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1. Escreva sobre a evolução do Direito de Família no ordenamento jurídico brasileiro, elencando suas principais mudanças. O Código Civil de 1916 e as leis posteriores, vigentes no século passado, regulavam a família constituída unicamente pelo casamento, de modelo patriarcal e hierarquizada, como foi dito, ao passo que o moderno enfoque pelo qual é identificada tem indicado novos elementos que compõem as relações familiares, destacando-se os vínculos afetivos que norteiam a sua formação. Nessa linha, a família socioafetiva vem sendo priorizada em nossa doutrina e jurisprudência. A Constituição Federal de 1988 “absorveu essa transformação e adotou uma nova ordem de valores, privilegiando a dignidade da pessoa humana, realizando verdadeira revolução no Direito de Família, a partir de três eixos básicos”. Assim: ■ O art. 226 afirma que “a entidade familiar é plural e não mais singular, tendo várias formas de constituição”. ■ O segundo eixo transformador “encontra-se no § 6º do art. 227. É a alteração do sistema de filiação, de sorte a proibir designações discriminatórias decorrentes do fato de ter a concepção ocorrido dentro ou fora do casamento”. ■ A terceira grande revolução situa-se “nos artigos 5º, inciso I, e 226, §5º. Ao consagrar o princípio da igualdade entre homens e mulheres, derrogou mais de uma centena de artigos do Código Civil de 1916”. A nova Carta abriu ainda outros horizontes ao instituto jurídico da família, dedicando especial atenção ao planejamento familiar e à assistência direta à família (art. 226, §§ 7º e 8º). No tocante ao planejamento familiar, o constituinte enfrentou o problema da limitação da natalidade, fundando-se nos princípios da dignidade humana e da paternidade responsável, proclamando competir ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito. Não desconsiderando o crescimento populacional desordenado, entendeu, todavia, que cabe ao casal a escolha dos critérios e dos modos de agir, “vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou particulares” (art. 226, § 7º). Todas as mudanças sociais havidas na segunda metade do século passado e o advento da Constituição Federal de 1988, com as inovações mencionadas, levaram à aprovação do Código Civil de 2002, com a convocação dos pais a uma “paternidade responsável” e a assunção de uma realidade familiar concreta, em que os vínculos de afeto se sobrepõem à verdade biológica, após as conquistas genéticas vinculadas aos estudos do DNA. Uma vez declarada a convivência familiar e comunitária como direito fundamental, prioriza-se a família socioafetiva, a não discriminação de filhos, a corresponsabilidade dos pais quanto ao exercício do poder familiar, e se reconhece o núcleo monoparental como entidade familiar. O Código de 2002 destina um título para reger o direito pessoal, e outro para a disciplina do direito patrimonial da família. Desde logo enfatiza a igualdade dos cônjuges (art. 1.511), materializando a paridade no exercício da sociedade conjugal, redundando no poder familiar, e proíbe a interferência das pessoas jurídicas de direito público na comunhão de vida instituída pelo casamento (art. 1.513), além de disciplinar o regime do casamento religioso e seus efeitos. O novo diploma: ■ amplia, ainda, o conceito de família, com a regulamentação da união estável como entidade familiar; ■ revê os preceitos pertinentes à contestação, pelo marido, da legitimidade do filho nascido de sua mulher, ajustando-se à jurisprudência dominante; ■ reafirma a igualdade entre os filhos em direitos e qualificações, como consignado na Constituição Federal; ■ atenua o princípio da imutabilidade do regime de bens no casamento; ■ limita o parentesco, na linha colateral, até o quarto grau, por ser este o limite estabelecido para o direito sucessório; ■ introduz novo regime de bens, em substituição ao regime dotal, denominado regime de participação final nos aquestos; ■ confere nova disciplina à matéria de invalidade do casamento, que corresponde melhor à natureza das coisas; ■ introduz nova disciplina do instituto da adoção, compreendendo tanto a de crianças e adolescentes como a de maiores, exigindo procedimento judicial em ambos os casos; ■ regula a dissolução da sociedade conjugal, revogando tacitamente as normas de caráter material da Lei do Divórcio, mantidas, porém, as procedimentais; ■ disciplina a prestação de alimentos segundo nova visão, abandonando o rígido critério da mera garantia dos meios de subsistência; ■ mantém a instituição do bem de família; e ■ procede a uma revisão nas normas concernentes à tutela e à curatela, acrescentando a hipótese de curatela do enfermo ou portador de deficiência física, dentre outras alterações. 