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Controle da Administração Pública
O controle do Estado é feito de duas formas – o Controle político (equilíbrio entre os poderes da estrutura da república, freios e contrapesos). O Controle Administrativo (atingem órgãos incumbidos de exercer funções do Estado – Função está administrativa). Este último se consuma de várias maneiras, como fiscalização financeira da pessoa da administração direta e indireta; verificação de legalidade – dos atos administrativos, etc. 
O controle administrativo da Administração Pública – 02 pilares.
* Princípio da Legalidade: A atividade é desenvolvida conforme os ditames da lei. “Administrar é aplicar a lei “ex ofício”. 
* Princípio das políticas administrativas: poder da Administração de estabelecer suas diretrizes, metas, prioridades, planejamentos – para que sua atividade seja desenvolvida com eficiência e rapidez. Não perdendo de vista o interesse público – é por conta deste interesse público que se faz o controle da administração, não somente o controle da legalidade, mas também dos objetivos a serem a alcançados através da função de ferir os negócios da coletividade. 
Conceito do controle da Administração Pública: “conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos, por meio dos quais, se exerce o poder de fiscalizar e revisar as atividades administrativas em qualquer das esferas de poderes”. 
* Mecanismos Jurídicos e administrativos: o controle pode ser feito pelas duas vias. * A fiscalização (poder de verificação sobre atividades, agentes e finalidades públicas) e revisão (poder de corrigir condutas que possam ter vulnerado normas) – são elementos básicos da fiscalização. * Atividades administrativas em todas as esferas de poder, exemplo – Criação do CNJ E CNMP. 
Objetivo: Mecanismo de controle assegurará garantia aos administrados e a própria administração, para alcançar seus objetivos, e não serem vulnerados direitos dos indivíduos, nem as diretrizes administrativas. 
Natureza Jurídica: Princípio fundamental da Administração. O DL 200/1967 – Relaciona 5 princípios fundamentais atrelados a Administração: * Planejamento; *Coordenação; *Descentralização; * Delegação de competência e *Controle. 
DL 200/1967 – Pretendeu considerar o controle como indispensável para a execução da atividade administrativa, devendo ser exercida em todos os níveis e órgãos – art. 13. 
Classificação:
 1. Quanto à natureza do controlador - pode ser legislativa, judicial ou administrativo. 
Controle legislativo: O Legislativo controlando atos da administração pública, denominado de representação popular. 
Controle Judicial: cabe ao Judiciário o controle de legalidade dos atos da administração em geral. 
Controle administrativo: Tem o controle de fiscalizar e rever seus próprios atos – denominado de autotutela. 
2. Quanto à extensão do controle. 
Interno: aquele exercido por órgão de um poder sobre condutas administrativas produzidas dentro de sua esfera. Ex. No poder Judiciário – corregedoria – controla atos dos serventuários da justiça. 
Externo: Órgão situa em administração diversa daquela de onde a conduta administrativa se originou. 
3. Quanto à natureza do controle: funda-se no conteúdo de que se reveste o ato de controle, podendo ser controle de legalidade ou controle de mérito. 
Controle de legalidade: é confronto entre a conduta administrativa e a norma jurídica vigente e eficaz (CF, Lei, ato administrativo impositivo de ação ou omissão), verificada a incompatibilidade deve a conduta ilegítima ser revista. Pode este controle ser interno ou externo – ou seja, se realizado pelo próprio órgão da Administração ou por órgão de poder diverso. O controle deste ato pode ser confirmado (homologação, aprovação, visto e outros inominados) ou invalidado (denominada de anulação – tanto pelo poder judiciário, como pela própria administração)
Controle de mérito: verificação da conveniência e da oportunidade da conduta administrativa – nada se questiona sobre a legalidade, apenas se a conduta anterior merece prosseguir ou se revista. O termo “mérito” significa condutas administrativas sujeitas à valoração pelos seus agentes. Este controle é privativo da Administração pública, não sendo possível controle pelo poder judiciário, por questões de discricionariedade do administrador, cabendo ao Poder judiciário o controle de legalidade. O controle de mérito pode ser confirmado (aprovação, confirmação, etc), ou revogado (desfazimento de situações anteriores, conforme critérios administrativos). 
Resumo:
	Controle de legalidade
	Controle de mérito
	Quem Pode realizar? R: o Judiciário ou a Administração
	Quem Pode realizar?: R: só a administração;
	Consequência do controle:
1. Confirmado;
2. Invalidado;
	Consequência do controle:
1. Confirmado;
2. Revogado;
* Polêmica: Poder judiciário pode controlar políticas públicas? R: em regra, não, visto ser atividade administrativa, porém, pela ineficiência administrativa tem-se permitido que o judiciário proferisse decisões – provocando ingerência no campo da administração – fere art. 2º CF. Porém, em algumas situações é aceita, em outras se revela impossível. 
4. Quanto ao âmbito da administração: pode ser subordinado ou vinculado. 
Controle de subordinação: Patamar de hierarquia administrativa dentro da mesma administração. Órgão superior irá fiscalizar orientar e rever atuação de órgão de menor hierarquia. Este controle é tipicamente interno. 
Controle de vinculação: poder de fiscalização e de revisão atribuído a uma pessoa e se exerce sobre atos praticados por pessoa diversa. Caráter externo. 
5. Quanto à oportunidade: controle pode ser prévio; concomitante ou posterior. 
Controle prévio (ou a priori): é exercido antes de consumar a conduta administrativa – no início, ou antes, da conclusão do ato administrativo - constituindo requisito de validade ou para a produção de efeitos do ato controlado, sua natureza é preventiva. Exemplo: autorização do Senado Federal, para que União, Estados, DF e Municípios possam contrair empréstimo externo. Art. 52, VII da CF; concessão de uma medida liminar em mandado de segurança preventivo que impeça a pratica ou conclusão de um ato administrativo que o administrado entenda ferir direito líquido e certo. 
Controle concomitante: exercido no momento de desenvolvimento da conduta administrativa, permitindo verificar sua regularidade de sua formação, sua natureza é preventiva e repressiva. Exemplo, fiscalização de agentes públicos no curso de execução de obra pública. 
Controle posterior (a posteriori) ou corretivo: tem por objetivo a revisão de atos já praticados – é o mais comum de acontecer. Serve para corrigi-los, desfazê-los ou, somente, confirmá-los. Abrange atos como os de aprovação, homologação, anulação, revogação ou convalidação. 
6. Quanto à iniciativa: origem do controle.
Controle de oficio: Executado pela própria administração, no regular exercício de suas funções. É poder de autotutela. 
Controle provocado: deflagrado por terceiro, pedindo revisão da conduta administrativa. Ex. recursos administrativos. 
Controle administrativo. 
Sentido: é exercido pelo Executivo, e pelos órgãos administrativos do Legislativo e Judiciário, a fim de rever, confirmar ou alterar condutas internas, tendo em vista aspectos de legalidade ou conveniência para a administração. Este controle é interno, por meio da prerrogativa de autotutela, conferida aos órgãos da administração, havendo condutas ilegais ou inconvenientes, estas deverão ser revogadas ou invalidadas. S. 346 e 473 STF. 
Objetivo: Três objetivo;
 1. Confirmação: De atos ou comportamentos- sendo estes considerados como legítimos e adequados. 
2. Correção: de atos considerados ilegais; conduta ou ato administrativo inconveniente, este será retirado do mundo jurídico e será procedida nova conduta, agora compatível com a legalidade e conveniência. 
3. Alteração: Administração ratifica uma parte e substitui outra em relação ao que foi produzido por órgão ou agente administrativo. 
Meios de controle: são instrumentos jurídicosque concretizam efetivamente a possibilidade de ser efetuado o controle administrativo. 
1. Controle Ministerial: exercido pelos Ministérios sobre os órgãos de sua estrutura administrativa (controle interno e por subordinação), e também sobre pessoas da administração indireta federal (controle externo e por vinculação). Quando realizada sobre a administração descentralizada – é denominada de supervisão ministerial – DL 200/1967, art. 19. Nos Estados e Municípios é comum que sejam realizados pelas Secretarias. 
2. Hierarquia orgânica: Sistema organizacional da Administração – chamado de via administrativa. Essa hierarquia é um dos poderes administrativos, e constitui um meio de controle administrativo, pois o agente de grau superior tem poder fiscalizatório e revisional sobre os de grau menor. Podendo este controle ser (de oficio, provocado, de legalidade, mérito, prévio, concomitante, posterior a suas atividades). 
