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Nova Petrópolis 2015 FACULDADE CNEC DE NOVA PETRÓPOLIS –FACENP CURSO DE ADMINISTRAÇÃO KÁTIA KUHN PLANO DE NEGÓCIOS: ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA A ABERTURA DE UMA ACADEMIA EM NOVA PETRÓPOLIS/RS Nova Petrópolis 2015 Kátia Kuhn Plano de negócios: análise de viabilidade econômica e financeira para a abertura de uma academia em Nova Petrópolis/RS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Administração da Faculdade CNEC de Nova Petrópolis como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof.Alexandre Dias Ströher KÁTIA KUHN PLANO DE NEGÓCIOS: ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONOMICA E FINANCEIRAPARA ABERTURA DE UMA ACADEMIA EM NOVA PETRÓPOLIS/RS Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Administração no Curso de Administração da Faculdade CNEC de Nova Petrópolis. Habilitação: Administração Data de Aprovação: ___/___/___ Banca Examinadora: ___________________________________________ Prof. Alexandre Dias Ströher Orientador Faculdade CNEC de Nova Petrópolis ___________________________________________ Prof. Dr. Márcio André Kny Presidente da Banca Faculdade CNEC de Nova Petrópolis ___________________________________________ Prof. Luiz Henrique Dias Correa Secretário da Banca Faculdade CNEC de Nova Petrópolis DEDICATÓRIA Ао meu marido Régis, filho Rafael, mãe Nelsi, sogro Sidarta e sogra Nauza, e a toda minha família que, com muito carinho е apoio, não mediram esforços para concluir mais essa etapa da minha vida. AGRADECIMENTOS Este é o momento mais oportuno para reconhecer o auxílio de muitas pessoas, sem as quais a conclusão desta etapa não teria sido possível. Mesmo tendo ciência de que cursar e concluir uma graduação sejam tarefas exclusivas do aluno, é necessário expressar minha gratidão aos que me compreenderam e apoiaram para continuar até o fim. Primeiramente a Deus, por ter me dado saúde e força para enfrentar as dificuldades. Ao meu esposo Régis pelo amor, incentivo е apoio incondicional, e pela compreensão nos momentos de ausência dedicados ao estudo, meu companheiro de todas as horas. A minha mãe Nelsi, por ter me ensinado a lutar e nunca desistir dos meus ideais, mesmo diante de muitas dificuldades. A meu irmão Rodrigo, pela amizade e cumplicidade e força nas horas de dificuldades. A meu sogro Sidarta e sogra Nauza que me incentivaram e apoiaram em todas as horas de ausências e necessidades. A meu orientador, Professor Alexandre Dias Ströher, que com sua competência e dedicação e pela oportunidade e na orientação desse trabalho. À Instituição pelo ambiente de amizade e de criatividade que proporciona. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito obrigado. “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.” Arthur Schopenhauer RESUMO Este trabalho tem como objetivo estudar a viabilidade de abertura de uma academia na cidade de Nova Petrópolis-RS, por meio da elaboração de um plano de negócios. Através da pesquisa bibliográfica, obteve-se uma fundamentação teórica que contém informações sobre empreendedorismo, as características do empreendedor e plano de negócios. Para se estipular as estratégias e definir metas e objetivos foram realizadas pesquisas para análise mercadológica, identificando, assim, as ameaças e oportunidades do empreendimento, bem como suas forças e fraquezas. Por fim, para comprovar a viabilidade do projeto foi realizado um planejamento financeiro do empreendimento, apresentando indicadores econômico- financeiros. Concluiu-se, portanto, que a cidade de Nova Petrópolis permite a abertura de uma mais uma academia, tendo em vista a rentabilidade e lucratividade do projeto, cujo qual apresentou um retorno financeiro em médio espaço de tempo. Palavras-chave: Empreendedorismo. Plano de negócios. Viabilidade econômica e financeira. Academia. ABSTRACT This work aims to study the viability of opening a gym in the city of Nova Petrópolis-RS, through the development of a business plan. Through the literature, a theoretical foundation was obtained, in which contains information about entrepreneurship, the entrepreneurial characteristics and business plan. To stipulate the strategies and set the goals and objectives,were made researches to analyzethe market, identifying thus the threats and opportunities of the enterprise, as well as its strengths and weaknesses. Finally, to prove the viability of the project financial planning of the project was conducted, presenting financial indicators. Therefore, it was concluded that the city of Nova Petrópolis allows the opening of one more gym, considering the profitability of the project, in which showed a financial return in an average period of time. Keywords: Entrepreneurship. Business Plan. Economic and Financial Viability.Gym. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Modelo de capa de um Plano de Negócios................................................................ 24 Figura 2 – Os 4 P‟s do Mix de Marketing ................................................................................... 29 Figura 3 – Exemplo de organograma funcional de uma empresa .............................................. 30 Figura 4 – Cálculo do Valor Presente Líquido ............................................................................ 34 Figura 5 – Cálculo do Payback Simples ...................................................................................... 35 Figura 6 – Processo de planejamento estratégico do negócio .................................................... 36 Figura 7 – Capa ............................................................................................................................. 41 Figura 8 – Localização da academia ............................................................................................ 44 Figura 9 – Rede de parceiros ........................................................................................................ 50 Figura 10 – Layout do mezanino.................................................................................................. 53 Figura 11 – Layout da academia .................................................................................................. 54 Figura 12 – Matriz SWOT ............................................................................................................ 71 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Tipos de empreendedores refugiados ....................................................................... 20 Quadro 2 – Fatores limitantes do empreendedorismo na região sul do Brasil .......................... 22 Quadro 3 – Falhas comuns nos negócios ..................................................................................... 22 Quadro 4 – Método 6W2H para a elaboração de um sumário executivo .................................. 26 Quadro 5 – Modelo de fluxo de caixa mensal .............................................................................33 Quadro 6 – Principais fornecedores e seus produtos .................................................................. 49 Quadro 7 – Principais serviços ..................................................................................................... 51 Quadro 8 – Processo operacional da empresa ............................................................................. 55 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Distribuição da população de Nova Petrópolis em 2010 conforme a área ............. 45 Tabela 2 – Distribuição etária da população de Nova Petrópolis em 2010 ............................... 46 Tabela 3 – Principais concorrentes e serviços oferecidos .......................................................... 47 Tabela 4 – Tabela de valores ........................................................................................................ 51 Tabela 5 – Investimento total ....................................................................................................... 56 Tabela 6 – Investimentos pré-operacionais ................................................................................. 57 Tabela 7 – Investimentos iniciais ................................................................................................. 58 Tabela 8 – Demonstrativo de receitas por modalidades: 1º trimestre do primeiro ano ............ 61 Tabela 9 – Demonstrativo de receitas por modalidades: 2º trimestre do primeiro ano ............ 61 Tabela 10 – Demonstrativo de receitas por modalidades: 3º trimestre do primeiro ano .......... 62 Tabela 11 – Demonstrativo de receitas por modalidades: 4º trimestre do primeiro ano .......... 63 Tabela 12 – Demonstrativo de receitas por ano: segundo ano de atividade da empresa .......... 64 Tabela 13 – Demonstrativo de receitas por ano: terceiro ano de atividade da empresa ........... 65 Tabela 14 – Demonstrativo de receitas por ano: quarto ano de atividade da empresa ............. 66 Tabela 15 – Demonstrativo de receitas por ano: quinto ano de atividade da empresa ............. 67 Tabela 16 – Valor Líquido Presente ............................................................................................ 68 Tabela 17 – Cálculo da Taxa Interna de Retorno ........................................................................ 