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Psicomotricidade 03

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Psicomotricidade
UNIDADE 3
2
GUIA DE ESTUDOS - UNIDADE 3
DISCIPLINA: PSICOMOTRICIDADE 
PROf.ª: ADRIANA MARTINS IANINO
PARA INíCIO DE CONvERSA
Olá, querido(a) aluno(a)! Seja bem-vindo ao Guia de estudos da unidade III. Desejo que 
você tenha ótimos estudos. Espero que esteja preparado(a) para darmos continuidade 
a nossa jornada de estudos!
ORIENTAçõES DA DISCIPLINA
Na unidade II estudamos as fases do desenvolvimento infantil, as bases psicomotoras 
e a relação dos aspectos do desenvolvimento psicomotor com a aprendizagem. Nesta 
unidade será abordado o trabalho corporal na escola, assim como, os aspectos relativos 
à infraestrutura escolar e o papel do movimento do trabalho educativo.
Lembro-lhe novamente, dos materiais de estudos que você dispõe; como os textos, 
vídeos e atividades propostas. E lembre-se de responder ao questionário de 
autoavaliação e realizar a consulta ao livro-texto da disciplina (E-book); assim como 
acessar a Biblioteca Virtual, em busca de outros referenciais teóricos que irão servir de 
base aos seus estudos. 
Objetivos esperados
Esperamos com o decorrer dos estudos desta unidade que você possa:
	Compreender o direcionamento educacional do trabalho corporal realiza-
do na escola;
	Refletir e aumentar seu poder argumentativo acerca dos fatores que envol-
vem a discussão sobre infraestrutura escolar; 
	Reconhecer a importância do papel do movimento no trabalho educativo.
3
1. O TRABALHO CORPORAL NA ESCOLA
PALAvRAS DO PROfESSOR
Sinta-se privilegiado, querido(a) aluno(a), por estar tendo a oportunidade de acesso a essa disciplina em 
seu curso de Pedagogia. Afirmo isto, porque em minha graduação não tive a mesma oportunidade (porém, 
cursei-a no curso de Fonoaudiologia). Infelizmente, não só por mim, mas pelos meus colegas de curso da 
ocasião. Na minha concepção, estes conhecimentos são um grande ganho para sua atuação pedagógica. 
Com certeza através deles, você pode fazer a diferença enquanto educador.
Na primeira e na segunda unidade, foram citados autores e também teorias de aprendizagem que 
evidenciavam a relevância de uma aprendizagem integral, ou seja, considerando os aspectos biológicos, 
afetivos e socioculturais do homem. 
E vale lembrar que, por muito tempo a educação enfatizou a aprendizagem apenas sob a visão das 
habilidades linguísticas e matemáticas, mas esse paradigma cartesiano vem sendo superado pelo 
paradigma da sociedade do conhecimento que propõe diferentes atuações e capacidades para resolver 
problemas significativos em diferentes campos culturais.
Pois bem, vejamos, mais detalhadamente agora, alguns dos teóricos e de suas ideias, que considero 
fundamentais para o embasamento de sua prática; e que trouxeram grandes contribuições para a 
compreensão entre o desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem das crianças.
Começaremos por Henri Paul Hyacinthe Wallon. Wallon nasceu em Paris, França, e atuou como médico, 
psicólogo, político e filósofo. Foi contemporâneo das duas grandes guerras mundiais, sendo o médico 
responsável pelas crianças vítimas dessas catástrofes e teve grande participação social, extensa produção 
intelectual.
Fonte: LINK
http://38.media.tumblr.com/0c06cf1278c82d84c7338a288d7e759a/tumblr_inline_n1yza9ska81r75k8l.jpg
4
Wallon buscou compreender o desenvolvimento infantil por meio das relações estabelecidas entre a 
criança e seu ambiente, privilegiando a pessoa em sua totalidade, nas suas expressões singulares e na 
relação com os outros. Ou seja, ele desenvolveu sua teoria buscando compreender os objetivos da criança 
e os meios que ela utiliza para realizá-los, estudando cada uma das suas manifestações no conjunto de 
suas possibilidades. A afetividade é tida como forma de mediação das relações sociais expressadas por 
meio das emoções e; a inteligência relaciona-se diretamente com as questões da linguagem e o raciocínio 
simbólico, ou seja, habilidades linguísticas e a capacidade de abstração. 
