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Noções Preliminares do Direito Civil

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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
________________________________________________________________________________________________ 
 1 
 
I - O DIREITO: noções gerais 
 
1. NOÇÕES PRELIMINARES 
 
 Em todo tempo, por mais distante que possamos ir ao passado, sempre houve um mínimo de 
condições que permitissem a vida em sociedade. O homem é um ser naturalmente social, 
coexistindo no organismo familiar, na unidade tribal, na entidade estatal rudimentar, nas mais 
variadas formas que o Estado tomou. Em qualquer um destes níveis ou esferas, encontra-se presente 
o fenômeno jurídico, exteriorizado pela presença de normas, de regras de conduta, que delimitam e 
limitam a atuação dos indivíduos, nas suas relações com os outros indivíduos
1
. 
 O homem, portanto, é um ser eminentemente social, não só pelo seu instinto sociável, mas 
também, por força de sua inteligência, que lhe demonstra ser melhor viver em sociedade, para 
atingir os seus objetivos. O homem coexiste, isto é, vive necessariamente em companhia de outros 
homens; com isso, é levado a formar grupos sociais, como a família, escola, associação esportiva, 
cultural, religiosa, profissional. Em virtude disso, os indivíduos estabelecem entre si relações de 
coordenação, subordinação, integração e delimitação, relações essas que não se dão sem o 
concomitante aparecimento de normas de organização de conduta social
2
. 
 Impossível se conceber a vida social sem se pressupor a existência de um certo número de 
normas reguladoras das relações entre os homens, por estes mesmos julgadas obrigatórias. Tais 
normas determinam, de um modo mais ou menos intenso, o comportamento do homem no grupo 
social
3
. 
 Assim, a ordem jurídica não é outra coisa, senão o estabelecimento de restrições, a 
determinação de limites à atividade de cada um de nós, a cuja observância todos os indivíduos se 
acham indistintamente submetidos, para que se torne possível a coexistência social
4
. 
 O direito, então, equaciona a vida social, atribuindo aos seres humanos uma reciprocidade de 
poderes (ou faculdades) e de deveres (ou obrigações). Por este modo, o limite do direito de cada um 
 
 
 
1 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1993. v. 1, p. 3. 
2
 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2000. v. 1, p. 5. 
3 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 1998. v. 1, p. 3. 
4 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 1999. v. 1, p. 2. 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 2 
é o direito dos outros e todos esses direitos são respeitados, por força dos deveres, que lhes 
correspondem. Constitui, pois, o direito o fundamento da ordem social
5
. 
 Concluindo, podemos dizer que o direito é a norma nascida da necessidade de disciplinar a 
convivência social
6
. 
 Para que estas normas sejam encaradas como obrigatórias, tendo, efetivamente, força para 
disciplinar a vida em sociedade, mister se faz a presença de uma sanção, emanada de uma 
autoridade, que atribui à norma uma força coercitiva, impondo a sua obediência. A infração a um 
preceito cogente provoca uma reação do Poder Público. 
 Esta é, precisamente, a distinção entre as normas de direito e as normas da moral: a sanção – 
somente aquelas a possuem, por serem de alta relevância para a vida social, sendo sua obediência de 
importância fundamental. 
 Entendidas estas primeiras linhas, partiremos para a conceituação, a definição do que seja 
direito. Contudo, primeiramente, analisemos os significados da palavra direito, ou as suas várias 
acepções. 
A palavra direito tem sua origem, conforme nos ensina Franco Montoro
7
 (ex-governador do 
Estado de São Paulo, doutor em Direito e Filosofia, falecido no ano de 2000), num vocábulo do 
baixo latim: directum ou rectum, que significa direito ou reto, o que é conforme a uma regra. 
Partindo deste princípio, o autor citado extrai cinco diferentes sentidos ou realidades 
distintas de “direito”: direito como norma, como faculdade, como justo, como ciência e como fato 
social. 
Primeiramente, tratemos do direito-norma, ou seja, a acepção do direito como lei. 
Sob este prisma, o direito pode se configurar como direito positivo e direito natural, direito 
estatal e direito não-estatal. 
O direito positivo refere-se ao conjunto de normas elaboradas por uma sociedade 
determinada, numa certa época, para reger a vida de seus integrantes, com a proteção da força 
social, ou, como prefere Ihering, o conjunto de normas coativamente garantidas pelo poder 
público
8
. Já, o direito natural seria constituído pelos princípios que servem de fundamento ao direito 
positivo; seria o conjunto de normas naturais, universais, imutáveis, superiores, reveladas por Deus 
(Idade Média – formulação teológica > influência da Igreja Católica) ou inscritas na natureza 
 
