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3 - RECALQUES 3.1 INTRODUÇÃO Um corpo é dito compressível quando da aplicação de forças externas o mesmo muda de forma ou de volume. COMPRESSIBILIDADE : A)SOLO GROSSO A . 1) COMPRESSÃO: Há diminuição de volume( solos grossos fofos) A . 2) DILATAÇÃO: Há aumento de volume (solos grossos compactos) A . 3) DEFORMAÇÃO: Há só mudança de forma (solos com índices de vazios críticos) B)SOLO FINO B.1) COMPRESSÃO INICIAL OU ELÁSTICA: Devido à compressão elástica do esqueleto sólido face a carregamentos instantâneos elevados e não drenados B .2) COMPRESSÃO PRIMÁRIA OU ADENSAMENTO PRIMÁRIO: Devido à expulsão da água dos vazios do solo e conseqüente mudança (redução do índice de vazios) B .3) COMPRESSÃO SECUNDÁRIA OU ADENSAMENTO SECUNDÁRIO ; devido à compressão visco elástica do esqueleto sólido do solo. A expansibilidade é o fenômeno inverso da compressibilidade em que se observa aumento de volume do solo quando eles são retiradas pressões atuantes. Muito raramente restabelece o volume inicial, em geral a expansibilidade se situa entre 0,1 a 0,3 da compressibilidade. No caso das argilas montmorilonita o aumento de umidade pode provocar expansão da mesma ordem de grandeza da compressão. 3.2) CAUSAS DE RECALQUES A) CARGAS ESTÁTICAS - * Peso próprio * Pressão transmitida ao solo pela fundação * Aterros e barragens * Forças capilares B) CARGAS DINÂMICAS: * Vibrações (Tráfego, Cravação de estacas) * Tremores de terra C) EROSÃO DO SUBSOLO: * Ruptura de tubulação * Formação de cavernas por animais * Química (dolina, dissolução de calcáreo formando cavernas) D) REBAIXAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO E/OU ALÍVIO DE PRESSÕES EM LENÇÓIS CONFINADOS: * Por carreamento do material * Mudança do ץ sub para ץ sat ou σ vm E) OBRAS VIZINHAS : *Abertura de escavações ou túneis • Presença de novas estruturas 3.3 TIPOS DE RECALQUES Principais tipos de recalque : * Recalque imediatos * Recalque por escoamento lateral * Recalque por adensamento (Primário; Secundário) RECALQUE IMEDIATOS São provenientes de deformações à volume constante do solo, isto é, deformações que se dão a índice de vazios constantes. São recalques típicos de areias e dos carregamentos rápidos em argilas ( quando não há possibilidade de drenagem de água intersticial). Estes recalques se processam logo após a aplicação das cargas. RECALQUE POR ESCOAMENTO LATERAL São aqueles devido ao deslocamento horizontal das partículas do solo das zonas mais carregadas para as menos solicitadas. Estes recalques são mais acentuados em solos não coesivos sob fundações rasas, podendo ocorrer também devido a escavações vizinhas ( em solos argilosos). RECALQUE POR ADENSAMENTO PRIMÁRIO É o processo de deformação dos solos ( em geral saturados com baixa permeabilidade e alta compressibilidade) sob efeito de carregamento externo em que o fluido intersticial é lentamente expulso dos poros e ocorre tansferência gradual de tensão do fluido intersticial para o esqueleto sólido. RECALQUE POR ADENSAMENTO SECUNDÁRIO É o decréscimo de volume, ou seja, em espessura da camada, a tensão efetiva constante, ou seja, após todo excesso de sobrepressão terem sido dissipados durante o adensamento primário. É o fenômeno de creep. Segundo diversos pesquisadores, o rearranjo das partículas é acompanhado do fenômeno chamado fluência ( creep) de partículas, que é a deformação lenta das partículas e um fluxo viscoso de camada de água absorvida pelos minerais ( rearranjo produzido pelo escorregamento do líquido viscoso). 