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Alienação Parental

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
CURSO DE DIREITO
BIBIANA TEIXEIRA
SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NOS CASOS DE SEPARAÇÕES JUDICIAIS NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO: ASPECTOS JURÍDICOS E PSÍQUICOS
DOURADOS/MS
2015
BIBIANA TEIXEIRA
SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NOS CASOS DE SEPARAÇÕES JUDICIAIS NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO: ASPECTOS JURÍDICOS E PSÍQUICOS
Artigo apresentado à Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, como exigência para obtenção de título de bacharel em Direito, sob a orientação da Profº Lourdes Rosalvo S. Dos Santos.
Dourados/MS
2015
Este documento corresponde à versão final do artigo SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NOS CASOS DE SEPARAÇÕES JUDICIAIS NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO: ASPECTOS JURÍDICOS E PSÍQUICOSà Banca Examinadora do curso de Direito da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Professora Lourdes Rosalvo S. dos Santos
Orientadora
_________________________________________
Professor Hassan Hajj
Examinador
_________________________________________
Fabricio Braun
Examinador
 Franco, 
Bibiana Teixeira
 
 Síndrome da alienação parental nos casos de separações judiciais no direito civil brasileir
o/ Bibiana Teixeira
, MS: UEMS, 2015.
 13p. ; 30cm
 Artigo (Graduação) – Direito – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, 2015.
 Orientador: Prof. 
L
ourdes Rosalvo S. dos Santos
 1. Origem da Síndrome da Alienação Parental 2. Estágios da síndrome 3. Visão judicial e psiquiatra. I. Título 
SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NOS CASOS DE SEPARAÇÕES JUDICIAIS NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO: ASPECTOS JURÍDICOS E PSÍQUICOS
Bibiana Teixeira[2: Aluna do 5º ano do Curso de Direito da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Dourados MS. Email: bibianateixeira@hotmail.com.]
Orientadora: Lourdes Rosalvo S. dos Santos[3: Professora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Dourados, na disciplina de Direito Civil. Email: lourdesrosa@uems.br.]
RESUMO: O presente artigo faz uma análise conceitual sobre a Síndrome da Alienação Parental (SAP), a qual pode ser definida como abuso de poder parental, com reconhecimento no abuso emocional que um dos cônjuges, no processo judicial, usa para punir o outro genitor a fim de garantir para si a guarda definitivado filho. A temática vem sendo discutida com a finalidade da sociedade se adaptar a esta síndrome e encontrar formas de evitar que a criança sofra o mínimo possível.
Palavras-chave:Divórcio; Alienador; Guarda.
ABSTRACT: Thisarticleis a conceptual analysisofthe Parental AlienationSyndrome (SAP), whichcanbedefined as abuse of parental power, recognizingtheemotional abuse thatoneofthespouses, thecourt case, use topunishtheotherparent in ordertosecure for himselfthepermanentcustodyofthechild. The issuehasbeendiscussed for thepurposeofsocietytoadapttothissyndromeandfindingwaystopreventthechildsuffers as little as possible.
Keywords:Divorce; alienating; disputes; Guard.
INTRODUÇÃO
Neste trabalho será abordado a Síndrome da Alienação Parental, com ênfase nos casos que envolvam o Direito Civil brasileiro, bem como os aspectos psicológicos que tal acarreta. O abuso psicológico causado pelos genitores, onde as vítimas são as crianças e adolescentes, já é crime, com previsão na Lei n. 12.318/2010.
	No primeiro momento deste artigo, será analisado o começo de tudo, a gênese das separações judiciais e logo, as disputas de guardas e seus instrumentos utilizados para obter sucesso na causa.
	Após a análise da origem, observar-se-á o contexto de desenvolvimento sobre a família, a qual passa a ser um ambiente confuso que sofre transformações na proporção em que passa por impactos, seja este emocional, financeiro ou histórico-cultural, fazendo com que a função principal de proteção à criança e adolescente possa ser interrompida.
Ainda, haverá a necessidade de um estudo da síndrome, no ponto de vista psicológico, uma análise desse fenômeno que aparece nos sistemas familiares em conflitocom intuito de buscar tratamento sobre tal tema tão delicado no nosso Direito Civil brasileiro.