68 Tabela 18 – Cálculo do Payback Simples.................................................................................... 69 Tabela 19 – Cálculo do Payback Descontado ............................................................................. 69 Tabela 20 – Fluxo de caixa ........................................................................................................... 79 Tabela 21 – Cronograma de Ações .............................................................................................. 81 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 14 1.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA .................................................................... 15 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 15 1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 16 1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 16 1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 16 1.4 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 18 2.1 EMPREENDEDORISMO ......................................................................................... 18 2.1.1 Características do Empreendedorismo.................................................. 18 2.1.2 Perfil do Empreendedor ........................................................................... 19 2.1.3 Dificuldades do Empreendedor .............................................................. 21 2.2 PLANO DE NEGÓCIOS ........................................................................................... 23 2.3 ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIOS .......................................................... 24 2.3.1 Capa............................................................................................................. 24 2.3.2 Sumário ....................................................................................................... 25 2.3.3 Sumário executivo ..................................................................................... 25 2.3.4 Descrição da Empresa .............................................................................. 26 2.3.5 Análise de Mercado................................................................................... 27 2.3.6 Plano de Marketing................................................................................... 28 2.3.7 Plano Operacional ..................................................................................... 30 2.3.8 Plano Financeiro........................................................................................ 31 2.3.8.1 Custo de Oportunidade ................................................................ 31 2.3.8.2 Investimento Inicial ..................................................................... 32 2.3.8.3 Fluxo de Caixa ............................................................................. 32 2.3.8.3.1 Valor Presente Líquido – VPL .................................... 34 2.3.8.3.2 Taxa Interna de Retorno – TIR .................................... 35 2.3.8.3.3 Payback Simples ........................................................... 35 2.3.8.3.4 Payback Descontado .................................................... 35 2.3.9 Planejamento Estratégico ........................................................................ 36 3 MÉTODO .................................................................................................................................. 38 3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO À NATUREZA .................................................. 38 3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS ............................................. 38 3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM .............................................. 39 3.4 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS................................. 39 3.5 COLETA DOS DADOS ............................................................................................ 40 3.6 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................... 40 4 PLANO DE NEGÓCIOS – ACADEMIA MEXUS ............................................................ 41 4.1 CAPA .......................................................................................................................... 41 4.2 SUMÁRIO EXECUTIVO ......................................................................................... 42 4.3 DESCRIÇÃO DA EMPRESA................................................................................... 42 4.3.1 Estrutura Legal ......................................................................................... 42 4.3.2 Equipe Gerencial ....................................................................................... 43 4.3.3 Localização ................................................................................................. 43 4.3.4 Manutenção dos Registros e Seguros ..................................................... 444.4 ANÁLISE DO MERCADO ....................................................................................... 45 4.4.1 Clientes ........................................................................................................ 45 4.3.2 Concorrentes .............................................................................................. 47 4.3.3 Fornecedores .............................................................................................. 48 4.3.4 Parceiros ..................................................................................................... 49 4.5 PLANO DE MARKETING ....................................................................................... 50 4.5.1 Principais serviços ..................................................................................... 50 4.5.2 Preço ............................................................................................................ 51 4.5.3 Praça............................................................................................................ 52 4.5.4 Promoção .................................................................................................... 52 4.6 PLANO OPERACIONAL ......................................................................................... 53 4.6.1 Layout ......................................................................................................... 53 4.6.2 Capacidade ................................................................................................. 55 4.6.3 Processos Operacionais ............................................................................ 55 4.6.4 Necessidade de Pessoal ............................................................................. 56 4.7 PLANO FINANCEIRO ............................................................................................. 56 4.7.1 Investimento Total .................................................................................... 56 4.7.1.1 Investimentos Pré-operacionais .................................................. 57 4.7.1.2 Investimentos Fixos ..................................................................... 57 4.7.1.3 Capital de Giro ............................................................................. 59 4.7.2 Estimativa de Custo Unitário .................................................................. 59 4.7.3 Fluxo de Caixa ........................................................................................... 59 4.7.4 Indicadores de Viabilidade Econômica ................................................. 67 4.7.4.1 VPL ............................................................................................... 67 4.7.4.2 TIR ................................................................................................ 68 4.7.4.3 Payback Simples .......................................................................... 69 4.7.4.4 Payback Descontado .................................................................... 69 4.7.4.5 Lucratividade................................................................................ 70 4.8 AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA ............................................................................... 70 4.8.1 Matriz FOFA (SWOT) ............................................................................. 70 4.8.2 Planejamento Estratégico ........................................................................ 71 4.8.3 Cronograma de Ações .............................................................................. 72 4.9 ANÁLISE CRÍTICA DO PLANO DE NEGÓCIOS ............................................... 72 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 73 5.1 CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO............................................................................ 74 5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO .................................................................................... 74 5.3 PESQUISAS FUTURAS ........................................................................................... 