3. Direito de petição – influência inglesa - faculdade do indivíduo formular ao órgão público qualquer tipo de postulado – decorrência da própria cidadania. 
CF assegura tal controle –art. 5º, XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; A expressão “direitos” – é abrangente, recaindo sobre direitos individuais e coletivos, próprios ou de terceiros. 
 A petição deve ser sempre escrita, e não conter expressões ofensivas ou difamatórias. Não é licita petição anônima ou clandestina. Pode conter – queixas, pedidos de revisão, súplicas, sugestões, correção de erro e abusos. 
4. Revisão recursal: possibilidade de eventuais interessados manifestarem-se formalmente contra certos atos da administração lesivo ou não a direito próprio – sempre almejando a reforma da determinada conduta.
 É processado por meio de recursos administrativos. 
5. Controle social: forma de controle exógeno (externo) do poder público nascido das diversas demandas dos grupos sociais – trata-se de um instrumento democrático. 
Na função legislativa – utiliza-se a iniciativa popular – art. 61,§ 2º CF - não muito utilizada. Função administrativa –a CF prevê a edição de leis que regule as formas de participação do usuário – art. 37,§ 3º; o mesmo acontece nas relações de serviços de saúde – art. 198, III, CF; também na seguridade social – art. 194, VII. 
 LEIS: L. 10.257/01 – gestão democrática, art. 2º, II. L. 11.445/07- princípio do controle social, art. 2º, X; art. 3º, IV. L. 9.784/99 consulta e audiência pública, art. 31 e 32. L. 12.587/12 política nacional de mobilidade urbana – art. 15. 
A efetivação do controle social se dá: 1. Pelo controle natural: executado diretamente – pelo individuo ou entidades representativas; 2. Pelo controle institucional: exercido por entidades e órgãos do poder público, Ex. MP, Defensoria, PROCON, ouvidorias etc. 
Outros instrumentos: LC 101/00- normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade de gestão fiscal, com base nos arts. 163, I e 169 da CF. Objetivo deste diploma é a obtenção de equilíbrio nas contas públicas, prevenindo riscos e corrigindo desvios, mediante cumprimento de metas entre receitas e despesas. A lei institui limites e condições para gerar despesas com pessoal e seguridade social, bem como renúncia de receitas, dívidas consolidadas e mobiliárias, etc. A EC 40/03, alterou o V do art. 163, CF, prevendo que LC disponha sobre fiscalização financeira da administração pública direta e indireta, ou seja, a LC poderá instituir, regular e definir novos meios de controle, voltado para atividade financeira. 
Recursos administrativos: São meios formais de controle, em que o interessado postula junto a órgão da administração, pedido de recisão de determinado ato. * Deve ser formal – isso porque a via administrativa é regida pelo princípio da publicidade e formalismo; * inconformismo do interessado; * tramita na via administrativa, ou seja, percorre diversos órgãos hierárquicos, e exaure na via administrativa. 
Fundamento e objetivo: tem 3 fundamentos: a. sistema de hierarquia (possibilidade de reapreciação por órgão superior – poder revisional); b. direto de petição; c. contraditório e ampla defesa. Objetivo: pretende revisão de uma conduta ou ato da administração, entendido como ilegal ou inadequado ao interesse público. A revisão da decisão administrativa pode ter como fundamento contrariedade a súmula vinculante. 
 Natureza Jurídica: Meio formal de impugnação de atos e comportamentos administrativos. 
Formalização: os recursos administrativos estão espalhados em diversas leis e não tem tramitação determinada, e podem ser regulados em regimentos ou regulamentos de órgãos públicos, com suas próprias regras. Quanto à forma, os recursos devem ser escritos e assinados, porém não há nenhuma forma especial ao conteúdo, assim não precisa de advogado para representa-lo. Há dois pontos importantes: o recorrente deve apontar 1. Sua identificação e 2. Identificar o ato ou conduta que pretende reformar. As exigências devem ser as mínimas para não afastar pessoas que tenham menos esclarecimentos, e assim não cercear a defesa e indignação dos administrados. Cabe a Administração analisar o pedido, ainda que este não seja procedente. Na petição devem ser oferecidas também as razões, como fim do prazo do recurso ocorrerá à preclusão consumativa, não sendo possível apresentar as razões a posteriori, prevalecendo à segurança jurídica. Por fim, os recursos podem dar origem a um processo administrativo. 
Classificação: recursos hierárquicos próprios e recursos hierárquicos impróprios. 
1. Recursos hierárquicos próprios: tramitam na via interna dos órgãos ou pessoas administrativas. Esse recurso dispensa previsão legal ou regulamentar, pois decorre do poder hierárquico da administração. A autoridade administrativa tem amplo poder revisional e pode decidir além do pedido do recurso, isto decorre da faculdade de autotutela da administração. 
2. Recursos hierárquicos impróprios: recorrente dirige a autoridade ou órgão estranhos àquele que originou o ato impugnado. Isto porque o órgão controlado e o controlador não há hierarquia entre eles, o que há é uma vinculação. Sua admissibilidade depende de lei expressa – por não haver hierarquia. Não é possível interpor um recurso a um poder contra o ato de outro, pois fere o principio da separação dos poderes. 
Classificações dos recursos: recursos incidentais- é interposto pelo interessado no curso de processo administrativo, e o insurgimento se dá contra atos praticados no processo; recurso deflagradores – formalizam a própria instauração do processo. 
Espécies:
1. Representação: recorrente denunciando irregularidades, ilegalidades e condutas abusivas de agentes da administração. O pedido deve ser escrito e assinado pelo recorrente. O recorrente pode ser qualquer pessoa, ainda que seja estranha a irregularidade ou conduta abusiva. Oferecida à representação, a administração recebe a denúncia e instaura o processo administrativo e apura a situação informada. Para administração é um poder dever de agir – pois deve apurar os fatos, pois não pode coadunar com ilegalidades. Se no final nada for apurado, arquiva-se o processo. A representação está prevista na CF – art. 74,§ 2º. A L. 4898/65 – Representação de abuso de autoridade; o CPC- representação contra o juiz, interposta pela parte ou MP – art. 198. 
2. Reclamação: postula a revisão de ato, que lhe prejudica direito ou interesses, nos próprios órgão administrativo- só pode recorrer quem sofreu o prejuízo. Está previsto no Decreto 20.910/32, decaí o direito de reclamação em 01 ano – apesar de a lei dizer em prescrição. Após este prazo a administração, pode não reconhecer o recurso, porém se o fizer- estará exercendo seu poder de autotutela- isto desde que não prejudique terceiro, ou tenha consumado a prescrição quinquenal em favor da fazenda. Art. 4º do decreto, diz que interposta à reclamação, caso está verse sobre apuração de dívida da fazenda,o prazo prescricional ficará suspenso, já se a discussão versar sobre outra matéria o prazo prescricional não suspende. A reclamação ao STF, por não observância de súmula vinculante, tem mais caráter jurisdicional, do que administrativo. 
3. Pedido de reconsideração: dirigido à mesma autoridade que praticou o ato contra a qual se insurge o recorrente. Não precisa ser previsto em lei. O prazo para o pedido de reconsideração é de um ano, se não existir outro prazo fixado por lei; Não suspende nem interrompe a prescrição, e não altera prazo para interposição de recurso hierárquico.
4. Revisão: Postula reapreciação de determinada decisão, proferida em processo administrativo, muito utilizado por servidor público. É possível o presente recurso se existir fato novo suscetível de o administrador dar solução diversa da decisão anterior; enseja novo processo, que tramita em apenso ao anterior. 
Efeitos: Regra geral efeito devolutivo. O efeito suspensivo somente será possível se a lei determinar. Isto por conta da presunção de legalidade dos atos administrativos. Nada impede que o recurso com efeito devolutivo, seja recebido pela autoridade administrativa no efeito suspensivo, quando este suspeita da ilegalidade do ato- poder de autotutela. Se o recurso tem efeito devolutivo, sua interposição não interrompe o prazo prescricional. Se o recurso tem efeito suspensivo, prescrição suspende até que decida o recurso. Tendo o recurso somente efeito devolutivo o interessado pode recorrer ao judiciário, pois o ato continua a produzir seus efeitos. Neste caso, independe se o interessado recorreu ou não, se recorreu o processo judicial, poderá correr concomitante com o tramite do recurso administrativo. O mesmo não ocorre se o efeito é suspensivo- não pode recorrer ao judiciário – por falta de interesse – pois não há lesão, nem perigo de lesão. Nada obsta, do interessado recorrer às vias administrativa (art.5º, XXXIV, “a” e LV) e judicial (XXXV, CF), desde que não tenha sentença transitada em julgado no Judiciário. Se a pretensão do interessado for satisfeita em qualquer das instâncias, a outra estará prejudicada. Parte da doutrina pugna pela inconstitucionalidade do art. 38 da L. 6830/80, que opção do contribuinte a uma das instâncias causa renúncia em relação à outra. 
