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23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/8 Processos e Parâmetros farmacocinéticos APRESENTAR AO ALUNO OS VÁRIOS FATORES QUE PODEM INTERFERIR NO EFEITO DOS FÁRMACOS. AUTOR(A): PROF. VIVIANI MILAN FERREIRA RASTELLI Os parâmetros farmacocinéticos são valores que nos permitem quantificar os processos farmacocinéticos. São valores que refletem um determinado processo, ou um conjunto de processos, sofrido pela droga no organismo. São obtidos na sua maioria a partir da curva concentração plasmática X tempo. Essa quantificação é útil no ajuste do tratamento ao paciente, considerando as mudanças fisiológicas e fisiopatológicas de cada um. Absorção: É o processo pelo qual o fármaco consegue alcançar a corrente sanguínea sistêmica após ser administrado, ocorre em todas as vias de administração, EXCETO a via intravenosa. Para que a absorção ocorra o fármaco deverá atravessar várias membranas até alcançar a corrente sanguínea sistêmica. Na via intravenosa o fármaco é administrado diretamente na corrente sanguínea, desse modo quando utilizamos essa via não ocorre o processo de absorção. Podemos quantificar o processo de absorção utilizando os seguintes parâmetros: Concentração máxima (Cmax): Representa o pico de absorção, é a quantidade máxima absorvida a partir da dose administrada. Tempo máximo (Tmax): Tempo gasto para se atingir a Cmax. Biodisponibilidade: Indica a extensão e velocidade de absorção, é a fração de uma dose administrada de um fármaco que chega ativa na corrente sanguínea sistêmica. A biodisponibilidade varia dependendo da via de administração, quando o fármaco é administrado por via endovenosa, a biodisponibilidade é 100%, porém quando for utilizada qualquer outra via (oral, intramuscular, etc..) a biodisponibilidade pode diminuir, pois a absorção pode não ser completa ou ocorrer o metabolismo de primeira passagem. 01 / 07 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/8 Metabolismo de primeira passagem ou efeito de primeira passagem é a metabolização que ocorre com o fármaco que é administrado via oral. O fármaco absorvido no trato gastrintestinal vai inicialmente para o fígado, levado pela circulação porta, onde é submetido à biotransformação e degradação. Nesse processo o fármaco pode ser totalmente degradado ou metabolizado, diminuindo os níveis de sua forma ativa na circulação sistêmica. Pode-se contornar esse efeito utilizando outras vias de administração como sublingual ou endovenosa. Legenda: CURVA CONCENTRAçãO PLASMáTICA X TEMPO Fatores que interferem na Absorção Características do medicamento: 02 / 07 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/8 Formulação: Compressão do comprimido Excipientes Tamanhos das partículas Hidrossolubulidade Pka Coeficiente de partição Características do meio: Estômago / intestino Mecanismo de transporte Transporte ativo Difusão passiva Difusão facilitada Taxa de esvaziamento gástrico / Motilidade intestinal Débito sanguíneo Interação com alimentos Via de administração Distribuição: Passagem do fármaco do sangue para os tecidos a fim de se ligar ao seu sítio de ligação. Quando o fármaco chega à circulação sistêmica uma fração se liga às proteínas plasmáticas (principalmente a albumina) e outra fração fica livre. Vale a pena lembrar que somente a fração livre é ativa, ou seja, essa fração livre que será distribuída e chegará ao sítio de ligação. A fração ligada serve como um reservatório, que a medida que a fração livre vai sendo distribuída para os tecidos, a fração ligada vai liberando fármaco a fim de manter o equilíbrio entre fração livre e fração ligada. Para quantificar o processo de distribuição utilizamos o parâmetro chamado de VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO. O volume de distribuição é a relação da concentração do fármaco no sangue, e a concentração de fármaco no organismo. Vale ressaltar que é um volume TEÓRICO de fluídos onde os fármacos estão dissolvidos a fim de equilibrar as concentrações plasmáticas e teciduais. O volume de distribuição reflete a extensão da distribuição. Quanto maior o volume de distribuição mais o fármaco estará distribuído pelo organismo.O volume de distribuição é calculado usando essa fórmula, que relaciona a dose administrada com a concentração plasmática do fármaco. Vd = DOSE / CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA Fatores que alteram o volume de distribuição (Vd): 03 / 07 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/8 Características do fármaco: Lipossolubilidade ou hidrossolubilidade Estado de ionização Capacidade de ligação aos tecidos. Características do indivíduo: Tamanho corpóreo, teor de gordura Sexo ,Patologias (edema), Proteínas plasmáticas Idade: Crianças – maior proporção de água corpórea, menor quantidade de proteínas plasmáticas Idosos – menor proporção de água corpórea, menor massa muscular, maior proporção de gordura. Patologias: Problemas cardiovasculares (alteração de perfusão de tecidos, alteração de atividade renal) Problemas renais (edema) Metabolização: Transformação do fármaco em outra substância que pode ter