 
 
5 RÁO, Vicente. O Direito e a Vida dos Direitos. São Paulo: RT, 1999. p. 53. 
6
 GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 2. 
7 Introdução à Ciência do Direito. São Paulo: RT, 1991. p. 31. 
8 Apud Franco Montoro, op. cit., p. 34. 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 3 
humana (Renascença – formulação racional). Existem, ainda, várias outras posições sobre a 
fundamentação dos direitos naturais. 
O direito estatal seriam as normas jurídicas elaboradas pelo Estado, via Poder Legislativo, 
para regulamentar a vida em sociedade. Mas, existem, ainda, grupos outros que acabam por 
formular normas obrigatórias, para reger um universo menor, criando-se, assim, o direito esportivo 
de um determinado país, a Convenção elaborada por uma certa Assembleia Condominial, o direito 
religioso, por exemplo. 
O direito como faculdade pode ser entendido como o poder de um indivíduo ou de uma 
coletividade em relação a determinado objeto; é o poder ou a faculdade de agir. Confunde-se ele, 
pois, com o direito subjetivo. É o interesse protegido por lei, no entender de Ihering.
9
 
O direito relaciona-se com o conceito de justiça, quando entendido na acepção de justo. 
Distinguem-se, aí, dois sentidos: o de justo objetivo (direito como o bem devido a uma pessoa por 
uma exigência da justiça) e o de justo como qualificativo (indica a conformidade com as exigências 
da justiça, com a regra de conduta). 
O vocábulo direito é utilizado, ainda, como sinônimo de ciência do direito – formar-se em 
Direito. 
Finalmente, o direito-fato social, entendido como um setor da vida social, como a tendência 
social de realização da justiça, como um fenômeno da cultura. Seria ele, então, o conjunto das 
condições de existência e desenvolvimento da sociedade, coativamente asseguradas
10
. 
Conceituando, agora, o Direito, podemos nos utilizar da definição de Vicente Ráo: “O 
direito é um sistema de disciplina social, fundado na natureza humana que, estabelecendo nas 
relações entre os homens uma proporção de reciprocidade nos poderes e deveres que lhes atribui, 
regula as condições existenciais dos indivíduos e dos grupos sociais e, em conseqüência, da 
sociedade, mediante normas coercitivamente impostas pelo poder público”11. 
Limongi França
12
 entende o Direito como “o conjunto das regras sociais que disciplinam as 
obrigações e poderes referentes à questão do meu e do seu,sancionadas pela força do Estado e dos 
grupos intermediários”. 
Inúmeras outras definições existem, provenientes dos mais variados autores. Não há, porém, 
um consenso entre todos eles, acerca de um conceito único de Direito. Isto ocorre, porque o Direito 
é um fenômeno histórico-cultural dinâmico, variável no tempo e no espaço, passível de observação 
 
 
9 Ibidem, p. 38. 
10
 MONTORO, Franco, op.cit., p. 41. 
11 Op. cit., p. 55. 
12 FRANÇA, Rubens Limongi. Instituições de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 6. 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 4 
sob múltiplos ângulos, observação esta extremamente subjetiva. Portanto, impossível o 
estabelecimento de uma conceituação definitiva e estanque do Direito. 
 
2. DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO 
 
 Existe, acima de cada uma das concepções particulares de direito, uma concepção geral, 
imposta a todos os povos, não por uma sanção material, mas pela força de princípios supremos, 
universais e necessários, inerentes à própria natureza humana. Assim, o direito natural seria o 
conjunto de princípios supremos, universais e necessários que, extraídos da natureza humana pela 
razão, ora inspiram o direito positivo, ora são aplicados pelo direito positivo, quando definem os 
direitos fundamentais do homem
13
. 
 A questão da origem destes princípios não é pacífica. Na Antigüidade Romana, o direito 
natural era fruto da natureza das coisas (visão cosmológica). Já, na Grécia Antiga, a razão humana é 
fonte de normas de convivência e comportamento, incorporando ao direito natural um fundo 
racional. Na Idade Média, vislumbra-se o direito natural como o conjunto de normas naturais, 
universais, imutáveis, superiores, reveladas por Deus; Deus produzia estas normas e os homens, 
baseados nelas, deveriam fazer o seu sistema de normas positivas (fundo teológico – influência da 
Igreja Católica). Na Renascença, há a separação entre poder divino e poder temporal (dos homens) 
e o direito natural passa a ter um fundamento antropológico, isto é, está inscrito, ínsito à própria 
natureza humana. No séc. XX, o direito natural passa a ser encarado como um conjunto de normas 
superiores, inscritas na razão humana, de conteúdo variável no tempo e no espaço. 
 O direito natural, então, é entendido como a base inspiradora do direito positivo, 
influenciando o seu propósito de realizar o ideal de justiça. 
 Mas, o que vem a ser o direito positivo? O direito positivo são as regras jurídicas em vigor 
em um determinado Estado, em um determinado momento; o complexo de normas que regulam as 
relações dos indivíduos entre si, bem como as relações dos indivíduos com o Estado. É nesse 
sentido que falamos no direito alemão, no direito brasileiro. O direito positivo é o direito posto, o 
direito vigente. 
 