75 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 76 APÊNDICE A – FLUXO DE CAIXA ...................................................................................... 79 APÊNDICE B – CRONOGRAMA DE AÇÕES .................................................................... 81 14 1 INTRODUÇÃO Atualmente, a tendência é de que as pessoas tenham uma vida menos saudável, comprometendo a qualidade de sua própria saúde (SOUZA, 2008). Conforme o Ministério da Saúde (2010), quase 49% da população com 20 anos ou mais está acima do peso. Este dado faz parte de um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, chamado de “Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil” e se baseia na altura e peso da população, a partir dos quais é calculado o Índice de Massa Corpórea – IMC1, para o qual foram entrevistadas 188 mil pessoas de todas as idades entre maio de 2008 e maio de 2009. Em função desse cenário, cada vez mais são realizadas campanhas para que a população adote hábitos saudáveis e realize atividades físicas, independentemente da modalidade. Pouco a pouco, as pessoas vão percebendo a necessidade de uma vida mais saudável, especialmente para prevenir doenças, como as musculares, cardiovasculares e a obesidade, ou simplesmente para manter o corpo em movimento. Assim, a atividade física em academias tem sido crescentemente procurada como prática preventiva e redutora do efeito nocivo da vida sedentária (SOUZA, 2008). A população de Nova Petrópolis-RS também se demonstra preocupada com a manutenção da saúde e da qualidade de vida, tanto que possui o título de cidade com a maior longevidade do Rio Grande do Sul. Conforme dados do SEBRAE Mercados (2015), a terceira idade é um nicho com crescente procura por academias para a realização de atividades físicas. Além disso, há, também, uma ampla faixa da população em idade ativa que possui necessidades de acompanhamento nutricional e de fisioterapia, como complemento de um tratamento mais eficaz da musculação. A partir disso, percebe-se campo para a abertura de uma nova academia na cidade de Nova Petrópolis-RS. Unindo-se essas características propõe- se o estudo de viabilidade de uma academia que reúna estas atividades em um mesmo lugar. Conforme o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE (2015), o empreendedorismo no Brasil ganhou espaço mudando sua visão junto à população, sendo considerado, inclusive, como carreira e como opção dos indivíduos que não conseguem se colocar no mercado. O sucesso de grande parte das empresas é creditado ao empreendedor 1 IMC – Índice de Massa Corpórea é obtido com a divisão do peso em quilograma pela altura em metro quadrado. 15 que faz uma análise minuciosa de viabilidade do negócio e a partir disto, define as estratégias para sua implantação e desenvolvimento. Esta análise inicial é a mais importante, tendo em vista que o plano de negócios é o demonstrativo com o qual a empresa consegue visualizar seu processo, conhece suas oportunidades e ameaças, e também estabelece suas metas e objetivos, conseguindo projetar seu futuro para obter maior participação do mercado. Tendo em vista a oportunidade identificada, o presente trabalho apresenta um plano de negócios, trazendo dados e informações que oferecem suporte para a análise da viabilidade financeira e econômica em relação a abertura de uma academia de musculação com acompanhamento de nutricionistae fisioterapeuta na cidade de Nova Petrópolis-RS. 1.1CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A “Academia Mexus” será uma empresa do ramo da prestação de serviços relacionados às atividades físicas, especialmente, de musculação. Ficará situada na área central da cidade de Nova Petrópolis.Com uma estrutura criteriosamente planejada, contará com aparelhos modernos e dinâmicos, visando dar credibilidade à empresa e destacar-se entre seus concorrentes. Terá como diferencial o foco na saúde e no bem estar, mantendo programas em parceria com fisioterapeuta e nutricionista e atividades direcionadas e focadas na situação de cada cliente. Seu atendimento será realizado por profissionais graduados, com horários estendidos em dias de semana e diferenciados nos sábados. 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Mesmo após diversas campanhas em prol da realização de atividades físicas, ainda há aqueles que ignoram a sua prática regular. Segundo o Ministério da Saúde, 54% do risco de morte por cardiopatia e 50% pelo risco de morte por acidente vascular é devido à falta de atividade física regular (WALL STREET FITNESS, 2015). Além disso, conforme a 16 pesquisado Vigitel2 realizada em 2014,54% da população brasileira está com excesso de peso (PORTAL DA SAÚDE, 2015). Embora esta realidade também se aplique a cidade de Nova Petrópolis- RS, a cidade possui a população com a maior longevidade do Rio Grande do Sul. Verifica-se, portanto, uma maior preocupação local em relação à qualidade de vida, saúde e bem estar. Este cenário aponta uma oportunidade de mercado em relação à abertura de uma academia de musculação com acompanhamento de nutricionista e fisioterapeuta em Nova Petrópolis- RS. Dessa forma, o estudo visa responder a seguinte pergunta: é viável a abertura de mais uma academia na cidade de Nova Petrópolis-RS? 1.3OBJETIVOS Serão apresentados a seguir, os objetivos gerais e os objetivos específicos que se busca alcançar com este trabalho. 1.3.1 Objetivo Geral Elaborar um plano de negócios que possibilite verificar a viabilidade da abertura de mais uma academia na cidade Nova Petrópolis- RS. 1.3.2 Objetivos Específicos Identificar as oportunidades e ameaças do mercado de academias; Realizar o levantamento dos investimentos necessários: Projetar o fluxo de caixa para os primeiros cinco anos; Analisar a viabilidade financeira; Analisar aspectos de diferenciação do negócio no mercado da cidade. 2Vigitel: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico 17 1.4JUSTIFICATIVA Em diversas mídias, a prevenção da saúde através da realização de atividades físicas é amplamente abordada, tendo em vista os dados estatísticos apresentados por órgãos como o IBGE e o Ministério da Saúde. Na cidade de Nova Petrópolis-RS existem três empresas do segmento de academias focadas em diferentes áreas, com diferentes públicos-alvo e atendimento coletivo. Entretanto, há uma lacuna existente, com públicos cujo atendimento não é prioridade nas academias já existentes. A abertura de uma nova academia contemplará públicos com características e necessidades distintas, tendo seu foco na prevenção conjunta e no auxílio da redução de riscos à saúde. Além de priorizar o atendimento individualizado e diferenciado, a academia de musculação contará com acompanhamento de nutricionista e fisioterapeuta para os clientes que possuírem esta necessidade. Os horários de trabalho também serão estendidos, com a mesma estando aberta em períodos em que os concorrentes não estejam atuando. Dessa forma, a Academia Mexus irá proporcionar atividades físicas orientadas e planejadas para atender diversos tipos de público, proporcionando um ambiente agradável para o convívio social e o equilíbrio do corpo com a mente. Portanto, estruturar um plano de negócios é o passo inicial para quem busca iniciar um empreendimento. Mesmo com um cenário favorável, a abertura de um novo negócio apresenta riscos, sendo, então, de suma importância a elaboração de um plano de negócios que apresente de forma clara e objetiva, informações de caráter financeiro e estratégico da empresa que se pretende abrir. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo apresentará o referencial teórico utilizado para a elaboração do plano de negócio de uma academia. Destaca-se que o mesmo é embasado nos conceitos de empreendedorismo e nas características do empreendedor, bem como nos conceitos e na estrutura de um plano de negócios. 2.1 EMPREENDEDORISMO Muitas pessoas possuem como desejo deixar de ser um empregado para ser dono do seu próprio negócio. Algumas pessoas, eventualmente, percebem uma oportunidade de negócio e trabalham para executar suas ideias com a finalidade de atingir seu objetivo. Em outros casos, as pessoas se veem forçadas a tentar a sorte com a abertura de seu negócio próprio. Ambas as situações, entretanto, envolvem características empreendedoras. Embora não seja uma palavra nova, o termo empreendedorismo tem ganhado força especialmente a partir da metade do século 20 (BERNARDO; TADEUCCI; ARAUJO, 2013). Atualmente, ao se falar em abrir uma empresa, torna-se quase que impossível não se falar em características empreendedoras. Assim, as características do empreendedorismo, o perfil empreendedor e as dificuldades do empreendedor serão detalhados nos subcapítulos a seguir. 