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Aula 4 Alegações finais por memoriais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DE JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DO ESTADO DE CURITIBA/PR
Processo nº (…)
	JORGE, vem, respeitosamente, à presença de V.Exa, nos autos do processo-crime, que lhe move MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, com fulcro no artigos 403, parágrafo 3º, do Código Penal, apresentar suas
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
	Mediante os fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – DOS FATOS:
	Aos 21 anos de idade, em um bar com seus amigos, o denunciado conheceu a vítima. Se encantou logo de primeira por ela ser uma linda jovem. Após um bate-papo informal, decidiram ir para um local mais reservado. 
	Nesse local trocaram carícias e a vítima, de forma solidária, praticou sexo oral e vaginal com o denunciado. Após, as partes trocaram números de telefones e contatos nas redes sociais. 
	No dia seguinte, o denunciado descobriu que a vítima possui 13 anos, ao acessar sua página na rede social. O mesmo ficou em choque com a descoberta, pois a vítima não aparentava ser menor de idade. 
	O seu medo foi corroborado com a chegada da denúncia por parte do Ministério Público Estadual, representado pelo pai da vítima, que descobriu o ocorrido. Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos termos propostos na exordial.
II – DO DIREITO:
a) DA NÃO EXISTÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL DE CRIMES: 
	Segundo o a art. 217-A do CP, o delito de estupro de vulnerável tipificado como crime de ação múltipla. Portanto, a prática de mais de uma conduta descrita no tipo penal no mesmo contexto fático contra a mesma vítima não permite o reconhecimento de uma pluralidade de delitos, mas sim de crime único.
	Para o STJ prevalece a tese de crime único, por ser um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo), assim sendo deverá ser afastado o concurso material de crimes para o caso em tela. 
b) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE DE EMBRIAGUES PRÉ-ORDENADA:
	 Não há que se falar em embriagues pré -ordenada, posto que o denunciado não estava embriagado ao conhecer a vítima. As testemunhas de acusação não viram os fatos e não houve prova pericial para comprovar a embriagues do denunciado, sendo assim justa a medida de afastamento da agravante, conforme previsto no art. 61, inciso II do CP. 
c) DA PENA BASE NO MINIMO LEGAL:
	O condenado é réu primário, possuidor de bons antecedentes, tem residência fixa, boa conduta social, e no caso em questão não teve o animus necandi do tipo penal em que é acusado, posto não agir com má intenção de se aproveitar da suposta ingenuidade da vítima, fará jus a pena base no mínimo legal como medida necessária de reprovabilidade do ato. 
d) DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMI ABERTO:
	O reconhecimento da inconstitucionalidade do disposto no art. 2º, §1º da Lei 8.072/90 que imputa a obrigatoriedade de início de cumprimento da pena aos condenados por crimes hediondos em regime fechado, nos termos da Súmula Vinculante 26. Por este motivo, requer que mediante ocorrência de crime único, seja fixada a pena no mínimo legal e no regime semi aberto.
III – DO PEDIDO:
Face ao exposto, requer:
a) Que seja concedido o afastamento de concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único, com fulcro no art. 217-A do CP;
b) Que seja fixada pena-base no mínimo legal de 8 (oito) anos;
c) Que seja afastado o agravanto por embriaguez preordenada e a incidência da menoridade e;
d) Que seja fixado o regime semiaberto para início de cumprimento de pena, com base no art. 33, parágrafo 2º, alínea b, do CP, diante da inconstitucionalidade do art. 2º, parágrafo 1º da Lei 8.072/90.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, data, mês e ano.
Nome do advogado
OAB/UF nº

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