1. A ORIGEM DA SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL (SAP)
1.1. Conceito
A Síndrome de Alienação Parental (SAP) foi definida, na década de 1980, pelo psiquiatra norte-americano Richard Gardner como sendo um aglomerado de sintomas comportamentais manifestados por crianças que, após divórcios, apresentavam recusa em manter contato com o genitor que não possuia guarda sobre elas. Em sua visão, a síndrome se desenvolvia a partir de uma lavagem cerebral realizada por um dos genitores, nesse âmbito, denominado alienador, para que o filho rejeite o outro responsável.
Segundo Gardner, a SAP é um transtorno infantil que emerge quase que exclusivamente no contexto de disputa de guarda. Sua manifestação primária é a campanha da criança direcionada contra o genitor para denegri-lo, campanha esta sem justificativa. Isso resulta da combinação da “programação” (lavagem cerebral) realizada pelo outro genitor e da própria contribuição da criança na desqualificação do pai alienado. Quando o abuso e/ou negligência parental são presentes, a animosidade da criança pode ser justificada e então a explicação de síndrome de alienação parental para essa hostilidade não pode ser aplicada. 
A proposta do autorgerou polêmica e sua proposta se expandiu no Brasil e em diversos países, levando a alguns pensarem que a síndrome seria uma epidemia, tanto que em agosto de 2010, tramitou-se no Legislativo brasileiro, onde foi sancionada a lei sobre a alienação parental, que prevê sanções ao genitor que causar objeções à convivência do filho como o outro genitor guardião.[4: GARDNER, R. A. Parental alienationsyndrome vs. parental alienation: wichdiagnosisshouldevaluators use in child-custody disputes? The American Journalof Family Therapy, v.30, n.2, p. 93-115. Acesso: 04.12.2015]
A Lei n. 12.318/2010estabelece determinações quanto à atuação de psicólogos no exame para verificar casos de alienação parental, com destaque nos aspectos emocionais, o qual será explorado com mais calma ao longo deste artigo.[5: BRASIL, Novo Código Civil, lei 12.318/2010, Brasília, DF, Senado Federal, 2002.]
1.2. Histórico sobre a disputa da guarda em separação judicial
	Verificaremos, agora, um breve histórico sobre a separação judicial, que, diante da existência do conservadorismo na sociedade no século passado, somado com a influência religiosa, não era possível a dissolução do casamento.
	O casamento sempre existiu em nosso país, porém em outras situações como a família monoparental, união estável, união homoafetiva, dentre outras espécies de família. Com a evolução dos costumes perante a sociedade, houve também a revolução concernente ao conceito de família, porém a negativa em relação ao divórcio persistia em existir, e para acontecer uma lei que regulamentasse o divórcio, houve a necessidade de concessões, onde uma lei nova (6.515 de 1977) passou a ter denominação de separação judicial que oportunizava os cônjuges à dispensa dos deveres do casamento sem romper o matrimônio.
	Todavia, a sociedade naquela época se mostrou resistente ao entender o ideal dessa lei, mas quando finalmente aceitou a ideia de que tal lei não destruiria a imagem da família nem o casamento, houve uma reforma realizada pela lei 7.841/89, a qual afastou a necessidade de identificar a causa para a concessão da separação.[6: BRASIL, Novo Código Civil, lei 7.841/89, Brasília, DF, Senado Federal, 2002]
	Dessa forma, a sociedade não possui mais a visão temorosa de que o divórcio iria causar a degeneração da sociedade. Graças ao código civil de 2002, disponibilizou a possibilidadepara a separação judicial, com a vontade de ambos os cônjuges ou ao menos um dele, conforme dispõe o dispositivo abaixo: 
Artigo 1572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
§1° A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição.[7: BRASIL, Novo Código Civil, lei 10.406/2002, Brasília, DF, Senado Federal, 2002.]
1.3.Disputassobre a guarda
	Está cada vez mais comum os conflitos no processo de separação judicial em relação a guarda. No campo judiciário, a psicologia caminha em harmonia para solucionar algumas questões. Sob o prisma da psicologia, a SAP é vista como um vício psíquico, onde o filho alienado apresenta transtornos emocionais dividos em estágios, até a nítida caracterização da síndrome.