maior, menor ou nenhuma atividade, essas reações geralmente são mediadas por enzimas. O principal objetivo da metabolização é preparar o fármaco para ser excretado, tornando-o mais hidrossolúvel. O principal órgão metabolizador é o FÍGADO, mas ocorre também nos intestinos, rins, pulmões e no sistema nervoso. A metabolização ocorre basicamente em duas etapas independentes chamadas FASE I e FASE II. Fase I: Reações de oxidação, redução e hidrólise efetuadas na maioria das vezes pelo Cit P 450. Podemos dizer que nessa fase as reações são basicamente de quebra da molécula. Essa fase pode ocorrer várias vezes até o fármaco ser excretado. Ex: CYP1, CYP2 e CYP3 Fase II: Processo de conjugação como sulfatação, glicuronidação, metilação e acetilação. Nessa fase a transformação leva sempre à produtos finais mais hidrossolúveis que são geralmente farmacologicamente inativos . Vale ressaltar que fase I e II não é ordem cronológica e sim tipos diferentes de reações, o fármaco pode passar somente pela fase I ou somente pela fase II. 04 / 07 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/8 F l b li Genéticos Fluxo sanguíneo hepático Hepatopatias Idade: Idosos e crianças apresentam menor metabolização Interação com outras drogas: Inibidores enzimáticos: Inibição do citocromo P450: Cloranfenicol: fenitoína, tolbutamina, varfarina Cimetidina: diazepam, propranolol, varfarinaIzoniazida: fenitoína Indutores enzimáticos: Barbitúricos: clorpromazina, corticoides, anticoagulantes, cumarina, anticoncepcionais orais, fenitoína Rifampicina: anticoagulantes, anticoncepcionais Fenitoína: corticóides, anticoncepcionais, anticoagulantes Carbamazepina: fenitoína, anticoncepcionais orais Excreção: Retirada do fármaco do organismo, pode ser feita por várias vias, mas a mais frequente é a via renal. A função renal envolve 3 processos: Filtração glomerular A extensão da filtração glomerular é diretamente proporcional à taxa de filtração glomerular e a porcentagem de fármaco livre no plasma. A taxa de filtração glomerular é relacionada com o clereance de creatinina Reabsorção tubular Secreção tubular ativa Parâmetros que quantificam a excreção: Clearence ou Depuração (Cl): Descreve a eficiência de eliminação irreversível do fármaco do corpo, que é feita principalmente pelos rins e o fígado, descreve a quantidade de sangue que está sendo "limpo" por determinado tempo. É o volume de plasma de onde uma substânciaX foi removida ou excretada por minuto. O clearence renal ocorre basicamente pelo processo de filtração glomerular, o sangue chega aos rins, os glomérulos filtram esse sangue formando a urina. Assim podemos dizer que a depuração plasmática é a "limpeza" do sangue que leva a formação da urina. Fatores que alteram o clearence de um fármaco: 05 / 07 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/8 Características do fármaco Características do indivíduo Atividade do órgão excretor: Atividade enzimática Fluxo sanguíneoTransportadores Patologias: Problemas cardiovasculares (alteração de perfusão renal ou hepática, alteração de atividade renal) Problemas renais ou hepáticos Idade: Crianças – atividade renal e hepática não estão maduras Idosos – menor atividade renal e hepática Interações medicamentosas: Alteração da atividade enzimática Competição por carreadores Tempo de meia-vida (T 1/2): Tempo necessário para a eliminação de 50% da concentração plasmática do fármaco, esse tempo sofre influência direta do volume de distribuição e do clearence. Quanto maior o volume de distribuição maior será a meia vida do fármaco, já quanto mais se acelera o clearence a meia vida diminui. O T 1/2 é útil para: Determinar a posologia do fármaco Estimar o tempo de ação e eliminação, É dependente e calculado a partir de outros, principalmente Vd e CL. T 1/2 = 0,693 X Vd / Cl ATIVIDADE 06 / 07 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/8 Os processos farmacocinéticos são quantificados pelos parâmetros farmacocinéticos. Cada processo possui seu próprio parâmetro que reflete sua situação no organismo. Analise as alternativas abaixo e assinale a que relaciona corretamente o processo com seu parâmetro. A. A absorção pode ser quantificada relacionando a dose administrada com a concentração plasmática, ou seja, pelo tempo de meia vida. B. A eliminação de um fármaco é quantificada pela quantidade de fármaco que chegou a corrente sanguínea sistêmica, ou seja, pelo Vd. C. A biodisponibilidade é o parâmetro que quantifica a metabolização, pois é alterada pela Fase I e Fase II. D. O Cmax, Tmax e ASC são parâmetros que quantificam a quantidade e tempo da absorção. REFERÊNCIA 1. FUCHS, F. D. et al. Farmacologia Clínica - Fundamentos da Terapêutica Racional, 3º ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 2. GRAHAME-SMITH, D. G; ARONSON, J. K. Tratado de farmacologia clínica e farmacoterapia. 3ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 3. CRAIG, C. R.; STITZEL, R. E. Farmacologia moderna: com aplicações clínicas. 6ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 07 / 07 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/8
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