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1 EXCELENTÍSSIMO(a) SENHOR(a) DOUTOR(a) JUÍZ(a) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVIL DA COMARCA DE CARANGOLA ESTADO DE MINAS GERAIS. MARIA ASSUNTA VENTURA, brasileira, separada judicialmente, empresária, portadora do RG nº. 45.845.486 SSPMG e do CPF nº. 504.665.846-52, residente e domiciliada na rua Marechal Deodoro 171, Apt. 401, bairro Centro, CEP: 36800-000, Carangola/MG, filha de Waldir Ventura com Angelina Ventura, endereço eletrônico: assunta@gmail.com, Tel.: (32) 3741-0000., por seu advogado signatário que a esta subscreve, conforme procuração anexa a este instrumento, com endereço profissional à Travessa Coronel José Afonso da Silva, número 03, bairro Centro, Cidade Carangola/MG, CEP 36.800-000, onde receberá notificações, e com fulcro no artigo 5º, inciso V da Constituição Federal, combinado com os artigos 6º, inciso VI e VIII, 14 a 18, 42, e seguintes do Código de Defesa do Consumidor, artigos 186 e 927 do Código Civil de 2002 e e-mails legislação pertinente, para propor a presente: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS em desfavor de INDUSTRIAIS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) sob o nº 00.445.880/0001-58, com endereço comercial à rua Pedro de Oliveira, nº 085, Centro, Carangola / MG, CEP..., pelos motivos de fato e de direito a seguir elencados: 2 I- DA JUSTIÇA GRATUITA O autor esclarece, sob as penas da lei ser pessoa pobre na acepção jurídica do termo, visto que sua situação econômica não lhe permite pagar as despesas e custas do processo bem como suportar a sucumbência, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, motivo pelo qual, requer que a bem da Justiça lhe seja concedido o benefício da GRATUIDADE DE JUSTIÇA. Com base no art. 5º, incisos XXXIV e LXXIV, da CRFB/88, concomitantemente com o arts. 98 e 99, ambos do Código de Processo Civil vigente. II - DOS FATOS A autora adquiriu na loja ré, um refrigerador, na data de 20 de janeiro de 2018, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), conforme cópia da nota fiscal anexa a este instrumento. Ocorre que o embrólio se iniciou com o descumprimento da promessa de entrega do eletrodoméstico no período prometido pela ré, a qual ocorreu 30 (trinta) dias após, sendo que, sobrepondo de incessantes súplicas da autora pela a entrega do bem. Além do problema ocorrido com a entrega do eletrodoméstico, sendo que, realizada 30 (trinta) dias após a promessa, o mesmo, apresentou defeito, ora, simplesmente “apagou”. Em virtude do defeito apresentado, a autora se dirigiu à loja ré, para fazer uma reclamação e solicitar providências, todavia, o gerente da mesma, insultou-a, afirmando que nada poderia ser feito, bem como, não iria permutar o produto, e que à autora, deveria, “procurar os seus direitos”. Na tentativa de solucionar a questão, a autora, encaminhou o produto à assistência técnica “Suporte Carangolense”, no intuito de conserta-lo, todavia, lhe deu um laudo categórico, conforme cópia anexa a este instrumento, atestando que o refrigerador não possui conserto, pois o mesmo possui um defeito de fábrica, ou seja, um vício redibitório. Em suma, o prejuízo causado a autora, não se decorre apenas ao valor do refrigerador, ora, R$ 2.000,00 (dois mil reais), mas também, no que foi gasto com a assistência técnica, além dos produtos que pereceram na geladeira, em virtude do defeito, sendo estes, correspondente ao valor de R$ 650,00 (seiscentos e cinquenta reais), conforme cópia da nota fiscal anexa a este instrumento. Isto posto, cumpre salientar, além dos danos materiais padecidos em desfavor da autora, ressalta-se também, que a mesma, foi insultada pelo gerente da ré, a qual, desencadeando um forte abalo psíquico-emocional, ora, em virtude da repulsa pela permuta do produto, pelo descaso manifestado pela ré, ou seja, todos os fatos que se fizeram presente. III - DOS DIREITOS Em decorrência deste incidente, a autora vivenciou a situação constrangedora, angustiante, tendo sua moral abalada em face à indevida repulsa pela permuta do produto, bem como, ao vício redibitório apresentado no mesmo, a qual, sendo suficiente às circunstâncias dadas à ensejar danos morais e materiais, conforme preceitua o artigo 5º, inciso X, da Constituição da República Federativa do Brasil. 3 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Isto posto, é insigne que a ré, ao perpetrar o imprudente ato, afrontou confessada e conscientemente o texto constitucional supracitado, devendo, por isso, ser condenada à respectiva indenização pelo dano moral em desfavor da autora. Ressalta-se que a reparação do dano moral puro não mais se questiona no direito brasileiro, porquanto a umas séries de dispositivos, constitucionais e infraconstitucionais, os quais garantem sua tutela legal, conforme preceitua os artigos números 186 e 927 do Código Civil de 2002. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Portanto, dano moral, é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja ou diminua o seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a outrem. Em nosso direito é certa e pacífica a tese de que quando alguém viola um interesse de outrem, juridicamente protegido, fica obrigado a reparar o dano daí decorrente. Basta adentrar na esfera jurídica alheia, para que venha certa a responsabilidade civil. Causar dano constitui violar direito de outrem, trazendo-lhe, algum tipo de prejuízo, acarretando um desfavorecimento material, moral ou estético, pela ação ou omissão, individual ou coletiva. Destarte que, em se tratando de direito do consumidor, a responsabilidade será objetiva, não se discutindo a culpa, apenas a ocorrência do fato gerador desta e sua responsabilização, adotando o formulado nos artigos 6º, VI e VII, 12 “caput”, 14, § 3º, inciso I e II, e 18 § 1º, I e II do Código de Defesa do Consumidor. Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados. Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, 4 construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como porinformações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; Para tanto, conforme narrado, e com fulcro nos artigos supracitados do Código de Defesa do Consumidor, está que a autora sofreu danos materiais no tocante à compra efetuada, já que não pode utilizar o produto para o fim a que se destina, sofrendo, então uma perda patrimonial. IV - DA OPÇÃO PELA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito conciliador, a par das inúmeras tentativas de resolver amigavelmente a questão, o autor desde já, nos termos do art. 334 do Código de Processo Civil, manifesta interesse em autocomposição, aguardando a designação de audiência de conciliação V - DO QUANTUM DEBERATUR a) Comprovado o dano moral sofrido e o nexo causal entre este e a conduta da requerida, resta apurar o valor da indenização. b) A fixação do valor da indenização deve seguir determinados parâmetros, deve ser proporcional ao grau de culpa, à gravidade da ofensa, ao nível socioeconômico do causador da lesão, à realidade da vida às particularidades do caso concreto. c) A indenização tem caráter compensatório posto que busca de certa forma minimizar o dano sofrido, mas mais ainda importante que este é o aspecto punitivo desta; 5 d) Quer dizer, a indenização deve também ter em seu valor uma característica de punição pelo, exercendo força coercitiva, a fim de que tal ofensa não mais se repita; Assim, tendo em vista os critérios acima expostos bem como o grande poder econômico da empresa requerida, entende-se razoável a indenização arbitraria em R$ 12.650,00 (doze mil seiscentos e cinquenta reais). VI - DOS PEDIDOS Diante dos fatos supracitados e das fundamentações pertinentes ao caso no que tange a existência de fatos e ações que lesionam o bem jurídico tutelado, REQUERER que Vossa Excelência, por intermédio desta inicial recebida, com sucedâneo aos artigos 6º, VI e VII, 12 “caput”, 14, § 3º, inciso I e II, e 18 § 1º, I e II do Código de Defesa do Consumidor, concomitantemente com os artigos números 186 e 927 do Código Civil de 2002, seja julgado procedente o pedido de DANOS MORAL E MATERIAL, ademais: 1- Requer, a citação da ré, na pessoa de seu representante legal, no endereço informado, para querendo, responder no prazo legal, sob pena, de revelia e confissão; 2- Os benefícios da Justiça Gratuita vez que se declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração em anexo; 3- Seja ao término, julgado PROCEDENTE o pedido para condenar à ré a ressarcir a autora pelo DANO MATERIAL no importe de R$ 2.650,00 (dois mil e seiscentos e cinquenta reais), devidamente corrigidos com juros de mora e correções monetárias; 4- Que seja ao final julgada PROCEDENTE a ação condenado o demandado ao pagamento de INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MATERIAIS E MORAL suportados pela Autora, em patamar que não inferior ao valor de R$ 12.650,00 (doze mil e seiscentos e cinquenta reais); 5- Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, incluindo, produção de prova testemunhal, inspeção judicial, depoimento pessoal, sob pena de confissão caso o réu (ou seu representante) não compareça, ou, comparecendo se negue a depor (art. 385, §1º do Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/15)). 6- Seja a ré, compilada à retirar o refrigerador da residência da autora em 24 horas, sob perda do bem; 7- A condenação da ré ao pagamento de custas e honorários; Dá-se a causa o valor de R$ 12.650,00 (doze mil e seiscentos e cinquenta reais), para os devidos efeitos legais. 6 Ex positis, P. deferimento. Carangola, 20 de março de 2018. ___________________________________________________________________ Advogado, OAB/nº “...”
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