa História Clínica Minuciosa 
Antecedentes Familiais Antecedentes Familiais 
Características da Dieta e do Estilo de Vida Características da Dieta e do Estilo de Vida 
Exame Físico Detalhado Exame Físico Detalhado 
Determinação do Perfil de Risco do Paciente Determinação do Perfil de Risco do Paciente 
Estima‐se que 40% 40% da 
população adulta mundial 
tenha alguma forma de 
dislipidemia, isolada ou 
associada a outros fatores 
de risco cardiovascular. 
Estudo brasileiro envolvendo 81.262 
pessoas de diversas regiões do país 
revelou que: 
42% 42% das mulheres 
38% 38% dos homens 
tinham níveis séricos de colesterol > 200 colesterol > 200 
mg/dl mg/dl. 
Martinez TL et al. Campanha nacional de alerta sobre o colesterol elevado. 
Determinação do nível de colesterol de 81.262 brasileiros. Arq Bras Cardiol. 
2003;80:631‐638.
09/09/2013 
3 
Apesar do considerável progresso da 
medicina, a morbidade morbidade e a mortalidade mortalidade 
por doenças doenças cardiovasculares cardiovasculares são 
consideráveis e tendem a aumentar em 
decorrência da elevada incidência de 
doenças, que se acompanham de 
alterações dos lípides, como diabete diabete e 
obesidade obesidade, bem como a adoção do estilo estilo 
vida ocidental vida ocidental por diferentes países. 
Sinonímia – Dislipidemia ‐ Hiperlipoproteinemia 
O termo dislipoproteinemia dislipoproteinemia reflete de 
forma mais adequada as alterações dos 
lípides e das vias de transporte das 
lipoproteínas associadas às doenças 
arteriais.  Chapter Chapter 47 47 – – Lipoprotein Lipoprotein Disorders Disorders and and Cardiovascular Cardiovascular Disease Disease 
Jacques Jacques Genest Genest, , 
Peter Libby Peter Libby 
vAs dislipoproteinemias, dislipoproteinemias, de forma 
isolada, raramente desencadeiam 
sintomas ou sinais clínicos 
evidenciáveis ao exame físico, ou 
seja, são necessários exames exames 
laboratoriais laboratoriais para a identificação. 
vFator de risco para aterosclerose aterosclerose e 
DAC DAC.
09/09/2013 
4 
Sistema de Transporte Sistema de Transporte das das Lipoproteínas Lipoproteínas 
vO sistema de transporte de lípides 
desenvolveu‐se em animais para 
carregar moléculas hidrofóbicas hidrofóbicas 
(gorduras) do ponto de origem 
(sistema GI e fígado) até o local de 
utilização (músculos e tecidos 
produtores de hormônios) pelo meio 
aquoso do plasma. 
Sistema de Transporte Sistema de Transporte das das Lipoproteínas Lipoproteínas 
As apolipoproteínas apolipoproteínas (apo) contêm 
domínios hidrofílicos e hidrofóbicos e 
essa estrutura anfipática permite que 
essas proteínas façam a ponte entre o 
ambiente aquoso do plasma e os 
constituintes fosfolipídicos das 
lipoproteínas. 
Os principais lípides que 
circulam no plasma são: 
q q Colesterol Colesterol e ésteres de e ésteres de 
colesterol colesterol, 
q Fosfolípides Fosfolípides, 
q q Triglicérides Triglicérides
09/09/2013 
5 
Estrutura das principais moléculas de lípides: 
COLESTEROL COLESTEROL 
ÉSTERES DE COLESTEROL ÉSTERES DE COLESTEROL 
TRIGLICÉRIDES TRIGLICÉRIDES 
FOSFOLÍPIDES FOSFOLÍPIDES 
Fosfatidilcolina Fosfatidilcolina 
Esfingomielina Esfingomielina 
R = cadeia R = cadeia  acetil de ácidos graxos acetil de ácidos graxos 
Sistema de Transporte Sistema de Transporte das das Lipoproteínas Lipoproteínas 
O colesterol colesterol é componente essencial das 
membranas celulares e fornece 
substrato para hormônios esteroides e 
ácidos biliares. 
