Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias CULTURA DAS MÍDIAS Aula 06: Da soberania do livro à era da imagem AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Temas 1. Soberania da escrita na era da imprensa; 2. Era das imagens; 3. Potencialidades sensoriais das imagens; 4. Imagens e imaginários; 5. Imagem e controle social. AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias O livro será sempre um livro! Da língua falada à língua escrita O aparelho fonador é nosso primeiro suporte tecnológico de linguagem. Em McLuhan (1962), vimos que a cultura oral em uma interação face a face era a base das culturas pré-tecnológicas. A sensorialidade permitida por tal comunicação foi quebrada com a invenção da escrita, cuja possibilidade de distância gerada entre comunicação e contexto destribalizou o mundo. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias O livro será sempre um livro! Soberania da escrita No século XV, surgiu uma importante mudança: a prensa, inventada por Gutenberg. A possibilidade de reprodução de livros em ampla escala e a portabilidade desses impressos gerou maior difusão de conhecimento. Durante os séculos XVI e XVIII, o texto impresso era considerado difusor do saber e da cultura. Na imprensa – uma tecnologia cuja percepção era mais analítica –, as letras gozavam de exclusividade quase absoluta. A escrita era soberana! Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias O livro será sempre um livro! Jornal x Livro Embora jornal e livro tivessem como característica a quase exclusividade da língua escrita, o tipo de mensagem veiculada nos jornais não permitia manter o mesmo caráter de novidade da informação que os livros. Após a invenção do telégrafo, o jornal ganhou maior dinamismo e criou uma nova linguagem. Santaella (2010) menciona o casamento bem-sucedido da hibridização do telégrafo com a fotografia e a diagramação do texto escrito, que adquiriu um valor sensorial mais atraente e apelativo. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias O livro será sempre um livro! Jornal x Livro A partir de então, o jornal e a fotografia não só quebraram a hegemonia do livro como meio de transmissão cultural como também influenciaram sua forma de publicação. O livro passou a ser mais atraente ao usar recursos visuais mais sensoriais com a diagramação e a imagem. Em outras palavras, a chegada de um novo suporte tecnológico não substitui, mas refuncionaliza o meio. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias O livro será sempre um livro! As linguagens e os canais se misturam! “É mais do que tempo, portanto, de superarmos as visões atomizadas das linguagens, [dos] códigos e canais, baseadas apenas no modo de aparição das mensagens, para buscarmos um tratamento mais econômico e integrador, que nos permita compreender como os signos se formam, e como as linguagens e os meios se combinam e se misturam.” (SANTAELLA, 2010, p. 28) Fonte: Pixabay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias O livro será sempre um livro! Uma informação, múltiplas plataformas Com o advento das mídias digitais, a palavra escrita ganhou nova dimensão, libertando-se da linearidade sequencial própria do papel. Os livros também se digitalizaram, e os e-books se popularizaram, mas ainda há os que preferem manipular o texto em papel. A mesma informação tornou-se disponível em mais plataformas – cada qual com suas especificidades de uso. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias O livro será sempre um livro! Uma informação, múltiplas plataformas Os jornais também se digitalizaram e englobaram a linguagem hipermídia, mas sua versão impressa mantém um público fiel ao tipo de sensorialidade suscitada por essa plataforma. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Fotografia e cinema É inegável a força da imagem como linguagem no sentido de engajamento gerado pelo processo de projeção e identificação com a mensagem nela inscrita – porque é essencialmente forma, ainda que esteja apenas presente no imaginário. O poder representativo e sedutor das imagens justifica o encantamento causado pelo cinema, a imagem e o movimento, seu uso político na imprensa e no cinema, e seu uso persuasivo na publicidade. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Meios eletrônicos Como vimos em McLuhan (2010), com o advento dos meios eletrônicos, uma nova retribalização aconteceu. A televisão e o rádio feriram o impresso ao darem ênfase à oralidade hibridizada com a imagem, ampliando a proposta do cinema. Embora o rádio não permita a transmissão de imagens representativas, sua expressividade narrativa possibilita a circulação e reprodução de um imaginário associado ao consumo. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Imagens e imaginários A intensificação do uso de signos imagéticos é um fato em nossa realidade, de modo que é importante entendermos o modo como a consumimos e os imaginários criados que influenciam nosso fazer cultural. Fo n te : P ixab ay Tacussel (2006) simplifica a definição de imagem ao se referir à existência de dois tipos: • As imagens que representam o que vemos; • As imagens que representam o que não é acessível pelos sentidos – como a morte, por exemplo. O imaginário compreende a imagem acrescida de valores. AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Imaginário moderno e contemporâneo Tacussel (2006) também discorre sobre a diferença entre: Imaginário moderno Aquele que se baseava na razão e no progresso, desenhado pela disseminação de imagens que representavam a ciência e a indústria. Imaginário pós-moderno Aquele que acentuava valores do presente, ocupando-se do corpo, do cotidiano, da eterna juventude – imagens que se situavam entre uma felicidade quase intangível e a catástrofe eminente. World Trade Center Fonte: Pixabay. AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Imaginário contemporâneo “Então, nós vivemos o tempo presente no mundo. Por toda a parte, há pessoas com meios muito performantes nas suas casas. Todo mundo pode acessar esse tipo de imagem. Dito de outra forma, as imagens do mundo desfilam em frente de nossos olhos, e nós estamos, de qualquer jeito, quase habituados a isso. Mas o problema é que se acaba conhecendo melhor as imagens do Iraque do que acontece na nossa rua.” (TACUSSEL, 2006, p. 8) Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Imaginário contemporâneo A fala de Tacussel (2006) revela a nova configuração espaço-temporal anunciada por McLuhan (2010) ao se referir à aldeia global. Por meio da disseminação eletrônica e digital de imagens, de textos e de sons, a relação entre passado, presente e futuro cede lugar a uma simultaneidade de presente. Além disso, os laços sociais estão cada vez mais ancorados na identificaçãocom imagens e no imaginário repercutido do que na proximidade entre os corpos. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Imaginários e significação Sabemos que a formação do imaginário do Brasil enquanto nação se valeu da capacidade imagética e sensorial do rádio e da televisão. Telenovelas são, ainda hoje, um grande fator de coesão social. Mas o processo de significação das imagens não cessa na produção. A recepção dessas imagens, suas apropriações e ressignificações são igualmente importantes no sentido de desvendar sua essência cultural. O contexto de recepção influencia e filtra o significado. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Fotografia digital Enquadrar, clicar, imortalizar um momento, aguardar a revelação da imagem em papel... Essas ações fazem parte de um processo que, aos poucos, foi sendo substituído pelas possibilidades da fotografia digital e sua manipulação por meio de softwares e aplicativos. Estes deformam, cortam, acrescentam, produzem imagens que já não são apenas documentação de um instante. A fotografia digital abriu espaço para o imaginário ao permitir a inclusão de valores não representados via manipulação digital. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Imagens tridimensionais No espaço virtual, a imagem ganhou uma nova dimensão, criando novas formas de relação do sujeito com o mundo concreto – agora simulado em espaços virtuais. Passamos de consumidores a experimentadores de imagens. Jogos virtuais permitem a interação do usuário com o ambiente urbano simulado por meio da confecção de um avatar – personalização do usuário no espaço virtual. Tais experiências permitem múltiplas construções do self, de laços sociais e de aprendizados. Fo n te : P ixab ay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Era das imagens Imagens e controle social O uso de plataformas tecnológicas que permitem gravação, reprodução e disseminação de imagens possibilita o controle social. Imagens feitas por satélites podem ser acessadas por meio de mecanismos de busca, o que proporciona não só a procura de informações rotineiras necessárias, mas também o monitoramento e a exposição de espaços públicos e privados. Fonte: Pixabay AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Saiba mais Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, assista ao vídeo A invenção do livro. AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias Referências LUZ, R. Novas imagens: efeitos e modelos. In: PARENTE, A. (Org.). Imagem-máquina: a era das tecnologias do virtual. Tradução de Rogério Luz. Rio de Janeiro: 34, 1993. MCLUHAN, M. A galáxia de Gutenberg: formação do homem tipográfico. São Paulo: Nacional; USP, 1962. ______. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 2010. SANTAELLA, L. Cultura e artes do pós-humano – da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2010. TACUSSEL, P. Imagem e contemporaneidade: entrevista [dez. 2006]. Entrevistadora: Sandra Portella Montardo. Revista Famecos – mídia, cultura e tecnologia, Porto alegre, n. 31, p. 7-11, dez. 2006. AULA 06: DA SOBERANIA DO LIVRO À ERA DA IMAGEM Cultura das mídias VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Entrelaçamento entre mídias e linguagens; Linguagens hipermidiáticas e cibercultura. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
Compartilhar