 
3. DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO 
 
 
13 RÁO, Vicente, op. cit., p. 79. 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 5 
Não podemos afirmar, com certeza, quando e onde apareceu, inicialmente, o direito, como 
norma de conduta. Isto se dá pelo fato de que o direito, entendido como norma de comportamento é, 
ao mesmo tempo, uma necessidade para que haja a convivência social e uma criação da sociedade, 
decorrente desta mesma convivência social. Ou seja, é ele causa e efeito. É um produto necessário 
da vida social, como forma de estabelecimento de limitações ao comportamento individual, 
constituído em favor dos homens, para satisfação dos interesses humanos
14
. Aparece como 
determinação impositiva, decorrente da necessidade de um comportamento restritivo da liberdade 
do indivíduo, como condição de sobrevivência do grupo, como nos ensina Caio Mário
15
. 
Assim, direito objetivo é a norma de comportamento, expressa por um conjunto de regras 
disciplinadoras de conduta. É o preceito emanado da autoridade, que traduz o comando estatal. Para 
Francesco Carnelutti
16
, doutrinador italiano, a norma constitui direito objetivo, quando estabelece 
uma ordem e a reveste de sanção. Na mesma linha de pensamento, Ruggiero e Maroi
17
 entendem 
que o direito é a norma das ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização 
soberana, imposta coativamente a todos. 
O direito objetivo, não necessariamente, deve ser escrito. 
Isto ocorre em alguns ordenamentos, como no Brasil. Neste caso, a expressão direito 
objetivo possui dois sentidos: em sentido estrito, refere-se somente à lei; em sentido amplo, refere-
se às várias formas da norma de conduta (usos, costumes, princípios gerais de direito). 
Por outro lado, em sistemas onde predomina a regra extraída do precedente judiciário 
(jurisprudência), o direito objetivo é constituído pelo conjunto de princípios declarados pelas Cortes 
de Justiça, como na Common Law. 
Existem, ainda, sistemas onde a convivência se baseia, principalmente, nos costumes 
adotados e observados, tradicionalmente, pelos indivíduos. 
Porém, ainda que haja a possibilidade de variantes, quanto aos aspectos extrínsecos do 
direito objetivo, deverá ele atender a alguns requisitos, como legitimidade (expressão da vontade 
coletiva), obrigatoriedade (obediência de todos) e sanção (que torna possível a obrigatoriedade)
18
. 
Se o direito objetivo é a norma, a faculdade conferida ao indivíduo de invocar referida 
norma a seu favor, de acordo com os seus interesses, é entendida como direito subjetivo; ou seja, a 
faculdade de agir conforme a regra, trazendo-a para a sua esfera individual e particular, num caso 
concreto. É a denominada facultas agendi, a faculdade, a possibilidade de agir, ou não, em 
 