3.4 OBTENÇÃO DE PARÂMETROS EM LABORATÓRIO 3.4.1 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL CONVENCIONAL Obtém-se: • Módulo de Young: E = ∆σ1 = σ1 – σ3 • ∆ε1 ε1 • Coeficiente de Poisson: V = ∆r/r* • ∆h/h** * Deformação radial ** Deformação axial Tipos de ensaio: Drenados (CD) : E’ , V’ Não-drenados: (UU): Eu, Vu Relação elástica: 1 + Vu = 1 + V’ (solos saturados Vu = 0,6) Eu E’ Procedimento mais simples: adensamento isotrópico Procedimento mais rigoroso: adensamento nisotrópico 3.4.2 Ensaio triaxial especial tipo k = cte 3.4.3. ENSAIO DE ADENSAMENTO Os resultados deste ensaio são plotados em gráfico com escala natural ou semi-logaritmica A) para cada estágio de carga, determina-se: Mv ( ou av) – coeficiente de variação volumétrica ( ou coeficiente de compressibilidade) Cv (por Casagrande ou Taylor) – coeficiente de adensamento Kv – coeficiente de permeabilidade B) como resultado de todos os estágios obtém-se as curvas e x logP (em geral) Ev x logP (Ladd-Mit) Ou ainda W x P , e x P C) parâmetros que se definem a partir das relações usadas Mv – coeficiente de variação volumétrica Mv = ΔΡ Δεν av – coeficiente de compressibilidade av = - ΔΡ Δe Eoed – Módulo endométrico Eoed = ενΔ ΔΡ = νM 1 Cc – Índice de Compressão Cc = - P e logΔ Δ CR – razão de compressão Cr = P v logΔ Δε Cv – coeficiente de adensamento Cv = t THd2 Kv – coeficiente de permeabilidade Kv = Mv Cv γω D) Relações Av = ( 1+ Co) Mv Cc = (1+Co ) CR Kv = c avCv +1 .. γω E) alguns exemplos E.1) Índice e razões de compressibilidade Ev = eo e + Δ 1 RR = 10)(log 1)( − Δ P εν RR = eo Cr +1 CR = 21)(log 21)( − −Δ P εν CR = eo ec +1 SR = - 32)log( 32)( −Δ −Δ P εν SR = eo Cs +1 E.2) Pressão de pré-adensamento A história de tensão de um depósito de argila refere-se a pressão existente a relação de pré-adensamento RPA = (σ vm / σvo ). A pressão é a máxima tensão que o solo já suportou. CAUSAS DO PRÉ-ADENSAMENTO * erosão de uma camada superior * construção de uma estrutura * rebaixamento, variação do nível d’água * secagem de camadas superiores * adensamento sobre o peso próprio ( adensamento secundário ) * nos países frios devido ao degelo De acordo com a história de tensão os depósitos podem ser: Normalmente adensado RPA=1 Pré-adensado RPA >1 Parcialmente adensado RPA<1 Estimativa de pressão de pré-adensamento Métodos: * Casagrande ( 1 ICSMFE – 1936 ) * Pacheco e Silva ( 4 COBRAM SEF – 1970 ) * Schmertmann ( 1955 ) MÉTODO DE CASAGRANDE 1 – Através do ponto de menor raio de curvatura ( maior curvatura) 2 – Traça-se uma horizontal, uma tangente e a bissetriz entre as duas 3 – A intercessão da bissetriz com o prolongamento da reta virgem define o ponto MÉTODODE PACHECO SILVA para argila normalmente adensada 1 – Pelo ponto eo, traça-se uma horizontal 2 – Prolonga-se a reta de compressão virgem até interceptar a horizontal (ponto A) 3 – Pelo ponto “ A” traça-se uma vertical até encontrar a curva no ponto B. 4 – Pelo ponto “B” traça-se uma horizontal até encontrar o prolongamento da reta virgem (ponto “ C” ). A partir do ponto C projeta-se sobre o eixo das pressões e encontra-se a σ vm. Observações: 1 – O método de Casagrande como o de Pacheco Silva não admitem correção da reta virgem ( efeito do amolgamento ) do laboratório para o campo. 2 – O método de Pacheco Silva, não leva em consideração o efeito do Creep. Para o caso de não haver carga crescente. S´evolução do tempo. MÉTODO DE SCHERMERTMANN 1 – Efetua-se o ensaio de adensamento normalmente, quando atingir o início do trecho retilíneo promove-se um descarregamento, obtendo-se um laço que orientará o processo. 2 – O laço tem suas intercessões unidas fornecendo uma determinada reta 3 – Pelo ponto σ vo e eo, que é o estado natural da amostra traça-se uma paralela à reta citada em (2). 4 – Por 0,42 eo traça-se uma horizontal e determina-se um ponto na intercessão com a curva e x logP (ponto B). 5 – Por um dos processos anteriores (Casagrande ou Pacheco Silva) avalia-se uma pressão de pré-adensamento aproximada σ vm 6 – O ponto de intercessão da vertical por σ vm , com a reta descrita em (3-), é unido com outro descrito em (4-). 