2.1.1Características do Empreendedorismo A ideia de empreendedorismo, de acordo com Chiavenato (2008), surgiu em meados dos séculos XVIII e XIX, através de pensadores econômicos que defendiam a ação da economia de livre mercado e da concorrência. Com o passar dos anos, este termo foi ganhando relevância, sendo definido como “um engenho que direciona a inovação e promove o desenvolvimento econômico” (REYNOLDS, 1997; SCHUMPETER, 1934 apud CHIAVENATO, 2008, p. 5). Hirisch (apud REIS; ARMOND, 2012, p.14) considera que “empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e esforço necessário, assumindo riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes 19 recompensas da satisfação econômica e pessoal”. Já Dornelas (2008a, p. 22) pondera que “empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam a transformação de ideias em oportunidades”. O fato é que “a prática empreendedora tem sido cada vez mais vista, como uma fonte de geração de empregos, riqueza e desenvolvimento” (BERNARDO; TADEUCCI; ARAUJO, 2013, p. 14). É importante destacar, também, que o conceito de empreendedorismo está intimamente relacionado à inovação, a qual Drucker (apud CHIAVENATO, 2008, p. 261) define como “o meio pelo qual o empreendedor cria novos recursos produtores de riqueza ou dota recursos existentes com um maior potencial para criar riqueza”. Drucker (apud CHIAVENATO, 2008, p. 261)considera que a “inovação é a função específica do empreendedorismo, seja em um negócio existente, em uma instituição pública de serviços, ou em um novo empreendimento iniciado por um único indivíduo na cozinha da família”. Dessa forma, Chiavenato (2008) conclui que o empreendedorismo não ocorre apenas nas pequenas empresas ou em novos negócios, mas também em todas as inovações e mudanças dentro de um processo ou negócio que já está em funcionamento. 2.1.2Perfil do Empreendedor O termo empreendedor, conforme explica Chiavenato (2009), tem sua origem no idioma francês, mais especificamente na palavra entrepreneur, que significa, basicamente, aquele que assume riscos e começa algo novo. O empreendedor tem em seu perfil a condição de assumir riscos calculados, tera inovação como base de seus projetos e realizações, estando à frente das mudanças, e sendo impulsionador de uma mudança no ambiente. Diversos autores possuem definições similares sobre o que é ser empreendedor. Destaca- se a definição de Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2008a), que menciona que o empreendedor é conhecido como aquele que cria novos negócios ou inova nos negócios já existentes. “É aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais” (SCHUMPETER, 1949 apud DORNELAS, 2008a, p. 22). Já para Filion (1999 apud BIZZOTTO, 2008, p. 21), o “empreendedor é aquele que „imagina‟, desenvolve e realiza visões. Assim o resultado do trabalho de um empreendedor pode 20 tanto ser uma empresa quanto um projeto dentro de uma empresa”. Buscando-se uma definição mais atual, o SEBRAE (2015) destaca que o empreendedor é tido como “aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação”. Ainda, conforme o SEBRAE (2015), “ser empreendedor significa, acima de tudo, ser um realizador que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação”. Verifica-se, portanto, que embora possuam algumas diferenças, todas as definições de empreendedor consideram o empreendedor como um visionário, tanto em relação à abertura de uma nova empresa, quanto à melhoria de um produto/serviço ou processo dentro de uma empresa já existente. Além daqueles que visualizam uma oportunidade de negócio, entretanto, há os empreendedores que entram em um negócio para escapar de algum fator ambiental. Estes são denominados de refugiados (CHIAVENATO, 2004) e podem ser classificados em seis categorias, conforme especificado no Quadro1: Tipo de refugiado Descrição Estrangeiro Fugitivos de restrições políticas, religiosas e econômicas. Corporativo Fugitivos da burocracia de grandes e médias empresas. Do lar Após o crescimento dos filhos, iniciam seu próprio negócio. Feminista Fugitivos da descriminação ou restrição das empresas. Social Empreendedores, alheios a cultura das empresas. Educacional Indivíduos cansados dos cursos acadêmicos. Quadro1 – Tipos de empreendedores refugiados Fonte: Adaptado de Chiavenato (2004) Para, Smith (1967 apud CHIAVENATO, 2004) os empreendedores possuem grandes diferenças em suas formas de fazer negócios, definindo, assim, dois padrões básicos: empreendedor artesão, ou seja, aquele que inicia um negócio basicamente com habilidades técnicas e um pequeno conhecimento em gestão de negócios, e empreendedor oportunista, sendo aquele que possuem conhecimento técnico obtido através de estudos mais amplos, como administração, economia, legislação ou línguas, e procura sempre estudar e aprender. Além disso, Chiavenato (2004) considera que para caracterizarem-se como empreendedor, certos atributos comportamentais são indispensáveis, tendo em vista que também influenciam na qualidade do projeto a ser executado. Estas características, conforme Chiavenato (2004), são: a necessidade de realização (seja por status ou por obtenção de um padrão de excelência), a disposição de assumir riscos (calculados e dentro do conhecimento do mercado e do próprio 21 negócio) e a autoconfiança (com capacidade para solucionar problemas e a habilidade de enfrentar novos desafios). Verifica-se, portanto, que os empreendedores são pessoas capazes de realizar seus propósitos com muita convicção, confiabilidade e ousadia. Não dimensionam esforços para alcançar seus objetivos, mas possuem ciência do risco, pois o planejam e o calculam antecipadamente. Dessa forma, para chegar a ser um empreendedor de sucesso deve-se ter imaginação, determinação, organização, saber liderar e conhecer tecnicamente as etapas e processos (CHIAVENATO, 2008). 2.1.3Dificuldades do Empreendedor Apesar de importante, apenas possuir vontade de ter seu próprio negócio não é suficiente para que um empreendedor tenha sucesso em sua empreitada. Há uma série de dificuldades que podem ser encontradas, sendo que muitas delas podem, inclusive, levar uma empresa a encerrar as atividades muito antes do esperado. Parolin e Volpato (2008) mencionam diversas dificuldades que empreendedor pode encontrar, como, por exemplo, baixas condições financeiras e de crédito, ausência de políticas de estímulo e subsídio, despesas fixas elevadas se comparadas ao volume de vendas e o risco de mercado maior para pequenos negócios. Dados do GlobalEntrepreneurshipMonitor –GEM (2014) apontam que a educação fundamental e média no Brasil não contribui para o desenvolvimento do empreendedorismo, pois os conteúdos e atividades do currículo escolar não estão relacionados ao desenvolvimento de atividades empreendedoras. Além disso, a carga tributária elevada, o excesso de burocracia e a pouca clareza de impostos geram uma avaliação negativa para o desenvolvimento empreendedor. A falta de acesso a novas tecnologias e recursos necessários para a inovação em empresas novas também é um dos grandes entraves para o fomento do empreendedorismo. O Quadro 2 demonstra as condições que afetam o empreendedorismo na região sul do Brasil, de acordo com a GEM (2014). Verifica-se que a maior dificuldade do empreendedorismo no Brasil está relacionada às políticas governamentais adotadas, que impactam em 68,2% dos casos de empreendedorismo. O apoio financeiro (ou a falta de) ocupa a segunda posição e impacta em 63,6% dos casos, enquanto que a educação e capacitação, que aparecem em terceiro, exercem um impacto de 54,5% nas causas empreendedoras. 22 Fatores Limitantes Percentual de impacto Políticas Governamentais 68,2 % Apoio Financeiro 63,6 % Educação e Capacitação 54,5% Pesquisa e Desenvolvimento 27,3% Corrupção 18,2% Capacidade Empreendedora 13,6% Custos do trabalho, o acesso e regulação 13,6% Acesso à Infraestrutura Física 9,1% Clima econômico 9,1% Normas Culturais e Sociais 4,5% Diferenças entre pequenas, médias e grandes 4,5% Características da Força Trabalho 4,5% Contexto Político, Institucional e Social 4,5% Quadro2 – Fatores limitantes do empreendedorismo na região sul do Brasil Fonte: Adaptado de GEM Brasil (2014) Falhas comuns nos negócios Fatores Econômicos 72% Lucros insuficientes Juros elevados Perda de mercado Mercado consumidor restrito Nenhuma viabilidade futura Inexperiência 20% Incompetência do empreendedor Falta de experiência de campo Falta de experiência gerencial Experiência desequilibrada Vendas Insuficientes 11% Fraca competitividade Recessão econômica Vendas insuficientes Dificuldade de estoque Localização inadequada Despesas Excessivas 8% Dívidas e cargas demasiadas Despesas operacionais Outras Causas 3% Negligência Capital insuficiente Clientes insatisfeitos Fraudes Ativos insuficientes Quadro3 – Falhas comuns nos negócios Fonte: Adaptado de The Dun&BradstreetCorp. (1988) apud Chiavenato (2009, p. 15) 23 No contexto das dificuldades que envolvem a abertura de uma empresa, Chiavenato (2008, p. 15) considera que “as causas mais comuns de falhas nos negócios são os fatores econômicos, seguidos da inexperiência do empreendedor”. Através do Quadro3, que demonstra as principais falhas nos negócios, verifica-se que os fatores econômicos exercem influência em 72% dos casos. Já a inexperiência dos empreendedores em relação ao novo negócio ocasiona falhas em 20%; as vendas insuficientes em 11%; as despesas excessivas em 8%;e outras causas impactam em 3% das falhas. Além dos fatores limitantes relacionados ao desenvolvimento do empreendedorismo e das falhas mais comuns na abertura de uma empresa, o empreendedor é impactado por aspectos negativos relacionados ao empreendedorismo, dentre os quais Dornelas (2008a) destaca a carga excessiva de trabalho, que muitas vezes é superior a oito horas, e o risco elevado de se obter o retorno dos investimentos aplicados. Verifica-se, portanto, que há uma série de barreiras e dificuldades para os empreendedores, o que requer que a abertura de uma empresa seja amplamente estudada, o que geralmente ocorre, através de um plano de negócios, assunto que será tratado no próximo subcapítulo. 