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A Questão Social no Brasil

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................1
2- SÉCULO XIX SURGE UMA NOVA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA, ECONÔMICA E PRICIPALMENTE SOCIAL..........................................................................................2
2.1.1 SÉCULO XX BERÇO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL..............................3
2.1.2 AS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NA ATUALIDADE E A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE QUANTO AO SEU ENFRENTAMENTO........................................4
2.1.3 AS FORMAS DE ESXPRESSÕES DOS POPULARES PERANTE AS EXPRESSÕES SOCIAIS ATUAIS...............................................................................5
3-CONCLUSÃO.........................................................................................................6
4-REFERÊNCIAS.......................................................................................................7
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INTRODUÇÃO
Para entendermos a raiz da questão social no Brasil é nescessario voltar um pouco no tempo e entendermos como eram as sociedades do século XIX e XX, qual o cenário economico do período e como eram as relações sociais. Faz-se necessário entender também as transformações que ocorreram apartir de 1930 e os caminhos que levam ao surgimento do serviço social. 
Para tal compreenção o presente trabalho argumenta sobre a colocação da questão social, tanto no pricipio da profissão quanto agora e como suas expressões são colocadas para o assistente social atual. 
Essa análise estende-se também à compreenção da participação da população para o enfrentamento da questão da atualidade, como ocorre essa participação, a população tem retorno quando participa?
Tudo isso é devidadamente pautado para um melhor entendimento da questão social, do surgimento da nossa futura profissão e de como o individuo se coloca perante as expressões da questão social.
 (entende-se por questão social um amplo espectro de problemas sociais que decorreram do acirramento das contradições entre capital e trabalho devido à expansão do capital).
2-SÉCULO XIX: SURGE UMA NOVA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA, ECONÔMICA E PRICIPALMENTE SOCIAL.
 
A segunda metade do século XIX é marcada por significativas mudanças no campo político, econômico e social, um novo modelo capitalista baseado nas relações entre operários e proprietários de fábricas passa a surgir. Na Europa já existiam um enorme contingentes de fábricas bem como uma enorme massa de camponeses que migravam para os grandes centros em busca de trabalho. Fazendo as cidades crescerem de forma desordenada. Nesse cenário começa a surgir problemas sociais advindos das condições precárias de moradia, saneamento, saúde a qual viviam os operários. 
No Brasil o impacto do crescimento fabril não trouxe consequências diferentes do quadro Europeu.
Ao fazermos a leitura de fragmentos retirados do texto (Literatura Infantil 1880-1910) a seguir, vemos as transformações desse século (XIX) e suas consequências aqui no Brasil.
Foi nesse período que se mudou a forma de governo, foi feita a Constituição, se iniciou a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado e as fazendas de café e outras lavouras brasileiras modernizaram-se. As cidades cresceram e nelas as primeiras indústrias se instalaram.
Para se ter ideias dessas mudanças sabemos que entre 1850 e 1860 ocorreu o que podemos chamar de surto industrial no Brasil, pois foram inauguradas no Brasil 70 fábricas que produziam chapéus, sabão, tecidos de algodão e cerveja, artigos que até então vinham do exterior. Além disso, foram fundados 14 bancos, três caixas econômicas 20 companhias de navegação a vapor, 23 companhias de seguro, oito estradas de ferro. Criaram-se, ainda, empresas de mineração, transporte urbano, gás, etc.
Este processo de industrialização proporcionou, através dos anos, que províncias como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais se tornassem polos de atração para que os colonos que, espremidos pelo latifúndio, se deslocassem para a cidade à procura de uma vida melhor, mais confortável financeiramente. (www.unicamp.br/ contexto histórico século XIX).
Só que as condições de trabalho não eram das melhores, a jornada de diária podia chegar a 16 horas e a mão-de-obra infantil e feminina era usada de maneira indiscriminada, não havendo nenhuma regulamentação salarial. Esse contexto deu origens às primeiras grandes greves. Lutavam por melhores condições, pois viviam de maneiras precárias devido às baixas remunerações. Aumenta-se a desigualdade.