Exigência de garantia: Condicionar o recurso administrativo a garantia prévia para sua admissibilidade. Este tema foi de grande controvérsia. Porém, o STF e o STJ entendeu que é inconstitucional tal exigência, por ferir os preceitos estabelecidos nos art. 5º, XXXIV “a”, LV da CF. E a Súmula vinculante nº. 21 regula tal assunto, acabando com a controvérsia existente. 
Reformatio in pejus: Em linhas gerais do processo penal, significa que, quando somente o réu recorre, o tribunal não pode agravar a sua situação. Também causa polêmica tal assunto. Porém, a situação mais correta seria a admitida pela L. 9784/99. A autoridade decisória poderia modificar total ou parcialmente a decisão recorrida, desde que dê ciência do fato ao recorrente, para que apresente suas alegações, caso contrário não seria possível. No entanto, a lei vedou na hipótese de revisão, desde que haja fato novo ou circunstâncias relevantes. 
Exaustão ou esgotamento da via administrativa: é a impossibilidade de prosseguir o percurso de um processo pelas instâncias da Administração, por conta de algum obstáculo legal, ou seja, é a exauri obrigatoriamente as vias administrativas. Contudo, é preciso que antes da ação judicial, tenha se exaurido as vias administrativas, no entanto não necessita de percurso efetivo a todos os patamares recursais administrativo, basta que o interessado não possa prosseguir o percurso, e que com isso reine a vontade administrativa. Exceção – art. 217,§1º, CF – justiça desportiva; L. 11.417/06, art. 7º, § 1º - súmula vinculante a reclamação só será possível, se esgotar (efetivamente) todas as vias administrativas. 
Coisa Julgada Administrativa: coisa julgada – significa: Imutabilidade que adquire prestação jurisdicional do Estado, quando entregue com definitividade. Só é possível este efeito quando a prestação é proferida pelo Judiciário. No entanto, a doutrina administrativa adota tal nomenclatura, que significa: determinado assunto decidido em via administrativa, não mais poderá sofrer alteração (torna-se irretratável, ou sofre preclusão) nessa mesma via administrativa, embora possa sê-lo na via judicial. 
Prazos extintos (prescrição administrativa): Não pode ser confundido com a prescrição judicial. No âmbito administrativo, significa que escoou o prazo previsto em lei, para interpor recurso no âmbito administrativo, ou para que a administração manifeste sobre a conduta de seus servidores, direitos ou obrigações perante particular. Fundamento de tal instituto é o Princípio da Segurança jurídica e estabilidade das relações jurídicas. São prazos extintivos: Prescrição, decadência e preclusão. 
Prazo extintivo para os administrados: 1. Apresentação de reclamação fora do prazo de um ano – ocorre a decadência (Decreto 20910/32, art.6º). 2. O recurso administrativo deflagrador- dá início ao processo administrativo, a perda do prazo será decadência, mesmo efeito da reclamação. 3. Perda do prazo para se manifestar dentro de processo administrativo (como rol testemunha ou interposição em processo licitação) – caso de preclusão. Prescrição quinquenal – art. 1º do D. 20.910/32. 
Prazo extintivo para à Administração: existem 03 modalidades de prazos extintivos. 1. Quanto ao poder punitivo (poder de policia, L. 9873/99 – 5 anos; poder disciplinar funcional L. 8112/90), chamados de pretensão punitiva, ocorrerá à prescrição – sendo esta a única prescrição administrativa. 2. A lei fixa prazo para a Administração adotar certas providências (ex. L. 9784/99 – 5 anos para a administração anular seus próprios atos, operando a decadência). 3. Preclusão se a administração deixar de manifestar no prazo legalmente fixado. * Ausência de previsão legal do prazo extintivo para desfazimento do ato – tema divergente, mas prevalece que o prazo de será 05 anos. * Caso de vícios insanáveis, estes serão considerados atos inexistentes. 
Processo Administrativo:
Processo: relação jurídica integrada por algumas pessoas, que nela exercem várias atividades direcionadas para determinado fim. A denominação processo administrativa – não é muito técnico. Porém, a CF utiliza a expressão, art. 5º, LV; LXXII, “B”; ART. 37, XXI; art. 41,§ 1º, II, CF. 
	Processo Administrativo
	Processo Judicial
	1. É um desempenho de atividade administrativa; nem sempre há conflito. 
2. Relação é bilateral. 
3. São precárias, podendo ser revista pelo Judiciário. 
	1. Encerra o exercício da função jurisdicional; Na maioria das vezes há conflito de interesses. 
2. Relação trilateral (juiz, e partes). 
3. Decisão é definitiva; 
Procedimento: é o procedimento em sua dinâmica, é o modo pelo qual os diversos atos se relacionam na série constitutiva de um processo. Processo é o objetivo a ser alcançado, e procedimento é meio que este objetivo será alcançado. Ex. Processo administrativo de licitação, o qual seu procedimento está descrito na l. 8666/93. 
Sistematização: No direito brasileiro, não existe uma sistematização procedimental do processo administrativo, o que é existe, são leis esparsas – e até mesmo em decretos, atos administrativos normativos, decretos, regulamentos e regimentos etc - que dizem algumas regras – ex. competência, prazo, requisitos, etc. Por isso, não há uma rigidez no processo administrativo, no entanto, devem ser observados os princípios norteadores, bem como a normas legais. A lei 9784/99 – regula o processo administrativo na esfera federal. 
Sentido: Processo Administrativo: é um instrumento que formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do Estado e dos particulares, a fim de ser produzida uma vontade final da administração. O processo Administrativo tem relevância, como instrumento útil para assegurar a observância do superprincípio da segurança jurídica.Classificação: 
1. Os processos não litigiosos: Não há conflito entre o Estado e o particular. Seu grande fundamento é princípio do formalismo da atividade administrativa, para efetuar o controle administrativo, torna-se necessário que tudo fique formalizado e registrado. Ex. inquérito Policial, civil, sindicância administrativa. Tendo como objeto apenas a apuração dos fatos, são inquisitivos, não aplicando principio da ampla defesa e do contraditório, garantindo o acesso a advogado constituído, não tem a autoridade administrativa deve de conferir acesso à terceiro, pelo caráter sigiloso. 
2. Processos litigiosos: Conflito entre o Estado e o administrado. Como guarda semelhança com o processo judicial, por isso é chamado de processos judicialiformes. O conflito é solucionado pelo Estado que neste caso, e é parte e julgador. Sendo que o resultado do procedimento pode ser questionado no Judiciário. Ex. processo com natureza tributária e previdenciária. Nesse tipo de procedimento irá ter a observância de alguns princípios - contraditório e ampla defesa e de produção probatória. 
Objeto: Processo legislativo – fim a produção de lei; Processo Judicial – fim a produção de sentença; Processo administrativo – fim a produção de ato administrativo. Ex. ato de outorga de licença; ato de punição. Mesmo que o processo não tenha servido para alcançar seu objeto especifico, terá que haver um ato administrativo final, nem que seja o arquivamento. 
Objetos específicos: Providências especiais que a administração pretende adotar por meio de ato administrativo final. Podem ser classificados como:
a. Processo com objeto de mera tramitação: caráter residual; Administração formaliza suas rotinas administrativas. Ex. ofícios encaminhados por entidades públicas ou privados; meras comunições etc. 
b. Processos com objeto de controle: ato administrativo que espelhe o resultado desse controle – podendo ser aprovado ou rejeitado. Ex. Processo que encaminha as contas dos administrados para controle financeiro interno ou do Tribunal de contas. Caso o controle aponte irregularidade, pode ocasionar a instauração de outro processo com natureza diversa da de controle.
c. Processo com objetivo punitivo: verificação de situações irregulares ou ilegais na administração; quando se positivam ensejam penalidade – podendo esta ser interna – relação Estado e servidores , ex. suspensão do servidor; ou externa (Estado e administrados em geral – ex. cassação de licença).
d. Processo com objeto contratual: A administração celebra contrato com terceiro para aquisição de bens, construção de obras, desempenho de serviços; execução de serviços concedidos e permitidos etc. São típicos nos processos de licitação. 
e. Processo com objeto revisional: interposição de algum recurso administrativo pelo administrado ou pelo servidor público. 
f. Processo com objeto outorga de direito: Administração atendendo o pedido do interessado, pode conferir determinado direito ou certa situação individual. Ex. concede permissão e autorização; registra marca e patente; concede isenções etc. 