14 FERRARA. Trattato, I, p. 4 apud PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições, vol. I, p. 38. 
15 Op. cit., p. 38. 
16
 Teoria Geral do Direito, § 47 apud PEREIRA, Caio Mário da Silva, op. cit., p. 38. 
17 Istituzioni didiritto privato, vol. I, § 2º apud RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, vol. I , p. 6. 
18 PEREIRA, Caio Mário da Silva, op. cit., p.39. 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 6 
conformidade ao estabelecido pela lei, direito objetivo. É a possibilidade, permitida pela lei, de 
fazer ou não fazer algo, ter ou não ter algo, exigir ou não exigir algo. No entender de Silvio 
Rodrigues, é a observância do fenômeno direito, através da prerrogativa do indivíduo, que decorre 
da norma
19
. 
Para Caio Mário
20
, o direito subjetivo é formado por três elementos fundamentais: 
- sujeito: é o titular do direito; é aquele a quem a ordem jurídica assegura a faculdade de 
agir; 
- objeto: é o bem jurídico sobre o qual o sujeito exerce o poder assegurado pela ordem 
legal; 
- relação jurídica: é o vínculo que impõe a submissão do objeto ao sujeito; saliente-se que 
a relação jurídica dá-se entre sujeito ativo e passivo e, nunca, entre sujeito e objeto. 
Nem todos, porém, consentem na existência do direito subjetivo. Outros, ainda, o visualizam 
sob diferentes prismas. 
Duguit
21
, por exemplo, é contrário à existência do direito subjetivo, entendendo que existe, 
apenas, o direito objetivo, com o fim de regular o comportamento das pessoas, sendo, portanto, 
individual em sua aplicação, não gerando, entretanto, um poder individual natural ou decorrente do 
comandojurídico. Existe, para ele, não o direito subjetivo, mas a situação jurídica, caracterizada 
pela regra objetiva, vislumbrada pelo o prisma do indivíduo. 
Igualmente, Hans Kelsen nega o direito subjetivo, afirmando que o direito se confunde com 
o Estado, partindo-se do pressuposto de que direito é norma e que o Estado é um sistema de normas 
impostas ao indivíduo, que, em consequência, não poderá ter prerrogativas individuais frente ao 
Estado. O que existe é a norma jurídica, encarada em seu sentido objetivo ou subjetivo, nas relações 
individuais. 
Dentre os que aceitam a existência do direito subjetivo, há divergências, quanto à sua 
natureza jurídica, criando-se, então, três grandes teorias a respeito: 
- teoria da vontade – criada por Savigny e Winscheid22, a qual entende que o direito subjetivo é o 
poder da vontade, reconhecido pela ordem jurídica. Define o direito subjetivo como o poder de 
ação, assegurado pela ordem jurídica. O direito objetivo estatui uma conduta e a vontade pode se 
desenvolver dentro destes limites traçados. A faculdade de ação obedece ao impulso da vontade, 
que é o elemento essencial do direito subjetivo. 
 
19 Op. cit., p. 7. 
20 Op. cit., p. 27 et seq. 
21
 DUGUIT, Léon. Traité, I, § 2º, p. 15 apud PEREIRA, Caio Mário da Silva, op. cit, p. 22. 
22 Windscheid, Pandectas, vol. 1, § 37, p. 80 e s.; Savigny, Tratado de direito romano, § 14 apud DINIZ, Maria Helena. 
Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1, p. 12. 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 7 
- teoria do interesse – formulada por Rudolf Von Ihering23, entende que o direito subjetivo é o 
interesse juridicamente protegido, por meio de uma ação judicial. Figuram, aí, pois, dois elementos: 
um substancial, a finalidade prática, ou seja, a utilidade, a vantagem, o interesse; outro, formal, 
através do qual se efetiva o primeiro, isto é, a proteção jurídica, por meio de ação na justiça. 
- teorias mistas – Jellinek, Michoud, Saleilles definem o direito subjetivo como o poder da vontade 
reconhecido e protegido pela ordem jurídica, tendo um bem ou interesse por objeto
24
. Como 
facultas agendi, o direito subjetivo é a expressão de uma vontade, que traduz um poder de querer, 
para perseguir um resultado ou a realização de um interesse. É ele um poder da vontade, para 
satisfação dos interesses humanos, em conformidade com a norma jurídica. 
 
4. DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO 
 
Inicialmente, esta distinção foi encontrada no direito romano, o qual definia o direito público 
(ius publicum) como aquele referente aos interesses do Estado e o direito privado, como o que se 
referia aos interesses dos particulares (critério da utilidade ou do interesse visado). 
Como, nem sempre, a norma atinge, apenas, o interesse do Estado ou o interesse do 
particular, houve doutrinadores que optaram pelo critério do interesse dominante, para estabelecer a 
diferença entre direito público e privado. Assim, as normas de direito público seriam as que 
assegurariam diretamente o interesse da sociedade e, indiretamente, o do particular; já, as de direito 
privado visariam atender, imediatamente, o interesse dos indivíduos e, mediatamente, o do poder 
público
25
. 
Hoje, após diversas teorias a respeito, tem-se adotado o sujeito ou titular da relação jurídica, 
acrescido da finalidade dessa relação, como elemento diferenciador, sendo o direito público aquele 
que regula as relações em que o Estado é parte e se protege o bem coletivo, ou seja, rege a 
organização e atividade do Estado considerado em si mesmo, em relação com outro Estado, e em 
suas relações com os particulares, quando age em razão de seu poder soberano e na tutela do bem 
coletivo; e o direito privado, o que disciplina as relações entre particulares, onde predomina, 
imediatamente, o interesse de ordem privada. 
Nesta linha, fazem parte do direito público: o direito constitucional, o direito administrativo, 
o direito tributário, o direito processual, o direito penal, o direito internacional. O direito privado 
abrange o direito civil e o direito comercial. 
 