A esta consciência corporal e a relação intrínseca com a afetividade, Wallon chamou de “diálogo 
tônico-emocional”. A afetividade, ainda confundida com emocionalidade, se manifesta e é alimentada 
exclusivamente de forma epidérmica, tônico-postural: o toque. O canal exclusivo para tais trocas é o 
corpo. Tais recursos são fortíssimos: um olhar encorajador pode estimular a atividade exploratória de 
um bebê que engatinha e, assim, repercutir diretamente no seu nível de elaboração da realidade. 
A questão da motricidade é muito forte na teoria walloniana, já que a criança, ainda não possui a linguagem verbal, e 
exprime por meio da motricidade, suas mais diversas necessidades. Neste sentido, a construção do “eu” acontece na 
medida em que a criança, opondo-se ao outro, distancia-se do meio onde está envolvida. As suas necessidades não 
são satisfeitas por suas próprias ações dessa forma ele as comunica para os adultos por meio de diferentes impulsos. 
Em consequência dessa dependência, cria-se um vínculo afetivo muito grande entre a criança e o adulto, a qual é a 
responsável pelo início do psiquismo do bebê.
Wallon acreditava que a cognição está alicerçada em estágios que ele chamou de “campos funcionais”. Estes 
campos funcionais envolvem a: integração, preponderância e alternância - que definem o desenvolvimento como um 
processo descontínuo, marcado por rupturas e crises.
O primeiro dos estágios é o impulsivo-emocional que abrange o primeiro ano de vida, quando o bebê não sabe 
diferenciar o que é ele e o que é o mundo. Nesta fase, ocorre a predominância da afetividade a qual orienta suas 
primeiras reações, sendo que as relações com mundo físico se dão a partir das emoções, sendo a motricidade a 
expressão delas, tem-se a afetividade impulsiva, emocional, que se nutre pelo olhar, o contato físico expressando-se 
pelos gestos, mímicas e posturas.
Em seguida, tem-se o estágio do sensório-motor e projetivo que vai até os três anos de idade. O interesse é voltado 
para a exploração sensorial e motora do mundo físico, o que está pensando projeta em atos motores, vai fazendo e 
pensando ao mesmo tempo, ocorrendo o desenvolvimento da função simbólica. 
O terceiro estágio é do personalismo e ocorre dos três aos seis anos de idade. Sua tarefa principal é a formação da 
personalidade, por meio das interações sociais. A criança tenta se compreender e compreender o mundo. E pode 
expressar o que sente porque já fala, ou seja, a afetividade incorpora os recursos intelectuais. 
O quarto estágio é o categorial. Por volta dos seis anos de idade, o cognitivo auxilia na entrada do mundo da 
alfabetização, avanços no cognitivo que dirigem o interesse das crianças pelas coisas, para o conhecimento e 
conquista do mundo externo. Os gestos são mais precisos, elaborados mentalmente com previsão de etapas e 
consequências. 
O quinto e último estágio é o da adolescência. Este traz à tona questões pessoais, morais e existenciais. Influenciado 
5
pelo início da puberdade e as mudanças hormonais. A afetividade encontra-se mais elaborada, mais racionalizada, 
com isso os jovens teorizam sobre seus sentimentos.
A teoria de Wallon, portanto, possibilitou o início do pensamento psicomotor e a valorização do indivíduo de maneira 
integral, dando início aos estudos de muitos outros teóricos que se apropriaram de seus conhecimentos e também 
contribuíram para o desenvolvimento desse pensamento.
Falemos agora de um ator que você certamente já vem estudando e estudará bastante em todo seu 
percurso acadêmico: Jean Piaget. 
Fonte: LINK 
A motricidade na obra de Piaget tem papel de extrema importância na construção da imagem mental, ou 
seja, na questão da representação. Para este autor, o desempenho corporal é considerado como pre-
cursor do pensamento representativo e do desenvolvimento cognitivo, e que a interação da criança em 
ações motoras, visuais, táteis e auditivas sobre os objetos do seu meio é essencial para o desenvolvi-
mento integral; e de grande importância para o desenvolvimento de conceitos espaciais e nahabilidade 
de utilizar termos linguísticos.
Piaget revolucionou a área da educação, através de suas contribuições sobre o desenvolvimento e 
aquisição do conhecimento da criança.
Piaget destacou quatro principais estágios responsáveis pelo desenvolvimento mental.
O primeiro é o estágio sensório-motor (0 a 02 anos), onde o crescimento orgânico e biológico das estruturas 
orgânicas hereditárias fornece as condições necessárias para que o organismo responda ao meio. 