7 – Os ∆e entre os trechos obtidos e a curva são plotados contra log P. Onde houver simétrica deste gráfico estará elegida a pressão de pré-adensamento. Do gráfico e x P pode-se obter o coeficiente de compressibilidade volumétrica, Mv pode ser determinado através de uma variação de índices de vazios ( ∆e ), para uma variação de pressão, a partir de índices de vazios inicial eo. Mv = ___∆e ___ ∆P(1+e0) Mv = ___∆Ev ___ ∆P Mv = ___∆+1___ H0 ∆P DETERMINAÇÃO DE ev EM LABORATÓRIO OBTENÇÃO DE PARÂMETROS “ IN SITU” Ensaios “ in situ” que podem fornecer parâmetros de deformação 1- Ensaio de penetração dinâmica (SPT) 2- Ensaio de penetração estática (DIEPSONDERING) 3- Ensaio pressiométrico (MENARD,CMBRIDGE UNIV.) 4- Ensaio de placa * Na superfície * Em furos CÁLCULO DE RECALQUE O procedimento para cálculo de recalque pode ser separado em 02 grupos: 1 – Cálculos diretos 2 – Cálculos indiretos, dependendo se o recalque é fornecido diretamente pela solução empregada ou por cálculo à parte. 1 – CÁLCULO DO RECALQUE DIRETO Pode usar: Solução pela teoria da Elasticidade para Recalques Métodos numéricos * Método das diferenças finitas • * Métodos dos elementos finitos • * Métodos dos elementos de contorno OBS: O método dos Elementos Finitos é o único capaz de fazer análise não linear da curva tensão deformação. Existem soluções da Teoria da Elasticidade ( para recalque) para um grande número de casos. 2 - CÁLCULO DO RECALQUE INDIRETO Procedimento: (i) Divisão de subsolo em subcamadas em função de: - propriedade dos materiais - proximidade da carga - ou variação no estado de tensão – (subcamadas devem ser menos espessas onde são maiores as variações no estado de tensão). (ii) Cálculo da variação no estado de tensão no ponto médio de cada subcamada, na vertical do ponto onde se deseja conhecer o recalque, por solução da teoria da elasticidade. (iii) Combinando-se a variação no estado de tensão do ponto médio, com as propriedades de deformação da subcamada (válida para a variação no estado de tensão calculada em (ii) e com a espessura da camada ∆H , obtém-se a deformação da subcamada ∆P. (iv) Somando-se as deformações das subcamadas, obtém-se o recalque ρ ρ = ∆ ρ ∑ = n i 1 n= nº de camadas CÁLCULO DO RECALQUE PELA TEORIA DA ELASTICIADDE Capilação de soluções nos seguintes trabalhos US Army Corps Engs (1958) Bearing Cap. Of Soils Harr 1966 Found. Of Theoritical Soil Mech Poulus 8c David 1974 Elastic Solution of Soil 8c Roch Mech Perloff 1977 Chap 4 Foundation Engeneering Handbook. RECALQUES IMEDIATOS No caso de uma areia e de um carregamento rápido (não drenado) de uma camada de argila saturada, é possível utilizar métodos da teoria da elasticidade para se estimar recalques decorrentes da distorção elástica da camada. O recalque elástico de uma camada submetida a um carregamento superficial q pode ser obtido pela expressão a seguir: ρ = Cd q B (1-u2) E Onde; q = Pressão média aplicada B = menor dimensão da sapata ou diâmetro u = Coeficiente de Poissom E = Módulo de Young Cd = fator que incorpora a forma da sapata e da posição do ponto, profundidade e rigidez da sapata. ALGUNS VALORES DO MÓDULO YOUNG E DO COEFICIENTE DE POISSOM Koogler - Sheidig SOLO E (Kgf/cm2) Pedregulho arenoso 1000-2000 Areia compacta 500-800 Areia fofa 100-200 Argila dura 80-150 Argila rija 40-80 Argila mole 15-40 Argila muito mole 5-30 Turfa 1-50 BANKAND SOLO E (Kgf/cm2) Areia muito compacta 830 Areia fina saturada 850 Areia com pedregulho 540 Areia com pouca umidade 540 Argila siltosa c/ areia e silte orgânico 310 Argila siltosa saturada com areia 440 KEDZI SOLO E (Kgf/cm2) Areia densa com pedregulho 1000-2000 Areia densa 500-800 Areia fofa 100-250 Areia siltosa 70-200 Argila arenosa 300-400 Argila rija 70-180 Argila