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CARBOIDRATOS 1. Alguns carboidratos (açúcar e amido) são os principais elementos da dieta em muitas partes do mundo, e sua oxidação é a principal via de produção de energia na maioria das células não fotossintéticas; 2. agem como elementos estruturais e pro- tetores nas paredes celulares bacteri- anas e vegetais e também nos tecidos conectivos animais; 3. lubrificam as articulações e auxiliamo reconhecimento e a adesão intercelular; 4. atuam como sinais que determinam a lo- calização intracelular ou o destino metabólico dessas moléculas híbridas, chamadas de glicoconjugados; 5. Carboidratos são poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxicetonas, ou substâncias que ge- ram esses compostos quando hidrolisadas. Muitos carboidratos têm a fórmula empírica (CH2O)n; alguns também contêm nitrogênio, fósforo ou enxofre; 6. Existem três classes principais de carboid- ratos: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos (a palavra “sacarídeo” é derivada do grego sakcharon, que sig- nifica “açúcar”); 7. Os mais simples dos carboidratos, os monossacarídeos, são aldeídos ou cetonas com dois ou mais grupos hi- droxila; os monossacarídeos de seis car- bonos, glicose e frutose, têm cinco grupos hidroxila; CLASSIFICAÇÃO E ESTRUTURA DOS CARBOIDRATOS 1. Os monossacarídeos (açúcares simples) podem ser classificados de acordo com o número de átomos de carbono que contêm; 2. Os carboidratos com um aldeído como seu grupo funcional mais oxidado são de- nominados aldoses, enquanto aqueles com um grupo cetona como seu grupo funcional mais oxidado são chamados ce- toses; 3. Os monossacarídeos podem ligar-se por ligações glicosídicas, criando estruturas maiores; 4. Os dissacarídeos contêm duas unidades de monossacarídeos, os oligossaca- rídeos contêm cerca de 3 a 12 unidades de monossacarídeos e os polissacarídeos contêm mais de 12 unidades de monos- sacarídeos; lsômeros e epímeros 1. Os compostos que contêm a mesma fór- mula química, mas estruturas diferentes, são denominados isômeros; 2. Por exemplo, frutose, glicose, manose e galactose são todos isômeros um do outro, ou seja, apresentam a mesma fór- mula química, C6H12O6; 3. Se dois monossacarídeos diferem na sua configuração ao redor de apenas um de- terminado átomo de carbono (com ex- ceção do carbono da carbonila, "anômeros"), eles são definidos como epímeros um do outro. (Eles também são isômeros, é claro!); 4. Nos açúcares, a numeração dos car- bonos inicia na extremidade que contém o carbono da carbonila, isto é, o grupo aldeído ou cetona; 5. A glicose e a manose são epímeros em C-2. A galactose e a manose, entretanto, NÃO são epímeros - eles diferem na posição do grupo -OH em dois átomos de carbono (2 e 4) e são, portanto, definidos somente como isômeros; Enantiômeros 1. Um tipo especial de isomeria é observado em pares de estruturas que são imagens uma da outra no espelho. Essas imagens especulares são denominadas enan- tiômeros, e os dois membros do par são designados como D- e L-açúcares; Ciclização de monossacarídeos 1. Menos de 1% de cada monossacarídeo com cinco ou mais átomos de carbonos ocorre na forma de cadeia aberta (ací- clica). Ao contrário, eles são encontrados predominantemente na forma de anel, na qual o grupo aldeído (ou cetona) reagiu com um grupo álcool da mesma molécula; • Carbono anômero - A formação de um anel resulta na criação de um carbono anômero no carbono 1 de uma aldose, ou no carbono 2 de uma cetose. Essas es- truturas são designadas configurações α ou β dos açúcares, por exemplo, α -D-gli- cose e β -D-glicose; 1. Os anômeros cíclicos α e β de um glicídeo em solução estão em equilíbrio um com o outro e podem ser espontaneamente interconvertidos (um processo denomi- nado mutarrotação); • Glicídeos redutores - Se o átomo de oxigênio do carbono anômero (o grupo carbonila) de um glicídeo não está ligado a qualquer outra estrutura, esse glicídeo é um glicídeo redutor; 2. Pode reagir com reagentes químicos (por exemplo, a solução de Benedict) e reduzir o componente reativo, enquanto seu car- bono anômero torna-se oxidado. 3. Somente o estado do oxigênio no car- bono anômero determina se o glicídeo é redutor ou não-redutor - os demais grupos hidroxila da molécula não estão en- volvidos; • Carboidratos complexos 1. Os carboidratos podem unir-se por ligações glicosídicas a estruturas que não são carboidratos, como purinas e pi- rimidinas (como as ligações encontradas em ácidos nucleicos), anéis aromáticos (tais como em esteróides e na bilirru- bina), proteínas (encontradas em glico- proteínas e glicosaminoglicanos) e lipídeos (em glicolipídeos); 2. A aldose, cujo carbono 1 (ou cetose, cujo carbono 2) participa da ligação glicosídica, é chamada de resíduo glicosil; 3. Se o carbono anômero da glicose participa de tal ligação, esse glicídeo é denominado um resíduo glicosil; assim, o dissacarídeo lactose é uma galactosil-glicose. 4. O-Giicosídeos e N-Giicosídeos - Se o grupo na molécula que não é carboidrato, à qual o glicídeo está ligado, é um grupo - OH, a estrutura é um O-glicosídeo. Se o grupo é um grupo - NH2, a estrutura é um N-glicosídeo; 5. Denominação das ligações glicosídicas - As ligações glicosídicas entre glicídeos são designadas de acordo com o número dos carbonos que estabelecem a conexão e também em função da posição do grupo hidroxila no carbono anômero do glicídeo envolvido na ligação. 