23
 L’Espirit du Droit Romain, IV, § 70 apud PEREIRA, Caio Mário da Silva, op. cit., p. 25. 
24 DINIZ, Maria Helena, op. cit., p. 13. 
25 Ibidem, p. 15. 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 8 
O direito civil é, para alguns, o direito privado comum ou direito privado geral
26
. 
 
5. FONTES DO DIREITO 
 
5.1. Lei 
 
O direito positivo caracteriza-se pela sua exterioridade e coercibilidade. 
Ao contrário das normas morais ou religiosas, a norma jurídica é exterior e bilateral. Ela não 
se refere a uma simples intenção, mas regula o comportamento objetivo do homem. 
A questão da coercibilidade levanta o problema da origem das normas jurídicas, já que, em 
tese, somente o Estado pode coagir, pois só ele detém o poder. 
Surge o problema de saber se todo o direito emana do Estado, ou se - ao contrário - há 
possibilidade de uma norma não oriunda do Estado. 
Para Kelsen, existe o monismo, ou seja, a unidade do direito, estabelecendo que todo o 
direito vem a formar uma espécie de pirâmide, em que as normas secundárias recebem sua função e 
seu poder jurídico de normas anteriores e superiores. Não existindo, portando, para Kelsen, direito 
fora do Estado. 
Gierke, estudando as instituições políticas da Idade Média, trabalho de caráter histórico e 
sociológico, assinala que existiram, no decorrer da história, importantes fontes criadoras do direito 
além do Estado, como, por exemplo, a Igreja, as corporações medievais, havendo possibilidade de 
uma atuação do Direito emanada de tais corpos, sem a autorização do Estado. 
Certos autores modernos chegaram a tentar provar que nem todo o direito é o oriundo do 
Estado, vendo no Direito uma formação de caráter social que podia ser independente do Estado. 
Devemos distinguir entre as normas do ser, que decorrem das relações básicas da vida, e as 
normas do dever ser, que são as leis normativas, que impõem certa conduta. 
Para Del Vecchio, a norma tem diversos graus de positividade do Direito; estabelecendo a 
possibilidade de normas que tenham maior ou menor grau de positividade. 
Assim, a norma em que as partes fixam a modalidade de uma negociação tem certa 
positividade, mas esta é menor do que a positividade da lei estabelecida pelo Estado, pois o ato 
jurídico das partes decorre e deriva das normas estatais. 
As normas jurídicas têm um conteúdo que varia de acordo com as épocas, lugares e políticas 
dominantes. 
 
26 WALD, Arnoldo. Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 1, p. 26. 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 9 
Segundo Gofredo Telles Júnior, a norma é um imperativo autorizante. 
Toda norma jurídica é um comando universal, não sendo feita para resolver determinados 
conflitos, não atendendo a circunstâncias particulares, não se destina a regular um caso concreto. 
Podemos dizer que o papel da norma jurídica é duplo, funcionando como norma de conduta, 
em virtude de seu caráter preventivo, e como norma de composição, no seu aspecto repressivo. 
As normas jurídicas devem ser estudadas quanto à sua estrutura interna (o preceito e a 
sanção) e estrutura externa (forma como é apresentada: tratado,lei etc.) 
A norma de conduta, no seu aspecto preventivo, destina-se a todos os membros da 
coletividade; e para a composição de conflitos, como norma repressiva, destina-se, em particular à 
autoridade judicante ou administrativa. 
Podemos classificar as normas jurídicas em: 
a) materiais - são aquelas que resolvem os conflitos de interesses (art. 492, CC). 
b) instrumentais - são as que dão competência a determinado indivíduo ou órgão para 
praticar determinado ato ou, então, que estabelecem determinada forma para que o ato seja 
praticado (art. 215, CC). 
c) imperativas - são aquelas que interessam à ordem pública, ou seja, à sociedade e não 
podem ser afastadas pela vontade das partes, podendo ser: 
1. Absolutas- art. 1.525, CC 
2. Afirmativas - art. 1.245, CC 
3. Negativas - art. 426, CC 
4. Dispositivas - também chamadas supletivas, são aquelas que se restringem a interpretar ou 
suprir a vontade das partes, quando não foi manifestada com a devida clareza, podendo 
também ser permissiva - art. 1.639, CC 
d) Rígidas - quando o preceito nela contido não deixa nenhum arbítrio ao órgão encarregado 
de sua aplicação – art. 1.615, CC 
e) Elásticas - normas cujo sentido depende de apreciação individual e subjetiva do juiz - art. 
5º da Lei n. 6.515/77 
f) Comuns - são aquelas que se aplicam em todo território nacional, como ocorre com o 
Código Civil e o Código de Processo Civil. 
g) Particulares - limitam-se a entrar em vigor em determinada área do país, como, por 
exemplo, as leis de organização judiciária e outras leis estaduais. 
 
