Buscar

Contratos Plano de aula 12 Extinção dos contratos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
CURSO DE DIREITO 
DIREITO DOS CONTRATOS 
PROFESSOR: LAURICIO ALVES CARVALHO PEDROSA 
 
Plano de aula 12 – Extinção dos contratos 
(CC, art. 472 a 480) 
1. Noções Gerais 
a) Em regra, a extinção do contrato ocorre após o seu 
cumprimento, seja a execução instantânea, diferida ou 
continuada. 
2. Extinção do contrato sem cumprimento 
2.1. Causas anteriores ou contemporâneas à formação do 
contrato 
2.1.1. Nulidade absoluta ou relativa 
a) A nulidade absoluta decorre da ausência de elemento essencial 
ao contrato, com ofensa a preceito de ordem pública. Pode ser 
alegada pelo interessado, pelo MP ou reconhecida de ofício pelo 
Juiz (CC, art. 168). 
b) A anulabilidade ou nulidade relativa decorre de imperfeição da 
vontade. Ex: Vícios do consentimento. Só pode ser argüida pelo 
contraente prejudicado (CC, art. 177). 
 
 
 
 
 2 
2.1.2. Cláusula resolutiva 
a) Cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório expresso
1
 – a 
sentença possui efeito declaratório e ex tunc. EX: STJ, REsp 
n.237.539, 4ª T. rel. Min. Rosado de Aguiar. 
b) Todo contrato bilateral ou sinalagmático pressupõe uma cláusula 
resolutiva tácita (CC, art. 475 c/c CPC art. 497), que depende de 
interpelação judicial. 
2.1.3. Direito de arrependimento 
a) Precisa estar previsto expressamente. 
b) Sujeita a parte à perda do sinal ou à sua devolução do sinal 
acrescido do equivalente, caso tenha sido também previsto (CC, 
art. 420). 
2.2. Causas supervenientes à formação do contrato 
2.2.1. Resolução 
a) Decorre da inexecução ou descumprimento por um dos 
contratantes de forma voluntária ou involuntária. 
2.2.1.1. Resolução por inexecução voluntária 
a) Decorre do comportamento culposo de um dos contratantes. 
b) Produz efeitos ex nunc. 
c) A depender do contrato, poderá ser exigida a restituição da 
quantia paga, acrescida de perdas e danos. 
 
1 “Apesar de todo contrato sinalagmático conter implicitamente cláusula resolutiva, nada obsta que os 
contratantes ajustem expressamente, para reforçar o efeito da condição, de tal forma que a inexecução da 
prestação por qualquer um deles importe na rescisão do contrato, de pleno direito, sujeitando o faltoso às 
perdas e danos, sem necessidade de interpelação judicial (CC, art 474, 1 parte, 127 e 128)”. DINIZ, Maria 
Helena. Curso de direito civil brasileiro. Vol. 3. 25 ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 159. 
 3 
2.2.1.1.1. Exceção de contrato não cumprido (CC, art. 476) 
a) Exceptio non adimpleti contractus. 
b) O contratante que não cumpriu sua obrigação não pode exigir o 
implemento da do outro. 
c) É necessário que as prestações sejam recíprocas e simultâneas. 
d) Trata-se de defesa indireta contra a pretensão ajuizada. 
e) Cabe também a exceção do contrato parcialmente cumprido ou 
exceptio non rite adimpleti contractus. 
f) Admite-se a restrição dos direitos das partes de se valerem do 
disposto no art. 476 do CC (cláusula solve et repete). 
2.2.1.1.2. Garantia de execução da obrigação a prazo (CC, art. 
477) 
a) Busca proteger o contratante contra alterações patrimoniais do 
outro (risco de insolvência). 
2.2.1.2. Resolução por inexecução involuntária 
a) Decorrente de fato não imputável às partes. Ex: Fato de terceiro, 
caso fortuito e força maior. 
b) Impossibilidade superveniente, total e definitiva de 
cumprimento do contrato. 
c) O inadimplente não responde por perdas e danos, salvo se tiver 
se obrigado expressamente ou estiver em mora (CC, art. 393 e 
399). 
 4 
2.2.1.3. Resolução por onerosidade excessiva (Teoria da 
imprevisão) 
2.2.1.3.1. Evolução histórica 
a) Ligada ao princípio pacta sunt servanda, constava em norma 
latente na Lei 48 do Código de Hamurabi. 
b) Traduz o ressurgimento da cláusula rebus sic stantibus do 
Direito Canônico. 
c) Caiu no esquecimento nos séculos XVII e XIX por conta da 
prevalência da ideologia liberal. 
d) Após a Primeira Guerra Mundial e a intensificação dos 
movimentos sociais, ganhou força novamente a teoria. 
e) A França foi o primeiro Estado a editar uma Lei (Falliot). 
2.2.1.3.2. Noção geral 
a) Segundo tal teoria, em razão da ocorrência de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, que tornem o contrato 
comutativo, de trato sucessivo ou de execução diferida, 
excessivamente oneroso para uma das partes, permite-se sua 
resolução ou sua revisão judicial. 
b) Pode ser utilizada por quaisquer dos contratantes. 
 
