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ESCATOLOGIA MATERIAL DIDÁTICO – INTRODUÇÕES 1 APRESENTAÇÃO DO CURSO O material aqui presente tem como objetivo introduzir a aprendizagem dos discentes, anexando conteúdos livres no material, para enriquecimento dos mesmos. Faça-se menção aos autores dos conteúdos. Trata-se apenas de uma junção de textos interessantes e disponíveis para estudo online, que caracterizam a liberdade dos Cursos Livres. Dessa forma, esta apostila somente poderá ser utilizada pelos alunos da Faculdade Teológica Nacional, disponibilizada gratuitamente aos alunos da mesma. Segue abaixo a Grade Curricular e Carga Horária do Curso de Escatologia Livre: FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL GRADE CURRICULAR CARGA HORÁRIA 1 INTRODUÇÃO À ESCATOLOGIA I 40 2 INTRODUÇÃO À ESCATOLOGIA II 40 3 FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA ESCATOLOGIA I 40 4 FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA ESCATOLOGIA II 40 5 CONCEITOS ESCATOLÓGICOS 40 6 ESCATOLOGIA EM ISAÍAS 40 7 ESCATOLOGIA EM DANIEL 40 8 ESCATOLOGIA EM APOCALÍPSE I 40 9 ESCATOLOGIA EM APOCALÍPSE II 40 10 ESCATOLOGIA EM APOCALÍPSE III 40 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................ 3 DEFINIÇÕES EM ESCATOLOGIA..................................................................................................................................... 4 A SEGUNDA VINDA DE CRISTO ..................................................................................................................................... 6 A TRIBULAÇÃO .............................................................................................................................................................. 9 O MILÊNIO .................................................................................................................................................................. 11 AS RESSUREIÇÕES ....................................................................................................................................................... 13 O ALVO DA REVELAÇÃO DIVINA ................................................................................................................................. 15 TIPOS DE ESCATOLOGIA.............................................................................................................................................. 17 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA..................................................................................................... 20 3 INTRODUÇÃO Estamos no limiar do terceiro milênio. Nestes dias que antecedem os últimos momentos deste sistema dos reinos do mundo, muitas doutrinas e filosofias têm surgido e o esoterismo, misturado com os ensinamentos profusos da chamada Nova Era, tendem a confundir os mais desavisados e os desconhecedores da Bíblia. É de suma importância que tenhamos um conhecimento mais aprofundado do que a Bíblia ensina a respeito dos acontecimentos mundiais mais importantes, e daquilo que está à nossa espera em breves dias futuros. Inúmeras pessoas se filiam, a cada dia, às diversas igrejas espalhadas em todo mundo. Entretanto, sabemos, também, que um número razoável dessas pessoas se afastam em razão de interpretações errôneas e falsas das Escrituras Sagradas. Nessas oportunidades, surgem as seitas e religiões fanáticas (Exs. Jim Jones, na Guiana Inglesa e o líder espiritual David Koresh, de uma seita em Waco - Texas, EUA), marcando datas da volta de Jesus, do fim do mundo e outras heresias. Para essa finalidade, o estudo sério e bíblico da Escatologia, é essencial para dirimir dúvidas e esclarecer muitas questões relacionadas com os eventos presentes e futuros e trazer uma compreensão de importantes temas