O contraste entre as classes dos grandes centros eram gritantes, o termo Questão Social vem a ser utilizado a partir desse século para definir as manifestações de miséria e pobreza advindas da exploração nas sociedades capitalistas. 
Por exemplo, o Rio de Janeiro, era uma cidade heterogênea, com mansões e palacetes ao lado de bairros miseráveis. Na Rua do Ouvidor podiam-se encontrar as últimas novidades de Paris, mas a febre amarela e a varíola periodicamente dizimavam a população pobre. Uma aristocracia culta e exigente povoava os salões e os espetáculos de ópera, enquanto o desemprego empurrava milhares de pessoas para uma vida incerta de pequenos trabalhos avulsos, quando não para o baixo meretrício e a malandragem. Nos palacetes de Laranjeiras falava-se francês nas noites de gala, enquanto não longe dali, nos cortiços, a fome e a miséria faziam estragos na população. (www.unicamp.br/ contexto histórico século XIX).
Nesse período não existia um sistema de proteção social para assistir a classe economicamente desfavorecida, havia muita filantropia (Filantropia é a atitude de ajudar ao próximo, seja ela através de donativos, como roupas, comida, dinheiro.), pouco Estado e não existiam as políticas sociais conforme são entendidas hoje.
2.1- SÉCULOS XX BERÇO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL.
A partir do início do século XX a organização social se mantinha a mesma o setor fabril em pleno crescimento e a classe operária na miséria, mas enfrentamento da questão social a partir desse século passa por um processo evolutivo. Primeiramente era vista como caso de polícia, onde se acreditava que cada cidadão era responsável pelas condições a qual viviam, a pobreza era vista como incapacidade individual de enquadrar-se no meio ao qual vivia.
Quando esta se insinuava como questão para o Estado, era de imediato enquadrado como “caso de polícia” e tratada no interior de seus aparelhos repressivos. Os problemas sociais eram mascarados e ocultados, sob forma, de fatos esporádicos e excepcionais. A pobreza era tratada com disfunção pessoal dos individuos (p.41. Spozati 2007).
Após ela tornou-se ocupação da igreja, com o movimento da ação católica Brasileira. A assistencia passa a ser encarado do ponto de vista moral de ajuda aos necessitados, o trabalho de benesse era exercido por pessoas privilegiadas e de boa vontade, com oportunidade do exercício prático da caridade, atendendo as piores situações da pobreza. Dessa forma, podemos creditar a igreja Católica como contribuinte do inicio do serviço social no Brasil. 
As primeiras iniciativas de organização da profissão vinculam-se ao protagonismo de grupos sociais predominantes femininos, participantes do movimento católico leigo e responsáveis pela ação social da Igreja Católica junto aos segmentos mais vulnerabilizados e empobrecidos da classe operária, especialmente crianças e mulheres. (P.10. MOACIR SEGUNDO).
A base principal de recrutamento se dá entre as mulheres dos setores burgueses – classe dominante. Tal marca se perpetuam na configuração histórica das chamadas “profissões femininas”, ligadas às ações de ajudar, cuidar. (P.11 MOACIR SEGUNDO).
 A partir de 1930 o estado assume responsabilidade pelo enfrentamento da questão social, diante das crescentes greves trabalhistasonde os trabalhadores reivindicavam melhores salários.
Poucas semanas depois de assumir o poder, em 26 de novembro de 1930, Getúlio Vargas cria o Ministério do Trabalho Indústria e Comércio. Em março de 1931, é promulgada a primeira lei sindical brasileira, o Decreto nº 19.770. Seu objetivo era tornar as organizações sindicais de empresários e de trabalhadores órgãos de colaboração do Estado. As regulamentações buscavam disciplinar, reconhecer e, ao mesmo tempo, controlar as reivindicações trabalhistas. (p.30 ipea.gov Ano 10 . Edição 76 - 25/02/2013)
Os processos de institucionalização do Serviço Social, como profissão, estão relacionados com os efeitos políticos, sociais e populistas do governo de Vargas. A implantação dos órgãos centrais e regionais da previdência social e a reorganização dos serviços de saúde, educação, habitação e assistência ampliaram de modo significativo o mercado de trabalho para os profissionais da área social. O Serviço Social, como profissão e como ensino especializado, beneficiou-se com esses elementos históricos conjunturais. Ao mesmo tempo em que se ampliava o mercado de trabalho, criavam-se as condições para uma expansão rápida das escolas de Serviço Social.
