Prévia do material em texto
RESUMO DE METODOLOGIA DO TREINAMENTO FÍSICO-ESPORTIVO AULA 1: CAPACIDADE DE DESEMPENHO ESPORTIVO . CONCEITO: Aplicação de estímulos (sobrecarga) ao organismo, fazendo com que sua homeostase orgânica e celular torne-se menos estável (adaptação). . OBJETIVOS: Promover respostas e adaptações (maior rendimento); Identificar as variáveis; Estabelecer parâmetros e rotina; Aplicar cargas adequadas. . COMPONENTES DO DESEMPENHO ESPORTIVO (PREPARAÇÃO): Psicológico; Físico (propõe desenvolvimento das características motoras – força, velocidade, resistência e flexibilidade); Técnico-Tático; Social; Teórico. . TERMOS: - ESTRESSE: Estímulos externos que provocam mudanças na funcionalidade do organismo. - HOMEOOSTASE: Ajuste em suas variáveis no sentido de reestabelecê-las (equilíbrio). - ALOSTASE (allo = diferente; stasis = constância): Distinção entre sistemas que são essenciais para a vida e aqueles que mantém estes sistemas em balanço. Nem todos os sistemas sofrem adaptação, alguns precisam manter-se sempre estáveis, mesmo diante um estímulo. - VOLUME: quantidade de treinamento (tempo, distância, percurso, etc). - INTENSIDADE: qualidade do treinamento relacionado ao estresse fisiológico (consumo de O2, força, velocidade, etc). Obs: Primeiro deve-se estabelecer o 100% do indivíduo, para só então determinar o volume e a intensidade. Deve haver variações de volume e intensidade durante o período de preparação para que ocorra evolução e para prevenir um overtraining. Geralmente faz-se uma recuperação a cada 4 semanas (mesociclo). AULA 2: PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO (PARTE 1) . Princípios são referências conceituais para que o treinamento seja montado. 1) INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA: . Cada indivíduo é único nos seus aspectos morfológicos, funcionais e psicológicos. . Estruturação individualizada considerar: conhecimento teórico, experiência prática e bom senso. . Potencial Físico-Esportivo genótipo (base hereditária) + fenótipo (ambiente e hábitos de vida) . Endomorfo: baixo, atarracado, acúmulo de massa central, braços e pernar mais finos, tronco cheio. . Mesomorfo: mediano, atlético, massa bem distribuída, cintura bem delineada com o quadril. . Ectomorfo: alto, magro, massa bem definida, quadril estreito e cintura reta. 2) ADAPTAÇÀO: . Relacionada à qualidade e quantidade de estímulos propostos aos alunos processo de aquisição de forma física e esportiva. . Para que ocorra a adaptação, a sobrecarga correta deve ser aplicada de acordo com as possibilidades do aluno. . A adaptação ocorre no momento posterior ao estímulo (repouso). . Tipos de estímulo: forte, ideal e fraco. (não somente a carga) - carga + volume + recuperação - Considerar: Intensidade (carga, velocidade de execução, ADM total, etc) Volume (tempo de estímulo, numero de séries e repetições. Tipos de treino (contínuo, intervalado, aeróbico, anaeróbico, etc) - SUPERCOMPESAÇÃO : Nova capacidade de resposta. Ocorre uma melhoria acima do nível anterior que o organismo se encontrava. - Ordem : 1⁰ estresse (catabolismo); 2⁰ recuperação (adaptação); 3⁰ supercompensação. 3) SOBRECARGA: . Estabelecer os parâmetros de volume e intensidade. . Testar cada um destes parâmetros e estipular valores para 100%. . O aumento progressivo da carga é que promoverá a melhoria do rendimento do aluno. AULA 3: PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO (PARTE 2) 4- PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE: A forma física é alcançada de fase em fase; a obtenção dos resultados se dá a longo prazo, quando a continuidade não é quebrada. 5- PRINCÍPIO DA INTERDEPENDÊNCIA: - Quantificação das cargas está atrelada à 3 variáveis: volume, intensidade e densidade (estímulo x recuperação). - Volume é inversamente proporcional à intensidade. - Evolução do treino: INÍCIO: volume alto e intensidade baixa. DEPOIS: diminui o volume e aumenta a intensidade. 6- PRINCÍPIOS DA ESPECIFICIDADE COMPONENTES DO DESEMPENHO ESPORTIVO: - As adaptações estão diretamente relacionadas aos estímulos de treino. - Os estímulos são caracterizados por sua forma e função. - Cada qualidade física promove uma adaptação específica no organismo. - As adaptações estão relacionadas à modalidade esportiva e à capacidade de o indivíduo responder ao estímulo. - Embora as qualidades físicas deixarem mais nítidas as adaptações metabólicas e neuromusculares, o aprendizado e desenvolvimento motor, também é considerado uma adaptação. 