Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANESTESIA EM PACIENTES ESPECIAIS DISCIPLINA: ANESTESIOLOGIA DOCENTE: TIAGO OLIVEIRA DISCENTES: AMANDA FERNANDES, IDALHA MARIA, KAREN LAYSE, NATIELLE SILVA, NÍVIA MARIA, SARA AZEVEDO A aplicação de anestesia local em pacientes especiais requer certos cuidados, devido esse grupo estar mais propenso a reações adversas durante o tratamento. SUMÁRIO • PACIENTES PEDIÁTRICOS • PACIENTES GESTANTES • PACIENTES GERIÁTRICOS • PACIENTES COMPROMETIDOS SISTEMICAMENTE • PACIENTES COMPROMETIDOS FISICAMENTE PACIENTES PEDIÁTRICOS Prevenir a dor durante procedimentos odontológicos pode contribuir consideravelmente no relacionamento entre o dentista e o paciente, promovendo uma atitude positiva. No âmbito odontopediátrico, a técnica de administração do anestésico local deve ser considerada diferenciada, segundo o comportamento do paciente pediátrico. FORMAS E TÉCNICAS • Uso de vocabulário adequado à idade • Anestésicos tópicos • Técnica correta de injeção • Analgesia com óxido nitroso e oxigênio • Técnicas comunicativas de manejo durante a administração da anestesia local • Estar atento a dosagem • Conhecimento da anatomia e neuroanatomia de cabeça e pescoço RECOMENDAÇÕES • Possuir o prontuário clínico do paciente. • Para uso de anestésico local em pacientes pediátricos deve haver treinamento apropriado e habilidades desenvolvidas. • Cuidados devem ser tomados para assegurar a correta inserção da agulha durante a administração intrabucal do anestésico local. RECOMENDAÇÕES • Usa-se injeção lenta e com aspiração. • A anestesia residual de tecidos moles deve ser minimizada em pacientes pediátricos e em deficientes, diminuindo o risco de lesões pós-operatórias causadas por auto-injúria. • Alerta-se o paciente ou responsável de possíveis efeitos colaterais e adversos. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Uma atenção especial deve ser dada aos pacientes odontopediátricos. As técnicas alternativas de anestesia local devem ser consideradas, juntamente com o objetivo de uso mínimo da dose de anestésico, aumento de conforto do paciente e melhorar taxa de sucesso das anestesias bucais. • O uso de planejamento é eficaz, como o esclarecimento do procedimento para o paciente ou responsável. PACIENTES GESTANTES ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS • Técnica anestésica • Quantidade da droga administrada. • Ausência/presença de vasoconstritor e os efeitos citotóxicos. ALTERAÇÕES NO FETO Quando ocorrem altas concentrações na circulação fetal. Alterando o tônus muscular uterino ou deprimindo os sistemas cardiovascular e respiratório da mãe. DIRETAMENTE INDIRETAMENTE ANESTÉSICOS LIDOCAÍNA é o anestésico mais apropriado para gestantes; PRILOCAÍNA e ARTICAÍNA não devem ser usadas por poderem levar à meta- hemoglobinemia, tanto na mãe quanto no feto; BUPIVACAÍNA apresenta a maior cardiotoxicidade, maior penetrabilidade nas membranas do coração e maior resistência após eventual parada cardíaca. VASOCONSTRITORES Sem vasoconstrictor, o anestésico pode não ser eficaz, além de seu efeito passar mais rapidamente. A dor resultante pode levar o paciente ao estresse, fazendo com que haja liberação de catecolaminas endógenas em quantidades muito superiores àquelas contidas em tubetes anestésicos e, consequentemente, mais prejudiciais. VASOCONSTRITORES A solução mais segura é a lidocaína 2% + adrenalina 1:100.000 Xilocaína 2% ou xylestesin 2% também são aconselhadas. Deve-se evitar felipressina, por ser derivada da vasopressina e, teoricamente, ter capacidade de levar à contração uterina. VASOCONSTRITOR Noradrenalina na concentração 1:25.000 e 1:30.000 não devem ser usadas, tendo em vista o grande número de complicações cardiovasculares e neurológicos causados por essa substância, sendo a concentração 1:50.000 a mais indicada. PACIENTES GERIÁTRICOS GRUPO DIVERSIFICADO FISIOLOGICAMENTE • Reações adversas são mais comuns