Em 1988 com criação da Constituição Federal e em 1993 com as LOAS (Leis Organicas da Assistencia Social) a assistencia social tornou-se uma política de responsabilidade do estado.
(...) da comprenção da questão social como um direito de cidadania, e não de caridade ou assistencialismo clietenlista (FAGNANI 2006, p.2). A constituição tornou-se uma ferramenta para a seguridade dos direitos dos cidadãos garantindo os serviços de cunho social a quem necessitar. 
2.3- AS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NA ATUALIDADE E A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE QUANTO AO SEU ENFRENTAMENTO. 
O cenário social da atualidade é porque não dizer caótico, as expressões da questão social advindas do modelo capitalista ainda perduram, o cenário da indústrialização do passado que ocasionou o surgimento de uma classe miserável, liga-se ao cenário de desigualdade atual, pois apesar de o Estado criar inúmeros órgãos e projetos para garantir os serviços obrigatórios a população, esses projetos se demonstram insuficientes e por vezes tem caratér imediatistas ou pontuais. Alguns deles de transferencia direta de renda consistem em depositar um insignificante valor em dinheiro para prover o sustento de uma família carente de moradia, saúde, educação. 
As expressões se tornam cada vez mais contundentes quando o assunto é igualdade, pois vivemos em uma sociedade desigual, estamos presos condições de vidas limitadas pelo capital, onde o cidadão tem seu valor pelo seu salário, “você é o que você ganha”, em quem só se tem direito a laser, saúde de qualidade, educação e moradia dignas se o seu salário lhe permitir. A questão social na atual sociedade brasileira não só se apresenta como desigualdades econômicas e seus reflexos, mais atenta quando a liberdade de escolha, onde a exclusão não só é economica mais também baseadas em preconceitos.
No Brasil, ao contrário de muitos países, as políticas sociais não só reproduzem as desigualdades como aumentam a subalternidades dos desamparados. Isso é que é mais cruel e ditatorial, na essência da palavra. (p.16)
Como as desigualdades sociais acentuam-se e se tornam radicais, a pobreza tornou-se algo muito natural, fruto da acentuação da globalização e do modelo capitalista, ou seja, de fatores externos, como se não bastassem os internos, esses que adquirimos no decorrer do tempo. (p. 25).
Novas expressões vão surgindo em consequencia de uma nova ordem econômica de mercado globalizado criando novos setores trabalhistas, novas tecnologias, economias globais onde a população tem sua qualidade de vida baseada no desenvolvimento do país. 
Hoje há uma banalização da vida que se justifica na grande e crescente violência presente em cada extremo da sociedade, violência essa oriunda da marginalização do menor, do favelado, do usuário de drogas, do reeincidente. Todas essas vindas da ineficiencia do sistema em lidar com essas expressões da questão social, tão presentes no seio da nossa sociedade e cotidianamente comuns. Existe também a política do consumo que traz a exclusão, pois o “ter determina o ser”. As grandes metropolis urbanas são cenários expressivos de manifestações da pobreza, podemos observar a dura realidade desses espaços no seu cotidiano.
A assistencia social atual volta-se a seguridade dos serviços de atenção às famílias e aos segurados através dos orgãos governamentais, para que o assistente seja um profissional que intervenha em casos os quais tenham pessoas em situações vuneráveis, voltado ao auxílio para que os direitos cheguem ao cidadão como direitos verdadeiros e obrigatórios e não mais como ato de caridade ou benevolência. O assistente Social tem o papel de fazer com que cada usuário tenha acesso aos serviços de assistencia.
2.1.4- AS FORMAS DE ESXPRESSÕES DOS POPULARES PERANTE AS EXPRESSÕES SOCIAIS ATUAIS.