7- PRINCÍPIO DA VARIABILIDADE: - Independente da modalidade ou atividade, é necessário que os estímulos sejam variados com o tempo para que não percam sua eficiência (evitar platô de treinamento). - Quando não se promove um desequilíbrio na resposta do organismo associado ao aprendizado, ocorre estagnação do desempenho. - Quantidades mais leves e menos complexas de treino, devem anteceder aos estímulos mais pesados e complexos. AULA 4: FUNDAMENTAÇÃO E PRESCRIÇÃO DAS QUALIDADES FÍSICAS - FORÇA: - Benefícios do treinamento de força menor sensação de fadiga, mais disposição para tarefas laborais, redução de dor e desconforto muscular. - Força é um componente essencial para todas as performances humanas. - A força do homem é definida como a “capacidade física relacionada com a superação da resistência externa e de ação oposta a essa resistência por meio dos esforços musculares”. - A quantidade de fibras ativadas será proporcional à resistência a ser vencida, considerando o grau de aprendizado e desenvolvimento motor. - Força neuromecânica = F.D. X U. M. F. D = frequência de disparo (quantidade de potencial de ação que é gerado em um segundo) U. M = unidade motora (composta por um único neurônio motor alfa e todas as fibras musculares que ele inerva). Obs: há grupamentos musculares com 4 unidades motoras e unidades com 500 unidades. - Força estrutural = AST X T.E. AST = área de secção transversal TE = tensão específica - energia armazenada pelo músculo; alinhamento de actina e miosina; quantidade de titina (filamentos de polipeptídeos que mantém a integridade estrutural dos sarcômeros; elasticidade) ESTRUTURAÇÃO DO TREINAMENTO INDIVIDUALIZADO: . Resistência . Força de resistência . Resistência de velocidade . Força . Força explosiva . Força de largada . Velocidade Subdivisões da força: - Força máxima: Máxima tensão exercida pelo músculo em uma contração voluntária. . Baseia-se no grau de coordenação neuromuscular (ocorre de maneira mais rápida) e na hipertrofia muscular (leva um maior tempo para gerar uma adaptação crônica). Intensidade: de 70 a 95% de 1RM . Valores de 95% (força pura) - 2 a 3 repetições, e ocorrerá um maior recrutamento máximo das unidades motoras. . Valores de 70 a 90% (força rápida ou submáxima) - 8 a 12 repetições / 3 a 5 séries / intervalos de 2 a 5 minutos - objetivam o ganho da força por hipertrofia da fibra muscular. - FORÇA EXPLOSIVA OU POTÊNCIA: . Baseia-se na produção da força máxima, no menor tempo possível de execução do movimento na fase concêntrica. . Capacidade de gerar trabalho pelo tempo. . Relaciona-se com o produto da força pela velocidade. . Os valores da força devem estar entre 40-60% para que aa velocidade seja evidenciada. . Se for força linear W (trabalho) = F(força) X ds (distância percorrida) . Se for angular W = o produto de um torque (momento de força) pela distância derivada da posição angular (deslocamento angular). . W = F X ds . Potência = trabalho (W) . Velocidade = ___ds___ tempo (t) tempo ENTÃO: Potência = F x ds = F (força) x V (velocidade) tempo Obs: Na musculação a distância é angular e não linear, então: Potencia angular = torque x velocidade angular . Intensidade: 25 a 80% de 1RM / 5 a 6 repetições/ 3 a 5 séries / intervalo suficiente para q o indivíduo suporte realizar todas as séries. Obs: menor carga = maior velocidade; maior carga = mais força, menos velocidade. Obs: Quanda a carga usada no treinamento for o peso corporal, basta executar o exercício na maior velocidade possível. - RESISTÊNCIA DE FORÇA: . Baseia-se na produção de força por um período de tempo mais longo (>40s). . Três tipos: alta, longa e curta. . Visa aumentar o crescimento das possibilidades aeróbias das fibras musculares. . Os valores de carga devem estar abaixo de 70% (acima de 15-20 repetições); intervalos de 90 seg, pois como a carga é mais baixa, pode-se diminuir este intervalo. . A execução não pode ter velocidade, e sim deve ser cadenciada. RESUMO: FORÇA MÁXIMA FORÇA PURA > 90% FORÇA RÁPIDA > 70% e < 90% FORÇA EXPLOSIVA 40 – 70% com execução rápida FORÇA DE RESITÊNCIA < 70% com execução cadenciada FASES DA AÇÃO MUSCULAR: - Excêntrica: Desaceleração do movimento; afastamento da inserções musculares; permite sobrecarga superior à contração concêntrica e isométrica. . Cargas > 100%; a velocidade maior a medida que a carga aumenta. - Concêntrica (miométrica): aproximação das inserções musculares; a velocidade é sempre baixa quando a resistência for alta; se a resistência for baixa percebe-se uma aceleração do movimento. . Cargas < 100% ; a velocidade menor a medida que a carga aumenta. - Isométrica: máxima quantidade de força que pode ser gerada por um músculo na condição estática. Não ocorre isoladamente, está pautada nas ações dinâmicas. . Carga = 100%; velocidade =0 Obs: As ações excêntrica e concêntrica são dinâmicas e devem ser estimuladas de maneira intencional. São importantes para o controle e coordenação dos movimentos da vida diária e dos gestos esportivos. - Estímulo auxotônico: momentos em que as ações dinâmicas são combinadas com a isométrica. Ex: manutenção de determinada postura. - O tipo de resistência (força externa) a ser vencida diretamente o comportamento na força muscular. . Resistência dinâmica invariável ocorre maior variação na quantidade de força muscular ao longo do movimento. . Resistência dinâmica variável ocorre menor variação na quantidade de força muscular ao longo do movimento. Obs: As resistências dinâmicas invariáveis só são conseguidas em aparelhagens especiais. - Aspectos que interferem na geração de força: 1)HIPERTROFIA MUSCULAR: . Aumento na espessura dos filamentos musculares interfere na quantidade de força gerada. - Tipos: . Sarcoplasmática – aumento no volume do sarcoplasma - Interfere pouco na geração de força - maior influência nos estímulos relacionados à resistência. . Miofibrilar – aumento no volume das miofibrilas, aumento da quantidade de sarcômeros em série e em paralelo; fundamental para as tarefas que exigem força muscular. 2)TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES: a) Fibras de contração lenta, ST (slow twich), oxidativas ou do tipo I Coloração vermelha; Menor diâmetro; Muitas mitocôndrias Baixa capacidade de geração de força, Altamente resistentes à fadiga. b) Fibras de contração rápida, FT (fast twich) ou do tipo II Brancas (rosadas); Poucas mitocôndrias; maior diâmetro São subdivididas em dois tipos: - As fibras do tipo IIa são glicolítico-oxidativas: Maior capacidade de geração de força do que às fibras do tipo I, porém sendo menos resistentes à fadiga. - As fibras do tipo IIb ou IIx: Puramente glicolíticas; alta capacidade de geração de força, mas são extremamente fatigáveis - são as que apresentam maior capacidade para a hipertrofia. 3)COORDENAÇÃO NEUROMUSCULAR: - Recrutamento seletivo das fibras musculares a partir da percepção do estímulo. - Envolve o sistema nervoso central número de unidades motoras que deverão ser selecionadas para uma dada tarefa. - O aprendizado e desenvolvimento motor devem ser realizados de forma planejada, visando fazer com que o executante tenha a capacidade de ser sensível às variações das cargas impostas pelos treinamentos. “Vale destacar que, em estímulos para força máxima em indivíduos destreinados, a mobilização de unidades motoras fica entre 25 e 30% do número total de unidades motoras. Já para indivíduos treinados, esse número pode ser de 80 a 90%” (Verkhoshanski, 1988, apud Gomes, 2009). 4)OUTROS FATORES: ● O grau de elasticidade muscular; ● A mobilidade articular; ● O nível motivacional; ● O estado nutricional; ● A compreensão da proposta do treinamento. - MÉTODOS PARA TREINAMENTO DE FORÇA: . Principal aspecto a ser considerado grau de tensão que será imposto ao músculo quantidade de resistência a ser vencida. O teste de 1RM, ou uma repetição máxima, é um dos parâmetros mais utilizados. . A quantidade da resistência a ser vencida é inversamente proporcional ao número de repetições que podem ser executadas. Ou seja, 100% de uma determinada carga significa uma única repetição, 95%, de 2 a 3 repetições, 90%, de 3 a 5 repetições, e assim por diante. . Intensidade: 10 e 40% de 1RM. O número de repetições pode variar de 20 a 40 repetições. Obs: O intervalo entre os estímulos é curto, porém não deve ser determinado de maneira rígida, tomando como base o tempo de 1 minuto. Ex: Circuito, com 8 a 12 exercícios e intervalo entre as passagens de 5 a 7 minutos e de 2 a 3 passagens pelo circuito. Outros autores e escolas apresentam quantidades de treinamento para a qualidade física força, e suas subdivisões, que podem ser ligeiramente diferentes das apresentadas nesta aula.