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Plano de Aula: O contexto do período pré-independência HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0256 Título O contexto do período pré-independência Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 3 Tema O Direito no momento que precede à Independência Objetivos O aluno deverá ser capaz de: Compreender que a perda de valor econômico do açúcar no mercado internacional e o processo de interiorização da Colônia são fatores determinantes para o surgimento da chamada Era do Ouro, momento em que se dá a mudança do perfil da ocupação colonial; Relacionar o processo de busca pela autonomia política do Brasil e o desgaste do sistema de controle imposto pela Metrópole, com restrições e altos impostos; Entender a aplicação do direito penal na Colônia (presente no Livro V das Ordenações Filipinas), enfatizando seu emprego nos casos dos movimentos revoltosos a partir do final do Séculos XVII, principalmente aquele havido no âmbito da Conjuração Mineira; Perceber como a Lei da Boa Razão (1769), no contexto das reform as pombalinas e do ideário iluminista, influenciou a realidade jurídica na colônia e, posteriormente, no Brasil independente. Relacionar o Bloqueio Continental com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil., em 1808, Estrutura do Conteúdo O conteúdo a ser ministrado será aquele estabelecido pelo Livro Didático (págs. 36 - 49) e no conteúdo da Aula 1 online, ministrada pelo Professor Rodrigo Rainha. Mineração: a "Era do ouro". Embora a descoberta de ouro desde sempre tivesse sido um objetivo de Portugal, a Chamada Era do Ouro acabou por ser uma consequência indireta da crise vivenciada pela economia açucareira brasileira. A prosperidade dos engenhos açucareiros, nas colônias holandesas, francesas e inglesas, da América Central levaram à crise do sistema açucareiro brasileiro e isso alterou bastante o panorama do processo colonizador e, por consequência do panorama socioeconômico da colônia, conforme será analisado no decorrer da aula. Porém, já adiantamos algumas dessas mudanças: o enorme crescimento demográfico do país, principalmente nas regiões auríferas; o estabelecimento de um comércio/mercado interno, uma vez que os produtos produzidos na colônia não eram mais apenas para exportação como ocorria com o açúcar e o tabaco do nordeste, mas também para suprir as necessidades dos novos habitantes; o desenvolvimento de uma classe média composta por artesãos, artistas, poetas e intelectuais que contribuíram para o grande desenvolvimento cultural do Brasil naquela época; a questão dos impostos (abusivos) cobrados pela Metrópole no âmbito da produção aurífera que, se por um lado equilibra as combalidas finanças portuguesas, por outro lado, propiciará inúmeros conflitos entre metrópole e colônia. Os movimentos de rebelião e a aplicação do Livro V das Ordenações Filipinas (matéria penal). Alguns movimentos evidenciaram a existência de fissuras na relação colônia/metrópole, principalmente a partir do final do Século XVII. Essas rebeliões eram geralmente motivadas por questões de ordem econômica, mas expressavam um descontentamento da população da colônia em razão do excessivo controle da metrópole sobre as províncias coloniais. Nessa linha, encontram -se a Revolta de Beckman (1684) no Maranhão, a Guerra dos Emboabas (1708) em Pernambuco; Guerra dos Mascates (1707) em Pernambuco, Revolta de Felipe dos Santos (1720) em Vi la Rica, mas principalmente, e com maior destaque, pela importância que tiveram, a Conjuração Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 (também conhecida como Conjuração dos Alfaiates). Em todos esses movimentos explicita -se a crise na relação entre colônia e metrópole e um crescente sentimento de identificação e pertencimento dos habitantes com seus núcleos coloniais. A transferência da corte portuguesa para as Américas, ou o início do processo de ?interiorização da metrópole?. No contexto específico da Conjuração Mineira, ficou historicamente evidenciada para as gerações posteriores o grau de rigor e brutalidade das regras contidas no Livro V das Ordenações Filipinas, sendo considerada a sentença de morte a que se submeteu Tiradentes, um dos marcos mais contundentes desta evidência. A administração pombalina e a Lei da Boa Razão Figura importante na história portuguesa, o Marques de Pombal influenciou a administração do Brasil e teve importante papel na reformulação da estrutura judiciária, tanto na metrópole quanto na colônia. Entre seus feitos estão a criação de Companhias de comércio do Maranhão e Grão Pará e a de Pernambuco e Paraíba aproveitando-se do momento econômico mundial favorável, na esteira da Revolução industrial inglesa, para dinamizar a produção e o comércio de açúcar e algodão. No plano jurídico instituiu o Tribunal da Relação no Rio de Janeiro. A Lei da Boa Razão, criada por ele, possuía um caráter modernizador que restringia o uso do direito romano e das interpretações dadas a este pel os juristas medievais, como Acúrsio e Bartolo. A chegada da Família Real ao Brasil - A chegada da Corte portuguesa ao Brasil, no contexto de disputa pela hegemonia europeia entre a França napoleônica e a Inglaterra, gerou consequências incontornáveis no status da colônia. A instalação da Corte no Rio de Janeiro teve por consequência imediata a abertura dos portos às nações amigas, o que significou a quebra do pacto colonial, que sobrevivera por mais de 300 anos. Além disso, as muitas realizações de promovidas por D. João (criação do Banco do Brasil, Jardim Botânico, Teatro Real, Imprensa Régia, Escola Médica, etc.) foram configurando um novo perfil à antiga cidade colonial, que buscava, assim, o status de cidade imperial. Aplicação Prática Teórica Frequentemente o apoio à pena de morte é destaque na mídia brasileira. Recentemente, mais especificamente o mês de janeiro de 2018, pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha apontou que 57% da população brasileira são favoráveis à pena de morte. Na verdade tal número representou um aumento de 10 pontos percentuais em relação à última pesquisa, realizada no ano de 2008, quando a quantidade de pessoas que apoiavam este tipo de punição era de 47%. Ao menos em relação ao tema pena de morte, parece que a visão da população brasileira parece estar indo de encontro com as ideias preconizadas por Cesare Beccaria, um grande iluminista italiano, contemporâneo de Tiradentes. Agora que você leu o texto acima, faça uma pesquisa e responda as seguintes perguntas: a) Com base em que legislação Tiradentes foi, no Século XVIII, condenado à pena de morte? b) A condenação e a pena aplicadas a Tiradentes foram influenciadas pelas ideias de Cesare Beccaria? Justifique. c) Nos dias de hoje, é possível haver condenação a pena de morte no Brasil? Justifique.
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