Representa um potencial para acomodar novas estruturas e novas informações a partir das primeiras. 
O segundo estágio é o do pensamento pré-operatório (02 aos 06 anos). É a experiência necessária 
para que o sujeito construa o conhecimento. E há dois tipos de experiências: a física, da qual resulta 
o conhecimento físico, e a lógico-matemática. Dessa forma, ao agir sobre os objetos, o sujeito retira 
informações do mesmo, abstraindo suas propriedades (peso, cor, etc.). Outro fator fundamental é a 
cooperação, que implica trocas entre indivíduos quando há igualdade de direitos ou autonomia. 
O terceiro estágio é o operatório-concreto (06 aos 12 anos). A criança apresenta um declínio do 
egocentrismo e começa a se socializar em grupos, mas ainda tem dificuldades em entender pontos de 
vistas diferentes. A experiência, apesar de essencial, depende das coordenações das ações realizadas 
pelo sujeito. 
http://pnsdr.com/img/frase/je/an/jean_piaget_o_ser_humano_e_ativo_nl.jpg
6
O quarto estágio é o operatório-formal (12 anos em diante). Pode ser considerado o mais importante, pois 
representa a fase de equilíbrio. O sujeito precisa agir, e quando ele se depara com uma incongruência, 
reage através de compensações ativas de regulagem retroativa ou proativa para compensar o distúrbio 
e retornar ao equilíbrio. Nele, são desenvolvidas capacidades de se pensar em conceitos abstratos e no 
próprio processo de pensamento. Há a presença de pensamento hipotético dedutivo, raciocínio lógico, 
raciocínio dedutivo, capacidade de resolução de problemas e de pensamento sistemático. A linguagem 
está desenvolvida, permitindo discussões lógicas e que cheguem a conclusões. 
GUARDE ESSA IDEIA! 
Dessa forma, as contribuições de Piaget para os ramos do conhecimento que se 
preocupam com o desenvolvimento do homem foram de grande importância, ao frisar o 
papel ativo do homem no processo de aquisição e elaboração do pensamento. 
PALAvRAS DO PROfESSOR
Na próxima unidade trarei para você, sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas em sua 
atuação e que objetivam o favorecimento do desenvolvimento psicomotor. E procurarei trazê-las 
adequando-as a cada período sensório-motor citados pelos autores que estamos estudando; para que 
assim seu conhecimento teórico fique bem estruturado e sua prática bem embasada.
Fonte: LINK
Por hora, continuemos conhecendo as teorias dos estudiosos que nos auxiliam neste aprendizado. Falarei 
um pouco agora de Maria Montessori. 
Esta médica, aliás, a primeira mulher italiana a se formar em Medicina, elaborou uma teoria científica do 
desenvolvimento infantil e dirigiu seu trabalho rumo a uma proposta pedagógica. 
De acordo com sua visão, a criança desenvolve um senso de responsabilidade pelo próprio aprendizado 
e, o ensino, deve ser ativo. Sua pedagogia enfatiza a manipulação de objetos para se obter a concentra-
ção individual. Seu método pedagógico que se baseia sobre um profundo trabalho de observação e pes-
quisa psicológica que valoriza a experiência sensorial, a aprendizagem como experiência e um ambiente 
estruturado, muito estimulante, onde a criança possa atuar. Montessori ressalta que as crianças de três 
a seis anos estão num período de rápido crescimento físico e seus interesses se voltam para o mundo 
exterior. 
Figura 3 http://2.bp.blogspot.com/-qBSfm3X6lbE/U2VOtyRI4tI/AAAAAAAACbg/xOrPGYqMiV0/s1600/frase-a-crianca-ama-tocar-os-objetos-para-depois-poder-reconhece-los-maria-montessori-130674.jpg
7
Nesta idade, ocorre o desenvolvimento da atenção do aluno e o professor é apenas um guia que remove 
obstáculos à aprendizagem e isola as dificuldades da criança. Para esta autora a mente é absorvente, ou 
seja, absorve a cultura, através de sua vida afetiva, motora, mental e também sensorial. 
O método Montessori tem como pressuposto a liberdade. O ambiente deve ser completamente adaptado 
às crianças, em tamanho e em utilidade, e deve conter os materiais necessários aos seguintes fatores de 
desenvolvimento:
	 Vida Prática;
	 Educação dos Sentidos;
	 Aquisição de Cultura.