mole 20-50 Argila mutio mole 3,5-30 BARKAM SOLO u Areia 0,20 Argila com pouca areia e silte 0,35 Argila 0,40 Segunda Caputo para solos em geral u = 0,50 Na tabela 3.1 a seguir são fornecidos os valores de Cd quando se considera H = ∞ Na tabela 3.2 e 3.3 fornecem valores de C’ para o cálculo do recalque de camadas finitas, apoiadas sobre uma base rígida, no centro e no meio do lado maior para carregamentos uniformes. A presença de uma camada rígida (E1, ui) abaixo da fundação é uma camada compressível (E2, u2) tal como indica a figura abaixo, tende a reduzir a grandeza dos recalques nesta última camada. Burmister (1965) indica que o recalque no centro de uma área circular (diâmetro B) uniformemente carregada (q) poderia ser obtido com base na expressão: ρ’ = α ρ0 onde ρ0 seria o recalque para H=0 e α um fator de correção da presença da camada rígida. Na tabela 3.4 são fornecidos valores de α em função de H/B e de E1/E2 para ( u1 = uE = 0,4). Cabe também assinalar que o embutimento da fundação no terreno tende também a causar uma redução no valor do recalque calculado. Fox (1948) sugere que o recalque médio( ρm) de uma fundação retangular (lados a,b) pode ser obtido pela expressão: ρm = α ρms onde ρmo seria o recalque médio da fundação admitida na superfície (h=o) e α um fator de correção do efeito do embutimento (h) da fundação que se pode obter no gráfico da figura abaixo em função de h/ b a e de b/a tabela 3.1 FATORES DE FORMA E DE RIGIDEZ Cd PARA CALCULAR RECALQUES EM PONTOS SOBRE ÁREAS CARREGADAS NA SUPERFÍCIE DE SEMI ESPAÇO ELÁSTICO. FORMA CENTRO QUINA MEIO DO LADO MENOR MEIO DO LADO MAIOR MÉDIA Círculo 1.00 0.64 0.64 0.64 0.85 Círculo(rígido) 0.79 0.79 0.79 0.79 0.79 Quadrado 1.12 0.56 0.76 0.76 0.95 Quadrado(rígido) 0.99 0.99 0.99 0.99 0.99 Retângulo:Comprimento/largura 1.5 1.36 0.67 0.89 0.97 1.15 2 1.52 0.76 0.98 1.12 1.30 3 1.78 0.88 1.11 1.35 1.52 5 2.10 1.05 1.27 1.68 1.83 10 2.53 1.26 1.49 2.12 2.25 100 4.00 2.00 2.20 3.60 3.70 1000 5.47 2.75 2.94 5.03 5.15 10000 6.90 3.50 3.70 6.50 6.60 tabela 3.2 VALORES DO FATOR DE FORMA C ‘ d PARA RECALQUES DO CENTRO DE UMA ÁREA CARREGADA UNIFORMEMENTE SOBRE UMA CAMADA ELÁSTICA SOBREJACENTE A UMA BASE RÍGIDA. RETÂNGULO H/B Círculo diâmetro=B L/B=1 L/B=1.5 L/B=2 L/B=3 L/B=5 L/B=10 Faixa infinita L/B=∞ 0.0 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.1 0.09 0.09 0.09 0.09 0.09 0.09 0.09 0.09 0.25 0.24 0.24 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.5 0.48 0.48 0.47 0.47 0.47 0.47 0.47 0.47 1.0 0.70 0.75 0.81 0.83 0.83 0.83 0.83 0.83 1.5 0.80 0.86 0.97 1.03 1.07 1.08 1.02 1.08 2.5 0.88 0.97 1.12 1.22 1.33 1.39 1.40 1.40 3.5 0.91 1.01 1.19 1.31 1.45 1.56 1.59 1.60 5.0 0.94 1.05 1.24 1.38 1.55 1.72 1.82 1.83 ∞ 1.00 1.12 1.36 1.52 1.78 2.10 2.53 ∞ RECALQUES POR ESCOAMENTO LATERAL Seus valores podem ser estimados a partir das seguintes equações ρ = C q Para fundações retangulares onde o lado a é o menor lado a ρ = C q Para fundações circulares de diâmetro d d ρ = C q Para fundações corridas de largura b 2b O valor de q representa a pressão transmitida de c é um coeficiente função do tipo de solo TIPO DE SOLO C (CM4/Kgf) Areia solta 50 Areia compacta 6 Areia argilosa compacta 1 OBS: Considerar o escoamento lateral devido ao alívio de tensões laterais ( escavações) RECALQUE POR ADENSAMENTO PRIMÁRIO A) CASO UNIDIMENSIONAL Deformação Ev = ∆ e ou ρ = ∆ e (válida para qualquer situação) 1 + e0 H 1+e Da história de tensão de depósitos (pressão geostática e razão de pré-adensamento RPA) pode-se distinguir três situações: 1) ARGILAS SUB-ADENSADAS: quando σ vo > σ vm ou RPA<1 ρt = H Cc log vm vf σ σ 1+e0 2) ARGILA NORMALMENTE ADENSADA: quando σ vo = σ vm ou RPA=1 ρt = H Cc log vo vf σ σ 1+e0 3) ARGILAS PRÉ-ADENSADAS: quando σ vo < σ vm ou RPA>1 EXISTEM DOIS CASOS A CONSIDERAR