2.2 PLANO DE NEGÓCIOS Para Salim et al. (2005, p. 3), “o Plano de Negócios é um documento que contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros”. Este possibilita avaliar riscos e identificar soluções, estabelecendo os pontos fracos e fortes perante os concorrentes, norteando, portanto, as ações da empresa (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005). Pavanietal. (1997) apud Dornelas (2008a) mencionam que o plano de negócios é destinado a vários públicos, como mantenedores de incubadoras (ao se buscar apoio para desenvolvimento), parceiros (para estratégias conjuntas), bancos (na obtenção de financiamentos), investidores, fornecedores, clientes potenciais e sócios, além da própria empresa (coma finalidade de alinhar internamente seus interesses). Além disso, durante a elaboração do plano de negócios, o empreendedor consegue visualizar de maneira clara e objetiva seu foco e sua viabilidade, sendo uma ferramenta operacional e administrativa capaz de demonstraras possibilidades de sucesso em longo prazo 24 de um negócio. Dessa forma, um plano bem estruturado, com todo seu potencial utilizado como ferramenta de gestão, tende a reduzir as chances de quebra de uma empresa (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005). 2.3 ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIOS A estrutura de um plano de negócios não é rígida e nem específica, pois cada negócio tem sua particularidade, o que torna impossível a definição de um modelo padrão que possa ser aplicado em qualquer negócio. A única estrutura necessária para um plano desta natureza é a separação em divisões que proporcionam o seu entendimento (DORNELAS, 2008a). Portanto, neste capítulo será abordada a estrutura que será adotada no plano de negócios deste estudo. 2.3.1 Capa A capa é a primeira coisa que o indivíduo que recebe o plano de negócios visualiza. Nela estão inseridas informações como a razão social, endereço completo, logomarca da empresa, nome da pessoa ou pessoas que elaboraram o plano, mês de elaboração e número da cópia ou edição (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005). Figura1 – Modelo de capa de um Plano de Negócios Fonte: Dornelas (2008a, p.13) 25 Já Dornelas (2008a) apresenta, conforme a Figura 1, um modelo de capa com algumas diferenças, contendo: o nome da empresa; endereço; telefone; endereço eletrônico do site e e- mail; logotipo; nomes, cargos, endereços e telefones dos proprietários da empresa, mês e ano de seu desenvolvimento; número da cópia e nome do autor do plano de negócios. Verifica-se que é importante a apresentação de uma capa objetiva e atraente, de forma que desperte o interesse na leitura do plano por parte do público-alvo. 2.3.2Sumário O sumário serve de guia para o leitor localizar a seção que contém a informação pertinente para seu uso, devendo conter o título de todas as seções e subseções do plano, bem como suas respectivas páginas (DORNELAS, 2008a). Também denominado como índice, “pode ser pensado como um esqueleto que reúne as seções do plano de negócios. Os títulos e subtítulos do índice devem resumir em frases curtas o principal de cada subparte do conteúdo” (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005, p. 14). Pode-se dizer que o sumário apresenta a evolução lógica de um texto, dessa forma, tornando-se uma ferramenta que possibilita a identificação do conteúdo por parte do leitor. Tendo em vista que o sumário reflete a organização do plano de negócios, deve-se dar uma atenção especial na sua elaboração. 2.3.3Sumário executivo O sumário executivo tem como objetivo apresentar, de forma sucinta, informações importantes do plano de negócios ao seu público-alvo. Conforme Rosa (2013), este é uma espécie de resumo dos principais pontos do plano, trazendo informações do empreendedor e do empreendimento propriamente dito. Deve ser atrativo ao leitor, pois é, muitas vezes, a única parte que acaba sendo lida. Assim, deverá ser capaz de transmitir as características do projeto e do conceito do negócio. Geralmente, o plano de negócios é dividido em três partes, tendo na primeira delas, a apresentação do negócio como um todo, na segunda, a demonstração da necessidade do plano 26 de negócios, e na terceira e última parte, a descrição das suas condições financeiras e da análise do mercado (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005).O Quadro 4apresenta questões de um método 6W2H que podem auxiliar na elaboração de um sumário executivo completo (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005). Para que cumpra sua função, normalmente o sumário executivo é redigido após o término da elaboração do plano de negócios. Apesar de responder a uma série de questões, não deve apresentar detalhes (SALIM et al., 2005). Item Finalidade O quê? O que o plano pretende? O que está sendo apresentado? O que é a empresa? Qual o produto/serviço da empresa? Onde? Onde a empresa está localizada? Onde está o mercado/cliente da empresa? Por quê? Por que a empresa elaborou um plano de negócios? Por que a empresa precisa de recursos? Como? Com a empresa empregará os recursos? Como está a saúde financeira da empresa? Como está crescendo a empresa? Quanto? De quanto recurso a empresa necessita? Quanto será o retorno do investimento? Quando? Quando o negócio foi criado? Quando a empresa precisará de recursos? Quando ocorrerá o retorno sobre o recurso? Quem? Quem realizará as tarefas? Quem elaborou o plano de negócios? Qual? Qual o produto/serviço da empresa? Qual a lucratividade da empresa? Quadro4 – Método 6W2H para a elaboração de um sumário executivo Fonte: Biagio e Batocchio(2005, p. 16) 2.3.4Descrição da Empresa Conforme Dornelas (2008a),a descrição da empresa apresenta um breve resumo da organização da empresa, sua história e seu status atual, dando ênfase às características únicas 27 da empresa e aos benefícios para os clientes, e sua projeção financeira para três a cinco anos. Na descrição deve constar a equipe gerencial, estrutura legal, a localização e a infraestrutura. Conforme Biagio e Batocchio (2005, p.19) “a composição do corpo do plano de negócios começa por uma descrição da empresa, que explicitará o nível de organização do negócio, a história, a constituição jurídica, a situação atual e as projeções futuras, tanto para pesquisa e desenvolvimento como para atividades financeiras”. É nesta parte que são respondidas todas as questões relativas à atividade, clientes, localização e todo o contexto de desenvolvimento e atuação e suas características (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005). 2.3.5Análise de Mercado Um diagnóstico completo da situação do mercado, dos concorrentes e dos parceiros é vital para o desenvolvimento da empresa (SALIM et al., 2005). Conforme Bizzotto (2008), ao se identificar o cenário geral acerca da empresa e definir de forma básica o produto ou serviço que se pretende oferecer, deve-se realizar uma análise que,de forma quantificada, responda a quatro perguntas essenciais: qual é o tamanho do mercado, onde estão os clientes, com que velocidade o produto ou serviço irá se disseminar e quem são os concorrentes. Com as respostas destas perguntas, pode-se, de fato, analisar o mercado. Tendo em vista suas implicações, Dornelas (2008b, p. 130) menciona que a análise do mercado é considerada por muitos uma das mais importantes seções do plano de negócios, e também a mais difícil de fazer, pois toda a estratégia de negócio depende de como a empresa abordará seu mercado consumidor, sempre procurando se diferenciar da concorrência, agregando maior valor aos seus produtos/serviços, com o intuito de conquistar seus clientes continuamente. Um processo importante da análise do mercado é a identificação de quais as circunstâncias que despertam a necessidade dos consumidores por determinado produto ou serviço (KOTLER; KELLER, 2006). Isto possibilitará desenvolver estratégias que provoquem o interesse dos mesmos pela oferta da empresa. Portanto, devem-se considerar os fatores que influenciam as decisões de compra do consumidor, tais como fatores sociais, pessoais, psicológicos e culturais, bem como o processo de decisão de compra do consumidor. 