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SOCIEDADES EM ESPÉCIE     
Sociedades Despersonificadas
- Sociedades desprovidas de personalidade jurídica
1. Sociedades em Comum ou Sociedade de fato (Art. 986 a 990)
- Funcionam sem a regularização exigida pela lei
- Se seus atos constitutivos não foram devidamente registrados na Junta Comercial (que é condição de existência) não tem personalidade jurídica 
- Observam, subsidiariamente, as regras das sociedades simples (art. 986)
- OS sócios partilham os bens e as dívidas da sociedade (art. 988)
MEIO DE PROVA (art. 987)
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo
- Os sócios só poderão provar a existência da sociedade em juízo por meio de documento escrito 
- Os terceiros podem provar de qualquer modo ( Teoria da Aparência)
ex: correspondências com nome de firma, uso de marca comum, a autodenominação dos sócios, existência de um gerente ou administrador em comum...
RESPONSABILIDADE
Pelos atos de gestão 
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer
 - Salvo limitação expressa de poderes, os bens sociais respondem pelos atos de gestão de qualquer dos sócios
- Perante terceiro, essa regra só terá efeitos se o terceiro a conheça ou deva conhecer.
Pelas Obrigações Sociais 
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
- Respondem solidária e ilimitadamente, respeitando o benefício de ordem, ou seja, os bens da sociedade devem ser executados ANTES dos bens particulares dos sócios (art. 1024)
FALÊNCIA
Art. 105, IV da lei 11.101/05 – subordinam-se à falência, mas não podem solicitar falência de outra empresa (art. 97, IV, §1º da lei 11.101/05)
2. Sociedade em Conta de Participação (Art. 991 a 996)
- Surgiram com a intensificação do comércio ultramar. Um sócio financiava o empreendimento e o outro embarcava para fazer negociações. Em regra, a sociedade durava apenas uma viagem.
- Sua natureza jurídica é discutida pela doutrina, que ora o classifica como espécie de sociedade, identificando ali os pressupostos sociais, ora o considera uma espécie complexa de contrato (Fábio Ulhôa considera um contrato de investimento comum)
- Tanto no Código Comercial quanto no Código Civil de 2002 está prevista como tipo societário, adotando esta corrente.
-Ainda assim, é considerada despersonalizada, pois mesmo seu registro não lhe confere personalidade jurídica.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
- Na Conta de participação existem dois tipos de sócios:
* Sócio Oculto ou Participante - é o financiador da operação. Não assume riscos ou obrigações perante terceiros. O contrato que o une em sociedade gera efeitos apenas entre as partes, e não erga omnes. Tem o direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais e participar dos resultados.
* Sócio Ostensivo - É quem exercerá toda atividade mercantil, com firma individual, respondendo perante terceiros de forma ilimitada e solidária a outros sócios de mesma categoria.
MEIOS DE PROVA
- A prova da existência da formalidade se dá por todos os meios admitidos pelo direito 
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.
- aplica-se subsidiariamente as normas das sociedades simples
Sociedades de Pessoas ou Contratuais 
3. Sociedade em Nome Coletivo (art. 1039 a 1044)
- Surgiu com as compagnias (cum panis, que partilhavam o pão), sociedades de características familiares, mesmo que sem laços de parentesco.
 Ex: Hotel Hoshi Ryokan, Japão. Há 46 gerações na mesma família.
- O nome empresarial (através da firma social) dessa sociedade, é composto obrigatoriamente pelo nome de todos os sócios ou de alguns, podendo acrescer o termo " e Companhia" (ou & Cia.)
- A pesar de estar em desuso, não foi extinta, mais ampliada sua regulação no Código de 2002
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.
- É formada sempre por pessoas físicas. 
- Nesse tipo societário, a responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada pelas obrigações sociais, mas subsidiária em relação ao patrimônio social, mas os sócios podem limitar no contrato social a responsabilidade entre si 
OBS. Essa limitação é CONTRATUAL, e só atinge os sócios entre si. Perante terceiros, respondem ilimitadamente, cabendo direito de regresso em relação ao que pagou em excesso. 
- São sociedades pessoais, portanto, o ingresso de novo sócio precisa ser autorizado por todos
Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.
- Se não houver expressa disposição determinando outro modo, a gerência da empresa cabe a todos os sócios.
- Entenda-se aqui “gerência” como órgão representativo (e não mero funcionário contratado) da vontade da sociedade, a ser determinado no contrato social.
- Atos
- Em caso de omissão, rege-se pelas normas referentes às sociedades simples
4. Sociedade em Comandita Simples (Art. 1045 a 1051)
- Também surgiu nos empreendimentos marítimos. Um financiador emprestava dinheiro (comanda) ao capitão do navio e com ele partilhava os lucros. Quanto às perdas, o financiador apenas as suportava no limite do seu investimento, enquanto o capitão assumia o risco total.
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
- Nessa modalidade de sociedade, tem-se duas categorias de sócios: um com responsabilidade limitada (sócio comanditário) e outro, com responsabilidade ilimitada (sócio comanditado), sempre subsidiária ao patrimônio social.
- O contrato social da empresa deve especificar as categorias de sócios 
- Na Firma social devem constar os nomes dos sócios comanditados, acrescidos da expressão “Cia.”
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.
- Somente o sócio comanditado pode exercer as operações mercantis e a administração da empresa, bem como constituir o nome empresarial. Se o sócio comanditário assim proceder, arcará com o mesmo tipo de responsabilidade.
- Se não houver uma das categorias de sócios por período maior que 180 dias, a sociedade será dissolvida. (art. 1051, II)
- Também está em desuso.