As atividades de  vida prática  visam auxiliar o desenvolvimento do controle motor e das habilidades 
necessárias para o dia a dia. Os principais objetivos desta área, são cuidar do ambiente, cuidar de si 
mesmo, desenvolver habilidades úteis para a vida, a gentileza e a cortesia. Não há uma seleção fixa de 
materiais para a vida prática, pois dependem do contexto sociocultural em que estão inseridas. No Brasil, 
são consideradas como práticas para esta fase, as habilidades ligadas à autonomia para se vestir e servir-
se na cozinha, assim como o aprendizado de formas de limpar e organizar ambientes.
Para a educação dos sentidos, a seleção de materiais é voltada para a percepção de cor, peso, tamanho, 
textura, cheiro ou som. Montessori acreditava que antes de se iniciar qualquer trabalho puramente 
intelectual, os sentidos deveriam ser plenamente desenvolvidos. 
Com relação à aquisição da cultura, Montessori percebeu que o interesse das crianças pelos números e 
pela escrita, é evidente em todos os locais do mundo. Dessa forma, o desenvolvimento desta habilidade é 
longo e começa nos primeiros materiais da área sensorial. A destreza necessária para segurar um lápis, o 
controle da pressão sobre o papel, o formato de cada letra e seu som e a habilidade de traçar linhas são 
competências trabalhadas por muito tempo antes que o aluno, de fato, escreva. 
Fonte: LINK
A principal característica dos materiais montessorianos é de que em uma sala preparada, sirvam à 
manipulação do aluno constantemente. 
http://larmontessori.com/2013/01/22/compreendendo-montessori-o-material-montessoriano/
8
Veja na figura abaixo um exemplo destes materiais. O aluno deve encaixar todos os cilindros no bloco. 
Cada um dos cilindros só cabe adequadamente em um orifício da madeira. Se um dos cilindros for colocado 
no local errado, será impossível terminar o exercício. Assim, não é necessário que o professor corrija a 
atividade.
Portanto, a função do professor é de interventor, buscando que tudo flua da melhor forma possível, 
especialmente evitando atrapalhar com interrupções excessivas. 
As inovações introduzidas pelo método montessoriano estão presentes até hoje, tanto em escolas que 
adotam sua metodologia, quanto em escolas que, mesmo não o fazendo, aproveitam alguns dos recursos 
por ela criados, como meios facilitadores da aprendizagem infantil. 
Vamos falar agora de um autor do qual gosto muito: André Lapierre. Lapierre foi de grande referência 
científica para meu aprofundamento nos estudos da psicomotricidade. Fiquei fascinada pelos 
experimentos deste pesquisador com crianças pequenas, onde ele buscou através da psicomotricidade 
realizar a descoberta do próprio corpo, a capacidade na execução do movimento, a descoberta do outro e 
do meio ambiente. Considero este autor uma leitura “obrigatória” para seus estudos em psicomotricidade 
e deixo aqui como referência inicial a leitura do livro: A educação Psicomotora na escola maternal: uma 
experiência com os “pequeninos”.
André Lapierre foi um educador francês da década de setenta. É considerado o pai da Psicomotricidade 
Relacional, uma vertente da Psicomotricidade que dá ênfase aos aspectos afetivo-emocionais e relacionais 
do ser humano.
A psicomotricidade relacional consiste em criar um espaço de liberdade propício aos jogos e brincadeiras. 
É uma maneira de atuar, uma possibilidade de se estabelecer uma comunicação mais humana, mais 
verdadeira com qualquer pessoa, principalmentecom as crianças; desde a creche e a escola. O objetivo 
é fazer a criança manifestar seus conflitos profundos e vivê-los simbolicamente. No âmbito educativo, 
esse tipo de atuação serviria de precaução contra o surgimento de distúrbios emocionais, motores e de 
comunicação que dificultem a aprendizagem. É uma prática educativa, de valor preventivo e terapêutico, 
que permite crianças, adolescentes e adultos, expressarem seus conflitos relacionais, superando-os 
através do brincar, do jogo. 
Os princípios teóricos que envolvem os estudos de Lapierre foram situados em um quadro de referência, 
que nos permite situar cada criança, em cada instante, de acordo com seus comportamentos. Veremos a 
seguir esse quadro.
