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Fcap – UPE
Curso: Administração
Alunos: Júlio César & Thiago Pérez
Disciplina: Psicologia 
Período: 1º 
Turno: Noite
 Qualidade de vida no trabalho: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial
 O trabalho surgiu juntamente com o Homem, um trabalho puramente de sobrevivência, no qual o grupo se dividia e cada um realizava um determinado trabalho para auto-sobrevivência, como caçar, coletar, pescar, entre outros. Com o passar do tempo o trabalho foi evoluindo juntamente com o Homem, de acordo com suas necessidades, portanto, nos dias atuais segue se adaptando de acordo com a evolução do próprio. O trabalho é importante para a psicologia, pois este é um elemento essencial na vida do humano, trabalhar faz parte da humanidade há milhares de anos e sua função é muito maior do que proporcionar renda financeira, o trabalho tem como função dar significado à experiência humana, no sentido de conhecimento de si mesmo. A psicologia se vê necessária no contexto do trabalho devido às ocorrências e circunstâncias que se relacionam com o trabalho e que afetam o homem. Todas as atividades profissionais que demandem do trabalho humano, necessitam que sejam feitos com dedicação. A coletividade, o trabalho em equipe é fundamental para que qualquer tarefa seja realizada com determinação e dedicação. 
 Logo, ao ressaltarmos a importância do bem estar do funcionario para uma produção mais eficaz, Christophe Dejours em seu livro “A loucura do trabalho” fala sobre psicopatologia do trabalho em uma relação entre o trabalho e a saúde mental, fazendo um paralelo, onde nos mostra uma outra visão sobre a preocupação ou a falta dela, dentro das organizações em relação ao bem estar do trabalhador. No livro a psicopatología do trabalho aborda sobre a relação entre o Homem e a realidade ressaltando que o medo está presente em todos os tipos de ocupações profissionais, onde “o medo pode ser uma engrenagem determinante da organização do trabalho”, provando que a insatisfação resulta em um sofrimento que por sua vez é utilizado para ter uma maior produtividade. Dejours cita também a relação entre a “tensão nervosa” e o quanto o funcionário produz, onde frustração e provocação, por exemplo, se tornam agressividade que por sua vez o trabalhador transforma em culpa e devido a isso ele diz que “a agressividade que vai ser explorada pela organização do trabalho”. Esse princípio de realidade adentra e fere o psiquismo humano, fazendo com que as pessoas sintam-se exigidas; o sentimento de impotência e de desvalorização, que leva as pessoas pouco resistentes a degenerar-se rapidamente, avilta de si qualquer potencial humano que pudesse se somar às conquistas da civilização. Dejours (1992) afirma que executar uma tarefa sem envolvimento material ou afetivo exige esforço de vontade que em outras circunstâncias é suportado pelo jogo da motivação e do desejo. A vivência depressiva em relação ao trabalho e a si mesmo alimenta-se da sensação de adormecimento intelectual, de esclerose mental, de paralisia da fantasia e da imaginação.
    Dessa forma entende-se como psicologia do trabalho, a área da psicologia que direciona seu saber no âmbito do trabalho e todas as relações e manifestações que estão envolvidas com o mesmo. A inserção da psicologia no território que abrange o trabalho é importante em vários níveis, isto é, a psicologia do trabalho, se faz fundamental para fins de prevenção de acidentes, doenças ocupacionais, de insatisfação, de mal estar no trabalho. Problemas que podem interferir nos resultados dos funcionários, dentro das organizações. Além da prevenção, a psicologia contribui com a melhora do ambiente e das condições de trabalho, contribui diagnosticando problemas organizacionais, podendo intervir diretamente na agravante detectada, pode ainda, contribuir na melhora do indivíduo acometido por doenças ocupacionais ou distúrbios emocionais, como estresse, por meio de orientação para busca de tratamento médico ou encaminhamento à psicologia clínica. 
 Pelos problemas aqui abordados, as questões que envolvem a psicodinâmica do trabalho tornam-se pontos fundamentais de preocupação para os que lidam com Saúde Pública, sobretudo quando se sabe que a separação entre mente e corpo é apenas uma questão semântica, didática, e que o conceito de saúde vai muito além do que a mera ausência sintomática de doenças. O trabalho não pode ser uma negatividade da vida, mas, muito pelo contrário, sua expressão, coisa que o capitalismo, em suas mais variadas versões apresentadas no decorrer da história, não permitiu que ocorresse. Eis a Esfinge que cabe ao homem contemporâneo decifrar, para não ser definitivamente devorado por ela.
 
   
Bibliografia:
JACQUES, Maria da Graca Corrêa. O nexo causal em saúde/doença mental no trabalho: uma demanda para a psicologia. Psicologia & sociedade. São Paulo, SP. Vol. 19, ed. esp. 1 (2007), p. 112-119., 2007.
PEDUZZI, M., & CIAMPONE, M. H. T. Trabalho em equipe. Em: Lima JCF, Pereira IB, coordenadores. Dicionário de educação profissional em saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2009
FERREIRA, B. A historia do trabalho. Disponivel em: http://historiabruno.blogspot.com.br/2013/04/a-historia-do-trabalho.html. Acessado em: 18/04/2018.
DEJOURS, C. A Loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho, 1987.