Se σ vf < σ vm ρt = H Cr log vo vf σ σ 1+e0 Se σ vf > σ vm ρt = H Cr log σ vm H Cc log σ vf 1+e0 σ vo 1+e σ vm σ vm B) CASO TRIDIMENSIONAL 1) Pela teoria da elasticidade Ez = 1 [∆δ - ץ (∆σ x + ∆ σ y) E E, ץ obtidos de ensaios triaxiais convencionais (ver nota de aula) ou por retro-análise de ensaios triaxiais especiais (Davis e Poulos,1963, 1968) 2) Segundo Jambu (1963) Ez = M xσΔ M obtido de ensaios K = cte 3) Segundo Lambe (1964) – “ Stress Path Method” Ez obtido de ensaios K = cte 4) Segundo Skempton e Bjerrum (1957) Ez,III-D = μ Ez,oed μ = f ( geometria de carga, parâmetro de pressão neutra A) Baseado em: ∆ σ z = ∆ μ ∆ μ = B [∆ σ 1 + A (∆ σ 1 - ∆ σ 3)] ∆ σ 1 = ∆ σ 2, ∆ σ 3 = ∆ σ x B = 1.0 A= 0.6 RECALQUE POR ADENSAMENTO SECUNDÁRIO O valor da compressão secundária pode ser definido pela inclinação da reta da parte final da curva (∆H/H x log t) medida como a unidade de compressão por ciclo logarítmico de tempo, como foi visto no item anterior ρsec = C α H log tp t H = espessura da camada após o adensamento primário t = intervalo de tempo tp = tempo para ocorrer o adensamento primário C α = coeficiente de compressão secundária VALORES TÍPICOS DE C α TIPO DE SOLOS C α Argila normalmente adensada 0.005 a 0.020 Solos muito plásticos, solos orgânicos 0.030 ou superior Argilas pré-adensadas Menor que 0.001 Baseando-se em resultados medidos em laboratórios e no campo, os recalques secundários variam com o acréscimo de pressão efetiva aplicadas e com grau de consolidação (RPA) A compressão secundária na maioria dos solos argilosos é de pequena importância, porém para solos muito plásticos e com matéria orgânica e em solos com drenos, estes valores podem se equipararem e até suplantarem aos da compressão secundária. ESCAVAÇÕES As escavações para o assentamento de fundações e sub-solos provocam um alívio das tensões np interior do maciço (figura a seguir) Tem sido prática usual considerar o efeito da escavação como equivalente à aplicação de uma pressão negativa. ρ= - ∑ ץ D ao nível do fundo da escavação o alívio (∆ σ zi), num dado ponto e profundidade, seria Obtido da forma descrita no capítulo de pressão. O inchamento seria, portanto, obtido da expressão - ρ= - ∆ρi ∑ n 1 - ∆ρi = - ∆e = Ce log Pvi____ 1+eo 1+eo Pvi - │∆ σ zi│ O acréscimo subseqüente de pressão (∆ σ zi) devido à fundação deveria, portanto, ser considerado à partir do valor de pressão inicial aliviada (Pvi - │∆ σ zi│), como indicado na figura ao lado. Denomina-se fundações flutuantes aquelas em que a pressão (q) aplicada pela fundação não ultrapassaria o valor da pressão de alívio (p), devido à escavação. O procedimento acima, para a estimativa do inchamento (“ heave” ), é um tanto incorreto, em especial por não considerar o efeito do solo adjacente à escavação Parloff (1975) recomenda que o inchamento seja estimado a partir da teoria da elasticidade. Com base em análise de Baladi (1968), o inchamento da base de uma escavação corrida, com largura B, poderia ser estimada a partir da expressão - ∆ρ = ∆strip x ץD2 E Onde ∆strip seria um fator de inchamento, cujos valores para a linha central e a bordo da escavação corrida, poderiam ser obtidos, em função de H/B e de B/D, na figura abaixo a e b, respectivamente. No caso de escavações circulares, ou retangulares, dever-se-ia aplicar um fator corretivo de forma (c” d)ao valor acima abaixo. - ∆ρ = C” d x ∆strip x ץD2 E onde C” d seria obtido na figura abaixo em função de H/B e da relação entre os lados das escavações (L/B), no centro (a) e no meio do lado maior (b). TEMPO DE RECALQUE o processo de adensamento de um solo saturado requer a expulsão da parte da água existente nos vazios do solo. O cálculo dos recalques por adensamento apresentado anteriormente refere-se ao recalque final. O desenvolvimento do adensamento de uma