Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Responsabilidade Civil no Transporte Aéreo A responsabilidade civil no transporte aéreo tem natureza contratual e objetiva. Em nosso ordenamento jurídico esta responsabilidade será regulada por diversos diplomas legais, tais como: Constituição Federal, Código Civil, Código Brasileiro de Aeronáutica, Código de Defesa do Consumidor, e pôr fim a Convenção de Varsóvia. Os casos de transporte aéreo internacionais serão regulamentados pela Convenção de Varsóvia, sendo que para voos domésticos temos o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei n. 7.565/86). Em síntese, houve grande conflito entre as normas reguladoras, principalmente no campo da responsabilidade civil, tendo em vista que o Código Brasileiro de Aeronáutica, de certa forma, restou derrogado, uma vez que é incompatível com o Código de Defesa do Consumidor, sendo este mais atual que o CBA. O CDC tem alicerces em nossa Carta Magna, sendo assim, tem seus princípios com fundamentos na Constituição Federal em seu art. 5, XXXII, e em seu art. 170, V, onde consta que o Estado, na forma da lei, promoverá a defesa do consumidor. Já a antinomia entre a Convenção de Varsóvia e o Código de Defesa do Consumidor consiste em uma disputa de hierarquia, onde é levantada a questão se a Constituição Federal é superior frente às convenções e tratados ratificados pelo Brasil, todavia, a Constituição se sobrepõe à eles, uma vez que os mesmos integram nosso ordenamento jurídico como norma infraconstitucional, tanto que, a jurisprudência respectiva ao tema, por diversas vezes aplicou o CDC aos contratos de transportes. No que diz respeito à responsabilidade sobre atrasos de voos, cancelamento de voos, danos causados aos passageiros, à sua bagagem ou a terceiros, serão regidos pelo CDC, utiliza-se a teoria do risco, ou seja, em um eventual acidente aéreo, mesmo que por caso fortuito ou força maior, a responsabilidade será da transportadora, independente de quem seja a culpa, já que é responsabilidade objetiva. Nesse sentido, nossos tribunais equiparam os terceiros prejudicados como aos próprios consumidores. Observa-se que, caso a transportadora consiga provar o real culpado pelo acidente, terá o direito de ingressar com uma ação de regresso contra o causador do dano. No quesito de indenizações, a Convenção de Varsóvia implantam limites aos valores, porem estes não devem prevalecer sobre o princípio da reparação integral do dano do Código de Defesa do Consumidor. Sendo que haverá um prazo prescricional de até 5 anos, cabendo aos consumidores que se sentirem lesados reclamarem seus direitos antes do vencimento do prazo. Diante todo o exposto, é importante destacar que caso não se utiliza-se a responsabilidade objetiva para as agências de transporte aéreo, considerando a Convenção de Varsóvia, haveria uma instabilidade na legislação nacional, tendo em vista que em qualquer outro serviço do gênero a responsabilidade objetiva prevalece.
Compartilhar