	A questão é que o Judiciário vem recebendo muitos casos que envolvam conflito sobre a guarda, seja em virtude de regulamentação de visitas ou de caráter alimentício. Acontece que na maioria desses casos, o que leva os cônjuges a entrarem em guerra são as questões que envolvem violência ou até mesmo abuso dentro de casa.
	Denise Maria Peressinirelata de forma bem clara sobre a psicologia jurídica nesses casos:[8: SILVA, Denise Maria Peressini da. Psicologia jurídica no processo civil brasileiro: a interface da psicologia com direitos nas questões de família e infância, São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, p.112.
]
Nas Varas de Família e das Sucessões dos Foros Regionais e dos Tribunais de Justiça estaduais, priorizam-se casos em que há filhos envolvidos (direta ou indiretamente) nas relações processuais. Isso porque, como membro da família afetivamente mais sensível, a criança percebe mais facilmente os efeitos nocivos de uma desestruturação familiar, e por esse motivo sofre os maiores prejuízos emocionais e comportamentais.
	Então, podemos dizer que com a modificação da estrutura familiar bem como a sua essência, é necessário o acompanhamento do avanço da entidade familiar. E, no processo de ajuizamento, este é julgado pelos fatos narrados, devendo ser analisado com cautela os pedidos e as provas contidas nos autos do processo, estes alçados com a perícia psicológica realizada por um profissional da área.
2. Estágios da síndrome da alienação parental (SAP)
	Após conceiturar sobre a SAP, é possível entender um pouco mais sobre o perfil da criança alienada e suas consequências. Podemos destacar que a criança alienada apresenta um sentimento permanente de raiva e ódio contra o genitor alienado, somado com a recusa de qualquer comunicação com o outro genitor responsável e com sentimentos duvidosos com a realidade.
	Segundo Richard Gardner, já citado neste trabalho, pode-se dividir os estágios da alienação parental em categorias, sendo elas: 1) Estágio leve, entendida como o início da alienação, tendo como característica principal a distorção da figura do genitor alienado; 2) Estágio moderado, onde a criança começa a absorver as informações negativas induzidas pelo genitor alienante; 3) Estágio grave, caracterizado como o momento em que a criança já se encontra em perturbação mental, ignorando qualquer aproximidade com o genitor alienado. Neste estágio, o comportamento de repulsa do filho já caracteriza a síndrome.[9: Síndrome de Alienação Parental e a Tirania do Guardião: aspectos Psicológicos, Sociais e Jurídicos. Associação de Pais e Mães Separados. Porto Alegre: Equilíbrio, 2008.]
	Em consequência, as crianças vítimas da alienação parental possuem mais tendência à desenvolver distúrbios psicológicos como a depressão, ansiedade e pânico. Ainda, são mais propensas a consumir álcool e drogas como uma forma de recuo para todo esse sentimento de dor e culpa causados pela alienação.
	Em alguns casos, a criança comete suicídio, atitude decorrente do estresse emocional sofrido e, quando isso não ocorre, a mesma não consegue estabelecer um relação segura com outrem em sua fase adulta.
3. Síndrome da Alienação Parental na visão psiquiátrica:
	No campo da psiquiatria, a SAP, um psicólogo judiciário Sidney Shine situa uma forma de relação entre a Medicina Legal, a Psicologia Forense e a Criminologia que demonstram a importância da atuação dos profissionais no ramo da psicologia para a contribuição para a resolução de questões conflituosas sobre a abordagem.[10: SHINE, S.; CASTRO, L.R.F. Uma reflexão sobre o plantão de Sala de Visitas na cidade de São Paulo. In: CONGRESSO IBEROAMERICANO DE PSICOLOGIA JURÍDICA, 2., Havana, 1997. 2 disquetes 3 1⁄2 polegadas, word for windows 7.]
	Normalmente, é após a separação dos pais que acarretam o surgimento dos problemas quanto às visitas ao outro genitor responsável, tendo causa a intensidade do ambiente conflituoso, medos e fantasias dos pais e mesmo dos filhos, que iniciam uma adaptação a uma nova organização familiar.