bíblicos. FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 4 CAPÍTULO 1 DEFINIÇÕES EM ESCATOLOGIA “ENTRETANTO, o Espírito Santo nos diz claramente que nos últimos tempos alguns na igreja se desviarão de Cristo e se tornarão seguidores de mestre com ideias de inspiração diabólica” ITm. 4.1. Alguns falsos ensinadores têm introduzido no meio do povo de Deus ensinos deturpantes sobre as coisas que ainda hão de acontecer. Ë de se lamentar que essas heresias têm desviado muitos cristão que por sua vez perdem o gosto pelo verdadeiro ensino, contido nas Sagradas Escrituras, concernente ao futuro. O estudo da Escatologia requer muita atenção e cuidado para não entrar na classe dos falsos mestres que Paulo enfatizou que, nos últimos tempos surgiriam. Não é difícil o estudo sobre Escatologia, desde que o estudante dedicado busque a orientação de Deus que por sua vez iluminará a mente do seu discípulo. Uma coisa é certa: o Espírito Santo é o único e verdadeiro intérprete que merece toda a nossa confiança, no que tange a todo o conteúdo plausível da Bíblia Sagrada, o Livro de Deus. I – DEFININDO O TERMO ESCATOLOGIA. O termo escatologia deriva de duas palavras gregas: escathos e logos, que se traduzem por “últimas coisas” e “estudo” ou “tratado”. É o estudo ou doutrina das últimas coisas. É chamada bíblica, no nosso caso, porque ela pode ser extrabíblica. No estudo da escatologia bíblica, é de caráter fundamental, Ter o cuidado em não apresentar falsas interpretações, evitando, com isso, questionamento e especulações. Deus nos adverte dizendo que devemos “manejar bem a Palavra da verdade.”(II Tm.2.15). “Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará”.(Hc.2.3). II – ENTENDENDO O CAMPO DA ESCATOLOGIA BÍBLICA. Littera scripta manet – “a palavra escrita permanece”, disse Horácio na Roma Antiga a mais de 2.000 anos atrás. O que caracteriza o vislumbre do cumprimento das profecia no palco da escatologia, é a maneira de como Deus trabalha para mostrar a sua vontade, revelada na palavra escrita. Este trabalho consiste em ampliar a revelação divina, nos dando a entender que a palavra FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 5 escrita continua em pé, revigorada pela forte atuação e inspiração do Espírito Santo de Deus. A ordem que o profeta Jeremias recebeu do Senhor foi esta: “escreve num livro todas as palavras que eu te disse”, Jr. 30.2. Não podemos duvidar nem admitir falha na palavra de Deus. Ela é inspirada pelo Espírito Santo; 2Tm. 3.16. A inerrância das escrituras tem sua base na infabilidade da Palavra do Senhor. Com isso podemos ir mais além do que Horácio afirmou. “a palavra escrita ‘não’ apenas permanece – ela floresce como trepadeira nas fronteiras do nosso entendimento”. Ela alcança o mais profundo dos recônditos da nossa alma. Para entender o campo da escatologia, precisamos saber de 3 (três) verdades básicas. FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 6 CAPÍTULO 2 A SEGUNDA VINDA DE CRISTO A) Sua Realidade: Já no tempo dos apóstolos a segunda vinda de Cristo era negada (IIPe.3:4), e ainda hoje encontramos pessoas que negam a realidade desta doutrina. Por isso é necessário demonstrar, pelas Escrituras, a sua realidade. Ela é estabelecida por vários testemunhos bíblicos: 1) Pelo Testemunho dos Profetas (Zc.14:3-5; Ml.3:1; Ez.21:26,27). 2) Pelo Testemunho de João Batista (Lc.3:3-6) 3) Pelo Testemunho de Cristo (Jo.14:2,3).4) Pelo Testemunho dos Anjos (At.1:11). 5) Pelo Testemunho dos Apóstolos (Mc.13:26; Lc.21:27; IJo.3:1-3; Tg.5:7; IPe.1:7,13; ITs.4:13-18; Hb.9:27). FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 7 B) A Natureza da Segunda Vinda: 1) Não é Espiritual: a) Como a vinda do Espirito Santo no Pentecostes. b) Como na conversão do pecador. c) Como na conversão do mundo, pela expansão do cristianismo (Lc.18:8; IITs.2:13-12; ITm.4:1; Lc.17:26-30). 