nessa classe de pacientes devido utilizarem medicamentos para controle de doenças relacionadas a idade. • O envelhecimento pode modificar as habilidades do paciente em uma resposta ao estresse e administração de fármacos. Desse modo, todos os procedimentos odontológicos são mais arriscados. • Possuem reserva funcional mínima com seus órgãos atuando perto de sua capacidade máxima. • Os sistemas mais afetados pela anestesia são o sistema nervoso central (SNC), cardiovascular, respiratório, hepático e renal. • O coração de um idoso é mais sensível aos efeitos cardíacos depressores dos anestésicos. Com isso, se tem a necessidade da redução da dose. • A anestesia também diminui o fluxo sanguíneo no fígado, desse modo, a dose necessária de manutenção é menor para os fármacos que são rapidamente eliminados por ele. • Diminuição do fluxo sanguíneo renal devido à atrofia tecidual que resulta em uma eliminação dos anestésicos na metade do tempo em que são removidos pelos rins. DOENÇAS MAIS COMUNS ARTRITE HIPERTENSÃO GLAUCOMAENFISEMA DOENÇA CARDÍACA MANEJO DA DOR E ANSIEDADE • A dosagem deve ser a mais mínima possível pois pode haver alguma disfunção hepática ou renal. • Certificação de todas as medicações que estão sendo usadas pelo paciente com a finalidade de se evitar interações medicamentosas. • Uso com precaução de vasoconstritores em pacientes com hipertensão descontrolada devido o risco de arritmias cardíacas. TIPOS DE ANESTÉSICOS E DOSAGENS • LIDOCAÍNA- é metabolizada pelo fígado e excretada pelos rins. Portanto, nos idosos o risco de sobredose é maior. Recomenda-se que as doses devam ser reduzidas, sendo que a dose máxima não deve ultrapassar o equivalente ao contido em três tubetes de uma solução de lidocaína a 2%. LIDOCAÍNA ASSOCIADA A VASOCONSTRITOR • Recomenda-se a utilização de lidocaína a 2% com adrenalina na diluição de 1:200.000 ou 1:100.000, não ultrapassando-se a dose de 0,04mg de adrenalina por consulta. • Os idosos tendem a ser mais sensíveis aos vasoconstritores, o que torna importante usar a adrenalina devido à sua maior potência e ao seu efeito compensatório na vasodilatação a musculatura esquelética. • Concentrações de vasoconstritor normalmente utilizadas nas soluções anestésicas não são contra-indicadas em pacientes com doenças cardiovasculares controladas, desde que respeitando as doses máximas e realizando uma aspiração prévia no momento da infiltração. MEPIVACAÍNA - 3% sem vasoconstritor nos procedimentos de curta duração. PRILOCAÍNA - 3% com felipressina 0,03 UI/ml. Não deve ultrapassar a quantidade de 2 tubetes. ARTICAÍNA - É contra-indicada para pacientes com anemia, insuficiência cardíaca e respiratória. É ainda pouco utilizada em idosos por ter suas propriedades pouco exploradas e pelo seu alto custo. BUPIVACAÍNA - Última opção que pode ser considerada para o idoso. Anestésico de longa duração, devido a sua maior potência apresenta também toxidade maior, podendo causar arritmias ventriculares graves e depressão miocárdica, sobretudo quando grandes dosagens são injetadas, de forma inadvertida, diretamente na corrente sanguínea. Recomenda-se uma redução da dose. BUPIVACAÍNA ASSOCIADA A VASOCRONSTRITOR A baixa concentração de vasoconstritor associada a este anestésico (adrenalina 1:200.000) permite sua utilização no idoso. Não se deve ultrapassar o equivalente ao contido em 2 tubetes anestésicos, sendo que normalmente 1 tubete é o suficiente para a maioria das intervenções odontológicas nestes pacientes. PACIENTES COMPROMETIDOS SISTEMICAMENTE É importante levar em consideração a escolha da droga e quantidade ideal frente um paciente com distúrbiossistêmicos como como diabetes, asma, hipertireoidismo e distúrbios cardiovasculares. DIABÉTICOS • O uso de FELIPRESSINA pode ser empregado com segurança em pacientes diabéticos, mas o uso de EPINEFRINA ou outro vasoconstritor do grupo das catecolaminas, deve ser evitado por causar sérias