9
Fantasia de fusão
Fonte: LINK
É a fase de registro das sensações que constituirão a “experiência de vida”. Não se trata de 
“percepções conscientes”, mas de vestígios da memória inconsciente; que apenas em situações muito 
regressivas, tanto por parte do adulto quanto da criança, são capazes de serem resgatadas. É o retorno 
à posição fetal, o encolhimento no calor e na obscuridade, como desejo de voltar ao ventre materno; 
lugar de prazer e segurança. Estas experiências sensoriais nos marcam profundamente, embora pensa-
mos tê-las esquecido.
Nestas condições do ventre materno, o bebê não se dissocia da mãe; e a este estado de indiferenciação é 
chamado de fusão. Cada vez que nos remetemos, que recriamos no imaginário consciente, a sensação de 
não separação de outro corpo, estamos falando de “sensações fusionais” ou “situação fusional”.
O nascimento é uma ruptura brutal desta fusão e a criança precisa reencontrá-la através do contato do 
corpo de outro que corresponda suas necessidades, na maioria das vezes sua mãe. Esta “capacidade” 
de responder à necessidade fusional da criança é um elemento fundamental para seu desenvolvimento 
psicológico. Apenas o contato físico não é suficiente, o importante é a qualidade deste contato. Esta fase 
se refere à fase do “diálogo tônico-emocional” de Wallon, citando anteriormente. Você se lembra?
Objeto Relacional
O objeto é um “pretexto para a comunicação”. Porém, para que ele possa se tornar um meio de troca é 
preciso que haja a modificação da fantasia, de sua significação simbólica. Dessa forma, este objeto estará 
carregado de afetividade, pois vai tomar o lugar da mãe ou do outro; servirá de substituto, compensando 
sua ausência.
Agressividade e procura de identidade
Nesta fase, a criança encontra proibições e frustrações de seu desejo fusional, que é muito possessivo. 
Daí resulta um conflito com o outro que a negou, que vai se exteriorizar, na maioria das vezes, através 
da agressividade. Com muita frequência essa crise de oposição deixa sequelas; podendo resultar na 
castração de sua personalidade ou evoluir para a constituição de um caráter agressivo. Dessa forma, para 
Lapierre, é preferível deixar a agressividade se pronunciar sob a forma de uma brincadeira, a qual o adulto 
se permite dar a criança um exutório simbólico.
https://i.ytimg.com/vi/irPAtfNWGag/maxresdefault.jpg
10
Sobre isto gostaria de conversar um pouco com você, caro aluno. Em minha experiência com crianças 
pequenas, aprendi que, o que acontece na infância, não fica na infância, a não ser que tenha sido 
“solucionado”. Então, não ignore os conflitos das crianças, que para os adultos, normalmente são sem 
importância. 
Exemplificarei. Há alguns anos atrás, eu estava na ocasião, atuando como Fonoaudióloga Escolar em uma 
grande instituição de ensino básico (eu ainda não possuía a formação em Pedagogia). Era a comemoração 
do “Dia das Crianças” na escola e as crianças estavam muito eufóricas, brincando nos diversos brinquedos 
disponibilizados exclusivamente para a ocasião (que ao meu ver, deveriam estar sempre ali..., mas isto é 
apenas um parêntese).
•	E eu sentada na escada, observava à distância as crianças se divertindo. E em determinado 
momento um dos alunos aproximou-se meio choroso e sentou no meu colo. Perguntei o que havia 
acontecido, porém ele não quis dizer. Neste momento, a orientadora pedagógica passou por nós e 
visualizou a cena; e com um tom de voz incisivo, quase agressivo disse: “Isso é manhã, deixa isso 
para lá!”. Bom, não relevei muito sua fala; e continuei observando a situação a procura de uma 
resposta. Foi então, que percebi que o pequeno garotinho estava de farda e as outras crianças não. 
Perguntei então, se era isso que o estava incomodando, e ele afirmou que sim. Lembrei-me então, 
que as crianças iriam utilizar camisas personalizadas exclusivamente para a comemoração. Então, 
falei para ele que ele iria colocar a “camisa da festa” e tirar os sapatos, como todos estavam fazen-
do. E assim, fui com ele, ajudei-o a trocar a roupa e tirar os sapatos e ele foi brincar alegremente 
durante toda à tarde. Porém, com um detalhe: enquanto eu continuava observando as crianças, ele 
vinha de tempo em tempo me dava um beijo no rosto e retornava às suas brincadeiras.
Com este pequeno exemplo, querido aluno, espero que você possa compreender a dimensão de sua 
importância na formação de cada criança que chegar até você. Não só na sua atuação profissional, mas 
em toda sua vida. 