 
 5 
2.2.1.3.3. Elementos para aplicação da teoria da Imprevisão 
a. Vigência de um contrato comutativo, de execução 
diferida ou de trato sucessivo. 
b. Acontecimentos novos, imprevisíveis pelas partes e a 
elas não imputáveis. 
c. Alteração da base econômica objetiva do contrato. 
d. Onerosidade excessiva para uma ou ambas as partes. 
e. Nexo causal entre o fato superveniente e a excessiva 
onerosidade. 
2.2.1.3.4. A Teoria da Imprevisão no Código Civil de 2002 
a. Foi dado tratamento legal à matéria nos arts. 478 a 480. 
b. O art. 478 exige imprevisibilidade e extraordinariedade 
do evento. 
c. O art. 479 permite evitar-se a resolução através da 
revisão do contrato. 
f. Crítica ao art. 479: atribuiu-se tal faculdade apenas ao 
demandado. Entende-se ser aplicável também ao 
demandante. 
g. Consagrou-se também regra específica para os contratos 
unilaterais (CC, art. 480), podendo o devedor solicitar 
redução da prestação ou alteração do modo de executá-la. 
 6 
2.2.1.3.5. Trata-se de norma de ordem pública, inderrogável 
pela vontade das partes (CC, art. 2.035) 
2.2.2. Resilição 
a) Decorre da manifestação da vontade. 
2.2.2.1. Distrato e quitação 
a) O distrato é uma espécie de resilição bilateral (acordo de 
vontades). 
b) Deve ser realizado pela mesma forma exigida para o contrato. 
c) “Retratação bilateral do contrato mediante novo contrato” 
(Messineo) 
2.2.2.2. Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e 
resgate 
a) A resilição unilateral pode ocorrer nas obrigações duradouras, 
contra a sua renovação ou continuação. Ex: Locação. Nestes casos, 
denomina-se denúncia. 
b) No mandato, a resilição denomina-se revogação (feita pelo 
mandante) ou renúncia (feita pelo mandatário). Na enfiteuse, 
ocorre o resgate (CC/1916, art. 693). 
c) Independe de pronunciamento judicial e produz efeitos ex nunc. 
d) A depender da natureza do contrato, a resilição pode dar ensejo 
a perdas e danos ou à execução compulsória (CC, art. 473). 
 
 7 
2.2.3. Morte de um dos contratantes 
a) Só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos
2
. 
2.2.4. Rescisão 
a) Ocorre quando se verificar o instituto da lesão ou do estado de 
perigo. 
b) O Código Civil de 2002 não exige a malícia da outra parte na 
lesão (CC, art. 157). 
c) No estado de perigo, a situação de extrema necessidade é 
conhecida da outra parte (CC, art. 156). 
2.3. Violação positiva do contrato 
a) A noção de violação positiva do contrato possui íntima relação 
com o princípio da boa-fé e o descumprimento dos deveres 
anexos. 
b) De acordo com Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald: 
 
“Com base na abstração e na generalidade do princípio da boa-
fé, alarga-se o conceito de adimplemento. Adimplir significará 
atender a todos os interesses envolvidos na obrigação, 
abarcando tanto os deveres ligados à prestação propriamente 
dita, como aqueles relacionados à proteção dos contratantes em 
todo o desenvolvimento do processo obrigacional. O 
descumprimento dos deveres anexos provocará 
inadimplemento, com o nascimento da pretensão reparatória ou 
o direito potestativo à resolução do vínculo”3.2 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. 9. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2012, p. 207. 
3 FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito dos contratos. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 
2011, p. 606. 
 8 
c) O desrespeito aos deveres de proteção, informação e 
cooperação provocaria a violação positiva do contrato. 
d) Menezes Cordeiro utiliza a expressão “perturbação das 
obrigações” para se referir às hipóteses de descumprimento 
definitivo, mora e cumprimento defeituoso
4
. 
e) O Enunciado 24 da I Jornada de Direito Civil reconhece a 
violação dos deveres anexos como espécie de inadimplemento: 
 
“em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do 
novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui 
espécie de inadimplemento, independentemente de culpa”. 
 
2.4. O adimplemento substancial 
a) A teoria do adimplemento substancial foi construída para 
“impedir o exercício do direito potestativo de resolução por 
parte do credor em face de um mínimo descumprimento da 
obrigação”5. 
b) Em determinadas situações, a extinção do contrato acarretaria 
um sacrifício desproporcional para o devedor, que já cumpriu 
substancialmente o contrato. 
c) Esse comportamento do credor é interpretado como um abuso 
do direito, em razão do desequilíbrio existente entre a 
 