camada compressível pode ser descrita com base no grau de adensamento ( em %) médio da camada. Fazendo a integração da equação diferencial do adensamento Cu d2u = du Dz2 dt Por meio da série de Fourier, e tomando em consideração as condições limites (drenagem completa pelo topo e pela base da camada; t=0 P = ∆u Tv = Cv t h2 onde; Cv = coeficiente de adensamento t = tempo de adensamento Tv = fator tempo vertical h = espessura da camada para face drenante OBS 1 O tempo t para a compressão se completar é função de a) v (lei Darcy) v = ki f(k) e f(i) i= f(x,y,z,t) b) dimensão do maciço H c) condições de fronteiras d) condiçõesiniciais e) índice de compressão do esqueleto Cc A relação entre o recalque ocorrido em um determinado período (t) e o recalque total ( em um tempo infinito) é dado pela expressão: ρ t = π Tv4 = u(%) ( scott, 1965) ρtotal(t=∞) Relações aproximadas entre T (fator tempo) e U (porcentagem de recalque) Taylor U < 60% Tv= 4 π U2 U > 60% Tv= -0.9332 log10 (1-U) – 0.0881 Leonards U<53% Tv= 4 π U2 U>53% Tv = 1.781 – 0.933 log(100-U) Terzaghi e T < 12 1 U = 3 4 T Frohlio T >= 12 1 U = 1- 3 2 e ( 4 1 - 3T) Foram obtidas soluções analíticas para diversas distribuições iniciais do excesso de pressão neutra, algumas das quais são apresentadas na tabela a seguir que relacionam, para cada distribuição dada, o valor de U(t) com o fator tempo. A distribuição do excesso de pressão neutra é usualmente admitida igual à do acréscimo de pressão efetiva, transmitida Á camada compressível do subsolo, na vertical do ponto considerado.Admitamos por exemplo que a distribuição inicial seja do tipo indicado na figura. TABELA (a) Distribuição do excesso inicial de pressão neutra (b) Valores de U (%) em função do caso de Tv Grau de adensamento médio U(%) Tv CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4 0.004 7.14 6.49 0.98 0.80 0.008 10.09 8.62 1.95 1.60 0.012 12.36 10.49 2.92 2.40 0.020 15.96 13.67 4.31 4.00 0.028 18.88 16.38 6.67 5.60 0.036 21.40 18.76 8.50 7.20 0.018 24.72 21.96 11.17 9.60 0.060 27.64 24.81 13.76 11.99 0.072 30.28 27.43 16.28 14.36 0.083 32.51 29.67 18.52 16.51 0.100 35.68 32.88 21.87 19.77 0.125 39.89 36.54 26.54 24.42 0.150 43.70 41.12 30.93 28.86 0.175 47.18 44.73 35.07 33.06 0.200 50.41 48.09 38.95 37.04 0.250 56.22 54.17 46.03 44.32 0.300 61.32 59.50 52.30 50.78 0.350 65.82 64.21 57.83 56.49 0.400 69.79 68.36 62.73 61.54 0.500 76.40 76.28 70.88 69.95 0.600 81.56 80.69 77.25 76.52 0.700 85.59 84.91 82.22 81.65 0.800 88.74 88.21 86.11 85.66 0.900 91.20 90.79 89.15 88.20 1.000 93.13 92.80 91.52 91.25 1.500 98.00 97.90 97.53 97.45 2.000 99.42 99.39 99.28 99.26 TABELA (a) Distribuição do excesso inicial de pressão neutra (b) Valores de Tv em função do caso e de U Fator |Tempo Tv U(%) CASO 1 CASO 2 CASO 3 CASO 4 0 0 0 0 0 5 0.0020 0.0030 0.0208 0.0250 10 0.0078 0.0111 0.0427 0.0500 15 0.0177 0.0238 0.0659 0.0753 20 0.0314 0.0405 0.0904 0.101 25 0.0491 0.0608 0.117 0.128 30 0.0707 0.0847 0.145 0.157 35 0.0962 0.112 0.175 0.187 40 0.126 0.143 0.207 0.220 45 0.159 0.177 0.242 0.255 50 0.197 0.215 0.281 0.294 55 0.239 0.257 0.324 0.336 60 0.286 0.305 0371 0.384 65 0.342 0.359 0.425 0.435 70 0.403 0.422 0.488 0.501 75 0.477 0.495 0.562 0.575 80 0.567 0.586 0.652 0.665 85 0.684 0.702 0.769 0.782 90 0.848 0.867 0.933 0.946 95 1.129 1.148 1.214 1.227 100 ∞ ∞ ∞ ∞ Este caso representaria, aproximadamente, a associação de uma distribuição com variação linear (caso1), reduzida de uma variação senoidal completa (caso 3). Como na teoria é possível a superposição de distribuições pode-se escrever. Ut = U1 (t) x A1 – U3(t) x A3 A Onde U1(t) e U3(t) – São valores de U(t) para os casos 1 e 3 respectivamente A1 e A3 – São as áreas abrangidas pelas duas distribuições A – Área da distribuição real No caso de só ocorrer apenas uma