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RESENHA CRÍTICA: A CIÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO: AJUSTANDO O FOCO DE ANÁLISE

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UNIVERSIDADE DO VALE DE ITAJAÍ
RESENHA CRÍTICA: A CIÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO: AJUSTANDO O FOCO DE ANÁLISE
ITAJAÌ
2016
UNIVERSIDADE DO VALE DE ITAJAÍ
RESENHA CRÍTICA: A CIÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO: AJUSTANDO O FOCO DE ANÁLISE
Resenha crítica apresentada para a disciplina de Psicologia do Desenvolvimento, no curso de Psicologia, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências da Saúde. 
 
Orientador: Prof. João Rodrigo Maciel Portes 
ITAJAÌ
2016
REFERÊNCIA: 
Dessen, M. A.; Guedea, M. T. D. A Ciência do Desenvolvimento Humano: Ajustando o foco de Análise. 2005. Vol.15, N.30, P. 11-20, Ribeirão Preto: Paidéia. 
CREDENCIAIS DOS AUTORES:
Maria Auxiliadora Dessen: Doutora em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo (1992), com três pós-doutoramentos realizados na Universidade de Lancaster, Ingalterra (1998), e no Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano e Educação-MPI, Alemanha (2003, 2009). Atualmente, é Professora Colaboradora do Programa de Pós-graduação em 'Família na Sociedade Contemporânea' da Universidade Católica do Salvador e Professora Aposentada da Universidade de Brasília.
Terri Lisabeth Shelton: Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília (2005).
Atualmente é membro do Comitê Acadêmico de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, membro do Comitê de Bioética em Investigação e Mestre Docente do Departamento de Psicologia e Ciências da Comunicação na Universidade de Sonora (México).
RESENHA CRÍTICA
O artigo busca identificar as necessidades de mudanças no enfoque da pesquisa que adapte as necessidades conforme o período histórico do desenvolvimento do ser humano. A prática da pesquisa científica no desenvolvimento humano busca compreender mais afundo e com métodos mais complexos a relação do estrutural do ser humano biológico, como ser que evolui através de influências do meio que ele se insere, sendo social, cultural ou biológico e como se altera as características gerais conforme essas interações são feitas. 
Ao propor sete princípios básicos para que se direcione a pesquisa do desenvolvimento humano Magnusson e Cairns (1996) enfatizam que o ser humano é um ser puramente influenciado pelo meio, que o constrói e o adapta a viver mediante as situações proporcionadas por esse ambiente, e que essa relação depende de uma resposta que interaja com as necessidades daquele indivíduo ao longo do tempo. Destacam também que na ontogenia, ou seja, no desenvolvimento que surgem os padrões individuais, que a variação desses padrões delimitam as funções psicológicas sendo estas variáveis de acordo com o condicionamento das situações externas onde cada resposta é dada em função da melhor adaptação. 
Como o estudo é complexo a forma de se estudar é difundida em outras disciplinas que buscam compreender o desenvolvimento humano como mutável e dependente de variáveis que o transformem. 
Partindo do pressuposto que o comportamento acontece de forma contínua onde existem situações me que este se modifica em relação aos padrões prévios, Elder (1996) utiliza de três mecanismos para justificar as mudanças nestes comportamentos contínuos, assim fala que o ser humano em determinadas situações tendem a repetir o comportamento reforçado pela resposta ao mesmo, uma vez adaptado assim cria novamente a condição para que esta situação ocorra ao interagir socialmente, chamando este fenômeno de “interação continuada”. 
Também existe a possibilidade de experiências marcadas pelo indivíduo que trouxeram respostas emocionais serem replicadas quando a situação vivenciada é parecida, chama-se “ativação situacional” e assim o comportamento tende a se manter quando as situações trazem as mesmas respostas ao ser humano. Estes mecanismos conseguiram trazer para a pesquisa formas de caracterizar o desenvolvimento humano, que denomina-se estágio e transição. 
Os padrões que caracterizam uma determinada fase do desenvolvimento são chamados de estágio e a transição como o nome, se refere a esta mudança de um estágio a outro durante a vida do ser humano. As mudanças ao longo do ciclo de vida humano influenciam no meio social trazendo ao ambiente uma série de mudanças e adaptações, sendo que estas possuem necessidades diferentes ao longo do tempo, não só sociais como biológicas fazendo com que se observe o desenvolvimento em diferentes contextos históricos e o que influencia os comportamentos, tal como a noção denominada “curso de vida” considera, onde a idade é o fator das mudanças, porém relacionadas também às mudanças na sociedade, por exemplo, as variações em leis que ocorrem em determinada comunidade mas que não funcionam em outra, que tem outra cultura e outros costumes (o conceito de normalidade que temos, que é influenciado pelos padrões éticos e sociais que estamos inseridos). As mudanças históricas e ambientais influenciada pela interação humana, a formulação de um padrão social de comportamento, senso de oportunidade e as relações sociais internas são temas que podem ser estudados através do curso de vida por exemplo, assim o desenvolvimento humanos deve ser compreendido em conjunto com a individualidade e as características gerais formadas ao longo do tempo. 
-conclusão do autor e crítica do resenhista
Para uma análise completa do desenvolvimento é importante entender como o indivíduo se relaciona com o ambiente. Para Magnusson e Cairns (1996) essa relação é feita através de comportamentos sociais, promovendo a adaptação. Já Gariépy (1996) acredita que o comportamento pode não ser fruto dessas relações e sim a origem desse processo que permite a interação entre organismo e meio, promovendo mudanças. Bronfenbrenner (1992) dá continuidade a essa ideia afirmando que, durante o desenvolvimento o ser humano e o ambiente interagem produzindo mutuas modificações. Nesse processo a pessoa adquire uma maior noção do meio ecológico. Complementando isso surge o “Modelo Bioecológico” (1977, 1994,1979/1996,1999, Bronfenbrenner & Cecci; Bronfenbrenner & Morris, 1998) onde o meio ecológico está contido em estruturas, cada uma dentro de outras estruturas maiores como o microssistema, mesossistema, exossistema e o macrossistema. Ou seja o desenvolvimento engloba muito mais do que a interação entre indivíduos, tem a ver com todos os demais cenários que são afetados por esta relação. Para estudar essa complexidade é necessário um sistema que aborde as trocas entre organismo e ambiente. 
Outro fator que influencia diretamente o desenvolvimento é a cultura, independentemente de sua diversidade ela favorece a adaptação até mesmo dos fatores biológicos (como produção hormonal). Para Super e Harkness (1999) a contribuição mais importante da cultura é que ela é imediata e compartilhada em comunidades, fazendo parte das vivências e comportamentos das pessoas. Impactando assim na construção do ambiente e na continuidade do desenvolvimento. Não se pode esquecer os fatores subjetivos que alteram o desenvolvimento como as regras que definem as interações sociais. Para estudar corretamente o impacto da cultura se faz necessário testar teorias de desenvolvimento em diferentes culturas. 
Percebe-se então que nesse artigo o autor argumenta com pesquisadores sobre os diversos aspectos relevantes para o desenvolvimento como ambiente, unidades biológicas, comunidades sociais, comportamento e cultura. E como esses fatores afetam o ser humano ao mesmo que são afetados e modificados por ele, sendo assim o desenvolvimento pode ser visto como um agente transformador dos processos históricos, culturais e ambientais. Todavia, a ciência do comportamento tem muito que evoluir através de práticas cuidadosas multidisciplinares, análises de integração sistemáticas e comparação do desenvolvimento em cada ambiente.

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