Assim como os trabalhadores do século XIX e XX conseguiram através de greves e lutas conquistar aos poucos seus direitos é através de lutas que todas as classes atuais defendem suas causas.
Atualmente temos uma ferramenta muito poderosa de mobilização, a internet, através da qual podemos disseminar ideais e fazer mobilizações contra injustiças e reivindicar nossos direito, como exemplo, recentemente vimos às manifestações por todo o Brasil jovens saíram às ruas por melhorias dos transportes, da saúde, melhores condições de trabalho, uma educação de qualidade enfim, reivindicando uma sociedade melhor. 
 
3-CONCLUSÃO
Os séculos XIX e XX são marcados pela industrialização e mudanças nas relações sociais, bem como um novo meio de vida e produção, as capitais brasileiras que demonstram um ritmo de crescente industrialização também apresentam contrastes significativos entre a pobreza operária e a prosperidade do patrão, dando origem a inúmeros problemas sociais marcando o surgimento da questão social.
Os primeiros enfrentamentos eminentes dessa questão tiveram o protagonismo da igreja católica com a ação católica movida pela benesse e a caridade. Recrutando jovens moças para o trabalho social.
Após muitas lutas trabalhistas e poucos avanços na área social. Somente a partir de 1930 que a questão social começou a ser vista como um problema real que precisaria ser enfrentado pelo governo. Porem essa assistência não era abrangente e tinha ainda um caráter muito caritativo.
A partir da constituição de 1988 e posteriormente a LOAS de 1993 que se tem uma evolução nos traços da assistência, pois, a mesma passa a ser entendida como um direito verdadeiro do cidadão independente de ser contribuinte ou não.
Vale ressaltar que todo o direito que nos cabe hoje em dia deu-se através de reinvindicações populares, manifestações e greves ao longo da história.
A atualidade exige um profissional da área da assistência cada vez mais preparado, para cuidar do social atendendo aos interesses da população pois, a questão social se faz presente como fruto da desigualdade que perdura os séculos anteriores, oriundas de oportunidades desiguais, gerando ainda cenários de pobreza vindos da má distribuição de renda, bem como políticas públicas ineficientes.
Culminando na insatisfação pública nos obrigando a sair às ruas em busca dos nossos direitos.
4-REFERÊNCIAS
 SOCIOLOGIA, BARBOSA, Sergio Goes, Sociologia: Serviço Social/ São Paulo/PEARSON PRATICE HALL, 2009.
BLOGS.AL.CE.GOV.BR, Prof.ª. Socorro Osterne, Questão Social e Políticas Públicas no Brasil: Breves notas para reflexão, disponível em http://blogs.al.ce.gov.br/unipace/files/2011/12/07-Questao-social-e-politicas-publicas-no-Brasil. Acesso em 29 out.2013.
EDUCAÇÃO E SOLUÇÕES WEB OSVALDO MORAES, Osvaldo Morais, Questão Social no Brasil, 2007, disponível em http://www.osvaldomorais.com/index.php/Artigos/osvaldo-morais-a-questao-social-no-brasil.html acesso em 29 out.2013.
LITERATURAINFANTIL (1880-1910), turma do curso de Letras da Universidade Estadual de Campinas ano 2001, Literatura Infantil (1880-1910) contexto histórico século XIX, disponível em:
http://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/LiteraturaInfantil/conthist.htm. Acesso em 29 out. 2013
SIGNIFICADOS.COM.BR, empresa 7Graus, Significado de Filantropia , 2011, disponível em http://www.significados.com.br/filantropia/ acesso em 29 out.2013.
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIÇO SOCIAL 1° semestre
APOLIANA CRUZ ALVES
XXXXX
A QUESTÃO SOCIAL
CAPANEMA-PA
2013
aluno
A QUEsTÃO SOCIAL
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social produção textual individual relativa ao 1° semestre, para a disciplina Sociologia, Fundamentos Históricos Teóricos e Metodológicos, Ciência Política e Filosofia dos respectivos prof°:Sergio Goes, Marcia Basto,Giane Albiazzetti, e Roseane Malvezzi.
 Da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR
CAPANEMA-PA 
2013

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