E para concluirmos este tópico, citarei brevemente a metodologia e os materiais utilizados por Lapierre. 
A metodologia deste autor se baseia em três alicerces, que são: a comunicação, a exploração corporal 
e vivências simbólicas, caracterizados com o favorecimento do movimento espontâneo da criança e a 
estrutura das aulas que facilitam o contato e a interação dos envolvidos. 
O grande diferencial desta prática pedagógica se situa na interação do adulto como facilitador no 
desenvolvimento das crianças participantes envolvidas, sendo organizada a psicomotricidade relacional 
com estruturas de rotina, ajudando assim o educador na elaboração das atividades e estratégias com o 
auxílio de diferentes materiais, a fim de favorecer a evolução no comportamento dos participantes. 
É uma metodologia que oportuniza os participantes comentarem sobre suas criações nos jogos e exercícios, 
sendo fundamental o processo de escuta, considerando que a criança utiliza o brincar para minimizar e 
sanar conflitos, carências, necessidades e angústias internas. Dessa forma, é imprescindível para um 
desenvolvimento biopsicossocial positivo, a compreensão e ação dos professores. 
Entre os materiais utilizados por Lapierre estão bolas, colchões, lençóis e caixas; em um ambiente limpo 
(onde educadores e crianças possam ficar descalços e deitar no chão), amplo, arejado (e livre de bancas 
11
escolares). Como você pode perceber, são materiais simples, porém que possuem um grande significado 
para as crianças quando as deixamos livres para interagir com eles. Mais uma vez ressalto a importância 
de sua leitura acerca das obras deste autor, para que você o compreenda em toda sua sensibilidade.
Como podemos perceber, caro aluno, abordar o corpo na aprendizagem, não só amplia a visão unilateral, 
para um olhar interdisciplinar da corporeidade humana, mas adere a um pensamento ainda mais humano, 
através do respeito às diferenças, abrangendo o ciclo histórico, ecológico, filosófico e cultural do ser 
humano. 
Cada indivíduo-corpo traz consigo uma bagagem única que constrói ao longo de sua vida. Através destes 
corpos são revelados trechos da história a que estes corpos pertencem; dando a oportunidade de o 
educador perceber as possíveis experiências já vivenciadas por cada uma delas, e intervir de forma mais 
efetiva, levando-as a potencializar seu aprendizado. 
IMPORTANTE
Desta forma, o movimento é muito importante para a aprendizagem significativa 
da criança, pois além de trabalhar aspectos do esquema corporal como: equilíbrio, 
coordenação motora e organização espaço-temporal; itens básicos para o futuro 
processo de alfabetização e que trazem autoconfiança do ponto de vista físico, ao 
mesmo tempo, tem um papel importante no processo global de ensino, integrando os 
váriosníveis de conhecimento e de expressão sensorial, intuitivo, afetivo, racional e 
transcendental. 
2. Infraestrutura escolar e o papel do movimento no contexto escola
Então, caro aluno, pense agora comigo: depois destes exemplos vistos, de metodologias e teorias 
de aprendizagem escolar, como você acha que devem ou deveriam ser as escolas? E pense em como elas 
realmente são... Principalmente as escolas da rede pública.
Triste realidade não é mesmo? Então, isso remete às discussões que realizamos na primeira unida-
de. Das exigências curriculares e das condições que são favorecidas; do quanto são contrastantes. E do 
quanto é importante de você enquanto educador, estar ciente destas divergências e buscar melhorar, de 
alguma forma, nosso atual contexto de ambiente escolar.
Você pode estar se perguntando neste momento: “Mas como posso ajudar?” Com seu poder de argumen-
tação, lhe respondo. Os hospitais psiquiátricos estão lotados, multiplicam-se as “reeducações” em cen-
tros especializados, as consultas de higiene mental (públicas e privadas) são insuficientes... O alcoolismo 
e as drogas fazem devastações, está crescendo o consumo de tranquilizantes... Além do sofrimento que 
tudo isto causa para todos os envolvidos; custa muito caro para as coletividades locais e para o orçamento 
governamental. Ou seja, um valor que poderia e deveria estar sendo investido em infraestrutura escolar, 
está sendo investido em remediar doenças que poderiam ter sido evitadas.