Quanto ao autorizamento, classificam-se em: 
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL 
 
PROFA. VIVIANE ALESSANDRA GREGO HAJEL 
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 10 
a) Mais que perfeitas - são as que, por sua violação, autorizam a aplicação de duas sanções: 
a nulidade do ato praticado ou o restabelecimento da situação anterior e, ainda, a aplicação 
de uma pena ao violador. Ex.: art. 1.521, VI, CC e art. 235, CP “Contrair alguém, sendo 
casado, novo casamento. Pena: reclusão de 2 a 6 anos”. 
b) Perfeitas - são aquelas cuja violação as leva a autorizar a declaração da nulidade do ato ou 
a possibilidade de anulação do ato praticado contra sua disposição e não aplicação de pena 
ao violador - art. 235, CC 
c) Menos que perfeitas - são as que autorizam, no caso de serem violadas, a aplicação da 
pena ao violador, mas não a nulidade ou anulação do ato que as violou - CC, art. 1.523, I 
d) Imperfeitas - são aquelas cuja violação não acarreta qualquer consequência jurídica. São 
normas “sui generis”. Casos típicos são as obrigações decorrentes de dívidas de jogo, 
dívidas prescritas. 
 
Quanto à sua hierarquia, classificam-se em: 
1. Normas constitucionais - as demais normas da ordenação jurídica devendo ser conforme a 
elas. 
2. Leis ordinárias - são inferiores à Constituição Federal, não podendo, portanto, apresentar 
contradição com os textos constitucionais. 
3. Leis delegadas - têm a mesma posição hierárquica das leis ordinárias, só que são 
elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
4. Medidas provisórias - não são leis. São editadas pelo Poder Executivo que exerce função 
normativa, nos casos previstos na CF, art. 84, XXVI. Substituem os antigos decretos-leis. 
5. Decretos legislativos - são normas aprovadas pelo Congresso Nacional, sobre matéria de 
sua exclusiva competência. Ex.: ratificação de tratados internacionais – o Presidente da República 
não os sanciona. 
6. Resoluções - são decisões do Poder Legislativo sobre assunto do seu peculiar interesse, 
como questões concernentes à licença ou perda de cargo por deputados ou senadores. 
7. Decretos regulamentares - são normas jurídicas gerais, abstratas e impessoais, 
estabelecidas pelo Poder Executivo, para desenvolver uma lei, facilitando sua execução. 
8. Normas internas - são os despachos, estatutos, regimentos etc. 
9. Normas individuais - contratos, sentenças judiciais, testamento. 
 
* De acordo com os arts. 60 e seguintes da Constituição Federal, cabe ao Poder Legislativo 
elaborar as leis. À União compete legislar privativamente sobre direito civil, não tendo os Estados, a 
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respeito, qualquer competência. Mesmo que efetivamente caiba ao Legislativo sua formulação, 
também existe colaboração do Poder Executivo, através da sanção, promulgação e da publicação. 
 
5.2. O Costume 
 
O costume pode ser definido como a observância constante e uniforme de determinada 
regra, com a convicção de sua necessidade jurídica. 
O costume tem grande importância em matéria de Direito Internacional Privado. O Código 
Civil alemão e diversas leis de outros Estados, inclusive a Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro, impedem, por exemplo, a aplicação do direito estrangeiro, quando é contrário aos bons 
costumes. (art. 17, LINDB). 
O grande problema em relação ao costume é saber se o costume contra legem pode revogar 
a lei. 
Uma lei - entende a doutrina dominante - só pode ser revogada por outra. O costume 
contrário à aplicação da lei não tem o poder de revogá-la. 
Entre nós, a Lei de Introdução, no seu art. 4º, determina que, na falta de normas escritas, se 
recorra ao costume. 
 