Princípios: 
Devido processo legal: Surge com o Estado direito, pois o limite de atuação de toda a sociedade e do próprio Estado é a lei. Art. 5º, LIV da CF. No processo administrativo este princípio deve ser respeitado, atingindo o processo administrativo litigioso, mas também o não litigioso – sendo este último no sentido de que o Estado deve respeitar suas leis. 
Oficialidade: a iniciativa da instauração (de oficio) e desenvolvimento do processo administrativo (não depende da vontade do interessado) compete a Administração, pois se trata de responsabilidade administrativa. No processo judicial a iniciativa é da parte. O princípio permite que no processo administrativo – o agente administrativo, possa de oficio – tomar depoimento, inspeção em locais e bens adoção de diligências. Caso o agente administrativo conduza o processo administrativo com desídia, desinteresse, paralisando ou retardando- será responsabilizado funcionalmente. O princípio em análise foi acolhido pela L. 9784/99. 
Contraditório e ampla defesa: art. 5º, LV da CF, o dispositivo abrange o processo administrativo e judicial, no entanto, é necessário que o procedimento haja litígio, ou seja conflito suscetível de apreciação e decisão, não incidindo sobre processos administrativos não litigiosos – inquérito Policial, civil, sindicância etc. O acusado pode por si mesmo, elaborar sua defesa ou ser representado por advogado – sendo está última uma faculdade do acusado. Para os acusados em lugar incerto, não sabido e revel, exige-se defensor dativo. Fora dessas hipóteses a presença do advogado é dispensável – STF S. vinculante 5. Cabe também, alegar toda e qualquer prova admitida em direito, sendo vedados meios procrastinatórios ou ilícitos. 
Publicidade: princípio consagrado na CF, art. 37 “caput”. Nos processos administrativos, os indivíduos têm direito de acesso ao referido processo, sequer se exigindo que seja o titular do direito material, porém deve apresentar interesse público a ser preservado. A CF no art. 5º, incisos XXXIII e XXXIV “b”, consagra o princípio em análise. Este princípio é relativizado quando for para preservar sigilo. Por fim, a publicidade deve ser realizada através dos órgão oficiais de imprensa ou comunicação pessoal. 
Informalismo procedimental: significa que no silêncio da lei ou de atos regulamentares, não há para o administrador a obrigação de adotar excessivo rigor na tramitação dos processos administrativo. O que é importante é que os órgãos administrativos compatibilizem os tramites do processo administrativo com o objeto a que é destinado. 
Verdade material: 
	Processo administrativo
	Processo Judicial. 
	1. Verdade real- resultou na constituição do fato
2. O administrador pode buscar as prova para chegar a sua conclusão
3. Interessados
	1. A verdade formal – conforme as provas nos autos. 
2. Incube as partes a produção da parte. 
3. Partes. 
A doutrina moderna admite no processo administrativo – a teoria da desconsideração da pessoa jurídica – a responsabilizar as pessoas físicas que valem da pessoa jurídica, para cometer fraude, desvios e outros ilícitos. Sendo esta teoria admitida no processo administrativo punitivo – nos contratos administrativos e licitações- comprovada a fraude. As provas ilícitas no processo administrativo, não são aceitas, recaindo até mesmo seus efeitos no processo administrativo. De forma minoritária, a quem admite com base nos princípios da proporcionalidade e da moralidade sempre almejando o interesse público. 
Arbitragem: instrumento alternativo por meio de que as pessoas dirimirem seus conflitos fora do âmbito jurídico. 
A arbitragem pode ser adotada em situações nas, quais seja predominante o aspecto de patrimonialidade, com incidência de indisponibilidade relativa. Os tribunais têm admitido, expressa ou tacitamente, com fundamento de que não, há expressa vedação para tal fim e de que o objetivo se preordena ao interesse público. Algumas leis também admite a arbitragem L. 9.472/97, art. 93, XV. Lei 8987/95- os contratos de concessão – poderá prever o emprego de mecanismos privados para a resolução de disputas decorrentes ou relacionados ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil em língua brasileira – art. 23-a. 
1 - Controle Legislativo: é prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar a Administração Pública sobre critérios (controles) Políticos e financeiros. O Poder Legislativo é o que representa a população, materializa a vontade do povo. A constituição federal atribui ao Poder Legislativo o controle dos atos administrativos do Poder Executivo e alguns do Poder Judiciário – em relação a esses poderes o controle é externo, e sobre a sua própria administração é controle interno. NÃO PODE exorbitar às hipóteses constitucionalmente previstas, sob pena de ofensa ao princípio da separação de poderes.
Controle Político: Possibilidade de fiscalização e decisão do Poder legislativo,sobre atos ligados a função administrativa e de organização do Executivo e Judiciário. 
Exemplos que Congresso nacional, atua:
Art. 49, X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta. –
Art. 49, III - autorizar o Presidente e o Vice‑Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; - Controle Prévio. 
Exemplo que o Senado atua: art. 52, V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos municípios. 
Exemplo que a Câmara atua: art. 51, II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
Poder convocatório: outra prerrogativa do Legislativo ao que toca ao controle. A câmara e o Senado – suas comissões – podem convocar Ministro de Estado ou autoridade ligada diretamente a presidência da República para prestarem depoimento sobre assunto determinado. Art. 50 da CF. 
Poder de sustação do Congresso Nacional: art. 49, V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; - instrumento que impede o Executivo a pretexto de regularizar a lei exorbite seus limites, criando uma nova lei. Os decretos legislativos elaborados pelo Poder Executivo nascem do poder regulamentar - sendo que este somente pode ser secundum legem, nunca contra legem ou ultra legem. Se esses limites não forem obedecidos, o CN – tem o poder de paralisar os efeitos que extrapola – isso não significa anular ou revogar e sim sustar os efeitos. 
Controle das comissões Parlamentares de Inquérito: Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituí das na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação. § 3º. As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
2 – Controle Financeiro: Exercido pelo poder legislativo sobre o executivo, o judiciário e sobre sua própria administração, nas receitas, despesas e gestão dos recursos públicos. 
Objeto do Controle: tudo que diz respeito a finanças públicas (em sentido amplo e abrange realmente a receita e a despesa pública, e gestão de recursos do erário, para preservação do Estado de atividades ilícitas e dilapidatórias). 
Abrangência do controle: art. 70 da CF – todos os poderes da república, externa e internamente, abarcando também a Administração direta e indireta – desde que respeitando sua autonomia. A EC 19/98 – alterou o parágrafo único do art. 70 da CF - ampliando o campo de controle, recaindo o controle sobre a administração pública direta e indireta, bem como pessoas que não integram o sistema, mas que de alguma forma, utilizem, arrecadem, guardem, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos. 
Estados e municípios- são fiscalizados por seu legislativo. 
 	
Espécies (formas) de Controle 
1. Quanto à extensão do controle: 
Controle interno: cada poder tem que possuir, em sua estrutura, órgãos especialmente destinados à verificação dos recursos do erário. Com atribuição de fiscalizar as contas internas. Órgão controlador instituído por um dos poderes poderá fiscalizar setores pertencentes a outro ente federativo, sem que possa ensejar controle externo. Isso ocorre, por exemplo, no caso de fiscalização de aplicação de verbas públicas federais, repassadas a Estados ou Municípios por força de convênio ou outro instrumento jurídico, inclusive através de documentos.  Responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando deixarem de dar ciência ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade. 
Controle externo: é exercido pelo Congresso Nacional com o auxilio do Tribunal de Contas – art. 71, CF. 
Áreas fiscalizadas: são cinco.
a. Área contábil: é aquela que formalizam os registros das receitas e despesas. 
b. Área financeira (em sentindo estrito): controle sobre depósitos bancários, empenhos, pagamento e recebimento de valores. 
c. Área orçamentária: acompanhamento do orçamento e a fiscalização dos registros nas rubricas adequadas. 
d. Área operacional: no primeiro, incide sobre a execução das atividades administrativas em geral, observando os procedimentos legais para cada fim, bem como a necessidade de sua adequação a celeridade, eficiência e economicidade. 
e. Área patrimonial: recai sobre bem do patrimônio público, fiscalizados almoxarifados, bens em estoque, bens de uso, bens consumíveis, etc. 