A maior parte do colesterol plasmático 
circula sob a forma de ésteres de 
colesterol, no interior das partículas de 
lipoproteínas. 
As lipoproteínas plasmáticas dividem‐se 
em 5 classes com base na densidade 
(ultracentrifugação) relativa: 
o oQ Quilomícrons uilomícrons 
o Lipoproteínas de densidade muito baixa 
(VLDL VLDL) 
o Lipoproteínas de densidade 
intermediária (IDL IDL) 
o Lipoproteínas de densidade baixa (LDL LDL) 
o Lipoproteínas de densidade alta (HDL HDL)
09/09/2013 
6
09/09/2013 
7 
CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS 
Critério – ETIOLOGIA ETIOLOGIA 
v PRIMÁRIAS – decorrente de 
alterações genéticas ou mutações 
gênicas. 
v SECUNDÁRIAS – associadas a outras 
enfermidades.
09/09/2013 
8 
Classificação Atual  Alteração Bioquímica  Lipoproteínas 
Alteradas 
Hipercolesterolemia 
familial 
Deficiência dos 
receptores de LDL 
LDL­C 
Alteração familial da 
apo­B 100 
Apo­B 100 mutante  LDL­C 
Hipercolesterolemia 
poligênica 
Desconhecida  LDL­C 
Hipertrigliceridemia 
familial 
Desconhecida  VLDL­C 
Deficiência familial de 
lipase lipoprotéica 
Deficiência de lipase 
lipoprotéica 
QM, VLDL 
Deficiência familial de 
apo C­II 
Deficiência de apo C­II  QM, VLDL 
Hiperlipidemia familial 
combinada 
Desconhecida  VLDL­C, LDL­C 
Disbetalipoproteinemia  Presença de isoformas 
de apo E2 
VLDL­C, LDL­C 
CARACTERÍSTICAS DAS DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS CARACTERÍSTICAS DAS DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS 
CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS 
Critério – ETIOLOGIA ETIOLOGIA 
SECUNDÁRIAS SECUNDÁRIAS 
Diabete Melito  Obesidade 
Hipotiroidismo  Sedentarismo 
Nefropatias  Fármacos 
Hepatopatias  Alcoolismo 
Erros alimentares
09/09/2013 
9 
CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS 
Critério – LÍPIDE ALTERADO (FENÓTIPO) LÍPIDE ALTERADO (FENÓTIPO) 
Aumento isolado dos níveis séricos de 
colesterol colesterol – h hipercolesterolemia isolada ipercolesterolemia isolada. 
Aumento isolado dos níveis séricos de 
triglicérides triglicérides – hipertrigliceridemia isolada hipertrigliceridemia isolada. 
Aumento dos níveis séricos de colesterol e colesterol e 
triglicérides triglicérides – dislipidemia mista dislipidemia mista. 
Diminuição isolada dos níveis de HDL HDL­ ­C C. 
CLASSIFICAÇÃO DAS CLASSIFICAÇÃO DAS 
DISLIPIDEMIAS DISLIPIDEMIAS 
Critério – GENÓTIPO GENÓTIPO 
§  MONOGÊNICAS – decorrente de 
mutações num único gene. 
§  POLIGÊNICAS – decorrente da 
associação de múltiplas 
mutações. 
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias 
e Prevenção da Aterosclerose da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia – 
SBC – 2007. 
Classificação Fenotípica ou Bioquímica 
das Dislipidemias 
Valores dos níveis séricos de: 
CT 
LDL­C 
TG 
HDL­C
09/09/2013
10 
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias 
e Prevenção da Aterosclerose da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia – 
SBC – 2007. 