2) É Literal: a) Pessoal e Corporal: A parousia indica presença pessoal (At.1:11; ITs.4:14-17). A palavra parousia é usada nas seguintes passagens: (Mt.24:3,27,37,39; ICo.1:8;15:23; ITs.2:19; ITs.3:13;4:15;5:23; IITs.2:1; Tg.5:7; IIPe.1:16;3:4,12; IJo.2:28; e nas seguintes passagens referindo-se a homens: (ICo.16:17; Fp.2:12; IICo.10:10) b) Visível: A apokalupsis indica a visibilidade da vinda do Senhor (Ap.1:7,9-11; Mt.24:26,27,30; Lc.21:27; Tt.2:13; IJo.3:2,3; Is.52:8; Os.5:15). O termo apokalupsis é usado nas seguintes passagens: (Rm.8:19; IITs.1:7; IPe.1:7,13;4:13) Obs.: O termo epiphaneia (aparição, manifestação) é usado tanto para o primeiro advento (IITm.1:10), como para o segundo (IITs.2:8; ITm.6:14; IITm.4:1,8; Tt.2:13). 3) É Súbita (Ap.22:7,12,20; Mt.24:27). 4) É Iminente, do ponto de vista profético (Tt.2:13; Hb.9:28; ITs.1:9,10; Rm.13:11). 5) É Próxima, do ponto de vista histórico (Lc.21:28; Mt.16:3;24:33;24:3). 6) Em duas Fases (Sf.2:3). a) A primeira fase: O arrebatamento da igreja, nos ares (ITs.4:16,17; Jo.14:3); a parousia.. b) A segunda fase: A revelação ao mundo, na terra (IITs.1:7-9;2:7,8; Cl.3:4; Ap.1:7; Jl.3:11; ITs.3:11; Zc.14:4,5; Jd.14). 7) Analogias: Há na Bíblia algumas analogias interessantes a estes dois aspectos da segunda vinda. a) Davi: A volta de Davi da outra banda do Jordão depois de Abraão e seus seguidores terem sido derrotados, a ida de Judá ao seu encontro, e a volta dos dois juntos para Jesuralém (IISm.19:10-15,40; IISm.20:1-3). b) Joiada: A revelação particular de Joiada aos capitães e aos cários, e sua revelação pública um pouco mais tarde (IIRs.11:4-12). FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 8 c) Pedro: O encontro de Pedro com Jesus, andando sobre as águas. Pedro foi até Ele, e os dois voltaram juntos para o barco (Mt.14:22-34). d) Paulo: Quando Paulo aproximou-se de Roma, os irmãos foram ao seu encontro e todos voltaram juntos para a capital (At.18:15,16). e) Isaque: O encontro de Isaque com Rebeca (Gn.24). Neste trecho Abraão é um tipo de um Rei que faria o casamento de seu Filho (Mt.22:2). O Servo anônimo um tipo do Espirito Santo, que não fala de si mesmo mas das coisas do Noivo para conquistar a noiva (Jo.16:13,14), e que enriquece a noiva com presentes do Noivo (ICo.12:7-11; Gl.5:22-23), e que traz a noiva ao encontro do Noivo (At.13:4;16:6-7; Rm.8:11; ITs.4:14-17). Rebeca é um tipo da igreja, a virgem noiva de Cristo (Gn.24:16; IICo.11:2; Ef.5:25-32). Isaque, um tipo do Noivo, a quem não havendo visto, a noiva ama através do testemunho do Servo anônimo (IPe.1:8), e que sai ao encontro de Sua noiva para recebê-la (Gn.24:63; ITs.4:14-17). Estes incidentes não provam a teoria, mas ilustram a dupla natureza da volta de Cristo. 8) Pré-Tribulacional: A primeira fase (Ap.3:10). 9) Pré-Milenista: A primeira e segunda fase (IITm.2:12). Os Sinais Precedentes da Segunda Vinda: 1) Sinais nos Céus (Lc.21:25a). 2) Sinais na Terra (Lc.21:25b; Mt.19:28;24:6-8). a) Terremotos (Mt.24:7) b) Pestes (Mt.24:7) c) Guerras e fome (Mt.24:7). d) Progresso científico (Dn.12:4; Na.2:4). e) Apostasia (ITm.4:1; IITm.4:1-4; IIPe.2:1,2). f) Tempos difíceis (IITm.3:1-5; Tg.5:1-8). FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 9 CAPÍTULO 3 A TRIBULAÇÃO A) Tipos de Tribulação: Os teólogos se dividem em três diferentes correntes 1) Mid-Tribulacionistas: Os defensores desta opinião acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade da tribulação, e será arrebatada no meio (mid) dos dois períodos de três anos e meio cada. Seus defensores citam At.14:22 para fundamentar esta opinião. 2) Pós-Tribulacionistas: Estes acreditam que a igreja passará por todo o período da tribulação, e será arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda vinda de Cristo. Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases. 3) Pré-Tribulacionistas: Os defensores desta doutrina acreditam que a igreja não passará pela tribulação, pois será arrebatada antes que ela se inicie (Ap.3:10; Rm.5:9; ITs.1:10;5:9) B) O Período da Tribulação: Segundo as Escrituras o período da tribulação é de sete anos, um período que será abreviado por causa dos eleitos (Mt.24:22). 1) Identificado com a 70 semana: A tribulação é também chamada de septuagésima semana de Daniel. Deus revelou a Daniel que 70 semanas de anos (Ez.4:5,6; Gn.29:27; Lv.25:8; Dn.9:2,24) estavam determinada sobre Israel. Estas 70 semanas iniciaram-se com a volta de Neemias e com a reconstrução dos muros e da cidade de Jerusalém (Dn.9:25; Ne.2:1-8). O sacrifício de Cristo na cruz ocorreu depois da 69 semana (Dn.9:25), bem como a destruição de Jerusalém em 70 d.C. A última semana, ou seja a septuagésima, mencionada em Dn.9:27, ainda não se cumpriu, demonstrando que há uma quebra na sucessão das semanas, por um período de tempo indeterminado, entre a 69 e a 70 semana, período este reservado para os gentios (Lc.21:24). 2) Dividido em dois Períodos: FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 10 Esta última semana divide-se em dois períodos de três anos e meio cada um. a) Anos: A expressão "um tempo, tempos e metade de um tempo" (Dn.7:25;12:7; Ap.12:14) se refere a "um ano, dois anos e metade de um ano", o que equivale a "três anos e meio". b) Meses: Este período de três anos e meio equivale ao período de "quarenta e dois meses" mencionado na Bíblia (Ap.11:2;13:5). c) Dias: O mesmo período também identificado na Bíblia por dias: "1.260 dias" (Ap.11:3;12:6; Dn.12:11,12). 3) A Primeira Metade da Tribulação: a) Aliança de Israel com o Anticristo (Dn.9:27; Jo.5:43; Is.28:14-18). b) As duas testemunhas (Ap.11;3). 4) A Segunda Metade da Tribulação: Chamada de grande tribulação ou angústia de Jacó (Mt.24:21; Jr.30:7; Dn.12:1). a) Perseguição aos judeus (Ap.11:2;12:6,14). b) Perseguição aos convertidos (Ap.7:13,14). c) A besta política, o Anticristo (Ap.13:1-10). d) A besta religiosa, o Falso Profeta (Ap.13:11-18) e) Os 144.000 judeus (Ap.7:4-8;14:1-5). f) Abominação desoladora (Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; Ap.13:14,15; IITs.2:9). FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 11 CAPÍTULO 4 O MILÊNIO Depois da tribulação Cristo voltará à terra com Seus santos e inaugurará o reino milenial (Ap.20:2-7). A palavra millennium vem do latim mille e annus que significa mil anos. O termo grego usado na Bíblia é chiliasm (quiliasmo). A) Tipos de Milênio: 1) Amilenistas: Os que defendem esta posição não crêem na literalidade do reino milenial. Para eles o milênio é uma realidade puramente espiritual, que se estende do primeiro advento ao segundo advento de Cristo, período este que já se completou quase 2.000 anos, e que culminará na grande tribulação para restauração da igreja e o progresso do testemunho do evangelho. 2) Pós-Milenistas: Tal como os amilenistas, os pós-milenistas colocam a segunda vinda e o arrebatamento da igreja depois do milênio e da tribulação. eles identificam a tribulação com a revolta de Gogue e Magogue (Ap.20:8,9). Os pós- milenistas acreditam que a história avança em direção à cristianização do mundo pela igreja, e que haverá um milêniofuturo de duração indeterminada. 3) Pré-Milenistas: Para estes o milênio é futuro e literal de mil anos na terra, que vem precedido pela tribulação, e é posterior a segunda vinda. Há dois tipos de pré-milenismo, a saber: a) Pré-Milenismo Histórico: Colocam o milênio depois da tribulação, mas crêem que a tribulação será um período breve e indeterminado de aflição. b) Pré-Milenismo Dispensacionalista: Estes vinculam a tribulação à 70 semana de Daniel, e, assim, baseado nela, consideram a sua duração por um período de sete anos. B) A Natureza do Milênio: 1) Cristo Reinará (Zc.14:9). 