Natureza do controle: 
1. Quanto à legalidade: a atividade de administrar é subjacente a lei. Se o administrado vulnerar a lei, estaria indiretamente legislando e não administrando. A legalidade é principio consagrada na Constituição – art. 37 “caput”. A vontade que tem que prevalecer na Administração é a da lei e não a do administrador. O controle financeiro envolve o exame da legalidade dos autos da Administração. 
2. Quanto à legitimidade: A constituição parece ter admitido um controle externo de mérito por parte do Congresso Nacional, no aspecto financeiro. Manoel Gonçalves Ferreira Filho: “a legitimidade não observa apenas as formas prescritas ou não defesas pela lei, mas também em sua substância se ajusta a esta, assim como aos princípios não jurídicos da boa administração”. 
 Controle Do Mérito: é o que se consuma pela verificação da conveniência e da oportunidade da conduta administrativa. A competência para exercê-lo é da Administração, e, em casos excepcionais, expressos na Constituição, ao Legislativo, mas nunca ao Judiciário. 
3. Quanto à economicidade: Verificação pelo órgão controlador, da existência ou não dos princípios da adequação e da compatibilidade, referentes às despesas públicas. Este controle envolve o mérito também, nas palavras de José Afonso da Silva: “verifica-se se o órgão procedeu, na aplicação das despesas públicas, de modo mais econômico, atendendo, p. ex., uma adequada relação custo benéfico”. 
4. Quanto à aplicação de subvenções: fiscalizar seu o destino formal das verbas observou o que determina a lei, como se, mesmo atendida esta, o aplicador as utilizou de forma econômica, criteriosa e não perdulária. 
5. Quanto à renúncia de receitas: Sempre de caráter excepcional, pois o administrador não pode deixar de receber recursos que vão ser vertidos para a própria coletividade. Se a renuncia a receita, traduzir interesse público especifica, será considerada lícita. Ilícita é a renúncia sem causa, que não haja fundamento de ordem administrativa – caracterizando desvio de finalidade, invalidação do ato e a responsabilização funcional, civil e criminal do administrador. 
O controle Externo e interno deve considerar esses aspectos. 
Controle externo popular: As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Art. 30 § 3º. As contas dos municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar‑lhes a legitimidade, nos termos da lei.
Art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má‑fé, isento de custasjudiciais e do ônus da sucumbência;
Art. 74, § 2º. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. 
Art. 37, § 3º. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
Função fiscalizatória exercida pelo legislativo e o tribunal de contas. 
Legislativo – função de legislar e fiscalizar. 
Poder deve manter de forma integrada o sistema de controle interno de fiscalização – art. 74 “caput”. 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
O Poder Legislativo – além de do controle interno- inerente a todos os órgãos, também realiza o controle externo – Art. 70 “caput”. 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
A CF/88 consagra sistema harmônico, integrado e sistêmico de perfeita convivência entre os controles internos de cada Poder e o controle externo exercido pelo Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas – art. 74, IV da CF. 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Esse sistema de atuação conjunta é regra contida no art. 74,§ 1º CF. 
Art. 74 (...) 
§ 1º. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
Também deverá prestar contas: art. 70, parágrafo único da CF: 
Art. 70 (...)
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome 
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Controle externo realizado pelo Congresso Nacional, auxiliado pelo Tribunal de contas – art. 71 da CF. 
Tribunal de contas da união - composição e características. 
	Composição:
09 Ministros. 
	Sede:
DF
	Amplitude: quadro de pessoal próprio, *“jurisdição” em todo o país, aplica no que couber o art. 96 da CF. 
	Auxilio do controle externo: Seus atos tem natureza
Administrativa. Podendo ser atacado ou não pelo Poder Legislativo. 
	O tribunal de contas: Não é órgão do Poder Judiciário, nem do Poder Legislativo. TC não é órgão de assessoramento do Poder Legislativo.
	Seus atos não produz definitividade nem fixa direitos. 
	Tribunal de contas é órgão autônomo - Deriva da Própria CF. 
* Critica da doutrina: art. 73 da CF, diz em jurisdição, porém é uma nomenclatura equivocada – na verdade significa (apreciar; examinar; analisar as contas), isto porque o TC é órgão técnico – eminentemente administrativo, exerce outras funções como (emitir parecer; fiscalização; controle; julgamento de contas – STF: judicatura de contas). Porém, o TC não exerce jurisdição no sentido próprio, na medida em que inexiste a “definitividade jurisdicional”. Os atos podem ser revisto pelo poder judiciário. 
O tribunal de contas não tem prerrogativa genérica de exercer o controle prévio de editais de licitações, função não prevista pela CF, nem de contratos do Poder público com obrigação de registro prévio. 
Atribuições Constitucionais do TCU. Art. 71 da CF. 
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
Duvida também surge pela expressão “dinheiros públicos” (é aquele que integram o acervo das pessoas de direito público, também considerado o montante derivado do pagamento de contribuições ou pagamentos compulsórios efetuado pelos administrados, ainda que os destinatários sejam pessoa de direito privado, integrante ou não da Administração). Ex. recursos oriundos de contribuições parafiscais. Por fim, é o dinheiro transferido por ente público a qualquer pessoa de direito público ou privado para emprego em finalidades específicas, bem como os recursos privados decorrentes de exploração de atividade econômica – lucros obtidos por bancos governamentais – própria gestão de entidade privada – prestação de serviços ligados a seus fins institucionais. 
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluí das as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; Súm. Vinc. no 3 do STF.
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
	As inspeções: visa suprir omissões e lacunas de informações, esclarecer dúvidas ou apurar denúncias quanto à legalidade e à legitimidade de atos e fatos administrativos praticados por responsáveis sujeitos à jurisdição do Tribunal.
	As auditorias obedecem a plano específico e objetivam: obter dados de natureza contábil, financeira, orçamentária e patrimonial; conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades, avaliar, do ponto de vista do desempenho operacional, suas atividades e sistemas; e aferir os resultados alcançados pelos programas e projetos governamentais.
	As fiscalizações voltadas para a legalidade e a legitimidade têm como parâmetro, evidentemente, a lei e os regulamentos. Suas conclusões dão ao TCU elementos para julgar, para fazer determinações aos gestores e, inclusive, para aplicar-lhes sanções em caso de infringência do ordenamento jurídico.
	Fiscalizações de natureza operacional têm como objetivo definir padrões de desempenho e avaliar os resultados da gestão à luz de parâmetros de eficiência, eficácia e economicidade. Como as decisões do administrador, respeitadas as normas legais, situam-se no campo da discricionariedade, as conclusões atingidas por essa modalidade de fiscalização dão origem a recomendações, que são encaminhadas ao órgão ou entidade fiscalizada.
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a município;
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII– aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 4º. O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
Os tribunais de contas devem estar atrelados ao modelo de competência atribuído pela constituição art. 71, não podendo inserirem em suas competências, funções não mencionadas na CF. 
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o artigo 166, § 1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º. Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º. Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Julgamento x apreciação das contas – art. 71, I e II da CF. 
O julgamento das contas do Presidente da República – é realizado pelo Poder Legislativo. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...)
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo. 
O Tribunal de contas apenas apreciará as contas com emissão de parecer prévio em 60 dias, a contar de seu recebimento. 
	Julgamento das contas – controle externo. 
	Presidente da República
	Congresso Nacional – art. 49, IX da CF. 
	Governador de Estado
	Assembleia Legislativa 
	Governador do DF
	Câmara legislativa do DF
	Prefeito 
	Câmara Municipal. 
Tribunal de contas:
a.
 Apoio técnico. 
b.
 Parecer Prévio. 
c.
 Parecer meramente opinativo. 
O Tribunal de contas Julga os casos do art. 71, II da CF. STF: “o exercício da competência de Julgamento pelo tribunal de contas não fica subordinado ao crivo posterior do Poder Legislativo, tendo o TCU autonomia”. Por ser decisão administrativa, a decisão do TCU pode ser discutido no Judiciário. 
Exercício do controle difuso de constitucionalidade pelo Tribunal de contas. 
Súmula do STF: 347. O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
Uadi Lammêgo Bulos: , Não tem competência do TCU de declarar a inconstitucionalidade das lei, sendo esta prerrogativa do STF, poderão portanto de forma facultativa e incidental no caso concreto, deixar de aplicar o ato por considera-lo inconstitucional, bem com sustar outros atos praticados com base em lei vulneradoras da CF – art. 71, inciso X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. 