complicações. DIABÉTICOS • Pacientes hiperglicêmicos compensados podem receber atendimento normalmente, sendo utilizado um anestésico local com adrenalina a 1:100.000 ou 1:200.000. ASMÁTICOS • Anestesias locais em associação com vasoconstritor não é contraindicado nesse grupo de pacientes. • Alergia a bissulfitos de sódio é considerado uma reação comum nesse grupo, especialmente em pacientes dependentes de corticosteróides. HIPERTIREOIDISMO • É contraindicado o uso de ADRENALINA como vasoconstrito, pois seu uso desencadeia a sensibilização do miocárdio gerando arritmias cardíacas. • A utilização de FELIPRESSINA como vasoconstritor é o mais recomendado. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES • Podem estar sujeitos a tratamentos odontológicos, desde que controlados. A utilização de vasoconstritor não é considerada uma contraindicação, desde que as dosagens sejam reavaliadas. • Recomenda-se o uso máximo de 2 tubetes por sessão de EPINEFRINA 1:100.000. HIPERTENSÃO ARTERIAL • A anestesia e outros procedimentos podem constituir estímulos dolorosos, geralmente devido à administração inadequada, resultando em alterações cardiovasculares e até mesmo hipertensão e taquicardia. • A utilização de EPINEFRINA pode desencadear elevação da pressão diastólica. PACIENTES COMPROMETIDOS FISICAMENTE ESCLEROSE MÚLTIPLA • Doença que ataca o sistema nervoso central e os sintomas variam entre leve e grave, podendo chegar à cegueira e paralisia. • A mielina é perdida e deixa um tecido cicatricial denominado esclerose. MESMO QUE A ANESTESIA LOCAL EXERÇA SEU EFEITO NOS NERVOS E NAS TRANSMISSÕES NERVOSAS, NÃO HÁ CUIDADOS ESPECIAIS EM RELAÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE ANESTESIA LOCAL EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA. DISTROFIA MUSCULAR • Essa doença geneticamente transmitida, engloba a degeneração da musculatura, mas não apresenta distúrbios nervosos definidos. • A DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE é o tipo mais comum da doença e ocorre quando um gene específico do cromossomo X não produz a proteína distrofina e por conta disso, apenas indivíduos do sexo masculino são afetados. ANESTESIA Nessa situação, pode ser necessário a adaptação do paciente quanto ao posicionamento deste em algum procedimento, mas quanto a anestesia, não há cuidados especiais com o uso de anestésicos locais em pacientes com Distrofia Muscular. DOENÇA DE PARKINSON “A doença de Parkinson é uma doença neurológica degenerativa que afeta primariamente a parte específica do cérebro responsável pela produção de neurotransmissor dopamina”. Para o uso de anestésicos locais em pacientes portadores da Doença de Parkinson, não existe contra-indicações. ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO A obstrução ou a ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro, gera a perda da função cerebral que é o AVE. O principal fator de risco é a pressão alta e por conta disso, o uso de anestésicos que contenham VASOCONSTRITOR é uma preocupação. PACIENTE EPILÉTICO DIETA CETOGÊNICA Corpos cetônicos são anticonvulsionantes eficazes. NÃO QUEIMA AÇÚCAR QUEIMA GORDURA Leva à redução da excitação cerebral e diminuição ou desaparecimento das crises epiléticas. ANESTÉSICO Evitar anestésicos hiperglicemiantes. O vasoconstritor de eleição nesses casos é a FELIPRESSINA. REFERÊNCIAS: • MALAMEND. S. Sedação na Odontologia. 5ª Ed. Rio de Janeiro. 2012. • http://www.abodontopediatria.org.br/manual1/Capitulo-6-Adaptacao- Comportamental-do-Paciente-Odontopediatrico.pdf • LMA SOUZA et al. RGO - Rev Gaúcha Odontol., Porto Alegre, v.59, suplemento 0, p. 25-30, jan./jun., 2011. Disponível em: http://revodonto.bvsalud.org/pdf/rgo/v59s1/a04v59s1.pdf Acesso em: 14/04/2018. • SANTAELLA.G. Soluções anestésicas locais: uma revisão de literatura. Florianópolis.2011. • VARELLIS, M. O Paciente com Necessidades Especiais na Odontologia. 2ª Ed.
Compartilhar