2) Davi Reinará (Ez.34:23,24;37:24; IICr.13:5; At.15:16). FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 12 3) Os Crentes Reinarão (Dn.7:18; Ap.5:10). 4) Haverá Justiça (Is.32:1; Sl.66:3;81:15; Zc.14:17-19). 5) Haverá Conhecimento de Deus (Is.11:9; Jr.31:34). 6) Haverá Paz (Is.2:4;9:6,7) 7) Haverá Prosperidade (Is.35:1,2;51:3; Am.9:13). 8) Haverá Longevidade de Vida (Is.65:20;33:24). FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 13 CAPÍTULO 5 AS RESSUREIÇÕES A) Ensinada pelo Antigo Testamento (Jó 19:25-27; Sl.16:9-11;17:15; Is.26:19; Os.13:14; IIRs.4:32-35;13:20,21 IRs.17:17-24; Dn.12:2). B) Ensinada pelo Novo Testamento (Jo.5:21,28,29; IPe.1:3 At.26:8,22,23;23:6-8; Jo.6:39,40,44,54; Lc.14:13,14;20:35,36; ICo.15:22,23; ITs.4:14-16; Fp.3:11; Ap.20:4-6,13,14; Jo.11:41-44; Lc.7:12-15;8:41,42,49-56; Mt.27:52,53; Mt.28; Jo.20). C) A Natureza da Ressurreição: 1) Universal (Jo.5:28,29). 2) Dupla (Dn.12:2; Ap.20:4,5). a) A primeira ressurreição: Em cinco etapas: - Cristo: as primícias (ICo.15:23a; Mt.27:52,53). - Igreja: pré-tribulacionista (talvez representada por Enoque Hb.11:5;ICo.15:23b; ITs.4:13-15). - Duas testemunhas: mid-tribulacionista (Ap.11:11). - Mártires da grande tribulação e santos do Antigo Testamento: pós-tribulacionista (Dn.12:1; Is.26:19; Ez.37:12-14; Ap.20:4). - Salvos do milênio: pós-milenista. b) A segunda ressurreição (Jo.5:29b; Ap.20:5a,12-14). D) Características do Corpo Ressuscitado: 1) Do Crente: a) Identificado com o corpo sepultado (Jó 19:25-27; Lc.24:31; At.7:55,56) b) Semelhante ao de Cristo (IJo.3:2). c) Real (Lc.24:39). FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 14 d) Livre de limitações terrenas (Jo.20:19). 2) Do Incrédulo: Mortal e corrupto (Mt.5:29;10:28; Ap.20:12,13;21:8; Gl.6:7,8). FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 15 CAPÍTULO 6 O ALVO DA REVELAÇÃO DIVINA Toda a revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num plano traçado por Deus para que a Igreja caminhe neste mundo “pela fé a esta graça, na qual estando firme, gloria-se na esperança da glória de Deus”, Rm. 5.2 Argumentando o fato de nós sermos alvo da revelação divina, o apóstolo Paulo escreveu aos Efésios dizendo que Deus “nos elegeu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade”, Ef. 1.4,5. Somente aqueles que são santos e filhos de Deus é que têm o privilégio de ter a revelação das coisas que em breve hão de acontecer. Em contraste, o mundo pagão, que não tem a revelação de Deus, se fecha num ciclo de falsas expectativas em relação ao futuro. No consenso filosófico da humanidade a maior parte da população do mundo vê com grande otimismo a era que está por vir. Pressentindo um fantástico progresso material e científico, vivendo na era da velocidade e vendo a aquisição do conhecimento se acelerar, muitos poderão se tornar otimistas demais. Contudo o apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição”, ITm. 5.3. Aos olhos dos franceses do final do século XIX, o novo século parecia uma espécie de Idade de Ouro. Mas o entusiasmo durou até 1914, quando a 1ª Guerra Mundial pôs fim ao sonho dourado. Outra parte da humanidade certamente adentrará o 3º milênio cheia de superstições, medo, insegurança e pessimismo; preocupada com desgraças, desemprego, violência e caos social. A história registra que, na passagem do ano 999 para 1.000, a maior parte da Europa não conseguiu comemorar a data, pois esperava o “Apocalipse”. Segundo o historiador Frederick H. Martins, um sentimento de terror dominou a multidão amontoada na imensa Basílica de São Pedro, em Roma, na noite de 31 de dezembro de 999. Inclusive o