12
Neste contexto, relembro o documentário já citado anteriormente (na unidade I): “tarja branca”. Ele deixa 
latente a ideia de que lúdico na vida cotidiana está em perigo e de que é preciso recuperá-lo, estando, 
porém, cientes dos processos sociais por trás disso. Sair em defesa da “tarja branca”, portanto, é também 
atacar de frente os imperativos da “tarja preta”.
No Brasil, menos de 1% das escolas apresentam infraestrutura adequada para o desenvolvimento de 
um pleno aprendizado. E quando penso em atividades com o corpo, só me vem à lembrança na mente, 
a imagem das salas de aulas das escolas de rede pública que pude presenciar... Salas minúsculas, as 
crianças não conseguem caminhar pelas salas, devido ao amontoado de bancas escolares; salas sem 
ventilação adequada e etc. Enfim, não quero levá-los a uma atitude pessimista, mas a uma reação de luta 
pelo que acreditamos. Não podemos fechar os olhos à realidade, mas podemos buscar modificá-la.
E caso você em seu contexto de trabalho se depare com uma situação dessas, não desanime! Procure 
outros meios de proporcionar às crianças uma aprendizagem sem “obstáculos”. Leve-as periodicamente 
a espaços livres, verdes e acima de tudo cultive também dentro delas essa filosofia. E lembre-se, sempre 
que a afetividade está diretamente ligada ao aprendizado.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para aprofundar-se sobre “Afetividade e Aprendizagem”, sugiro a leitura das obras do 
autor Carl Roger e a leitura do livro disponível na Biblioteca Virtual do Curso: Afetividade 
e Práticas Pedagógicas. Autor (org): Sérgio Antônio da Silva Leite
Em uma dessas escolas que estive presente, a sala de aula a qual eu estava responsável não tinha 
estrutura para o trabalho com o corpo. Acredito que a intenção de quem a projetou era realmente de 
deixar as crianças “presas”. Porém, não desisti. Junto com as próprias crianças, empilhamos as bancas 
escolares uma por cima das outras; e no pequeno espaço livre que conseguimos, começamos a dançar! E 
foi um momento maravilhoso tanto para mim, quanto para os alunos.
GUARDE ESSA IDEIA!
Lembre-se que não nos basta a formação necessária para atuar de maneira didática e pedagógica no 
espaço institucional, conhecido como escola. Precisamos conhecer a realidade desses espaços, suas 
curiosidades, seus problemas, desafios e perspectivas para desenvolver uma mediação apropriada, com 
significado e sentido para aquela comunidade.
13
Podemos observar na sociedade atual, desde o primeiro ano de vida das crianças, o incremento de 
atividades que exigem cada vez menos os seus movimentos na escola. As praticas docentes, muitas vezes 
limitam os movimentos das crianças; como no caso de professores que trabalham com bebês em creches. 
Geralmente, eles evitam atividades que proporcionem movimentos em diferentes espaços, priorizando os 
berços e os carrinhos, sob a justificativa de “oferecerem maior proteção”. Dessa forma, o bebê acaba por 
não desenvolver plenamente sua percepção da realidade, influenciando negativamente na sua interação 
com outros ambientes, com objetos e com o outro.
Dessa forma, é importante estarmos ciente de que o ambiente é um instrumento de mediação do 
desenvolvimento infantil. A organização dos espaços promove o movimento e a brincadeira da criança, 
portanto, precisamos refletir melhor sobre a qualidade deles. Espaços sem nenhum ou com excessivos 
estímulos não refletem a qualidade necessária para proporcionar a aprendizagem das crianças. Neste 
sentido, o papel do professor é se aprofundar sobre o conhecimento do desenvolvimento infantil e adequar 
as atividades e materiais à cada faixa etária.
Pois bem, querido aluno, mesmo ciente das dificuldades que podem ser encontradas em seu cotidiano de 
práticas pedagógicas como: superlotação de salas, a falta de materiais e espaços adequados, falta de 
apoio pedagógico aos dilemas das práticas, baixos salários, entre outros. Lembre-se, que estes problemas 
envolvem soluções que dependem da união da classe dos professores e da construção de argumentos 
teórico-práticos bem fundamentados, que pressionem as mudanças nas políticas públicas.
O papel do movimento no contexto escolar não é só importante; é fundamental. A corporeidade implica a 
inserção de um corpo humano num mundo significativo. Pensar o lugar do corpo na educação é inicialmente 
compreender que o corpo não é o instrumento das práticas educativas, portanto, as produções humanas 
são possíveis pelo fato de sermos corpo. Dessa forma, “não há uma palavra, um gesto humano, mesmo 
distraídos ou habituais, que não tenham significação”.