28 A análise de mercado possibilitará, conforme Ambrósio (1999), através de uma avaliação interna (características operacionais e organizacionais) e externa (fatores ambientais), identificar os pontos fortes e fracos da empresa, bem como as ameaças e oportunidades que circundam a mesma. Sobretudo, esta será importante para determinar os rumos que a empresa irá tomar em relação ao foco de sua atividade e público-alvo. 2.3.6Plano de Marketing Conforme Chiavenato (2004, p. 194), “a palavra Marketing vem do inglês market, que significa mercado”. Assim, Kotler e Keller (2006, p. 4) explicam que o marketing trata, em sua essência, “da escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de clientes por meio da criação, da entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente”. Este permite que a empresa se concentre na satisfação das necessidades do cliente, garantindo a continuidade do ciclo de atividades do negócio (CHIAVENATO, 2008). O plano de marketing, portanto, “define a forma como a empresa atuará para levar seus produtos ao consumidor” (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005, p. 137). É formado a partir de um processo de pesquisa, análise e elaboração de documentos estruturados que apresentam determinado cenário acerca dos produtos e serviços que uma organização oferece ou pretende oferecer. Conforme Kotler e Keller (2006), os objetivos do plano de marketing podem ser: Preparar argumentos para introdução de um novo produto; Renovar abordagens de marketing para os produtos/serviços já existentes; Criar um plano de marketing departamental. Conforme Westwood (2007), o plano de marketing é necessário para estabelecer objetivos e metas, bem como estratégias para alcançá-los. Skacel (1992) determina seis passos essenciais para desenvolver um plano de marketing adequado: 1. Preparar um conjunto de informações básicas corretas; 2. Listar problemas e oportunidades; 3. Fixar objetivos específicos; 4. Desenvolver estratégias; 5. Estabelecer orçamentos; 6. Projetar vendas, lucros e resultados. 29 Um plano de marketing bem concebido, então, é aquele que aponta os resultados específicos e como eles podem ser obtidos, determinando como se pretende dispor e identificar uma oportunidade específica (SKACEL, 1992). De acordo com Kotler e Keller (2006), um importante conjunto de ferramentas usado para alcançar os objetivos de marketing é o mix de marketing (ou composto do marketing, como também é conhecido). Este mix se utiliza de uma classificação denominada de 4P‟s (produto, preço, praça e promoção) visando detalhar as características necessárias para alcanças os objetivos propostos. Figura2 – Os 4P‟s do Mix de Marketing Fonte: Kotler e Keller (2006, p.17) A Figura 2 apresenta os 4P‟s do mix de marketing, caracterizando cada item. O produto engloba características como a variedade, qualidade e design, dentre outros. Já o preço refere-se a uma tabela de valores, descontos, concessões, prazos e condições de financiamento; a promoção inclui as formas de propaganda, força de vendas, relações públicas e marketing direto; enquanto que a praça engloba os canais, a cobertura, a variedade, os locais, o estoque e o transporte. 30 2.3.7 Plano Operacional O plano operacional dentro do plano de negócios está relacionado com a maneira de a empresa operar o seu gerenciamento e com a maneira de executar, distribuir e controlar produtos e serviços (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005). Além disso, define a forma que a empresa realiza o trabalho e como cuida da qualidade dos seus produtos e processos (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005). A apresentação funcional da empresa diz respeito à alocação das pessoas nas atividades da empresa, a responsabilidade e o nível de autoridade de cada cargo, bem como as relações hierárquicas da empresa. O organograma, representado na Figura 3, é a maneira mais prática de demonstrar e visualizar os níveis hierárquicos (BIAGIO, BATOCCHIO, 2005). Figura3 – Exemplo de organograma funcional de uma empresa Fonte: Adaptado de Biagio e Batocchio (2005, p.169) 31 2.3.8Plano Financeiro Segundo Dornelas (2008b, p.150) “a parte financeira é, para muitos empreendedores, a mais difícil do plano de negócios”. Isto se deve pelo fato de que este deve apresentar através de números todos os tópicos anteriormente descritos, tais como investimentos, gastos com marketing, vendas e pessoal, custos fixos e variáveis, além de projeções e análises de rentabilidade (DORNELAS, 2008b). Os principais demonstrativos financeiros usados para a análise do plano financeiro são o balanço patrimonial e os demonstrativos de resultados e de fluxo de caixa, para os quais costuma se elaborar uma projeção de três anos (DORNELAS, 2008b, p.150). Biagio e Batocchio (2005, p. 202) ressaltam que “o administrador deve estabelecer as metas financeiras de seu negócio e, por meio dos instrumentos financeiros, acompanharem seu êxito”. Biagio e Batocchio (2005) consideram que o empreendedor poderá atualizar as metas, caso se apresente necessário. Porém, conforme Dornelas (2008b),através do exercício e de um perfeito entendimento do negócio e de seus objetivos, a parte financeira torna-se fácil e prática, mas fazendo-se necessária, uma assessoria contábil e financeira para uma melhor condução dos negócios da empresa. O detalhamento dos itens que compõem o plano financeiro (custo de oportunidade, investimento inicial, fluxo de caixa e indicadores de viabilidade) será apresentado nos subcapítulos a seguir. 2.3.8.1Custo de Oportunidade O custo de oportunidade representa o custo dos recursos próprios e de terceiros adquiridos pela empresa para financiamento do plano (FREZATTI, 2008). Dentro do custo de oportunidade há o custo de oportunidade marginal e o custo de oportunidade real definido conforme define Frezatti (2008, p.83): Custo de oportunidade real: É o custo que incorre em todas as suas operações, incluindo nele os novos projetos e investimentos; 32 Custo de oportunidade marginal: É o custo usado em novos projetos de investimento conforme as condições da entidade. O custo de oportunidade representa o valor que o empreendedor investe em determinado negócio, e com essa opção, deixa de investir em outro projeto. Sendo assim, na escolha de um investimento, descarta outro projeto e em consequência, os lucros do projeto em questão. 2.3.8.2Investimento InicialO investimento inicial é o estabelecimento de um capital mínimo necessário para a abertura do negócio(CHIAVENATO, 2004). É com esse capital que a empresa irá reunir recursos que precisa (como máquinas, equipamentos, mobiliários e veículos) para o seu funcionamento. Portanto, estabelecer o capital determinará o volume de recursos com os quais a empresa poderá contar para o exercício de suas atividades (CHIAVENATO, 2004). 2.3.8.3Fluxo de Caixa O fluxo de caixa é a principal ferramenta do empreendedor, tendo como objetivo auxiliar no gerenciamento e planejamento das decisões do cotidiano (DORNELAS, 2008b). Segundo Biagio e Batocchio (2005, p. 213), “o fluxo de caixa é uma ferramenta simples, que serve para mostrar se a empresa tem dinheiro para pagar suas contas, servindo também como ferramenta gerencial para a tomada de decisões”. Além disso, este é considerado como uma excelente ferramenta de negociação, pois através dele pode-se verificar antecipadamente quando este ficará negativo, possibilitando definir prazos de pagamento e a necessidade da contratação de linhas de créditos (DORNELAS, 2008b). De maneira geral, para administrar o fluxo é necessário registrar e analisar os dados de entrada e de saídas de caixa(DORNELAS, 2008b). Para tanto, o fluxo de caixa é dividido em intervalos que cobrem períodos de tempo, como, por exemplo, semanas, meses ou trimestres, dependendo da natureza do negócio (DORNELAS, 2008b).De acordo com Dornelas (2008b), sua estrutura é composta por: receitas (valor recebido em função das vendas); vendas (valor 33 relacionado ao faturamento); custos e despesas variáveis (custos que variam conforme o volume de produção); custos e despesas fixos (valores que independem das variações da produção). Descrição Mês 1 Mês 2 Mês 3 1. Investimento 2. Saldo de caixa inicial 3. Total de entradas 3.1 Receita de vendas 3.2 Receitas financeiras 3.3 Empréstimos 3.4 Outras receitas 4. Total de saídas 4.1 (-) Despesas com produção 4.2 (-) Despesas com pessoal administrativo 4.3 (-) Despesas com autônomos 4.4 (-) Despesas com diretoria 4.5 (-) Despesas com vendas e Marketing 4.6 (-) Despesas gerais 4.7 (-) Manutenção e conservação 4.8 (-) Seguros 4.9 (-) Impostos 4.10 (-) Aplicações 4.11 (-) Provisão para IR 4.12 (-) Despesas financeiras 4.13 (-) Depreciações (não desembolsável) 5. Saldo do período 6. (-) Reserva de capital 7. (+) Depreciação 8. Fluxo de caixa líquido Quadro5 – Modelo de fluxo de caixa mensal Fonte: Adaptado deBiagio e Batocchio (2005, p. 215) Conforme o Quadro 5, Biagio e Batocchio (2005) consideram que os principais itens que compõem o fluxo de caixa são: investimento inicial (o gasto inicial investido para iniciar as atividades); saldo de caixa inicial (valor que se dispõe no primeiro dia da atividade); total de entradas (valor total de dinheiro que entrou no caixa); total de saídas (registro de todos os pagamentos); saldo do período (valor total subtraindo o valor total das entradas e das saídas); reserva de capital (valor guardado para investimentos); depreciação (valor referente ao desgaste 34 de máquinas e equipamentos); e fluxo líquido de caixa (a diferença entre o total de entradas e o total de saídas, incluindo a subtração do valor das reservas e a adição do valor da depreciação). Percebe-se, portanto, que um estudo bem projetado do fluxo de caixa pode trazer inúmeros benefícios à empresa, de forma que não se realize aplicações precipitadas que possam comprometer a saúde financeira da mesma. A análise diária do fluxo de caixa também pode gerar lucros maiores para a empresa quando as sobras são bem aplicadas. Sendo assim, é imprescindível um controle dos saldos da empresa, podendo esse quesito ser decisivo para o sucesso do empreendimento. 