5.3. Jurisprudência 
 
A jurisprudência é o conjunto de decisões uniformes dos Tribunais, ou seja, é a autoridade 
dos casos julgados sucessivamente, do mesmo modo. 
O julgado nunca é uma norma jurídica; não é comando prévio, geral, universal e obrigatório. 
O julgado só pode ser aplicado ao caso concreto sub judice e, embora constitua precedente, não é 
obrigatório para o futuro, só vinculando aqueles que foram partes no processo. 
Afirmou-se, assim, a importância do direito pretoriano, mantido em diversos sistemas 
legislativos, especialmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. 
A importância da jurisprudência aumentou com a organização, pelo Supremo Tribunal 
Federal, das Súmulas que consolidam as posições definitivamente assumidas pela nossa mais alta 
corte. Este exemplo foi seguido pelos demais tribunais do país. 
 
5.4. Doutrina 
 
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Muitas inovações jurisprudenciais e legislativas foram, inicialmente, objeto de estudos 
doutrinários, passando, em seguida, as teses dos autores a serem adotadas ou adaptadas pelos 
tribunais e pelo próprio legislador. 
Por exemplo, podemos citar a correção monetária, que surgiu como meio de evitar os 
prejuízos sofridos pelas partes, em virtude da depreciação monetária. Tal tese foi elaborada nos 
escritórios de advocacia e nos gabinetes dos estudiosos do Direito. Só posteriormente, é que a 
jurisprudência foi reconhecendo os efeitos da inflação sobre as relações jurídicas e, mais tarde 
ainda, é que surgiu a legislação sobre correção monetária. 
 
5.5. Princípios Gerais do Direito 
 
Princípios gerais de direito, na definição de Miguel Reale, são “enunciações normativas de 
caráter genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para 
sua aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas”. 
De fato, toda a vida do direito repousa sobre princípios, que são os alicerces e as vigas 
mestras do edifício jurídico; eles estão presentes na sua elaboração, interpretação, aplicação e 
integração. 
Quando existe uma lacuna em matérianão regulamentada pela lei ou pelo costume, 
inexistindo jurisprudência mansa e pacífica a respeito do tema, recorre-se aos princípios gerais do 
Direito. Tais princípios não são fonte independente do direito, porque não constituem norma diversa 
daquelas contidas na legislação. Eles estão embutidos e implícitos nas normas legais ou 
costumeiras, sendo consagrados implicitamente pelo sistema jurídico vigente. 
É uma das funções precípuas do jurista, especialmente do dogmatista, a de extrair das 
normas jurídicas os princípios gerais, os conceitos inclusos nas normas que ele deve pôr em 
evidência. 
Enquanto princípios eles são eficazes independentemente de constar, ou não, de textos 
legais, mas representam enunciações doutrinárias fundamentais, são modelos dogmáticos. 
Exemplos de princípios que se encontram prescritos em normas jurídicas: 
a) de “isonomia”, ou seja, da igualdade de todos perante a lei (CF, art. 5º, caput) 
b) “irretroatividade da lei”, para proteção dos direitos adquiridos (CF, art. 5º, XXXVI). 
c) “legalidade”, isto é, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei (CF, art. 5º, II) 
d) o exposto no art. 3º da LINDB: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a 
conhece”. 
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e) o previsto no art. 112 do CC: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à sua 
intenção que no sentido literal da linguagem”. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 1. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. 26. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009. v. 1. 
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 
3. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: parte geral. 
11. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 1. 
GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: parte geral. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 
2009. v. 1. 
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: parte geral. 42. ed. São Paulo: Saraiva, 
2009. v. 1. 
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do direito. São Paulo: RT, 1991. 
NADER, Paulo. Curso de direito civil: parte geral. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. v. 1. 
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: introdução ao direito civil. 22. ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 2007. v. 1. 
RÁO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. São Paulo: RT, 1999. 
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: parte geral. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 1. 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. v. 1. 
WALD, Arnoldo. Curso de direito civil brasileiro: introdução e parte geral. 11. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO 
1. Origem do vocábulo: do latim, directum/rectum = direito/reto  o que é conforme a 
uma regra. 
 
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2. Acepções da palavra direito – Franco Montoro: 
Norma – direito como lei natural e positivo 
 estatal e não-estatal 
Faculdade – poder de agir (semelhante ao direito subjetivo) 
Justo sentido objetivo: o que é devido por justiça 
sentido qualificativo: de acordo com a regra de conduta (executar o devedor 
e condenar o criminoso, p. ex.) 
 Ciência – formar-se em Direito, p.ex. 
Fato Social – fenômeno cultural (tendência social para realização da justiça; 
condições para existência e desenvolvimento da sociedade) 
 
3. Conceito 
 
4. Direito Natural. Direito Positivo 
- direito natural: conjunto de normas superiores, universais e imutáveis 
- direito positivo: conjunto de normas vigentes em determinado Estado, em 
determinado momento. 
 