Sendo este controle de constitucionalidade posterior ou repressivo não jurisdicional - fugindo a regra brasileira. Deve ser observada a regra do art. 97 da CF – reserva de plenário. 
Sustação dos atos e contratos administrativos pelo Tribunal de Contas. 
 
	Contratos Administrativos.
Ajuste firmado entre a Administração e o particular, regulado basicamente pelo direito público, tendo por objeto uma atividade, que de alguma forma traduz o interesse público. Ato bilateral. 
	Atos Administrativos.
Exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários, sob regime de direito público, vise a produção de efeitos jurídicos, com fim de atendimento ao interesse público. Ato unilateral. 
Atos administrativos: art. 71, IX– TCU averiguar ilegalidade deve assinalar prazo para o órgão ou entidade adote as providencias necessárias ao exato cumprimento. Art. 71, X – Findo o prazo e não solucionado a ilegalidade, TCU deve sustar a execução do ato – comunicando a decisão a CÂMARA DOS DEPUTADOS E O SENADO FEDERAL.
Para a suspensão cautelar de processo licitatório - só é valido se observado os dois dispositivos acima. 
As decisões do TC, nos processos em que foram proferidas, devem assegurar o contraditória e ampla defesa quando forem capazes de provocar a anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado – restrição ao poder de autotutela da Administração. Exceção a exigência a concessão inicial e aposentadoria; reforma e pensão. 
Contratos administrativos: art. 71,§ 1º. O ato de sustação será adotado diretamente pelo CONGRESSO NACIONAL, que solicitará de imediato, ao Poder Executivo, as mediadas cabíveis. 
Art. 71 (...)
§ 1º. No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º. Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
STF: “Tribunal de contas da União não tem poder para anular ou sustar os contratos administrativos – porém tem competência, conforme o art. 71, IX da CF em determinar a autoridade administrativa que promova a anulação do contrato de licitação, sob pena de imediata comunicação para o Congresso Nacional. 
As empresas públicas e a Sociedade de Economia Mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas a fiscalização do Tribunal de contas? 
R: Sim. Jurisprudência do STF ao interpretar o art. 71, II da CF. “...julgar as contas... administração direta e indireta, incluída as fundações e sociedades instituídas....” as Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista, integrantes da administração indireta estão sujeitas a fiscalização do TCU, não importando se seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista. 
 É necessária a observância do devido processo legal em processo administrativo no âmbito do Tribunal de Contas? R: Súmula vinculante 03: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram‑se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
 O tribunal de contas pode exigir, por si, a quebra de sigilo bancário? 
R: Não. O STF afirmou que toda e qualquer decisão de quebra de sigilo bancário, tem de ser motivada pelo Poder Judiciário ou Poder Legislativo – CPI. A LC 105/2001 – autoriza a mitigação do direito fundamental pelo TCU, porém a quebra de sigilo bancário é uma reserva de jurisdição – só o poder Judiciário pode autorizar. 
 Teoria dos poderes implícitos e as atribuições do tribunal de contas – possibilidade de concessão de medidas cautelares para assegurar o exercício de suas atribuições. 
Poderes implícitos: a outorga de competência expressa a determinado órgão estatal importa em deferimento implícito, a esse mesmo órgão, dos meios necessários a integral realização dos fins que lhe foram atribuídos. A luz do principio da razoabilidade e proporcionalidade. 
STF: TCU de conceder medidas cautelares no exercício de suas atribuições explicitamente fixadas no art. 71 da CF. 
 A cautelaridade nos tribunais de contas
 Teoria da cautelaridade é aplicável à seara do processo administrativo a demora natural da decisão final pode tornar o direito não efetivo, causando prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação. Especificamente no âmbito de atuação dos tribunais de contas, a demora do provimento final pode trazer danos à sociedade,na medida em que os interesses tutelados pelo órgão de controle compreendem o interesse público, na gestão adequada da coisa pública. É nesse contexto que se destacam os provimentos cautelares no processo de controle, pretendendo identificá-los com as medidas estabelecidas pela teoria da cautelaridade no processo civil.
Positivamente, nos termos do art. 44 da Lei Orgânica do TCU, a decretação de medida cautelar tem lugar em qualquer fase do processo administrativo, por impulso oficial ou mediante requerimento do Ministério Público, para determinar o afastamento temporário do responsável quando existir indícios consistentes de que ele venha a prejudicar ou inviabilizar os atos processuais, causar novos danos ao erário ou impedir seu ressarcimento, ou para decretar a indisponibilidade dos bens do responsável, por até um ano, para garantir o ressarcimento dos danos em apuração.
Não há, no âmbito federal, dispositivo legal que autorize a decretação de medida cautelar com base no poder geral de cautela do TCU. Isso não quer dizer, contudo, que tal providência não seja possível, isso porque o Supremo Tribunal Federal reconheceu, com base na teoria dos poderes implícitos, a possibilidade deste órgão de controle, no exercício de suas competências constitucionais, determinar medidas cautelares que não estejam previstas em sua lei orgânica, tais como paralisação de procedimentos licitatórios e concursos públicos, como se vê dos trechos extraídos do acórdão do MS 26.547-7/DF,6 que, fazendo referência ao precedente firmado no Mandado de Segurança n. 24.510-7/DF,7 estabeleceu:
EMENTA: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. PODER GERAL DE CAUTELA. LEGITIMIDADE. DOUTRINA DOS PODERES IMPLÍCITOS. PRECEDENTE (STF). CONSEQUENTE POSSIBILIDADE DE O TRIBUNAL DE CONTAS EXPEDIR PROVIMENTOS CAUTELARES, MESMO SEM AUDIÊNCIA DA PARTE CONTRÁRIA, DESDE QUE MEDIANTE DECISÃO FUNDAMENTADA.
[...]
3. O TCU tem legitimidade para expedição de medidas cautelares, a fim de prevenir a ocorrência de lesão ao erário ou a direito alheio, bem como garantir a efetividade de suas decisões, consoante entendimento firmado pelo STF. [...]
Com efeito, impende reconhecer, desde logo, que assiste, ao Tribunal de Contas, poder geral de cautela. Trata-se de prerrogativa institucional que decorre, por implicitude, das atribuições que a Constituição expressamente outorgou à Corte de Contas. Entendo, por isso mesmo, que o poder cautelar também compõe a esfera de atribuições institucionais do Tribunal de Contas, pois se acha instrumentalmente vocacionado a tornar efetivo o exercício, por essa Alta Corte, das múltiplas e relevantes competências que lhe foram diretamente outorgadas pelo próprio texto da Constituição da República.
Isso significa que a atribuição de poderes explícitos, ao Tribunal de Contas, tais como enunciados no art. 71 da Lei Fundamental da República, supõe que se reconheça, a essa Corte, ainda que por implicitude, a possibilidade de conceder provimentos cautelares vocacionados a conferir real efetividade às suas deliberações finais, permitindo, assim, que se neutralizem situações de lesividade, atual ou iminente, ao erário.
[...]
Na realidade, o exercício do poder de cautela, pelo Tribunal de Contas, destina-se a garantir a própria utilidade da deliberação final a ser por ele tomada, em ordem a impedir que o eventual retardamento na apreciação do mérito da questão suscitada culmine por afetar, comprometer e frustrar o resultado definitivo do exame da controvérsia.
[...]
O Tribunal de Contas da União tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação, determinar suspensão cautelar (artigos 4º e 113, § 1º e 2º da Lei nº 8.666/93), examinar editais de licitação publicados e, nos termos do art. 276 do seu Regimento Interno, possui legitimidade para a expedição de medidas cautelares para prevenir lesão ao erário e garantir a efetividade de suas decisões.
[...]
Não se pode ignorar que os provimentos de natureza cautelar – em especial aqueles qualificados pela nota de urgência – acham-se instrumentalmente vocacionados a conferir efetividade ao julgamento final resultante do processo principal, assegurando-se, desse modo, não obstante em caráter provisório, plena eficácia e utilidade à tutela estatal a ser prestada pelo próprio Tribunal de Contas da União.
[...] (grifo nosso)
A decretação de medidas cautelares pelos tribunais de contas é instituída pelo ordenamento jurídico para garantir a efetividade da ação de controle e/ou prevenir a ocorrência de lesão ao erário ou a direito alheio. Tais medidas podem ser instauradas de ofício ou por provocação, em todos os processos sujeitos a julgamento.