2. Elenque e explique pelo menos 5 (cinco) princípios do Direito de Família. Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana Trata-se de uma decorrência do disposto no art. 1º, III, da Constituição Federal. Verifica-se, com efeito, do exame do texto constitucional, a milenar proteção da família como instituição, unidade de produção e reprodução dos valores culturais, éticos, religiosos e econômicos, dá lugar à tutela essencialmente funcionalizada à dignidade de seus membros, em particular no que concerne ao desenvolvimento da personalidade dos filhos. Garante o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente. (CF, art. 227). Princípio da igualdade jurídica do cônjuges e dos companheiros Tal princípio concerne aos diretos e deveres estabelecidos no art. 226, §5º, da Constituição Federal, verbis: “Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher”. A regulamentação acaba com o poder marital, deixando de lado o que o marido seja o chefe da sociedade conjugal. Todos os direitos são agora exercidos pelo casal, em sistema de cogestão. Princípio da igualdade jurídica de todos os filhos Estabelecido no art. 227, §6º, da Constituição Federal, dispõe: “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”. Estabelece absoluta igualdade entre todos os filhos. Princípio da liberdade de constituir uma comunhão de vida familiar A comunhão, seja ela pelo casamento ou pela união estável, estabelece-se sem qualquer imposição ou restrição da pessoa jurídica de direito público ou privado. (Art. 1513, CC), abrange também a livre decisão do casal no planejamento familiar (CC, art. 1565), intervindo o Estado apenas propiciar recursos educacionais e científicos ao exercício desse direito. (CF, art. 226, §7º). Princípio da comunhão plena de vida A comunhão plena de vida baseia-se na afeição entre os cônjuges ou conviventes, como prevê o art. 1511 do Código Civil. Tal dispositivo tem relação com o aspecto espiritual do casamento com o companheirismo que nele deve existir. Priorizada, assim, a convivência familiar, ora nos defrontamos com o grupo fundado no casamento ou companheirismo, ora com a família monoparental sujeita aos mesmos deveres e tendo os mesmos direitos. 3. O que é parentalidade, quais os tipos e quem são considerados parentes pelo ordenamento jurídico brasileiro? Para Pontes de Miranda, parentesco é a relação que vincula entre si pessoas que descendem umas das outras, ou de autor comum (consanguinidade), que aproxima casa um dos cônjuges dos parentes do outro (afinidade), ou que se estabelece, por fictio iuris, entre o adotado e o adotante. Parentesco: Sentido estrito: Somente consanguíneo; Sentido amplo: Por afinidade e/ou decorrente de adoção ou outra origem; O vínculo de parentesco estabelece-se por linhas: reta e colateral, e a contagem faz-se por graus. Linhareta: Art. 1591 – pessoas que descendem umas das outras, “as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes”, tais como bisavô, avô, pai, filho, neto e bisneto. Ascendente: quando se sobe de determinada pessoa, para os seus antepassados. Toda pessoa, tem duas linhas: a paterna e a materna. Descendente: quando se desce dessa pessoa para os seus descendentes. Linha colateral: Art. 1592 – pessoas que provêm de um tronco comum, “sem descenderem uma da outra”. É o caso de irmãos, tios, sobrinhos e primos. Na linha reta não há limite, pois a contagem é ad infinitum; na colateral se estende somente até o “quarto grau”. 4. Quais são as causas suspensivas do casamento, elas podem ser afastadas? As causas suspensivas não tornam nulo ou anulam o casamento, apenas o torna irregular. Visa preservar interesses de terceiros, impedindo a relação do casamento, enquanto perdurar a causa suspensiva. Mesmo se houver a celebração do matrimonio, este será válido, mas a lei imporá sanções, como no Regime de Separação de Bens, conforme o artigo 1641, I, CC. As causas suspensivas estão previstas no artigo 1523, CC que dispõe. Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. O Código Civil qualifica as restrições como “causas suspensivas”, enunciadas como conselhos: “não devem casar”. Se comprovadas as causas invocadas, o casamento não poderá se realizar enquanto não forem afastadas. A legitimidade para a oposição dos impedimentos rege-se pelo disposto no art. 1522 do Código Civil, que assim dispõe: “Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará- lo”. A sociedade tem interesse em que não se realize o casamento de pessoas entre as quais vigora o impedimento. Razões de ordem pública, dirigidas especialmente à proteção da família, ditaram a sua previsão e enumeração. A lei autoriza, com efeito, qualquer pessoa capaz a denunciar o obstáculo ao casamento de que tenha conhecimento, ainda que não comprove interesse específico ao caso. Além disso, a oposição prescinde de provocação, pois o juiz, o oficial de registro, que tenha conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo ex officio. O não cumprimento desse dever pode acarretar-lhes não só sanções de natureza administrativa, como também, de natureza indenizatória, uma vez que um casamento anulado por conta de impedimento conhecido e não declarado de oficio pode dar ensejo a grave dano de natureza moral. Embora não mencionada, é óbvia a legitimidade ativa do Ministério Público para opor os impedimentos dirimentes. A oposição de impedimento, ou a sua declaração de oficio, susta a realização do casamento até final decisão. Se, malgrado o impedimento, o casamento se realizar, poderá ser decretada a sua nulidade, a qualquer tempo, por iniciativa de qualquer interessado ou do Ministério Público (CC, art. 1549). 5. Quais são as causas de nulidade de casamento? Será nulo quando compreender vício que se considere, por lei, ofensivo à ordem pública. Estão previstos no art. 1548 do Código Civil. Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) II - por infringência de impedimento. Assim como, em seu art. 1550 do referido Código. Art. 1.550. É anulável o casamento: (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) I - de quem não completou a idade mínima para casar; II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; VI - por incompetência da autoridade celebrante. § 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. § 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) A declaração de nulidade proclama, retroativamente, jamais ter existido casamento válido. Por isso se diz, que a nulidade produz efeitos ex tunc. Desde a celebração, o casamento não produzirá efeitos. Sendo assim, Os bens que se haviam comunicado pelo casamento retornam ao antigo dono; Não se cumpre o pacto antenupcial; O casamento nulo, entretanto, aproveita aos filhos, ainda que ambos os cônjuges estejam de má-fé; Se reconhecida a boa-fé, por um ou ambos, será putativo e produzirá efeitos até a data da sentença; A mulher, no entanto, não deve casar-se novamente até dez meses, salvo se der à luz algum filho ou provar inexistência de gravidez. Enquanto não declarado nulo por decisão judicial transitada em julgado, o casamento existe e produz efeitos especialmente quanto aos deveres conjugais e regime de bens. 6. Quais são as causas impeditivas? O art. 1521 do Código Civil elenca as hipóteses em que não pode haver matrimonio. Tais circunstancias, geram NULIDADE DO CASAMENTO (art. 1548, II, do CC), ou seja, casamento absolutamente inválido ou nulo. I. Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil Impede o casamento entre pais e filhos (inclusive adotivos), avós e netos. Visa resguardar a moral, ética e genética. Tem por finalidade impedir o incesto. II. Os afins em linha reta Impede o casamento de sogra e genro, nora e sogro ou qualquer outro afim em linha reta. O parentesco por afinidade em linha reta não se extingue. Visa resguardar a moral e a ética. III. O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante Trata-se do parentesco civil (adoção). Tem a mesma finalidade do inciso II, visa resguardar a moral e a ética. Portanto não pode haver casamento entre adotante e ex-mulher ou ex-marido da pessoa adotada e nem a pessoa adotada pode se casar com o ex-cônjuge do adotante. IV. Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive Impede o casamento entre irmãos dos mesmos pais ou de pais diferentes, bem como o casamento entre tios e sobrinhos. Busca resguardar a ordem moral e evitar o incesto. Porém há exceção: Decreto-Lei 3.200/41. V. O adotado com o filho do adotante Este inciso está vinculado ao inciso IV (relação de irmãos). O parentesco é civil (adoção). Tem por finalidade resguardara ética e a moral. VI. As pessoas casadas Impede que pessoas casadas contraiam novo casamento. O Brasil é um país monogâmico (princípio da monogamia), portanto, impede que uma pessoa seja casada com mais de uma pessoa. VII. O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte Impede que o condenado por crime doloso case-se com o cônjuge da vítima. Tem caráter moral e cunho social. Vale ressaltar que se extinta a punibilidade desaparece o impedimento, mas graça, perdão e anistia não afastam o impedimento. Quem pode alegar o impedimento? Qualquer pessoa capaz / Ministério público O impedimento pode ser alegado por escrito até o momento da celebração. Após o casamento deve ser alegação por Ação de Nulidade de Casamento. 7. Quais são as causas de anulabilidade do casamento? As causas de anulabilidade do casamento estão previstas no art.1550 e ss do CC. Estas causas não tornam o casamento NULO, mas apenas possibilita que este seja anulado. Trata-se, pois, de nulidade relativa. Cuidado: As regras de impedimento previstas no art.1521 do CC, geram a nulidade absoluta do casamento. O prazo para reclamar a anulação do casamento é decadencial. Se a pessoa desrespeitou o impedimento, o casamento é NULO de pleno direito, e, portanto, o prazo é imprescritível. Mas se o caso for de nulidade relativa, e a pessoa não observou o prazo decadencial, o casamento se convalida pelo decurso do tempo. Ocorre a anulabilidade do casamento, nas seguintes hipóteses: 1) quando a pessoa não completou a idade mínima para casar. A idade núbio é de 16 anos. Então, se a pessoa não completou a idade de 16 anos, esse casamento, em regra, é proibido pelo CC. Digo em regra, porque o art.1520 do CC estabelece duas hipóteses onde pode ser celebrado o casamento de quem ainda não completou os 16 anos idades, quais sejam: a) Gravidez b) Para evitar imposição ou cumprimento de pena. Em 2005 a lei 11.106 revogou o art.107, inciso VII CP para excluir a hipótese que excluía a extinção da punibilidade caso o agressor se casasse com a sua vítima. Daí alguns autores suscitaram que assim sendo, também não haveria a possibilidade de se casar no direito civil. Ocorre que no Direito Penal também é caso de extinção da punibilidade o perdão aceito no caso de crime que tenha natureza de ação privada. Dessa forma, no direito penal acabar-se-ia também tendo a extinção da punibilidade. A diferença é que antigamente não se fazia distinção entre a natureza da ação, mas agora sim, pois, se o crime for de ação penal privada, e houver o perdão, pode- se aplicar o art.1520. MAS o mesmo não ocorre se o crime for de ação penal pública, não sendo possível o casamento, nem tampouco a extinção da punibilidade. Essas duas hipóteses depende de autorização judicial, pois ainda que não haja autorização judicial, e esta pessoa se casou e desse casamento decorrer uma gravidez, o casamento se convalida. 2) quando o menor já tem idade núbio, mas se casou sem o consentimento de seus pais ou consentimento judicial, salvo se os pais participaram da cerimônia do casamento, pois nesse caso haveria um consentimento tácito dos mesmos. 3) Quando o casamento está acobertado por vícios do consentimento: erro, ignorância ou coação. 4) Quando a pessoa fez o casamento por procuração e revogou essa procuração antes do casamento. Essa procuração deve ser feita através de escritura pública, e ela é personalíssima e especifica, ou seja, somente para o casamento. O CC admite a revogação desse instrumento, MAS esta também deve ser feita por escritura pública. É importante se diga, que mesmo que essa procuração não chegue a tempo ao conhecimento da outra parte, o casamento poderá ser anulado. Ex. o outorgante revoga dois dias antes do casamento, e o mandatário não recebe, ainda assim, o casamento poderá ser anulado, se o outorgante (noivo) volta se viagem e co-habita o ato se convalida. 