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CASO CONCRETO 7 - Prática II (TRABALHISTA)

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EXCELENTÍSSIMO SENHR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 99ª VARA DO TRABALHO DE 
BELÉM/PA 
 
 
Autos do Processo nº XXXXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCO DINHEIRO BOM S/A, Pessoa Jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob o 
nº, com sede em (endereço), com endereço eletrônico, vem, por meio de seu 
advogado que esta subscreve, com endereço profissional em, com endereço 
eletrônico, perante Vossa Excelência, nos autos da Reclamação Trabalhista movida 
pela Sra. Paula, com fulcro nos arts.847/CLT C/C arts.336 e ss. do CPC/15, aplicados 
subsidiariamente por força do art. 769/CLT e art. 15/CPC, apresentar 
 
CONTESTAÇÃO 
 expondo e requerendo o que se segue: 
 
DOS FATOS 
 A reclamante é ex-funcionária da empresa reclamada. Exerceu a função de 
gerente geral de uma das agências de pequeno porte pelo período de 04 anos. Esta 
agência atendia apenas a clientes pessoa física, sendo a reclamante responsável por 
controlar o desempenho profissional e a jornada de trabalho dos funcionários da 
agência, além do desempenho comercial desta. 
Conforme exposto pela autora em sua exordial, percebia a remuneração 
mensal de R$ 8.000,00 (oito mil reais), além de gratificação de função no percentual de 
50% sob o valor acima mencionado. 
Salienta-se que, por ser seu salário inferior ao recebido pelo Sr. João Petrônio – 
que percebia o valor mensal de R$ 10.000 (dez mil reais) – gerente de agência de 
grande porte que atendia contas de pessoas físicas e jurídicas, requereu a equiparação 
salarial com este. 
 Além disso, requereu o pagamento de horas extras e seus reflexos, sob a 
alegação de que possuía jornada de trabalho das 08h às 20h, de segunda a sexta-feira, 
com intervalo de 20min. 
 A reclamante afirma também que fora transferida, após 01 ano de prestação 
de serviços, de São Paulo para Belém, motivo pelo qual requereu o pagamento de 
adicional de transferência. 
 Todavia, a reclamante requer a devolução dos descontos salariais relativos ao 
plano de saúde, que assinou no ato de sua admissão. 
 Por fim, requer, ainda, o pagamento da multa prevista no art. 477 da CLT, com 
fundamento no fato de que fora notificada da dispensa em 06/02/2017 – segunda-
feira – porém, a empresa só quitou as verbas rescisórias e homologou a dispensa em 
16/02/2017, afirmando que houve o transcurso de 01 dia após o prazo devido para a 
realização da referida quitação. 
 Dessa forma, a reclamante ajuizou a presente demanda no intuito de receber 
supostos valores que seriam devidos por força do próprio contrato de trabalho, de 
alterações feitas neste, e da lei, que não foram pleiteados no momento em que a 
relação de emprego ainda existia. 
 Porém, em vista dos fatos e fundamentos que serão expostos na presente 
contestação, será possível vislumbrar a falta da devida fundamentação fática e jurídica, 
e a inexistência do direito da autora em ver acolhidos quaisquer dos pedidos feitos por 
ela na presente reclamação, uma vez que não há dispositivo legal ou entendimento 
jurisprudencial que os fundamente. 
 
FUNDAMENTOS 
DA PREJUDICIAL DE MÉRITO 
DA PRESCRIÇÃO 
Os arts. 7.º, XXIX, da CRFB/88 e 11, I, da CLT, combinados com a Súmula 308, 
I, do Tribunal Superior do Trabalho, disciplinam a prescrição trabalhista, 
estabelecendo o prazo de 5 (cinco) anos na vigência do contrato individual de trabalho 
e, após sua extinção, o empregado tem o prazo de 2 (dois) anos para ajuizamento 
da reclamação trabalhista. 
Com efeito, do ajuizamento da presente reclamação, ele terá direito à 
reparação dos últimos 5 (cinco) anos. Assim, no presente caso, se alguma 
condenação for devida, que sejam observados os 5 (cinco) anos anteriores contados 
do ajuizamento desta reclamação trabalhista, restando prescrito o respectivo período 
anterior, com a consequente decisão de mérito nos termos do art. 487, II, do 
CPC/2015. 
 
DO MÉRITO 
A) DA INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS A EQUIPARAÇÃO SALARIAL 
A reclamante alegou que fazia jus a equiparação salarial, utilizando como 
paradigma o Sr. João Petrônio, que percebia remuneração mensal no valor de R$ 
10.000,00 (dez mil reais). 
 No entanto, a demandante não preenche todos os requisitos necessários para a 
caracterização da equiparação salarial, mais especificamente, os relacionados a 
identidade da função, e da prestação do serviço no mesmo estabelecimento 
empresarial, conforme exposto no art. 461, caput, da CLT. 
 Como é possível observar, a reclamante prestava serviços em agência de 
pequeno porte, já o empregado paradigma em agência de grande porte, sendo, 
portanto, dois estabelecimentos empresariais diferentes. 
 Além disso, a agência relacionada a reclamante era de pequeno porte, e 
atendia apenas a clientes pessoas físicas. Já a agência gerenciada pelo empregado 
paradigma era de grande porte, atendendo a contas de clientes pessoas físicas e 
jurídicas. Sendo assim, resta claro que a função exercida por ambos os empregados 
não era idêntica, uma vez que a função de gerente pertencente ao empregado 
paradigma era de uma maior complexidade do que a função de gerente exercida pela 
demandante. 
B) DA INEXISTÊNCIA DO DIREITO ÀS HORAS EXTRAS E SEUS REFLEXOS 
 A reclamante requer o pagamento de horas extras e seus reflexos, alegando 
que laborava das 08h às 20h, e que possuía “apenas” o intervalo de 20 minutos. 
 No entanto, deve-se observar que a reclamante exercia a função de gerente 
geral de agência bancária. Portanto, devem ser aplicados no presente caso o art. 62, II, 
da CLT, e a Súmula nº 287 do TST. 
 Sendo assim, evidente que não se aplica a reclamante a jornada de trabalho 
comum estabelecida no capítulo II da CLT, não existindo irregularidades relacionadas a 
jornada de trabalho a qual estava sujeita. 
 