Tais medidas são muito comuns em denúncias e representações prevista no art. 74, § 2°, da Constituição da República, segundo o qual qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para apresentar denúncia ao tribunal de contas sobre atos ilegais sujeitos a sua competência. 
As conclusões encontradas para na denúncia podem ser consideradas para os demais processos de controle.
No exercício do controle social, o denunciante pode imputar a existência de ilegalidade, por exemplo, em licitação, alegando o comprometimento da legalidade, isonomia, competitividade ou vantajosidade. Nesse prisma, o denunciante pode requerer a decretação de medida cautelar para que se paralise a realização do procedimento licitatório até que se decida sobre o mérito da questão suscitada. Independentemente do pedido, pode o Tribunal determinar a suspensão do ato que considerar ilegal.
O primeiro ponto a ser discutido compreende a existência ou não, nos tribunais de contas, de processo cautelar, tal qual formulado pela teoria no processo civil. Considerando a distinção firmada entre processo e medida cautelar, em que o processo é autônomo e a medida é incidental, haveria possibilidade de falar em processo cautelar na esfera de atuação das cortes de contas?
Ainda que no plano prático o mais comum seja a decretação de medidas cautelares incidentais, não se vê nenhum óbice em que seja constituído processo cautelar autônomo, vinculado a futuro processo principal, considerando-se a previsão específica em lei ou a aplicação subsidiária do CPC. Assim, antes da interposição da denúncia imputando ilegal determinado ato/procedimento administrativo e pleiteando sua anulação, pode ser interposto processo cautelar autônomo com pedido de suspensão imediata dos seus efeitos, até que seja interposto o processo principal e decidido o mérito.
Também no processo de controle pode-se descartar a compreensão de que a tutela cautelar serviria à proteção da jurisdição, para desenvolver a moderna ideia de que, também no âmbito dos tribunais de contas, a cautelaridade destina-se à garantia do direito material, que, in casu, refere-se sempre aos interesses públicos.
No plano de discussão doutrinária sobre o processo de controle, destaca-se que não se tem conhecimento acerca da preocupação teórica em diferenciar a medida cautelar genuína — ou, para a doutrina processualista civil, tutela cautelar, que é aquela que objetiva assegurar o direito — das medidas cautelares satisfativas, que são aquelas que satisfazem imediatamente o direito — a exemplo da antecipação de tutela —, realizando-o completamente no plano fático.
Em denúncia, ao paralisar cautelarmente a sequência de procedimento licitatório considerado ilegal, estaria o Tribunal de Contas satisfazendo a pretensão do denunciante, dando-lhe aquilo que ele pretendia obter mediante a decisão final ou assegurando a tutela do direito a ser concedida mediante o provimento final? A tutela, nesse caso, caracterizar-se-ia como cautelar ou como satisfativa?
Não há como negar que no plano prático muitas vezes as medidas cautelares decretadas em processo de controle cumprem mais a função de satisfazer do que propriamente a de assegurar. Nesse sentido, não se vê óbice à decretação de medidas cautelares de cunho satisfativo, ainda que não esteja institucionalizada a antecipação de tutela na esfera do processo de controle.Isso porque as normas do CPC aplicam-se subsidiariamente ao processo nos tribunais de contas. Assim, não havendo disposição específica que vede a concessão de provimento cautelar satisfativo, nada obsta a medida.
Além do mais, a lógica da cautelaridade no processo de controle é a garantia da eficácia e da efetividade da ação de controle, evitando a ocorrência de ofensa aos interesses públicos verificadas no caso concreto. Logo, se para garantir tais interesses houver necessidade de satisfazer o direito, não se vislumbram razões para vedar a concessão de medida cautelar satisfativa.
Do mesmo modo, transplantam-se da teoria da cautelaridade do processo civil para o processo de controle os pressupostos desenvolvidos por Ovídio Batista (2009, p. 81-102). 
A medida cautelar decretada pelas cortes de contas se dá em cognição sumária, pois se fundamenta no juízo de probabilidade ou verossimilhança, nos termos da verificação do fumus boni iuris. Contrapondo-se à cognição exauriente que será desenvolvida até o final do curso do processo e que não se compatibiliza com a urgência, a cognição sumária permite ao julgador determinar a suspensão do ato impugnado, com base em elementos superficiais, ao detectar a aparência de verdade e a probabilidade de que o direito vindicado seja devido.
Além do fumus boni iuris, deve estar presente o periculum in mora, ou, como prefere Silva (2009, p. 86), deve estar caracterizada uma situação de dano irreparável iminente ao direito provável a ser protegido pela tutela cautelar. No âmbito do processo de controle significa dizer que a ilegalidade examinada pelo Tribunal de Contas para ensejar a decretação de uma medida cautelar deve ser capaz de provocar dano irreparável ou de difícil reparação. Esse dano deve ser iminente, a exemplo de um edital de licitação que contém uma cláusula direcionada a permitir a participação de apenas uma empresa no certame, ofendendo a competitividade. Nesse caso, diante da iminente abertura e julgamento das propostas, se a medida cautelar não for decretada, o provimento de mérito, ao final, poderá não ser capaz de conter o dano, diante do possível exaurimento da execução do contrato.
A particularidade que reside na análise do fumus boni iuris e do periculum in mora no processo de controle é que ambos devem se referir aos interesses públicos, não sendo relevante, isoladamente, a consideração da ofensa ao direito e do prejuízo na esfera privada. 
A medida cautelar decretada no processo de controle também se reveste da característica da temporariedade, pois deve ter a mesma duração da situação de perigo a que se encontrava exposto o direito.
Pode-se imaginar, no exemplo desenvolvido, que aquela cláusula editalícia que fundamentara a concessão da medida cautelar seja expurgada do edital pelo próprio ente licitante, no exercício da autotutela. Nesse caso, restaria corrigida a ilegalidade ensejadora da suspensão do certame e seria possível o levantamento da ordem de paralisação, com a continuidade dos trabalhos. Na mesma vertente, poderia ser mantida a medida cautelar até o provimento final, quando, com base nas provas produzidas ao longo da instrução, o julgador entendesse inexistente a ilegalidade antes alegada, determinando a liberação do procedimento licitatório.
A situação cautelanda a ensejar a decretação da medida cautelar no âmbito do processo de controle é aquela capaz de ser identificada como ofensiva à legalidade em sentido amplo no âmbito da competência dos tribunais de contas.
Por todas as razões expostas, pode-se concluir que a teoria da cautelaridade serve para dar suporte teórico às medidas cautelares no âmbito dos tribunais de contas, impondo-se, contudo, que sejam trabalhadas teoricamente as particularidades do processo de controle. 
Situação jurídica acobertada pela autoridade coisa julgada pode ser desconstituída por decisão ou ato do tribunal de contas?
R: Não. O STF entende que para atacar a coisa julgada é somente por meio de ação rescisória. 
Mesmo que a matéria acobertada pela autoridade da coisa julgada esteja em discordância com entendimento do próprio STF, não tem o tribunal de contas competência para altera-lhe o sentido, seja suprimindo, como para conceder vantagens, com base nos princípios da segurança jurídica, boa-fé objetiva e proteção da confiança. 
Decisão do tribunal de contas com eficácia de titulo executivo. 
Art. 71, § 3º. As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. Devendo a ação se proposta pelo ente público beneficiário da condenação. 
O presente dispositivo, não indica a legitimidade para a ação que vise a respectiva para a ação que vise a respectiva cobrança. STF – não admite o tribunal de contas possa executar as suas próprias decisões – 1º porque não é pessoa jurídica; e porque integrando pessoa federativa (União, Estados) – é a esta que cabe a competência de ajuizamento das ações que visem a cobrança de valores devidos aos Poderes Públicos, mesmo que o recurso cobrado sejam alocados para determinado órgão nos termos da lei. O MP tem legitimidade extraordinária para promover a execução com base no aludido titulo – art. 129, III, CF. 
 Ao decidir, cabe ao Tribunal de Contas manter o sigilo quanto ao objeto e a autoria da denuncia?
R: Não. 
O tribunal de Contas tem competência para investigar independente de provocação, podendo agir, de oficio. Contudo o art. 74,§ 2º da CF, estabelece parte legitima para na formar da lei denunciar irregularidade ou ilegalidades perante o TCU:
a. Qualquer cidadão; b. Partido Político; c. Associação; d. Sindicato. 