A partir do momento em que os genitores se encontram com o psicológico abalado, o sentimento de sentir-se enganado, o que chamamos de paranóide, acarreta no desencadeamento do processo de alienação do outro cônjuge.
	Dessa forma, é dever do Estado garantir a guarda e proteção dos alienados, recebendo auxílio de profissionais como psicólogos e assistentes sociais mediante laudos e estudos, mas também é essencial a capacitação do Juiz para reconhecer os sintomas de uma possível síndrome de alienação parental.
3.1. Interesse do menor alienado durante o processo judicial
Com a disputa da guarda, é natural o aparecimento dos efeitos do conflito, dentre elas a própria Síndrome da Alienação Parental. Portanto, é de suma importância a proteção do menor alienado.
	Antes de mais nada, vale lembrar sobre o exercício da parentalidade. A Constituição Federal/88 juntamente com o Código Civil brasileiro estabelecem que os pais tem o dever de assistir, criar e educar os filhos menores. Vejamos o artigo 229 da Constituição Federal:
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.[11: Conforme o artigo 229 da Constituição Federal brasileira.]
Ainda, complementa o artigo 1.634 do Código Civil brasileiro:
Art. 1.634.  Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
I - dirigir-lhes a criação e a educação
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584;     
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;    
 V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;     
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.     [12: Conforme artigo 1634 do Código Civil brasileiro – Lei 10406/02.]
	Os dispositivos citados acima, além de mencionar sobre o poder familiar, aduz sobre o abandono do entendimento de que o homem era, em tempos passados, o provedor do lar, enquanto a mulher assumia a figura de simples cuidadora da casa. Com a era moderna, pode-se dizer que ambos são iguais perante a lei e por isso deve ser entendido em igualdade quanto ao direito ao exercício da parentalidade.
	Todavia, com todos os problemas do casamento e em consequência a ruptura deste, é natural que a criança passe por um trauma que desencadeará a instabilidadeemocional e trará sequelas comportamentais em sua vida.
	Diante disso, visando a proteção da integridade e os direitos do menor, existem leis que estabelecem os direitos fundamentais à criança para que esta sofra o menos possível. A lei 8.069/90 criou o Estatuto da Criança e do Adolescente com intuito de assegurar e proteger o menor através da legalidade. Dispõe que “são direitos fundamentais da criança a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação das políticas sociais públicas que permitam a efetivação das políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.[13: BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90, Capítulo I – do Direito à vida e à saúde. Brasília, DF, Senado Federal, 1990.]
	Há outros artigos desta mesma lei que garante a proteção dos direitos do menor através da guarda, a qual estabelece as obrigações a serem cumpridas pelo detentor desta, podendo ser revogada caso o guardião não cumpra com os requisitos.
Artigo 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. 
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.[14: Artigos 33 e 35 da Lei. 8.089/90, Estatuto da Criança e do Adolescente.]
4. IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL
	
O primeiro passo para o Poder Judiciário é identificar a síndrome através da informação e logo, conscientizar que o problema psicológico demanda atenção para requerer uma intervenção urgente.
	Podevyn conceitua os conflitos durante o processo de separação judicial gerador da síndrome:
Para identificar uma criança alienada, é mostrada como o genitor alienador confidencia a seu filho seus sentimentos negativos e às más experiências vividas com o genitor ausente.Dessa forma, o filho vai absorvendo toda a negatividade que o alienador coloca no alienado, levando-o a sentir-se no dever de proteger, não o alienado, mas, curiosamente, o alienador, criando uma ligação psicopatológica similar a uma “folie a deux”. Forma-se a dupla contra o alienado, uma aliança baseada não em aspectos saudáveis da personalidade, mas na necessidade de dar corpo ao vazio.[15: PODEVYN, François (04/04/2001). Tradução para Português: Apase – Associação de Pais e Mães Separados (08/08/2001): Associação Pais para Sempre: disponível em http://wwwpaisparasemprebrasil.org, acesso em 23.10.2015]
	É importante que a síndrome seja identificada com rapidez, pois mais cedo haverá a intervenção no âmbito psicológico e jurídica, com ínfimos problemas para suceder a um tratamento eficaz, caso contrário, os riscos de aumento da confusão psicológica serão elevados.