Papa Silvestre II parecia aterrado. Isso aconteceu porque o povo não tinha acesso à Bíblia. Quem conhece a revelação sabe que o mundo irá de mal a pior, mas não se desespera. E o Senhor Jesus profetiza: “homens desmaiarão de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo… e quando estas coisas FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 16 começarem a acontecer, fiquem firmes e levantem a cabeça, pois a vossa redenção está próxima, Lc. 21.26,28. FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 17 CAPÍTULO 7 TIPOS DE ESCATOLOGIA Além de ser um dos capítulos da dogmática cristã, ou seja, o estudo sistemático e lógico das doutrinas concernentes às últimas coisas, há quatro outros tipos de escatologia, segundo nos apresenta o Dicionário Teológico (CPAD). a) Escatologia consistente. Termo nascido com Alberto Schweitzer, segundo o qual a ações e a doutrina de Cristo, tinha um caráter essencialmente escatológico. Não resta dúvida, pois de que o Senhor Jesus haja se preocupado em ensinar aos discípulos as doutrinas das últimas coisas. Todavia, sua preocupação básica era a salvação do ser humano. Ele Jamais deixou de se referir à vida prática e sofrida do homem. b) Escatologia idealista. Corrente doutrinária que relaciona a escatologia bíblica às verdades infinitas. Os que defendem tal posicionamento, alegam que a doutrina das últimas coisas não terá qualquer efeito sobre a história da humanidade. Relegam-na, pois, à condição de mera utopia, ou seja, projeto irrealizável, fantasia. Mas, o que dirão elas, por exemplo, acerca das profecias já cumpridas? Será que estas não referendam as que estão por se cumprirem? Não esqueçamos, pois, ser a profecia a essência da Bíblia. Se descremos daquela, não podemos crer nesta. c) Escatologia individual. Estudo das últimas coisas que dizem respeito exclusivamente ao indivíduo, tratando de sua morte, estado intermediário, ressurreição e destino eterno. Neste contexto, nenhuma abordagem é feita, quer a Israel, quer a Igreja. d) Escatologia realizada. Ponto de vista defendida por C.H. Dodd, segundo o qual as previsões escatológicas das Sagradas Escrituras foram cumpridas nos tempos bíblicos. Atualmente, portanto, não nos resta nenhuma expectativa profética de acordo com o ensino de Dodd. Gostaríamos, porém que ele nos respondesse as seguintes perguntas: FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 18 · A 2ª vinda de Cristo já foi realizada? · A grande Tribulação já é história? · O julgamento final já foi consumado? 3 – AS SETE DISPENSAÇÕES. Para melhor compreender o campo da escatologia bíblica, faz-se necessário um resumido estudo sobre as sete dispensações, sabendo que, a última dispensação é para o futuro. Segundo o Pr. Severino Pedro da Silva, em seu livro “Escatologia”, uma dispensação “é um período em que o homem é experimentado emrelação à sua obediência a alguma revelação especial da vontade tanto permissiva como diretiva de Deus”. A palavra dispensação deriva do termo grego “oikonimia” que por sua vez significa economia que é a “boa ordem na administração na despesa de uma casa”. As sete dispensações são: 3.1 – Dispensação da Inocência Seu início deu-se na criação e findou-se na queda de Adão. O tempo não é revelado. 3.2 – Dispensação da Consciência Esta dispensação começou em Gn. 3 e durou cerca de 1656 anos: de zero (0 ) a 1656 a.C., abrangendo o período desde a queda do homem até o dilúvio; Gn. 7.21,22. 3.3 – Dispensação do Governo Humano Esta dispensação começou em Gn. 8.20 e perdurou cerca de 427 anos. Desde o tempo do Dilúvio até a dispersão dos homens sobre a superfície da terra, sendo consolidada com a chamada de Abraão; Gn. 10.15; 11.10-19;12.1. 