Classificação Fenotípica ou Bioquímica 
das Dislipidemias 
a)  Hipercolesterolemia isolada 
b)  Hipertrigliceridemia isolada 
c)  Hiperlipidemia mista 
d)  HDL­C baixo 
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e 
Prevenção da Aterosclerose da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC 
Classificação Fenotípica ou Bioquímica das 
Dislipidemias 
a) Hipercolesterolemia isolada 
Elevação isolada do LDL Elevação isolada do LDL­ ­C C 
Níveis séricos ≥ 160 mg/dl Níveis séricos ≥ 160 mg/dl 
LDL LDL­ ­C C
09/09/2013
11 
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e 
Prevenção da Aterosclerose da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC 
Classificação Fenotípica ou Bioquímica das 
Dislipidemias 
b) Hipertrigliceridemia isolada 
Elevação isolada dos TG Elevação isolada dos TG 
Níveis séricos ≥ 150 mg/dl Níveis séricos ≥ 150 mg/dl 
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e 
Prevenção da Aterosclerose da 
SociedadeBrasileira de Cardiologia – SBC 
Classificação Fenotípica ou Bioquímica das 
Dislipidemias 
c) Hiperlipidemia mista 
Elevação dos níveis séricos Elevação dos níveis séricos 
de: de: 
LDL ≥ 160 mg/dl e LDL ≥ 160 mg/dl e 
TG ≥ 150 mg/dl TG ≥ 150 mg/dl 
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e 
Prevenção da Aterosclerose da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC 
Classificação Fenotípica ou Bioquímica das 
Dislipidemias 
c) Hiperlipidemia mista 
N Níveis séricos de TG ≥ 400 mg/dl íveis séricos de TG ≥ 400 mg/dl – – o o 
cálculo do LDL cálculo do LDL­ ­C pela fórmula de C pela fórmula de 
Friedewald é inadequado Friedewald é inadequado – – considerar considerar 
Hiperlipidemia quando os níveis séricos Hiperlipidemia quando os níveis séricos 
de de CT ≥ 200 mg/dl CT ≥ 200 mg/dl. .
09/09/2013
12 
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e 
Prevenção da Aterosclerose da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC 
Classificação Fenotípica ou Bioquímica das 
Dislipidemias 
d) HDL HDL­ ­C baixo C baixo: redução do HDL edução do HDL 
Homens < 40 mg/dl Homens < 40 mg/dl 
Mulheres < 50 mg/dl Mulheres < 50 mg/dl 
Ø com ou sem elevação associada de 
LDL­C ou TG. 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
HISTÓRIA CLÍNICA 
§  HISTÓRIA CLÍNICA MINUCIOSA 
§  ANTECEDENTES FAMILIAIS 
§  HÁBITOS DIETÉTICOS 
§  ESTILO DE VIDA 
§  EXISTÊNCIA DE DOENÇA ATEROSCLERÓTICA 
ESTABELECIDA: 
q Doença Arterial Coronariana 
q Doença Cerebrovascular 
q Doença Vascular Periférica 
FATOR FATOR DE RISCO DE RISCO  PÂRAMETROS PÂRAMETROS 
(Segundo (Segundo a IV Diretriz a IV Diretriz – – SBC) SBC) 
Idade  Homem > 45 anos de idade 
Mulher > 55 anos de idade 
História familial ‐ parente de 1º grau  Homem > 55 anos de idade 
Mulher > 65 anos de idade 
Hipertensão Arterial  ≥ 140/90 mmHg ≥ 140/90 mmHg 
Tabagismo 
HDL‐C baixo 
LDL‐C alto 
< 40 Homem e < 50 Mulher 
Depende do risco do paciente 
Existência de doença aterosclerótica 
Diabete Melito 
PARÂMETROS QUE DEVEM SER INVESTIGADOS NA ANAMNESE PARÂMETROS QUE DEVEM SER INVESTIGADOS NA ANAMNESE
09/09/2013
13 
A summary of human genetic and environmental  risk factors for atherosclerosis. Major genes 
linked to atherosclerosis  are listed on the left; polygenes (genes have small, presumably 
cumulative effects) are listed on the right. Environmental  factors are listed in the center. 