6. Se esse grupo hidroxila do carbono anômero está na configuração α, a ligação é uma ligação α; 7. Se o grupo estiver na configuração β, a ligação é uma ligação β; Polissacarídeos 1. Os polissacarídeos, também chamados de glicanos, diferem uns dos outros na identidade das unidades de monossaca- rídeos repetidas, no comprimento das cadeias, nos tipos de ligações unindo as unidades e no grau de ramificação; 2. Os homopolissacarídeos contêm somente uma única espécie monomérica; 3. Os heteropolissacarídeos contêm dois ou mais tipos diferentes; 4. Alguns homopolissacarídeos, como o amido e o glicogênio, servem como for- mas de armazenamento para monos- sacarídeos utilizados como com- bustíveis; 5. Outros homopolissacarídeos, como a celu- lose e a quitina, atuam como elementos estruturais em paredes celulares de plantas e em exoesqueletos de animais; 6. Os heteropolissacarídeos fornecem su- porte extracelular para organismos de todos os reinos; 7. Por exemplo, a camada rígida do enve- lope celular bacteriano (o peptidogli- cano) é parcialmente composta por um heteropolissacarídeo construído por duas unidades alternadas de monos- sacarídeo; 8. Nos tecidos animais, o espaço extracelu- lar é preenchido por alguns tipos de het- eropolissacarídeos, os quais formam uma matriz que conecta células individuais e fornece proteção, forma e suporte para células, tecidos e órgãos; • Alguns homopolissacarídeos são for- mas de estocagem de combustível 1. Os polissacarídeos de armazenamento mais importantes são o amido, em células vegetais, e o glicogênio, em células ani- mais; 2.O amido contém dois tipos de polímero de glicose, amilose e amilopectina; 3. A amilose consiste em cadeias longas, não ramificadas, de resíduos de D-gli- cose conectados por ligações (α1→4); 4. A amilopectina também tem massa molec- ular elevada (até 200 milhões), mas, ao contrário da amilose, é altamente ramifi- cada; 5. O glicogênio é o principal polissacarídeo de armazenamento das células animais. Como a amilopectina, o glicogênio é um polímero de subunidades de glicose liga- das por ligações (α1→4), com ligações (α1→6) nas ramificações; o glicogênio, porém, é mais ramificado (em média a cada 8 a 12 resíduos) e mais compacto do que o amido; 6. As enzimas de degradação que atuam somente em extremidades não redu- toras podem trabalhar simultaneamente nas muitas ramificações, acelerando a conversão do polímero em monossaca- rídeos; 7. Se o citosol contivesse 0,4 M de glicose, a osmolaridade seria perigosamente ele- vada, causando uma entrada osmótica de água que poderia romper a célula; • As paredes celulares de bactérias e al- gas contêm heteropolissacarídeos es- truturais; 1. O componente rígido das paredes celu- lares bacterianas (o peptidoglicano) é um heteropolímero de resíduos alterna- dos de N-acetilglicosamina e ácido N- acetilmurâmico unidos por ligações (β1→4); • Os glicosaminoglicanos são heteropo- lissacarídeos da matriz extracelular; 1. O espaço extracelular dos tecidos dos animais multicelulares é preenchido com um material semelhante a gel, a matriz extracelular (MEC); 2. Também chamada de substância funda- mental, que mantém as células unidas e provê um meio poroso para a difusão de nutrientes e oxigênio para cada célula; 3. A membrana basal é uma MEC especial- izada sobre a qual se assentam as célu- las epiteliais; ela é constituída por colágenos especializados, lamininas e heteropolissacarídeos; 4. Esses heteropolissacarídeos, os glicosa- minoglicanos, formam uma família de pol- ímeros lineares compostos por unidades de dissacarídeo repetidas; • Glicoconjugados: proteoglicanos, glicoproteínas e glicoesfingol- ipídeos; 1. Além dos importantes papéis como arma- zenadores de combustível (amido, glicogênio, dextrana) e como material estrutural (celulose, quitina, peptidogli- canos), os polissacarídeos e oligossaca- rídeos são transportadores de in- formação; 2. Alguns fornecem comunicação entre as células e a matriz extracelular circun- dante; outros sinalizam proteínas para o transporte e a localização em organelas específicas, ou para degradação, quando a proteína é malformada ou supérflua; 3. Outros atuam como pontos de reconheci- mento para moléculas de sinalização ex- tracelulares (fatores de crescimento, por exemplo) ou parasitas extracelulares (bactérias e vírus); 4. Em praticamente todas as células eu- carióticas, cadeias de oligossacarídeos específicos ligadas a componentes da membrana plasmática formam uma camada de carboidratos (o glicocálice) com alguns nanômetros de espessura, que serve como uma superfície rica em informações que a célula expõe para o meio exterior; 5. Esses oligossacarídeos são componen- tes centrais para reconhecimento e adesão entre células, migração celular durante o desenvolvimento, coagulação sanguínea, resposta imune, cicatrização de ferimentos e outros processos celula- res; 6. Na maioria desses casos, o carboidrato que carrega a informação está covalente- mente ligado a uma proteína ou lipídeo, formando um glicoconjugado, molécula biologicamente ativa; 7. Os proteoglicanos são macromoléculas da superfície celular ou da matriz ex- tracelular nas quais uma ou mais cadeias de glicosaminoglicanos sulfatados estão covalentemente unidas a uma proteína de membrana ou a uma proteína secretada;
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