2.3.8.3.1Valor Presente Líquido – VPL O Valor Presente Líquido (VPL) ouNetPresentValue(NPV) é um dos instrumentos mais utilizados para avaliar propostas de investimentos de capital. Reflete a riqueza em valores monetários do investimento medida pela diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, a uma determinada taxa de desconto (Salim etal., 2005). Dornelas (2008b, p. 160) apresenta, conforme a Figura 4, uma fórmula que pode ser usada para calcular o VPL: Figura4 – Cálculo do Valor Presente Líquido Fonte: Dornelas (2008b, p. 160) Onde: VPL = Valor Presente Líquido Fn = Fluxo de Caixa após a dedução dos impostos no ano “n” n =Tempo de vida do projeto em anos K = Taxa de desconto (taxa de retorno exigido para o projeto) INV = Investimento Inicial 35 2.3.8.3.2Taxa Interna de Retorno – TIR “A TIR (Taxa Interna de Retorno) representa a taxa de desconto que em um único momento torna igual o fluxo de entrada e o de saída, sendo VPL igual a zero” (Salim etal., 2005).Para calcular a TIR, Dornelas (2008b, p. 160)explica que “deve-se descobrir a taxa de desconto (K) que fornece um valor presente líquido, igual a zero. Quando isso ocorre, o valor presente dos futuros fluxos de caixa é exatamente igual ao investimento efetuado”. A finalidade do cálculo da TIR é demonstrar se o negócio terá ou não o sucesso (lucro) esperado. Deve ser calculado antes de se iniciar o empreendimento justamente para avaliar se o investimento deve ou não ser realizado. 2.3.8.3.3Payback Simples “O Payback Simples está baseado no tempo que a empresa vai precisar para através de entradas de caixa recuperar o investimento inicial” (DORNELAS,2008b, p.158).Pode ser calculado através da fórmula constante na Figura 5. Figura5 – Cálculo do Payback Simples Fonte: Figueiredo e Caggiano (2008, p. 76) Destaca-se que um projeto que apresenta um tempo menor para recuperar o investimento realizado tende a tornar-se mais atraente, entretanto, este método abrange apenas a liquidez ao invés da lucratividade, pois tem como base somente o ponto de equilíbrio (DORNELAS, 2008b). 2.3.8.3.4Payback Descontado O método do payback pode ser aprimorado ao se incluir o conceito do valor do dinheiro no tempo (HONG, 2010). Opayback descontado, conforme Salim et al. (2005, p.298), “leva em 36 consideração o tempo, isto é, desconta os valores a uma taxa de juros e verifica assim o prazo de recuperação utilizando valores trazidos ao momento presente”. 2.3.9Planejamento Estratégico Conforme Chiavenato (2007, p. 51), “o planejamento estratégico é um processo de formulação de estratégias organizacionais para buscar a inserção da organização e de sua missão no ambiente onde ele atua e tem como produto o plano para a ação”. Ainda, para Chiavenato (2007), a estratégia irá determinar a estrutura e os processos internos que deverão ser adotados para que se obtenha o desempenho esperado. No plano de negócios deve-se enfatizar a análise dos ambientes interno e externo para mensurar os riscos do negócio e as oportunidades de mercado, bem como os pontos fortes e fracos da organização. Somente com uma análise criteriosa torna-se possível estabelecer os objetivos e metas, bem como definir as estratégias para atingi-los (DORNELAS, 2008). O fluxo de um processo de planejamento estratégico de um negócio pode ser visto na Figura 6. Figura6 – Processo de planejamento estratégico do negócio Fonte: Kotler (1998) apud Dornelas (2008b, p. 144) Todo planejamento estratégico deve abranger as sua etapas de atividade, sendo constituído conforme descreve Chiavenato (2007, p. 50): Declaração da missão: Esse elemento traduz as responsabilidades e pretensõesda organização, o qual definiu seu negócio e delimita o seu ambiente de atuação; 37 Visão do negócio: Esse elemento mostra a imagem da organização no futuro, podendo motivar e estimular as pessoas; Diagnóstico estratégico externo: Esse elemento procurar antecipar as oportunidades e ameaças para tornar possível a visão, a missão e os objetivos da organização; Diagnóstico estratégico interno: Esse elemento define estratégias para uma melhor atuação da empresa no ambiente que atua suas fraquezas e forças; Determinantes do sucesso: Esse recurso é uma etapa do processo que faz um diagnóstico e definem os objetivos e as estratégias inseridas nas dinâmicas competitivas, com o uso do modelo SWOT, os determinantes do sucesso, seus fatores críticos as quais embasam a política dos negócios. Definição de objetivos: São os diferentes objetivos definidos em hierarquia de importância, prioridades e urgência; Formulação de estratégias: Definição dos objetivos a serem seguidos e também a formulação das estratégias; Desempenho estratégico: O plano estratégico é um plano de ação, é necessário programar e planejar essas ações com o envolvimento de todos na tomada de decisões; Auditoria de desempenho e resultados: Trata-se de uma revisão do que foi introduzido, mantendo as estratégias de sucesso e revendo as fracassadas. Segundo Mintzberg apud Chiavenato (2007, p. 51) “as estratégias implantadas são aquelas decorrentes do encontro das estratégias formuladas com as que emergem ao longo do tempo no decorrer do processo de implantação”. 38 3 MÉTODO Este capítulo tem como objetivo apresentar o método de pesquisa utilizado no trabalho. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 24) partindo da concepção de que o método é um procedimento ou caminho para alcançar determinado fim e que a finalidade da ciência é a busca do conhecimento, podemos dizer que o método científico é um conjunto de procedimentos adotados com o propósito de atingir o conhecimento. Para Acevedo e Nohara (2009), o método é a lógica que se utiliza para aceitar ou rejeitar hipóteses, leis e teorias, buscando alcançar o objetivo da pesquisa segundo algumas regras predefinidas. O método pode ser dividido em determinadas etapas, dentre as quais, as principais são a escolha das técnicas utilizadas para a coleta de dados e a análise e a interpretação desses dados. 3.1 TIPO DE PESQUISA QUANTO À NATUREZA Quanto à natureza, o presente trabalho caracteriza-se por usar uma pesquisa aplicada. Conforme Prodanov e Freitas (2013, p.51), esta “objetiva gerar conhecimento para aplicação prática e dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”. 3.2 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS OBJETIVOS Quanto aos objetivos, elaborou-se primeiramente uma pesquisa de natureza exploratória para elaborar o referencial teórico. Conforme Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa exploratória fornece mais informações sobre o assunto que será tratado, permitindo defini-lo e delimita-lo. Além da pesquisa exploratória, realizou-se uma pesquisa descritiva para a análise de dados. De acordo com Acevedo e Nohara (2009), um estudo descritivo abrange aspectos amplos e gerais do um contexto social, como características de um grupo, comportamentos sociais, etc. 39 Portanto, as formulações de uma pesquisa exploratória e de uma pesquisa descritiva proporcionaram uma visão ampliada do mercado de academias, além de levantar as características, o comportamento e o potencial desse mercado. 3.3 TIPO DE PESQUISA QUANTO À ABORDAGEM O presente trabalho se caracteriza por utilizar abordagens quantitativas e qualitativas. Conforme Prodanov e Freitas (2013, p.69) “a pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”. Esta abordagem é utilizada em diferentes tipos de pesquisas, buscando-se relações de causa e efeito dos fenômenos (PRODANOV; FREITAS, 2013). Quanto à abordagem qualitativa, Prodanov e Freitas (2013, p. 69) consideram que “há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não podem ser traduzidos em números”. Em uma pesquisa qualitativa, portanto, não há a necessidade da utilização de métodos ou pesquisas estatísticas (PRODANOV; FREITAS, 2013). 3.4 TIPO DE PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS Quanto aos procedimentos, o estudo pode ser classificado como uma pesquisa bibliográfica (para a elaboração do referencial teórico), e de informações primárias na elaboração do plano de negócios da academia. A pesquisa bibliográfica consistiu na consulta em livros de vários autores, dos quais foram obtidas informações relevantes em relação ao planejamento, a estratégia e ao desenvolvimento do roteiro do plano de negócios. Segundo Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa bibliográfica é obtida por meio de material publicado em diversos meios, dentre os quais, livros, revistas, periódicos, monografias, dissertações e internet (na qual se deve levar em consideração, a confiabilidade do site consultado). 