AVALIAÇÃO CLÍNICA 
EXAME FÍSICO 
o  Peso 
o  Altura 
o  Índice de Massa Corpórea 
o  Medida da Circunferência da Cintura 
Abdominal 
o  Pressão Arterial 
o  Avaliação dos Pulsos Periféricos 
o  Ausculta Pulmonar e Cardíaca 
o  Ausculta sobre as Artérias Carótidas e 
Aorta 
o  Sinais de doença tiroidiana, renal ou 
hepática 
ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES DA PELE DA PELE  DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO  SIGNIFICADO SIGNIFICADO 
Xantelasma  Deposição de colesterol 
na epiderme das órbitas 
Hipercolesterolemia 
Arco Senil  Deposição de colesterol 
nas margens das córneas 
Hipercolesterolemia em 
pacientes com menos de 
60 anos 
Xantomas Plantares  Depósitos amarelo­ 
alaranjados nas regiões 
interdigitais e nádegas 
Patognomônico de 
hipercolesterolemia 
familial homozigótica 
Xantomas Tendíneos  Deposição de colesterol 
nos tendões de músculos 
extensores (mãos, tendão 
de Aquiles e cotovelos) 
Hipercolesterolemia 
grave 
Xantomas Tuberosos  Xantomas elevados em 
áreas expostas à pressão 
Disbetalipoproteinemia 
Xantomas Eruptivos  Deposição cutânea de 
células espumosas, 
eritema com pápula 
central 
Hipertrigliceridemia grave 
SINAIS CLÍNICOS RELACIONADOS À DISLIPIDEMIA SINAIS CLÍNICOS RELACIONADOS À DISLIPIDEMIA
09/09/2013
14 
X 
A 
N 
T 
E 
L 
A 
S 
M 
A 
A 
R 
C 
O 
S 
E 
N 
I 
L 
X 
A 
N 
T 
O 
M 
A 
S 
T 
E 
N 
D 
Í 
N 
E 
O 
S
09/09/2013
15 
XANTOMAS DOS TENDÕES EXTENSORES DAS MÃOS E DO 
TENDÃO DE AQUILES. 
X 
A 
N 
T 
O 
M 
A 
S 
T 
E 
N 
D 
Í 
N 
E 
O 
S 
XANTOMAS TUBEROSOS MÚLTIPLOS DA MÃO
09/09/2013
16 
XANTOMAS ERUPTIVOS DO ABDOME 
XANTOMAS ERUPTIVOS NA FACE
09/09/2013
17
09/09/2013
18
09/09/2013
19
09/09/2013
20
09/09/2013
21 
DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS 
DIABÉTICOS DIABÉTICOS 
Ø ØHipertrigliceridemia Hipertrigliceridemia 
Ø ØRedução do HDL Redução do HDL­ ­c c 
Ø Ø Aumento das partículas LDL Aumento das partículas LDL 
pequenas e densas pequenas e densas 
Ø ØMeta para os níveis de Meta para os níveis de 
LDL LDL­ ­c < 70mg/dl c < 70mg/dl 
DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS 
NEFROPATAS NEFROPATAS 
§ §  90% dos nefropatas tem 90% dos nefropatas tem 
hipercolesterolemia hipercolesterolemia 
§ §  Hipertrigliceridemia Hipertrigliceridemia 
§ §  HDL HDL­ ­c < 35 mg/dl c < 35 mg/dl  60% 60% 
§ §  Lp Lp(a) > 30 mg/dl (a) > 30 mg/dl
09/09/2013
22 
DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS 
NEFROPATAS NEFROPATAS 
FATORES AGRAVANTES FATORES AGRAVANTES 
q q Microalbuminúria Microalbuminúria 
q q Clearance de creatinina < 60 Clearance de creatinina < 60 
ml/min ml/min 
q q Creatinina > 1,5 mg/dl Creatinina > 1,5 mg/dl 
DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS 
HIPOTIREOIDISMO HIPOTIREOIDISMO 
Aumento dos níveis de LDL Aumento dos níveis de LDL­ ­c c 
< número de receptores hepáticos < número de receptores hepáticos 
Obesidade Obesidade – – Hipertrigliceridemia Hipertrigliceridemia 