3.4 – Dispensação Patriarcal Teve início com a Aliança de Deus com Abraão, cerca de 1963 a.C., ou seja, 427 anos depois do dilúvio. Sua duração foi de 430 anos; Gl. 3.17; Hb. 11.9,13. A palavra chave é PROMESSA. Por meio desta dispensação, Abraão e seus descendentes vieram a ser herdeiros da promessa. 3.5 – Dispensação da Lei Ela teve início em Êx. 19.8, quando o povo de Israel proclamou dizendo que “tudo que o Senhor falou, faremos.” Sua extensão é de 1430 anos. Do Sinai ao Calvário; do Êxodo à cruz. 3.6 – Dispensação da graça FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 19 Esta dispensação começou com a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo e terminará em plenitude com o arrebatamento da Igreja; porém, oficialmente falando, seus efeitos continuarão até Apocalipse 8.1-4. 3.7 – Dispensação do Reino Esta dispensação terá, de acordo com a própria escritura, a duração de 1.000 anos; Ap. 20.1-6. É também chamada de a dispensação do Governo Divino. Esta dispensação é algo para o futuro, logo após o julgamento das nações descrito em Mt. 25.31-46, e antes do Juízo do Grande Trono Branco (GTB). É neste ponto, é que se encontra a essência do entendimento do campo da escatologia bíblica, ou seja, compreender o que Deus traçou para o futuro da Igreja, Israel e dos gentios. Esta última dispensação, que é a juntura do presente século e do vindouro, fornece um nítido exemplo de sobreposição das dispensações, isto é, que às vezes há um período transitório entre uma e outra. FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 20 CAPÍTULO 8 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA Nesta seção aprenderemos os métodos utilizados na interpretação de porções bíblicas que concerne ao futuro. Lembrando que, na história da Igreja tem sido adotados vários métodos de interpretação no que tange às escrituras proféticas. No entanto, faz-se necessário o bom conhecimento e a maneira correta de se aplicar dois métodos de interpretação que devem merecer nossa atenção. 1 – Método alegórico ou figurado O termo alegoria é definido, por alguns teólogos, como qualquer declaração de fatos supostos que admite a interpretação literal, mas que requer, também, uma interpretação moral ou figurada. Se não atentarmos para o sentido real, figurado ou literal, de uma profecia bíblica, negamos o seu valor histórico, dando uma interpretação de menos importância, e assim corremos o risco de anular a revelação de Deus naquela profecia. Portanto, o método alegórico deve ser utilizado de maneira correta. Leia Gl. 4.21-31 e observe que Paulo tomou figuras ilustradas no texto com focos literais da antiga dispensação, mas apresentou-os como sobras de eventos futuros. 2 – Método literal ou textual Este método se preocupa em dar um sentido literal às palavras da profecia, interpretando- as conforme o significado ordinário, de uso normal. A preocupação básica é interpretar o texto sagrado consoante a natureza da inspiração da profecia. Ambos os métodos são válidos. Há uma perfeita ralação entre as verdades literais e a linguagem figurada. Por exemplo, no texto de Jo.1.6 diz: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. E em Jo. 1.29 nos fala: “Eis aí o Cordeiro de Deus.” Palavras pronunciadas pelo próprio João Batista ao ver a Jesus. Agora vejamos os métodos de interpretação aplicado em ambos os textos. O 1º está falando literalmente de um homem, cujo nome, de fato, era João. No 2º texto João Batista usou a forma figurada para denotar a pessoa de Jesus. FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 21 Em se tratando do livro de Apocalipse, que em sua parte, é um livro escatológico, têm surgido diversas classes de intérpretes, as quais devem ser conhecidas pelos pastores e por aqueles que exercem o Ministério da Palavra. Por quê? Porque os crentes pentecostais, em sua maioria, não sabem em que classe de intérpretes do Apocalipse, eles se encaixam, e por conseguinte deixam ser levados por ensinos deturpantes que contradizem a Palavra de Deus. Por exemplo, os Adventistas do 7º Dia, vêem a vinda de Cristo, a este mundo, como em uma única vez, sem ser dividida em duas fases distintas, e assim não dão espaço para o período da Grande Tribulação e a restauração de Israel. Vejamos os principais intérpretes com seus respectivos ensinos. 