5) Quando o casamento for celebrado por autoridade incompetente. A incompetência pode ser de dois tipos: incompetência em razão do local, e incompetência em razão da matéria. A incompetência em razão do local é aquela prevista no art.1550, CC como causa de anulabilidade do casamento. A incompetência em razão da matéria é aquela que ocorre por juiz absolutamente incompetente para o ato, e, portanto, ato é INEXISTENTE. 8. Quais são os regimes de bens previstos no Código Civil? Discorra sobre eles, detalhando suas especificidades. Instituto que determina a comunicação ou não do patrimônio do casa após a realização do casamento. É a consequência jurídica do casamento, viabilizado através do pacto antenupcial, válido apenas se feito com escritura pública. A finalidade é regular o patrimônio anterior e posterior ao casamento e a administração dos bens. Não havendo convenção ou sendo esta nula ou ineficaz, vigorará o regime de comunhão parcial de bens (regime legal). ESPÉCIES: Comunhão universal de bens; Todos os bens, presentes e futuros dos cônjuges, comunicam-se, exceto: 1. Bens doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade; 2. Dividas anteriores ao casamento; 3. Doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com clausula de incomunicabilidade; 4. Bens de uso pessoal; 5. Livros e instrumentos de profissão; 6. Proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 7. Pensões ou rendas semelhantes. A comunhão diz respeito não apenas ao patrimônio, mas também aos interesses do casal, em todos os atos que impliquem cessão do uso e gozo dos bens comuns, a título gratuito, é necessária a anuência de ambos os cônjuges. A administração dos bens compete a qualquer um dos cônjuges. Comunhão parcial de bens; É o regime adotado caso não haja convenção prévia ou esta seja nula ou ineficaz. Comunicam-se os bens adquiridos apenas na constância do casamento. Quando se tratar de bens moveis, presume-se que estes foram adquiridos na constância do casamento, até que se prove o contrário. A administração do patrimônio comum compete a qualquer um dos cônjuges. Entram na comunhão parcial de bens: 1. Qualquer bem adquirido na constância do casamento, a título oneroso, mesmo que em nome de apenas um dos cônjuges; 2. Bens adquiridos por doação ou herança em nome de ambos os cônjuges; 3. As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 4. Frutos dos bens comuns ou particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento. Excluem-se da comunhão parcial de bens: 1. Bens que cada cônjuge possui ao casar; 2. Bens que receberem individualmente, por herança ou doação, na constância do casamento. 3. Obrigações anteriores ao casamento; 4. Obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo se revertidos em proveito do casal; 5. Bens de uso pessoal, livros e instrumentos de profissão; 6. Proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 7. Pensões ou rendas semelhantes. Separação de bens; Não há comunicação de bens. Cada cônjuge administra o que é seu, tendo liberdade total para alienar ou gravar de ônus real. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal, na proporção dos seus rendimentos, de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial. Situações aonde a adoção do Regime de Separação de Bens é OBRIGATÓRIA: 1. Pessoas que casarem sem observar as causas suspensivas da celebração do casamento; 2. Maiores de 70 anos; 3. Todos que dependerem de suprimento judicial para casar. Participação final nos aquestos. Funciona como a Separação Total, mas se houver dissolução da união, os bens serão partilhados entre o casal. Cada cônjuge possui patrimônio próprio, e à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constânciado casamento. Regime híbrido. Bens excluídos do rol dos aquestos 1. Os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram; 2. Os que sobreviverem a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade; e 3. As dividas relativas a esses bens (CC, art. 1674).
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