> produção hepática de VLDL > produção hepática de VLDL 
< lipólise dos triglicérides séricos < lipólise dos triglicérides séricos 
Indivíduos com genótipo E Indivíduos com genótipo E­ ­2/E 2/E­ ­2 2 – – 
remoção lenta dos remanescentes de remoção lenta dos remanescentes de 
VLDL VLDL 
DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS 
HEPATOPATIAS CRÔNICAS HEPATOPATIAS CRÔNICAS 
§ §  Cirrose biliar Cirrose biliar 
§ §  Colangite esclerosante Colangite esclerosante 
§ §  Outras hepatopatias que cursam Outras hepatopatias que cursam 
com colestase com colestase 
Hipercolesterolemia significativa Hipercolesterolemia significativa
09/09/2013
23 
DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS DISLIPIDEMIA EM GRUPOS ESPECIAIS 
SIDA SIDA 
< HDL < HDL­ ­c c 
> Triglicérides > Triglicérides 
> > Lp Lp(a) (a) 
Algumas Algumas 
Questões Questões 
Comentadas Comentadas 
? 
Escolha a alternativa ERRADA sobre as Escolha a alternativa ERRADA sobre as 
apolipoproteínas: apolipoproteínas: 
a) a)  A apo Al é o principal componente da A apo Al é o principal componente da 
lipoproteína de alta densidade. lipoproteína de alta densidade. 
b) b)  A deficiência combinada de Al/CIII constitui A deficiência combinada de Al/CIII constitui 
doença genética associada a aterosclerose doença genética associada a aterosclerose 
prematura. prematura. 
c) c)  A apo B48, sintetizada pelo intestino A apo B48, sintetizada pelo intestino 
delgado, e a apo B 100, secretada pelo delgado, e a apo B 100, secretada pelo 
fígado, são codificadas por 2 genes fígado, são codificadas por 2 genes 
distintos. distintos. 
d) d)  A apo B 100 é a principal apoproteína das A apo B 100 é a principal apoproteína das 
lipoproteínas de baixa densidade (LDL). lipoproteínas de baixa densidade (LDL). 
e) e)  A hiperlipoproteinemia do tipo III constitui A hiperlipoproteinemia do tipo III constitui 
doença da apoproteína E. doença da apoproteína E.
09/09/2013
24 
A alternativa correta é a letra A alternativa correta é a letra ­ ­ C C 
As apolipoproteínas tem várias funções: 
sustentação estrutural, reconhecimento do 
receptor e, em alguns casos, atividade 
enzimática. A apo Al apo Al é o principal componente 
proteico da lipoproteína de alta densidade (HDL),inversamente associada a evidências 
angiográficas de DAC.[1] A apo AI apo AI também ativa 
a enzima acetil­transferase lecitina colesterol 
(lecithin­cholesterol acyltransferase [LCAT LCAT]). A 
LCAT permite que a partícula de HDL converta o 
colesterol obtido de tecidos periféricos em 
ésteres de colesterol, um passo importante no 
metabolismo reverso do colesterol. 
As duas formas de apoproteína B (apo B48 e apo B100 apo B48 e apo B100) são 
codificadas por um único gene, que revela um único mecanismo 
de edição, permitindo a síntese de ambas as proteínas [2]. 
A apo B 100 apo B 100 é a apoproteína principal da lipoproteína de baixa 
densidade (LDL LDL), permitindo o reconhecimento da partícula pelo 
receptor de LDL nas superfícies celulares. 