Há pessoas que se aborrecem quando se movimentam. É compreensível, visto que executar movimentos 
sem motivação é muito mais cansativo do que fazer exercícios com interesse. E é este interesse que é 
preciso despertar. O movimento torna-se, então, a expressão da procura de um acordo total, de uma nova 
maneira de viver o corpo sem separá-lo da mente.
Uma mente capacitada e ágil pode sentir-se constrangida num corpo subutilizado, que se movimenta 
descoordenadamente. Por este motivo, é tão importante dar hábitos sadios às crianças, a fim de poupar-
lhes, na idade adulta, uma reeducação difícil e muitas vezes sentida como regressão humilhante.
Em minhas aulas de dança, recebo frequentemente alunos adultos que nem iniciaram as aulas ainda, e já 
chegam justificando-se, afirmando “sou muito desajeitado”, “não danço nada”. Se sentem envergonhados, 
se sentem culpados por algo que não possuem culpa alguma.
Assim, um mal “funcionamento do corpo” acarreta compensações que deterioram o físico e que repercutem 
diretamente sobre o caráter, reforçando a timidez, a inibição, o desencorajamento, etc.
A propósito, julgo de extrema relevância, ressaltar aqui, a importância da dança no espaço escolar. O 
trabalho com a dança oportuniza a vivência, a destreza, a agilidade e a compreensão do conhecimento, 
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pois o movimento expressivo é, antes de tudo, um movimento consciente. A dança aplicada à educação vai 
muito além de formar bailarinos ou escolarizá-la, ou seja, a coordenação e o espaço temporal presentes 
na coreografia da dança representam as aquisições cognitivas. 
Fonte: LINK
Utilizar a dança como prática pedagógica proporciona a capacidade de assimilar a realidade aos seus 
desejos e interesses, fornecendo-lhes condições de lidar com a realidade e de estruturá-la cognitivamente 
no nível interno, alicerçando, portanto, a construção do real.
Apesar disso, atualmente em muitas escolas, a dança está relacionada apenascom a Educação Físi-
ca, restrita a datas comemorativas e/ou oferecida como uma atividade extracurricular da escola (e na 
maioria das vezes, aulas de balé apenas para meninas). Inclusive o próprio RCNEI não faz referência à 
dança de forma específica, e quando esta é citada, é priorizado o desenvolvimento motor: “Ampliar as 
possibilidades expressivas do próprio movimento, utilizando gestos diversos e o ritmo corporal nas suas 
brincadeiras, danças, jogos e demais situações de interação”.
Através, não só da dança, mas das diversas possibilidades de trabalho com o corpo, é possível introduzir 
na sala de aula momentos de reflexão, pesquisa, comparação e desconstrução de conceitos, levando os 
alunos a agirem de forma crítica em função da compreensão e transformação da sociedade. Porém, é 
preciso que a atividade faça sentido para este aluno, caso contrário, ele este momento será percebido 
apenas como uma forma de diversão.
Portanto, caro(a) aluno(a), diante do que foi exposto até aqui, a revisão teórico-pedagógica que proponho, 
é fundada na tomada de consciência que existe entre corpo e mente. 
Espero ter despertado em você, a sua vontade de despertar todos os seus sentidos: audição, visão, olfato, 
paladar e o tato. Lembre-se que nenhum trabalho, sobretudo corporal, pode ser frutífero sem a liberação 
da sensibilidade perceptiva. Então, liberte seu corpo de quaisquer amarras e simplesmente sinta. Trecho 
da música de Capital Inicial.
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PALAvRAS DO PROfESSOR
Então encerramos esta unidade. Fico feliz por termos chegado até aqui e espero que 
você esteja motivado para os próximos conteúdos que virão mais adiante.
Nesta unidade III, estudamos o papel do movimento no trabalho educativo e 
refletimos sobre a infraestrutura escolar e o trabalho corporal na escola. Na próxima 
e última unidade, serão abordadas atividades, jogos, brinquedos e brincadeiras para a 
estimulação psicomotora.
Lembre-se de aprimorar seus conhecimentos acessando a Biblioteca Virtual e o E-book 
da disciplina para embasar seus estudos. Assim como, realizar as atividades propostas 
no Fórum e também realizar sua autoavaliação através do questionário proposto.
Grande abraço e até breve!

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