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Centro Universitário do Vale do Ipojuca UNIFAVIP – Devry RELATO DE CASO: OSTEOPOROSE Ana Karolinne Pedroza de Lima Caruaru – PE 2017 RELATO DE CASO: OSTEOPOROSE INTRODUÇÃO A Osteoporose é um distúrbio osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea, levando a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas.1 É caracterizada pela normalidade da taxa entre os componentes mineral e orgânico da matriz óssea. A consequência mais relevante da osteoporose é a ocorrência de fratura por fragilidade, sendo as mais comuns fraturas vertebrais, do punho e do fêmur.2 As primeiras manifestações clínicas surgem quando a perda de massa óssea chega a aproximadamente 30% a 40%. Com o aumento da expectativa de vida da população mundial, e consequentemente, com o aumento no número de idosos, acaba-se fazendo com que seja muito importante a prevenção.3 A osteoporose pode acometer ambos os gêneros, mas nas mulheres é mais frequente estando intimamente relacionada à deficiência do hormônio estrogênio nas mulheres pós-menopausa, afetando cerca de um terço destas. O estrogênio tem efeito supressivo sobre a atividade osteoclástica, responsável pela reabsorção óssea.4 Nesta etapa da vida da mulher acontece um aumento da renovação e diminui a formação óssea em cada unidade de remodelação, o que leva a uma perda de massa óssea.3 O diagnóstico precoce é muito importante e é realizada por meio da densitometria óssea e geometria femoral. Segundo a OMS, a medida da densidade óssea por densitometria com dupla emissão com feixes de raio X é o método diagnóstico de escolha, pois apresenta maior sensibilidade na aferição da quantificação de massa óssea que a ultrassonografia óssea e a tomografia computadorizada quantitativa. Existe ainda mais um recurso de densitometria óssea, a geometria femoral. O método baseia-se na medida do comprimento do eixo do fêmur e informa a respeito de aspectos biomecânicos relacionados com a fratura de fêmur.3 Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia de uma conduta fisioterapêutica no tratamento de caráter preventivo para paciente diagnosticada com osteoporose. RELATO DE CASO Paciente do sexo feminino, 68 anos, sedentária, apresenta valores de Densitometria óssea de coluna lombar – 2,0 e de fêmur – 2,9, representando um caso de osteopenia de coluna lombar e um quadro mais avançado de osteoporose no fêmur esquerdo, com risco de fratura e procurou a fisioterapia para realizar um tratamento de caráter preventivo. Faz uso de cálcio e vitamina D. Durante a avaliação a paciente negou sentir dores, apresentou limitação da flexão da coluna lombar a partir do teste de Schober apresentando o resultado de 3 cm. Apresentou redução da amplitude de movimento do membro inferior esquerdo em comparação com o direito e apresentou o score de 3 na escala de avaliação de risco de quedas de Dowton, indicando risco elevado de quedas. CONDUTA O tratamento para essa paciente tem caráter preventivo, tendo como principais objetivos reduzir a perda de massa óssea, melhorar postura, equilíbrio e marcha além de prevenir quedas.3 Foram realizadas 5 sessões por semana estando inclusas 2 sessões de hidroterapia por semana, durante 4 semanas. Foram feitas aplicações de Ultrassom terapêutico, no modo pulsado com intensidade de 0,7 W/cm2 e frequência de 1 MHz durante 5 minutos nas regiões da cabeça do fêmur e coluna lombar. Esse recurso foi utilizado devido ao efeito piezoelétrico que causa do osso. O US é uma forma de energia mecânica que se propaga por ondas de pressão acústica de alta frequência. Ao serem transmitidas para o interior do corpo, as ondas promovem microdeformações na região óssea estimulada, e são capazes de gerar estímulos para acelerar ou iniciar o processo osteogênico.4 Foram feitos exercícios de alongamento, fortalecimento e extensão para coluna, alongamentos de membros inferiores, exercícios de transferência de peso, fortalecimento de membros inferiores, além de treinos de marcha, equilíbrio e propriocepção, bicicleta ergométrica. A implementação de um programa de exercícios e de condicionamento para aumentar a força muscular, a resistência e o equilíbrio são benéficos na maioria dos estágios da doença, diminuindo as dores e o risco de quedas e ajudando na manutenção da mobilidade e da função. Um programa a longo prazo de atividade física também deve incluir exercícios aeróbicos e uso de carga.6 Foi orientado a paciente realizar caminhadas todos os dias, por no mínimo 30 minutos. Existem estudos que mostram que o exercício com carga de peso moderada como Cooper e caminhada, podem provocar o aumento do conteúdo mineral no osso dessas mulheres, ao contrário dos exercícios de baixa carga, como natação e hidroginástica, nesses grupos não ocorre o mesmo aumento de conteúdo mineral no osso.7 Nas sessões de hidroterapia eram feitos alongamentos de membros inferiores e movimentos funcionais foram enfatizados usando padrões sinérgicos, estabilização, correção postural e biomecânica articular. A realização de exercícios terapêuticos dentro da piscina diminui o risco de fraturas.5 Foram realizados também exercícios de fortalecimento de membros inferiores com uso de flutuadores e da coluna para a melhora do equilíbrio e prevenções de quedas. Os treinos de marcha foram feitos para frente, para trás e marcha lateral. A hidrocinesioterapia tem o objetivo de trazer um benefício global ao indivíduo, pois visa a melhora da postura, a mobilidade e a confiança, o alívio da dor, o fortalecimento muscular, a transferência de peso, o equilíbrio e a marcha.3 CONCLUSÃO Ao fim desse estudo foi observada uma melhora significativa na flexibilidade da coluna lombar, amplitude de movimento e força dos membros inferiores. Houve também uma diminuição na perda de massa óssea. Demonstrando a eficácia do tratamento fisioterapêutico realizado associado a suplementação de cálcio e vitamina D. REFERÊNCIAS 1. PINTO at al. Consenso Brasileiro de Osteoporose. Rio de Janeiro, Revista Brasileira de Reumatologia – Vol. 42, n°6, Nov/Dez 2002. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=2599; 2. CARVALHO, Marco Antonio P, et al. Reumatologia: Diagnóstico e Tratamento. Vol. 4. São Paulo: GEN, 2014; 3. WIBELINGER, Lia Mara. Fisioterapia em Reumatologia. Editora Revinder, 2014; 4. Fernandes, K. R., Oliveira, P. D., Bertolo, D., Andrade, G. N. D., Matsuda, N. Y., & Renno, A. C. M. (2010). Efeitos dos recursos eletrofísicos na osteoporose: uma revisão da literatura. Fisioterapia em Movimento. Disponível em: http://www.repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/5757/S0103- 51502010000200010.pdf?sequence=1&isAllowed=y 5. DE FARIAS, Marcos Antonio. Contribuição educativa e terapêutica da hidroterapia na qualidade de vida de pacientes portadores de osteoporose: análise de um programa de educação para a saúde. Ensino, Saude e Ambiente, v. 2, n. 1, 2008. Disponível em: http://ensinosaudeambiente.uff.br/index.php/ensinosaudeambiente/article/view /40/40 6. KRUEGER, B.S.D; CHECOVIVH, M.S.M.M; BINKLEY, M.D.N. Osteoporose. In: KAUFFMAN, T. Manual de reabilitação geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2002, p. 68- 70. 7. OCARINO, Natália de Melo; SERAKIDES, Rogéria. Efeito da atividade física no osso normal e na prevenção e tratamento da osteoporose. Rev. bras. med. esporte, p. 164-168, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517- 86922006000300011
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