É possível encontrar apoproteína E em partículas de 
lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL), assim como em 
quilomícrons, partículas lipoproteína de densidade intermediária 
(IDL) e, em menor grau, em partículas de HDL. A maioria dos 
portadores de hiperlipoproteinemia do tipo III é homozigota para o 
genótipo E2/2 de apoproteína. Essa doença caracteriza­se pela 
aterosclerose prematura e acompanha­se de hipercolesterolemia 
e hipertrigliceridemia em decorrência do aumento das partículas 
de IDL ou também VLDL. 
References 
1. Di Angelantonio  E, Sarwar N, Perry P, et al: Major lipids, apolipoproteins, and risk of vascular disease. JAMA  2009; 302:1993­ 
2000. 
2. Bransteitter R, Prochnow C, Chen XS: The current structural and functional understanding of APOBEC deaminases. Cell Mol Life 
Sci  2009; 66:3137. 
Escolha a alternativa ERRADA sobre a hipertrigliceridemia: Escolha a alternativa ERRADA sobre a hipertrigliceridemia: 
a) a)  Evidencia Evidencia­ ­se hipertrigliceridemia em portadores de: se hipertrigliceridemia em portadores de: 
diabetes mellitus, insuficiência renal crônica e diabetes mellitus, insuficiência renal crônica e 
obesidade. obesidade. 
b) b)  O tabagismo e o consumo excessivo de álcool O tabagismo e o consumo excessivo de álcool 
acompanham acompanham­ ­se de hipertrigliceridemia. se de hipertrigliceridemia. 
c) c)  Em estudos epidemiológicos, a correção dos níveis de Em estudos epidemiológicos, a correção dos níveis de 
HDL e de outros fatores provoca a diminuição do papel HDL e de outros fatores provoca a diminuição do papel 
da hipertrigliceridemia como preditor independente de da hipertrigliceridemia como preditor independente de 
DAC. DAC. 
d) d)  Existe relação muito mais evidente entre Existe relação muito mais evidente entre 
hipertrigliceridemia e risco cardiovascular em mulheres hipertrigliceridemia e risco cardiovascular em mulheres 
do que em homens. do que em homens. 
e) e)  A associação de fenofibrato e sinvastatina diminui os A associação de fenofibrato e sinvastatina diminui os 
níveis de triglicérides e acompanha níveis de triglicérides e acompanha­ ­se de diminuição de se de diminuição de 
eventos coronarianos maiores em diabéticos tipo 2, eventos coronarianos maiores em diabéticos tipo 2, 
quando comparado com o uso isolado de sinvastatina. quando comparado com o uso isolado de sinvastatina.
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A alternativa certa é a letra E A alternativa certa é a letra E 
A relação entre os níveis de triglicérides e a DAC DAC 
permanece  controversa[1].  Embora  a 
hipertrigliceridemia  seja  considerada  fator  de 
risco  para  a  DAC,  o  seu  significado  tem  sido 
atenuado por análises multivariadas. 
Provavelmente,  isso  seja  decorrente  da 
associação  dos  níveis  elevados  de  triglicérides 
com  outras  doenças  degenerativas,  como 
diabetes  mellitus,  insuficiência  renal  crônica, 
obesidade,  tabagismo  e  consumo  excessivo  de 
álcool. 
Além disso, existe a dificuldade de elaborar um estudo com o 
intuito de isolar os benefícios da redução dos níveis de 
triglicérides, uma vez que as drogas hipolipemiantes tem 
múltiplos efeitos no perfil lipídico. A associação entre 
hipertrigliceridemia e risco cardiovascular parece ser mais forte 
em mulheres que em homens[2]. 
Em  estudo  recente,  denominado  ACCORD ACCORD,  pacientes  com 
diabetes mellitus do tipo 2, que foram tratados com sinvastatina, 
obtiveram  nítida  redução  dos  níveis  de  triglicérides  com  a 
associação de fenofibrato. No entanto, quando comparados com 
placebo,  a  associação  não  provocou  a  redução  de  eventos 
clínicos (eventos cardiovasculares fatais, IM não fatal e AVC) [3]. 