4 “A expressão ‘Direito da perturbação das prestações’ é uma tradução literal de Recht der leistungsstörungen. 
Ficariam abrangidas as hipóteses de incumprimento definitivo, de mora e de cumprimento defeituoso”. 
CORDEIRO, Antônio Menezes. Da modernização dodireito civil: aspectos gerais. Coimbra: Almedina, 2004, 
p. 100. 
5 FARIAS; ROSENVALD, op.cit., p. 607. 
 9 
vantagem auferida pelo titular do direito e o sacrifício 
imposto ao outro contratante (CC, art. 187). 
d) Caso o descumprimento seja minimamente gravoso e cause 
pouco prejuízo ao equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato, veda-se o direito à resolução e admite-se apenas o 
pedido de indenização. 
e) Clóvis Couto e Silva se refere à substancial performance, que 
consiste no adimplemento tão próximo do resultado final que 
impede a possibilidade de se requerer a resolução
6
. 
f) A extinção dos contratos nessas situações exigiria de uma das 
partes um desequilíbrio excessivo e violaria o princípio da 
proporcionalidade. 
g) O tema foi objeto do Enunciado n. 361 das Jornadas de 
Direito Civil: 
“O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais 
contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do 
contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação 
do art. 475”. 
h) Em decisão recente, da Quarta Turma do STJ, foram 
ratificados os requisitos para a aplicação da teoria da 
substancial performance no Brasil: 
 
 
6 COUTO E SILVA, Clóvis do. O princípio da boa-fé no direito brasileiro e português, p. 45. In: FRADERA, 
Vera Maria Jacob de (org.). O direito privado brasileiro na versão de Clóvis Couto e Silva. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 1997 apud FARIAS; ROSENVALD, op. cit., p. 608. 
 10 
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESCISÃO CONTRATUAL. REINTEGRAÇÃO NA 
POSSE. INDENIZAÇÃO. CUMPRIMENTO PARCIAL DO CONTRATO. INADIMPLEMENTO. 
RELEVÂNCIA. TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL. INAPLICABILIDADE NA 
ESPÉCIE. RECURSO NÃO PROVIDO. 
1. O uso do instituto da substancial performance não pode ser estimulado a ponto de inverter a ordem lógico-
jurídica que assenta o integral e regular cumprimento do contrato como meio esperado de extinção das 
obrigações. 
2. Ressalvada a hipótese de evidente relevância do descumprimento contratual, o julgamento sobre a 
aplicação da chamada "Teoria do Adimplemento Substancial" não se prende ao exclusivo exame do critério 
quantitativo, devendo ser considerados outros elementos que envolvem a contratação, em exame qualitativo 
que, ademais, não pode descurar dos interesses do credor, sob pena de afetar o equilíbrio contratual e 
inviabilizar a manutenção do negócio. 
3. A aplicação da Teoria do Adimplemento Substancial exigiria, para a hipótese, o preenchimento dos 
seguintes requisitos: a) a existência de expectativas legítimas geradas pelo comportamento das partes; 
b) o pagamento faltante há de ser ínfimo em se considerando o total do negócio; c) deve ser possível a 
conservação da eficácia do negócio sem prejuízo ao direito do credor de pleitear a quantia devida pelos 
meios ordinários (critérios adotados no REsp 76.362/MT, QUARTA TURMA, j. Em 11/12/1995, DJ 
01/04/1996, p. 9917). 
4. No caso concreto, é incontroverso que a devedora inadimpliu com parcela relevante da contratação, o que 
inviabiliza a aplicação da referida doutrina, independentemente da análise dos demais elementos contratuais. 
5. Recurso especial não provido. (STJ, Quarta Turma, REsp. n. 1581505 / SC. Rel. Min. Antônio Carlos 
Ferreira, DJ 18.08.2016, DJe 28.09.2016). (grifos nossos) 
 
ANEXO: 
CONTRATO. MÚTUO HIPOTECÁRIO. REVISÃO. 
Discute-se no REsp o interesse recursal em apelação que versa sobre cláusulas de contrato de 
mútuo hipotecário após a quitação de todas as prestações pelos recorrentes (mutuários). O 
tribunal a quo considerou prejudicado o recurso por falta de interesse recursal ao fundamento de 
que os mutuários haviam pago a totalidade das prestações do contrato. Observa o Min. Relator 
que a jurisprudência deste Superior Tribunal entende que o cumprimento da obrigação assumida 
em contrato de adesão não retira do mutuário o direito de discutir em ação revisional a legalidade 
das cláusulas contratuais, visto que o adimplemento pode ter ocorrido apenas para evitar sanções 
de natureza contratual e teria como finalidade não incentivar a inadimplência. Isso porque, 
segundo os precedentes deste Tribunal, se o entendimento fosse ao contrário, a inadimplência 
passaria a ser exigida como condição para a ação no direito contratual, além de que serviria de 
incentivo ao descumprimento dos contratos. Para o Min. Relator, não há justificativa para não 
considerar o direito à revisão após a quitação, uma vez que é mais vantajoso para o credor receber 
todo o contrato para só depois se submeter a uma demanda em que, se nela fosse vencido, teria 
de devolver o que foi pago a mais. Com esse entendimento, a Turma deu provimento ao recurso. 
Precedentes citados: REsp 293.778-RS, DJ 20/8/2001, e REsp 565.235-RS, DJ 9/2/2005. REsp 
904.769-SP, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 2/12/2010.

Outros materiais