C) DA INEXISTÊNCIA DE DIREITO AO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA 
 Tendo em vista que a demandante fora, após 01 ano de emprego, transferida 
para outra localidade em razão da necessidade de serviço, pleiteia o pagamento de 
adicional de transferência de, no mínimo, 25% dos salários percebidos, na forma do 
art. 462, §3º, CLT. 
Entretanto, imprescindível esclarecer que, apesar de ter sido transferida para 
outra localidade – de São Paulo para Belém – a reclamante estabeleceu moradia no 
novo local de emprego. Assim, vislumbra-se que a transferência foi definitiva. 
Portanto, conforme a parte final do próprio art. 462, §3º, da CLT, e o enunciado 
da OJ nº 113 da SDI-1 do TST, a demandante, na realidade, não faz jus ao adicional de 
transferência, tendo em vista que o pressuposto legal apto a legitimar a percepção 
deste é a transferência provisória. 
D) DO NÃO CABIMENTO DA DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS SALARIAIS 
De fato, a reclamante requer a devolução dos descontos salariais relativos ao 
plano de saúde decorrentes de sua concordância, por meio de assinatura expressa, no 
ato de admissão ao emprego, invocando em seu favor o caput do art. 462 da CLT. 
Entretanto, faz-se mister observar o enunciado da Súmula nº 342 do TST, que 
preconiza que descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização 
prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em plano de assistência médico-
hospitalar (plano de saúde), em seu benefício e de seus dependentes, não afronta o 
disposto no art. 462 da CLT. 
Por certo, só haveria afronta ao artigo acima mencionado, no presente caso, se 
restasse demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que veio a viciar o 
ato jurídico. Entretanto, conforme o enunciado da OJ nº 160 da SDI-1 do TST, a 
presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o empregadoanuído 
expressamente com descontos salariais na oportunidade da admissão é inválida, 
cabendo ao próprio trabalhador o ônus de demonstrar a existência de vício de 
vontade. 
Porém, a reclamante não foi capaz, até o presente o momento, de demonstrar 
suposta existência de vício de vontade quando de sua assinatura admitindo os 
descontos salariais. Na verdade, a demandante sequer fez quaisquer alegações, em 
sua exordial, afirmando existir vício de vontade quando do momento da assinatura, 
razão pela qual não existiu qualquer irregularidade na realização dos citados 
descontos. 
 
E) DO NÃO CABIMENTO DO PAGAMENTO DA MULTA DO ART. 477 DA CLT 
Por fim, a reclamante requer o pagamento da multa prevista no art. 477, §8º, 
da CLT, sob o fundamento de que a quitação e homologação das verbas rescisória se 
deu após o prazo de 10 dias previsto no §6º do mesmo dispositivo legal. 
No entanto, importante observar que a contagem desse prazo de quitação e 
homologação das verbas rescisórias é regulamentada pela OJ nº 162 da SDI-1 do TST, 
que estabelece que a contagem em exame exclui, necessariamente, o dia da 
notificação da demissão e inclui o dia do vencimento, em obediência ao disposto no 
art. 132 do CC. 
Dessa maneira, verificando-se que a demandante fora notificada da dispensa 
em 06/02/207, e que a reclamada efetuou a quitação e homologação das verbas 
rescisórias em 16/02/2017, conclui-se que não houve violação do prazo de 10 dias para 
o referido pagamento, uma vez que este foi realizado justamente no último dia do 
prazo. 
 
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, a reclamada requer, a improcedência de todos os pedidos 
veiculados pela reclamante na presente demanda, tendo em vista as razões de fato e 
de direito que foram expostas, mas caso Vossa Excelência entenda o contrário e haja a 
procedência de algum dos pedidos, pleiteia a reclamada pela observância da 
prejudicial de mérito da prescrição quinquenal, devendo haver a declaração de 
prescrição de quaisquer verbas anteriores a 05 anos contados da data de ajuizamento 
da presente reclamação. 
 
DAS PROVAS: 
 Requer a produção de determinadas provas em direito admitidas, na amplitude 
dos artigos 369 e seguintes do CPC/15, sendo estas as provas documentais e 
documentais supervenientes, a prova pericial e a prova testemunhal, bem como as 
demais que se fizerem necessárias, previstas, ou não, expressamente em lei. 
 
 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
 
 
 
 
Local e Data. 
 
Advogado 
OAB/RJ nº ------

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