1º – Os Preteristas. Esta classe crê que a maior parte do Apocalipse já foi cumprida, a muito tempo atrás. Eles relegam tudo ao passado. O relacionamento que eles fazem entre o texto e o evento é muito subjetivo e precário. 2º – Os Historicistas. Os intérpretes que assumem esta posição procuram encaixar todos os acontecimentos previstos no Apocalipse em várias épocas da história humana. Interpretam o Apocalipse como um estudo progressivo dos destinos da Igreja desde o seu início até a consumação. Estes asseveram que as profecias estão cumpridas em parte e em parte estão por cumprir e algumas estão sendo cumpridas diante de nós. 3º – Os futuristas. Estes interpretes dividem-se em dois grupos: a) Futuristas extremos – acham que todo o Apocalipse refere-se à vinda do Senhor Jesus Cristo. b) Futuristas simples – Aceitam que os 3 primeiros caps. do livro como já cumpridos; tudo o que se segue refere-se à aparição vindoura de Cristo. A maioria dos Pentecostais Fundamentalistas têm uma visão futurista do livro. Sob esta perspectiva tudo, ou quase tudo que é narrado após o cap. 4, será cumprido num curto espaço de tempo (sete anos) após o término da Dispensação da Igreja. FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL 22 Os intérpretes do Apocalipse estão também divididos na forma COMO ABORDAM O MILÊNIO. (Os mil anos mencionados no cap. 20). A maneira como se encara o Milênio afeta a interpretação do Apocalipse como um todo. É necessário levantarmos, aqui, alguns pontos. 1º – Amilenistas. Ensinam que não haverá nenhum Milênio, pelo menos não na terra. Alguns simplesmente dizem que, como o Apocalipse é simbólico, não há sentido algum em se falar em Milênio Literal. Outros interpretam os mil anos como algo que ocorrerá no céu. Pegam o número mil como um algarismo ideal, um período indefinido. Assim, esperam que este período da Igreja termine com a ressurreição e julgamento geral, tanto do justo como do ímpio, seguindo-se imediatamente o reinado eterno no novo céu e na nova terra. A maioria dos amilenistas consideram Agostinho (o bispo de Hipona, no Norte da África 396 – 430 d.C.) um dos principais promotores do amilenismo. 2º – Pós-Milenista. Começou a espalhar-se a partir do século XVIII. Seus adeptos interpretam os mil anos do Milênio, como uma extensão do período atual da Igreja. Ensinam que o poder do Evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o controle dos reinos seculares. Após haverá a ressurreição e o julgamento geraltanto do justo como do ímpio, seguido pelo reinado eterno no novo céu e na nova terra. O pós-milenismo também espiritualiza irritadamente as profecias da Bíblia, não dando espaço à restauração de Israel ou reinado literal de Cristo sobre a terra durante o Milênio. 3º – Pré-Milenista. Acreditam que, o retorno de Cristo, a ressurreição dos salvos e o tribunal de Cristo, será antes do Milênio. No final deste, Satanás será solto, engana as nações, mas há de ser prontamente derrotado para todo o sempre. Segue-se o julgamento do GTB, que sentenciará o restante dos mortos. Aí sim, teremos o reino eterno no novo céu e na nova terra. A perspectiva Pré-Milenista e futurista simples, juntas, encaixam-se melhor nas orientações de Jesus. É essa classe de intérpretes do Apocalipse que a maioria dos Pentecostais pertence. FACULDADE TEOLÓGICA NACIONAL
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