camada drenante, as tabelas seriam aplicáveis paras as distribuições de pressão assinaladas na figura abaixo. Nesta última situação deve-se adotar a superposição indicada na figura abaixo para a distribuição com variação linear de excesso de pressão neutra. Quanto aos problemas envolvendo tempo de recalque há dois casos a considerar: A – O tempo para ocorrer um dado recalque B – O recalque que ocorre em um dado tempo Solução para o caso A 1 – Determina-se o recalque total por adensamento ρ (∞ ) 2 – Como o recalque que se deseja determina-se o grau de adensamento U = ρ (t ) ρ (∞ ) 3 – Com o grau de adensamento determina-se o fator tempo Tv = f(U) 4 – Com o fator tempo determina-se o tempo para ocorrer o recalque t = Tv Hd2 Cv Solução para o caso B 1 – Determina-se o recalque total Por adensamento ρ = ∞ 2 – Como o tempo que seja calcular o recalque determina-se o fator tempo Tv 3 – Com o fator tempo Tv determina-se o grau de adensamento U = f(Tv) 4 – Com o garu de adensamento determina-se o recalque ρ (t ) = U(t) ρ (∞ ) CORREÇÕES DO TEMPO DE CONSTRUÇÃO Os procedimentos do item tempo de recalque permitem definir, para um carregamento aplicado instantaneamente, o desenvolvimento no tempo dos recalques por adensamento da camada compressível do subsolo. Na prática as cargas estruturais não são aplicadas instantaneamente e sim dentro de um período de tempo, que vai depender da dimensão ou volume da obra. Terzaghi propôs um método empírico de correção da curva tempo recalque para o tempo de construção: Sendo: q – carga total aplicada qo – carga no final do período de construção tc – tempo de construção Assim a curva corrigida é construída supondo-se que durante o período de construção, para qualquer tempo (t) o recalque parcial (ρ) é igual ao recalque no tempo (t/2) correspondente a aplicação instantânea da carga (q), multiplica pela relação (q/qo) das cargas. Para os demais tempos (t>tc) os valores dos recalques são iguais e da curva instantânea considerando o tempo (t – tc/2). DRENAGEM RADIAL Pode ser necessário, em vários problemas, acelerar os tempos de recalque de uma camada compressível do subsolo, quer para se obter maior resistência ao cisalhamento dessa camada à medida que se procede o seu carregamento, quer para por meio de um pré- carregamento, reduzir recalques da camada, quando da aplicação de carregamentos definitivos subseqüentes. Para tanto são executadas perfurações verticais através da camada, preenchidas, em geral, com areia e igualmente espaçadas em planta, tal como assinalado na figura a seguir. Constituem os denominados “ drenos verticais de areia” . Nessas considerações, a drenagem da água intersticial entre drenos, se processaria simultaneamente na direção vertical e radial, na direção dos drenos. O grau de adensamento, num do tempo, seria obtido pela expressão: U (t) = 1 - [ 1 – U(t) r ] [ 1 – U(t) z] 100 100 100 onde U(t)z seria o grau de adensamento para a drenagem vertical (unidirecional), analisado anteriormente. O valor U(t)r seria o do grau de adensamento para a drenagem radial apenas, que poderia ser obtida na tabela a seguir, em função da relação R/rw e de Tr (fator tempo para a drenagem radial) Tr = Cr t R2 Onde R seria a semi-distância entre os drenos, rw o raio efetivo do dreno e Cr o coeficiente de adensamento radial da camada. Cr = Kh (1 + eo) Av γ w Que se pode obter por meio de ensaios especiais de adensamento (radial),ou através da expressão: Cr = Kh Cv Kv Conhecendo-se o fator de anisitropia (Kn/Kv) da camada Leonards (1962) sugere adotar-se para rw a metade do raio do dreno executado, para se levar em consideração e efeito amolgamento ( “ smear” ) do solo nas imediações dos drenos, que pode ocorrer quando da execução dos dreno, e que tende a reduzir o valor de Kh nessa zona amolgada. ESTIMATIVA