References 
1. Jialal I, Amess W, Kaur M: Management  of hypertriglyceridemia  in the diabetic patient. Curr Diabetes Rep  2010; 10:316. 
2. Nordestgaard BG, Benn M, Schnohr P, et al: Nonfasting triglycerides and risk of myocardial infarction, ischemic heart disease, and 
death in men and women. JAMA  2007; 298:299. 
3. The ACCORD Study Group : Effect of combination lipid therapy in type 2 diabetes mellitus.  N Engl J Med  2010; 362:1563­1574. 
Escolha a alternativa ERRADA sobre a Escolha a alternativa ERRADA sobre a 
lipoproteína(a) lipoproteína(a) – – Lp Lp(a): (a): 
a) a) Um componente da Um componente da Lp Lp(a) é estruturalmente (a) é estruturalmente 
idêntico ao da LDL e outro é semelhante ao do idêntico ao da LDL e outro é semelhante ao do 
plasminogênio. plasminogênio. 
b) b) Os níveis de Os níveis de Lp Lp(a) não variam significativamente (a) não variam significativamente 
entre os grupos raciais. entre os grupos raciais. 
c) c) Os níveis de Os níveis de Lp Lp(a) variam pouco com as (a) variam pouco com as 
modificações na ingestão de gordura na dieta. modificações na ingestão de gordura na dieta. 
d) d) Estudos observacionais associaram a elevação Estudos observacionais associaram a elevação 
dos níveis de dos níveis de Lp Lp(a) com eventos (a) com eventos 
cardiovasculares. cardiovasculares. 
e) e) O ácido nicotínico diminui os níveis de O ácido nicotínico diminui os níveis de Lp Lp(a). (a).
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A alternativa correta é a letra A alternativa correta é a letra – – B B 
A Lp(a) é composta por partícula de LDL com a sua 
apoproteína B100, ligada por ponte dissulfídica à 
apolipoproteína (a) [apo(a)]. A apo(a) constitui molécula 
complexa, que tem sequência homóloga ao 
plasminogênio e essa característica estrutural admite a 
possibilidade de que a Lp(a) possa inibir a fibrinólise 
endógena pela competição com o plasminogênio pela 
ligação com a superfície endotelial. 
O principal determinante dos níveis de Lp(a) é 
genético[1,2] e, por isso, modificações na dieta e na 
atividade física não provocam impacto significativo. 
Os níveis de Lp(a) variam amplamente entre os grupos 
raciais e são mais elevados em afro­americanos. 
A alternativa correta é a letra A alternativa correta é a letra – – B B 
Estudos revelam que a Lp(a) constitui fator de risco 
independente para o risco vascular. A metanálise de 36 estudos, 
que envolveram mais de 12.000 pacientes, revelaram que a 
razão de risco ajustada de eventos cardiovasculares é 1,13 para 
cada aumento do desvio padrão dos níveis de Lp(a) [3]. 
A niacina constitui uma das poucas intervenções que pode 
reduzir os níveis de Lp(a) significativamente. As estatinas são 
ineficazes. Nenhum estudo revelou que a redução farmacológica 
dos níveis de Lp(a) melhora as evoluções cardiovasculares. 
Em contrapartida, a redução farmacológica do LDL­c reduz 
significativamente o risco associado aos níveis plasmáticos de 
Lp(a). 
References 
1. Clarke R, Peden JF, Hopewell JC, et al: Genetic variants associatedwith Lp(a) lipoprotein level and coronary disease. N Engl J 
Med  2009; 361:2518. 
2. Kamstrup PR, Tybjaerg­Hansen A, Steffensen R, Nordestgaard BG: Genetically elevated lipoprotein(a) and increased risk of 
myocardial infarction. JAMA  2009; 301:2331. 
3. The Emerging Risk Factors Collaboration : Lipoprotein(a) concentration and the risk of coronary heart disease, stroke, and 
nonvascular mortality.JAMA  2009; 302:412.

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