4.1. Guarda compartilhada como forma de exclusão da alienação parental
Atualmente, a Lei n° 13.058 de 22.11.2014 – Lei da Guarda Compartilhada – dispõe sobre sua aplicabilidade, sendo um remédio do problema causado pela separação do casal. Esse dispositivo garante que ambos os pais tenham direitos e responsabilidades iguais sobre o filho menor, independentemente de quem seja o guardião.
A importância da guarda compartilhada é que os genitores garantem um contato permanente com o filho, decidindo juntos as questões relacionadas a vida em geral do menor. Assim, compartilhando a guarda do filho, os pais estão mais próximos, exercendo conjuntamente o papel do poder familiar.
Consequentemente, se configura como uma forma de evitar a alienação parental provocada, durante o processo de separação judicial, por um dos cônjuges que não se figura como guardião da criança. No entanto, a guarda compartilhada possui limitações quanto à aplicabilidade em alguns casos, como por exemplo, quando um dos genitores apresentar distúrbio mental ou quando um dos genitores persistirem numa constante relação conflituosa perante a não concordância em relação a vida do filho.
Nesse caso, a questão da alienação parental está sendo discutida dentro da guarda, vez que ela interfere no desenvolvimento psicológico da criança ou adolescente, decorrente pela ação de um dos genitores que não permite ou que interfere na convivência com aquele genitor que não é o seu guardião por meio de um aglomerado de artifícios de manipulação.
Portanto, para que seja solucionado esse problema, a guarda compartilhada vem se mostrando ser apropriada, pois a convivência conjunta do menor com os pais é causa de impedimento ou que pelo menos dificulte a prática da alienação parental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	No primeiro capítulo do presente artigo, abordamos e verificamos sobre a origem da Síndrome da Alienação Parental, pois, antes que ela ocorra, há fortes evidências de abalo emocional na vida conjugal dos genitores, desencadeando conflitos no processo de separação judicial. Como forma de garantir a guarda da criança a um só genitor, este usa meios fraudulentos para garantir a negativa na relação entre filho e o outro cônjuge responsável.
No Brasil, a SAP vem ganhando espaço e exigindo a intervenção da psicologia em harmonia com o judiciário para tais questões. No que tange à polêmica sobre o assunto, as publicações se limitam muito na visão apresentada por Richard Gardner, sem se ater a todo o debate sobre o assunto abordado.
Diante disso, as inúmeras controvérsias envolvidas indicam a necessidade de atenção sobre o mesmo, vez que o entendimento da síndrome da alienação parental, envolvendo o aspecto psicológico, pode fornecer importantes contribuições para a discussão do tema, bem como resolver os problemas deste com base jurídica.
	O presente artigo buscou então, através da análise de certos fatores que contribuem para o aparecimento da alienação parental, mostrar a grande relevância sobre a temática abordada, objeto de muito estudo no ramo da psiquiatria, psciologia e dos operadores de Direito, para que a sociedade em geral possa realizar uma reflexão sobre as questões que envolvem a SAP nas disputas de guarda, procurando proteger o menor, vez que é a grande vítima de tudo isso.
REFERÊNCIAS
CUENCA, José Manoel Aguilar. Artigo publicado no site da Associação de Pais e Mães Separados: disponível em www.apase.org.br. 
DIAS, Maria Berenice. Síndrome da Alienação Parental, o que é isso? Disponívelem: http://www.apase.org.br 
GARDNER, Dr. Disponível em http://www.parentalalienation.com/PASfound2.htm. Acesso em: 04 de dezembro de 2015.
PODEVYN, François (04/04/2001). Tradução para Português: Apase – Associação de Pais e Mães Separados (08/08/2001): Associação Pais para Sempre: disponível em http://www.paisparasemprebrasil.org 
SILVA, Denise Maria Perissini da. Psicologia jurídica no processo civil brasileiro. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. 
SHINE, Sidney. Avaliação psicológica e lei: adoção, vitimização, separação conjugal, dano psíquico e outros temas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. 
WELTER, Belmiro Pedro, MADALENO, Rolf Hanssen. Direitos fundamentais do direito de família. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004.

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