40 3.5COLETA DOS DADOS Conforme Prodanov e Freitas (2013, p.97) “chamamos de „coleta de dados‟ a fase do método de pesquisa, cujo objetivo é obter informações da realidade”. Nesta etapa define-se onde e como a pesquisa será realizada e como se pretende se resolver o problema do projeto (PRODANOV; FREITAS, 2013). A coleta de dados foi realizada em fontes primárias e secundárias (documentos públicos e particulares e pessoas com conhecimentos da área) através de uma amostra classificada como sendo por acessibilidade ou conveniência, a qual Prodanov e Freitas (2013, p.98) consideram que “constituem o menos rigoroso de todos os tipos de amostragem”. Nessa amostragem selecionam- se elementos aos quais se tem acesso, considerando-se que estes representam uma situação geral (PRODANOV; FREITAS, 2013). Também foram consideradas fontes estatísticas de órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as quais fornecem, por exemplo, informações demográficas e econômicas (MARCONI; LAKATOS, 2009) 3.6ANÁLISE DOS DADOS Para Prodanov e Freitas (2013, p. 112), “a análise de dados deve ser feita a fim de atender aos objetivos da pesquisa e para comparar e confrontar dados e provas com objetivos de confirmar ou rejeitar a(s) hipótese(s) ou pressupostos da pesquisa”. A análise de dados, portanto, apresentou as informações essenciais para a tomada de decisões, possibilitando definir as estratégias e o foco a ser adotado no plano de negócios. Desta forma, as pesquisas quantitativas e qualitativas, com dados obtidos através de fontes primárias e secundárias, foram analisadas e interpretadas juntamente do referencial teórico estudado, servindo de base para a elaboração do plano de negócios da “Academia Mexus”. 41 4 PLANO DE NEGÓCIOS – ACADEMIA MEXUS A partir deste capítulo será desenvolvido o plano de negócios da Academia Mexus, conforme os objetivos específicos do presente trabalho. 4.1CAPA Sendo a capa a primeira visualização do plano de negócios, abaixo a capa do plano de negócios da Academia Mexus. Academia Mexus Ltda. Avenida15 de Novembro, 2.500 – Centro Nova Petrópolis – RS – 95150-000 Elaborado por: Kátia Kuhn Julho / 2015 Nº 001 / Edição 01 Figura7 – Capa Fonte: Elaborada pela autora 42 4.2 SUMÁRIO EXECUTIVO O estudo a seguir trata-se de um plano de negócios para implantação de uma academia na cidade de Nova Petrópolis-RS, que terá como missãopromover qualidade de vida, saúde e satisfação pessoal de clientes e parceiros através da prática de atividades físicas. Será uma empresa do ramo de serviços com cinco sócios, sendo gerenciada pela sócia A, que possui experiência na área administrativa, tendo como responsáveis pelas demais áreas, profissionais com graduação e experiência em nutrição, fisioterapia e atendimento físico. Terá como objetivo apresentar um diferencial no atendimento ao cliente, focando-se na promoção da saúde e não somente em ganhos estéticos, buscando oferecer um serviço de qualidade e com preço justo para consolidar a empresa no mercado da cidade de Nova Petrópolis-RS. O projeto de implantação mostrou-se viável apresentando uma taxa de retorno de 26,06% numa projeção de cinco anos, sendo o custo de oportunidade estimado em 20%. 4.3DESCRIÇÃO DA EMPRESA A Academia Mexus terá como atividade econômica principal a promoção de atividades de condicionamento físico. Atrelado a sua atividade principal, dentro de um contexto de manutenção da saúde, a Mexus terá atividades secundárias, como fisioterapias e nutrição. A empresa terá em sua equipe, desde a recepção ao atendimento na parte física, como na nutrição e na fisioterapia, profissionais graduados e diretamente ligados à empresa como sócios do negócio, visando promover um atendimento diferenciado e comprometido. 4.3.1Estrutura Legal A Academia Mexus Ltda adotará como nome fantasia simplesmente “Academia Mexus” e será enquadrada no Simples Nacional. Será uma empresa do ramo de serviços a ser fundada no ano de2015 e oferecerá serviços na área de atividade física e bem estar. 43 A academia será uma sociedade empresarial limitada, constituída por cinco sócios, sendo o direito societário dividido da seguinte forma: sócios A, B e C com 28%das quotas da empresa cada e os sócios De E com participação de quotas de 8% cada, somando um total de cem por cento. 4.3.2Equipe Gerencial A empresa será gerenciada pela sócia A, que possui mais de dez anos de experiência na área administrativa, atuando, portanto, nos setores de atendimento, comercial e financeiro. As atividades de condicionamento físico da academia ficarão a cargo de dois sócios da empresa (B e C), que possuem experiência de mais de seis anos como educadores físicos e com a realização de trabalhos de personaltrainer3. O atendimento com nutricionista e fisioterapeuta será realizado por profissionais formados na área e com experiência de mais de dois anos em atendimentos na área pública de saúde. Estes serão os sócios minoritários da empresa (D e E). 4.3.3Localização A academia está localizada na Avenida 15 de Novembro, nº 2.500,CEP 95150-000, no Centro da cidade de Nova Petrópolis-RS, conforme demonstra o mapa na Figura 8.O local foi escolhido em função do amplo espaço de estacionamento, além de possuir fácil acesso. 3Um personaltrainer é um profissional de educação física que atua como professor particular de atividade física. 44 Figura8 – Localização da academia Fonte: Elaborada pela autora 4.3.4Manutenção dos Registros e Seguros A empresa utilizará assessoria contábil terceirizada, com sistema de acompanhamento para arquivamento dos documentos no período de cinco anos. A Academia Mexus também contará com os serviços de uma seguradora, cuja qual proporcionará cobertura total para sinistros ambientais e sociais, ou seja, deverá proteger todo o patrimônio da empresa. 45 4.4ANÁLISE DO MERCADO Conforme dados do SEBRAE (2015), verifica-se uma crescente procura por atividades físicas por parte da população, tendo em vista que o brasileiro está mais propenso a praticar alguma atividade em seu tempo livre, seja por questões de saúde ou estéticas, movimentando, assim, mais de US$ 2 bilhões no mercado de academias. Ainda, conforme o SEBRAE (2015), entre 2007 e 2012, o número de micro empresas brasileiras relacionadas ao setor cresceu em 133%, passando de 9,3 mil empresas em 2007, para 21,7 mil empresas em 2012. Além do avanço tecnológico relacionado aos equipamentos para realização de atividades físicas, os espaços e serviços das academias também têm evoluído constantemente. Conforme o SEBRAE (2015), enquanto algumas academias possuem grandes espaços e diversas propostas de atividades, com maior socialização, outras compreendem espaços menores, oferecendo, entretanto, atendimento personalizado, privacidade e práticas específicas para determinados perfis de consumo. Os nichos de mercado que buscam pelos serviços de academia também têm se ampliado e se diversificado, englobando pessoas obesas, grávidas, detentoras de comprometimento neurológico e musculares, idosos, bebês e crianças (SEBRAE, 2015). 4.4.1Clientes Tendo em vista o fato de que a Academia Mexus será instalada em Nova Petrópolis-RS, a base de clientes da mesma será a própria população do município. A análise inicial dos clientes contempla o número de habitantes de Nova Petrópolis-RS, que, de acordo com os dados do Censo 2010 do IBGE, apresentados na revista Perfil Socioeconômico de Nova Petrópolis-RS (2013), totalizava em 2010, 19.045 habitantes, sendo 14.134 residentes na área urbana e 4.911 na área rural. Tabela1 – Distribuição da população de Nova Petrópolis-RS em 2010 conforme aárea Área Homens Mulheres Total Urbana 6.851 7.283 14.134 Rural 2.519 2.392 4.911 Total 9.370 9.675 19.045 Fonte: Perfil Socioeconômico de Nova Petrópolis (2013) 46 Nota-se, conforme a Tabela 1, um maior número de indivíduos residentes nas regiões mais próximas ao centro da cidade (área urbana), o que favorece a abertura de novas empresas de serviços nestes locais. Já a partir da Tabela 2, verifica-se a distribuição etária da população da cidade, sendo estes, potenciais clientes para a academia. Tabela2 – Distribuição etária da população de Nova Petrópolis-RS em 2010 Faixa etária Homens Mulheres Total Percentual 0 a 4 anos 468 530 998 5,24% 5 a 9 anos 570 484 1.054 5,53% 10 a 14 anos 599 602 1.201 6,31% 15 a 19 anos 638 690 1.328 6,97% 20 a 24 anos 767 777 1.544 8,11% 25 a 29 anos 835 807 1.642 8,62% 30 a 34 anos 809 802 1.611 8,46% 35 a 39 anos 731 742 1.473 7,73% 40 a 44 anos 757 736 1.493 7,84% 45 a 49 anos 676 676 1.352 7,10% 50 a 54 anos 640 622 1.262 6,63% 55 a 59 anos 526 526 1.052 5,52% 60 a 64 anos 449 489 938 4,93% 65 a 69 anos 327 333 660 3,47% 70 a 74 anos 236 303 539 2,83% 75 a 79 anos 173 222 395 2,07% 80 a 84 anos 106 175 281 1,48% 85 a 89 anos 41 98 139 0,73% 90 a 94 anos 20 51 71 0,37% 95 a 99 anos 1 8 9 0,05% Mais de 100 anos 1 2 3 0,02% Total 9.370 9.675 19.045 100,01% Fonte: Perfil Socioeconômico de Nova Petrópolis (2013) Deve-se destacar também, que Nova Petrópolis-RS possui, segundo a revista Perfil Socioeconômica de Nova Petrópolis (2013), a maior longevidade no Estado do Rio Grande do Sul. Conforme o SEBRAE Mercados (2015), o interesse do público idoso por uma melhor qualidade de vida aumenta o número de pessoas que buscam melhorar a funcionalidade do corpo através da realização de atividades físicas. 47 Através do conceito de práticas saudáveis e qualidade de vida, e baseando-se em dados, desenvolveu-se como foco da academia, o incentivo a saúde por meio da prática de atividades física e mental, desenvolvida com acompanhamento de nutricionista e fisioterapeuta. Considerando uma população de 19.045 mil habitantes, este estudo considera um percentual de 1,02% dessa população como clientes da academia, tendo-se como objetivo, clientes, principalmente, idosos e pessoas com necessidade de acompanhamento
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