5. Direito Objetivo. Direito Subjetivo 
- direito objetivo: norma de comportamento, estabelecida por uma autoridade, 
revestida de sanção 
* não necessariamente escrito 
 
 legitimidade (vontade coletiva) 
 requisitos obrigatoriedade (obediência de todos) 
 sanção (torna possível a obrigatoriedade) 
 
- direito subjetivo: faculdade de agir, conforme a regra 
 
 sujeito (titular do direito) 
 elementos objeto (bem jurídico sobre o qual o sujeito exerce seu poder) 
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 relação jurídica (vínculo de submissão do objeto ao sujeito) 
 
 
6. Direito Público. Direito Privado. 
- critério distintivo: elemento subjetivo (sujeito ou titular) + elemento objetivo 
(finalidade) 
 público  Estado + interesse coletivo - considerado em si mesmo 
 em relação com outro Estado 
 em relação com particulares 
 privado  relações entre particulares + interesse particular 
 
- ramos do direito público: direito constitucional, penal, previdenciário, tributário, 
processual, internacional, trabalhista, administrativo 
 
- ramos do direito privado: direito civil, comercial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTES DO DIREITO 
 
1. Conceito: “processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com 
legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia” (Miguel Reale). 
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Mecanismos, meios, formas através das quais se formam ou se estabelecem 
as normas jurídicas. 
 
2. Fontes formais (primárias ou imediatas): lei e costume > geram a regra jurídica 
 
 materiais (secundárias ou mediatas): doutrina, jurisprudência, analogia, 
princípios gerais do direito > amparam a criação, interpretação e aplicação 
do direito 
 
3. Enumeração das fontes do direito 
- lei 
- costume 
- jurisprudência 
- doutrina 
- princípios gerais do direito 
 
4. Lei > legere = ler, escolher, eleger (uma regra dentro do conjunto) 
“regra geral de direito, abstrata e permanente, dotada de sanção, expressa pela vontade de 
uma autoridade competente, de cunho obrigatório e de forma escrita” (Venosa) 
 
4.1 Classificação das leis 
 
 federais 
leis estaduais 
 municipais 
 
 
leis permanentes (regra) 
 temporárias (exceção) 
 
leis cogentes – não permitem alterações, por particulares 
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 dispositivas – supletivas à vontade das partes 
 
 perfeitas – nulidade ou anulabilidade do ato (testemunhas no testamento, p. ex.) 
leis mais que perfeitas – nulidade do ato + pena (bigamia, CC, art. 207 e CP, art. 235) 
 menos que perfeitas – sanção incompleta (CC, arts. 225 e 226, p. ex.) 
 imperfeitas – sem sanção (dívida de jogo – CC, art. 1.477, p. ex.) 
 
5. Costume: uso reiterado de umaconduta, com caráter de obrigatoriedade; uso 
juridicamente obrigatório. 
 generalidade 
5.1 Características para que seja considerado jurídico lapso temporal 
 constância 
 
 secundum legem – erigido em lei 
5.2 Costume praeter legem – preenchimento de lacunas 
 contra legem – opõe-se à lei 
 
6. Jurisprudência: conjunto de decisões uniformes dos tribunais sobre uma mesma matéria. 
 Súmulas 
 Súmula vinculante 
 elementos da decisão judicial colegiada ementa 
 relatório 
 voto 
 
 
 
7. Doutrina: fruto do pensamento sistematizado sobre determinado problema, com o 
objetivo de ensinar. Refere-se a um princípio que estabelece um esclarecimento a 
respeito da aplicação do direito. 
 
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8. Princípios gerais do direito: “enunciações normativas de caráter genérico, que 
condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para sua 
aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas” (Miguel Reale). 
Estão presentes, implícitos nas normas legais e costumeiras. 
 
 honeste vivere – viver honestamente 
8.1 Máximas de Ulpiano neminem laedere – não lesar a ninguém 
 suum cuique tribuere – dar a cada um o que é seu 
 
9. Analogia – LINDB, art. 4º: extensão de um preceito legal a casos não compreendidos na 
descrição legal. 
 
10. Equidade: adaptação da norma ao caso concreto 
* summum ius, summa iniuria = a aplicação cega da lei leva à injustiça

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