Art. 74, § 2º. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
O manifestante terá assegurado sigilo em relação aos seus dados pessoais e receberá da Ouvidoria o número de registro para acompanhamento  de sua manifestação, bem como informações quanto a ações adotadas.
A lei 8443/92 – Lei orgânica do Tribunal de Contas da União - em seu art. 55, caput e § 1º, previa a possibilidade de o TCU manter ou não sigilo quanto ao objeto e autoria da Denuncia. Porém esse artigo foi considerado inconstitucional incidentalmente – e o senado Suspendeu a execução da expressão “...manter ou não o sigilo quanto ao objeto e a autoria da denuncia...”. 
Com isso as investigações pelo TCU poderão ser de oficio ou por denuncia devendo, ao final do procedimento, ser revelado o seu objeto e a sua autoria. 
Ministros do Tribunal de contas. 
Requisitos: 
	Ser Brasileiro – Nato ou naturalizado; 
	Idade: Mais de 35 anos e menos de 65 anos. 
	Idoneidade moral e reputação ilibada. 
	Notório conhecimento: Jurídico; Contábeis; Econômico; Financeiro ou de Administração Pública.
	Mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados. 
Escolha: 
	3 – 1/3 dos 9, pelo Presidente da República, com aprovação do Senado federal (quorum Simples - art. 47 da CF. 01 Livre escolha; 01 auditor, e 01 Membros do ministério Público Junto ao Tribunal de Contas – Lista Tríplice. Presidente tem discricionariedade para escolher. 
	06 (2/3 dos 9) Pelo Congresso Nacional – art. 73,§ 2º, I E II. 
Obs. Apenas para o TCE – S. 653/STF. 
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o Território Nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no artigo 96.
§ 1º. Os ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentosmencionados no inciso anterior.
§ 2º. Os ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
II – dois terços pelo Congresso Nacional.
 Serão nomeados pelo Presidente da República – art. 84, XV – regras de escolha, prescritas no art. 73. 
Garantias Mesmas, garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens do Ministros do STJ, aplicando regras de aposentadoria, pensão – art. 40. 
 Distinção entre a atuação do TCU e da CGU: Inexistência de invasão de atribuições. Auxilio no controle externo (TCU) X controle interno (CGU) perfeita convivência. 
CGU – Corregedoria Geral da União foi criada por meio de medida provisória de 2001. Porém 2010, foi convertida para a Lei 10. 683/2003 – denominada de Controladoria Geral da União – CGU, que compete desempenhar suas atribuições, quanto a assuntos e providencias, no âmbito do poder Executivo:
Defesa do patrimônio Público ao controle interno; auditoria pública; correição; prevenção e ao combate a corrupção; atividades de ouvidoria e ao incremento da transparência da gestão no âmbito da administração pública federal. 
TCU – é órgão auxiliar do Congresso Nacional na realização do controle externo, a CGU é órgão auxiliar do Executivo federal, no controle interno. 
STF – entendeu a possível convivência do controle externo e do controle interno de cada poder. 
Tribunais de contas – Estrutura, composição...
O Tribunal de Contas da União (TCU) é um tribunal administrativo. Conhecido também como Corte de Contas, o TCU é órgão colegiado. Compõe-se de nove ministros. Suas deliberações são tomadas, em regra, pelo Plenário – instância máxima – ou, nas hipóteses cabíveis, por uma das duas Câmaras.
Nas sessões do Plenário e das Câmaras é obrigatória a presença de representante do Ministério Público junto ao Tribunal. Trata-se de órgão autônomo e independente cuja missão principal é a de promover a defesa da ordem jurídica. Compõe-se do procurador-geral, três subprocuradores-gerais e quatro procuradores, nomeados pelo presidente da República, entre concursados com título de bacharel em Direito.
Para desempenho da missão institucional, o Tribunal dispõe de uma Secretaria, que tem a finalidade de prestar o apoio técnico necessário para o exercício de suas competências constitucionais e legais. Essa Secretaria é composta de várias unidades, entre as quais, a Secretaria-Geral das Sessões, a Secretaria-Geral de Administração e a Secretaria-Geral de Controle Externo. A gerência da área técnico-executiva do controle externo está entregue à Secretaria-Geral de Controle Externo (Segecex), à qual estão subordinadas as unidades técnico-executivas sediadas em Brasília e nos 26 Estados da federação. A estas últimas cabe, entre outras atividades, fiscalizar a aplicação de recursos federais repassados para estados e municípios, geralmente mediante convênio ou outro instrumento congênere.
As funções básicas do Tribunal de Contas da União podem ser agrupadas da seguinte forma: fiscalizadora, consultiva, informativa, judicante, sancionadora, corretiva, normativa e de ouvidoria. Algumas de suas atuações assumem ainda o caráter educativo.
A função fiscalizadora compreende a realização de auditorias e inspeções, por iniciativa própria, por solicitação do Congresso Nacional ou para apuração de denúncias, em órgãos e entidades federais, em programas de governo, bem como a apreciação da legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas, pensões e admissão de pessoal no serviço público federal e a fiscalização de renúncias de receitas e de atos e contratos administrativos em geral.
A fiscalização é a forma de atuação pela qual são alocados recursos humanos e materiais com o objetivo de avaliar a gestão dos recursos públicos. Esse processo consiste, basicamente, em capturar dados e informações, analisar, produzir um diagnóstico e formar um juízo de valor.
Podem ser feitas por iniciativa própria ou em decorrência de solicitação do Congresso Nacional. Há cinco instrumentos por meio dos quais se realiza a fiscalização:
a) levantamento: instrumento utilizado para conhecer a organização e funcionamento de órgão ou entidade pública, de sistema, programa, projeto ou atividade governamental, identificar objetos e instrumentos de fiscalização e avaliar a viabilidade da sua realização;
b) auditoria: por meio desse instrumento verifica-se in loco a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão, quanto aos aspectos contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial, assim como o desempenho operacional e os resultados alcançados de órgãos, entidades, programas e projetos governamentais;
c) inspeção: serve para a obtenção de informações não disponíveis no Tribunal, ou para esclarecer dúvidas; também é utilizada para apurar fatos trazidos ao conhecimento do Tribunal por meio de denúncias ou representações;
d) acompanhamento: destina-se a monitorar e a avaliar a gestão de órgão, entidade ou programa governamental por período de tempo predeterminado;
e) monitoramento: é utilizado para aferir o cumprimento das deliberações do Tribunal e dos resultados delas advindos.
A função consultiva é exercida mediante a elaboração de pareceres prévios e individualizados, de caráter essencialmente técnico, acerca das contas prestadas, anualmente, pelos chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e pelo chefe do Ministério Público da União, a fim de subsidiar o julgamento a cargo do Congresso Nacional. Inclui também o exame, sempre em tese, de consultas realizadas por autoridades legitimadas para formulá-las, a respeito de dúvidas na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes às matérias de competência do Tribunal.
A função informativa é exercida quando da prestação de informações solicitadas pelo Congresso Nacional, pelas suas Casas ou por qualquer das respectivas Comissões, a respeito da fiscalização exercida pelo Tribunal ou acerca dos resultados de inspeções e auditorias realizadas pelo TCU. Compreende ainda representação ao poder competente a respeito de irregularidades ou abusos apurados, assim como o encaminhamento ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, de relatório das atividades do Tribunal.
Os responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos federais têm de submeter suas contas a julgamento pelo TCU anualmente, sob a forma de tomada ou prestação de contas.
Assim, a função judicante ocorre quando o TCU julga as contas dos administradores públicos e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluindo as fundações e as sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal, bem como as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário.
As prestações de contas, as fiscalizações e demais assuntos submetidos à deliberação do Tribunal organizam-se em processos. Cabe a cada ministro ou auditor do Tribunal, atuando como ministro-substituto, a missão de relatar esses processos, apresentar voto e submeter aos pares proposta de acórdão, após análise e instrução preliminar realizada pelos órgãos técnicos da Secretaria do Tribunal.
A função sancionadora manifesta-se na aplicação aos responsáveis das sanções previstas na Lei Orgânica do Tribunal (Lei nº 8.443/92), em caso de ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas.
Ao constatar ilegalidade ou irregularidade em ato de gestão de qualquer órgão ou entidade pública, o TCU fixa prazo para cumprimento da lei. No caso de ato administrativo, quando não atendido, o Tribunal determina a sustação do ato impugnado. Nesses casos, TCU exerce função corretiva.
A função normativa decorre do poder regulamentar conferido ao Tribunal pela sua Lei Orgânica, que faculta a expedição de instruções e atos normativos,