DE RECALQUE EM FUNDAÇÕES SOBRE AREIA. MÉTODO DE BEER (1967) O recalque ( ρ ) de uma fundação rígida assente sobre uma camada de areia pode ser estimado na expressão: ρ = ∑1 n 1 1 c h ln Pvi + ∆ σ zi Pvi ∆ σ zi – Acréscimos médios de pressão em cada sub-camada do subsolo obtidos com base na lei de Buisman (x = 4) num ponto característico da fundação situado a: 0,58 xn do centro da fundação circular com raio n 0,50 xb do centro de uma fundação retangular ou corrida com lados 2b Ci – Coeficiente definido para cada subcamada a partir da expressão Ci = Dzi Pvi Dzi = 1,5 qcl obtido do ensaio de cone Pvi – Representa a pressão vertical efetiva de terra ao nível de cada subcamada, com espessura h conforme a figura seguinte. O autor recomenda proceder a análise até uma profundidade abaixo da fundação, onde o acréscimo ∆ σ zi , decorrente da pressão ∆P aplicada pela fundação seja da ordem de 0,1 Pvi nesta mesma profundidade. OBS: A experiência tem indicado (Schmertmann, 1970) que os valores reais dos recalques situam-se, em geral, entre 0,4 a 0,8 ρ. MÉTODO DE SCHMERTMANN (1970) A aplicação deste método está baseado nos resultados da resistência de ponta qc obtida no ensaio de penetração de cone. Admite que o módulo de compressibilidade da areia seria representado pela equação: Dz = 2qc O subsolo, numa espessura 2B abaixo da fundação (rígida) é decomposto em subcamadas com valores aproximadamente iguais de qc (qcm), definidos a partir do gráfico qc x profundidade do ensaio de penetração de cone. Defini-se também o gráfico simplificado da variação do fator de influência das deformações (Iz) conforme indicado na figura abaixo. FUNDAÇÃO RASA - FIGURA O recalque imediato (ρ1) da camada seria obtido pela expressão ρ = C1 C2 ∆P x I∑n 1 zi ∆zi Dzi ∆P - Acréscimo de pressão transmitida pela fundação em Kgf/cm2 Dzi – Módulo de compressibilidade do solo ∆zi – Espessura da camada C1 – Fator corretivo não inferior a 0,5 que leva em conta o efeito de embutimento da fundação sobre o recalque médio da fundação C1 = 1 – 0,5 (Po/∆P) 0,5 onde ≥ Po – Pressão efetiva do terreno ao nível da fundação ( ∑ γ D) Kgf/cm2 C2 – Fator corretivo que leva em conta o recalque por creep C2 = 1 + 0,2 log t / 0,1 t em anos No caso de não se dispor de ensaios de cone, sugere estimar os valores de qc em função de n, das sondagens de percussão, através da expressão: qc = aN onde a em Kgf/cm2 SOLO a Siltes e siltes arenosos 2,0 Areia fina pura ou pouco siltosa 3,5 Areia grossa 5,0 Pedregulhos puros ou arenosos 6,0 MÉTODO DE MEYERHOF (1976) Trata-se de um procedimento semi-empírico para estimar o recalque de uma fundação rígida, com largura B, a partir da resistência média (N) obtida nas sondagens a percussão, (porém corrigido como foi visto no primeiro capítulo) numa espessura B da camada arenosa sob a fundação, quando é aplicada uma pressão q ρ = 2q B N B em ft 1 ft = 0,3048 m P em tsf tsf = 9764,86 Kg/Cm2 ρ em in in = 0,0254 m RECALQUES EM FUNDAÇÕES PROFUNDAS 1 – ESTACAS ISOLADAS 1.2 – MÉTODO DE POULOS (1972) Na figura abaixo apresentam-se os principais dados admitidos no estudo. O recalque σ seria calculado com base na expressão: σ = P I Esd Onde P = carga aplicada Es = módulo de elasticidade do solo D = diâmetro I = fator de influência = I1 x Rk x Rh x Rb I1 = fator de influência para uma estaca incompressível (Ep = ∞ ) Ep = módulo de elasticidade da estaca R = fatores de correção Na figura a seguir apresentam-se curvas que permitem obter I1 = f(L/d, db/d), onde db é o diâmetro da base da estaca, ou tubulão. O fator Rk visa corrigir o efeito de compressibilidade da estaca. Este fator pode ser obtido no gráfico da figura abaixo em função da relação L/d e do fator de rigidez da estaca K = Ep RA Es Onde Ep = módulo de elasticidade da estaca RA = relação da área da estaca, isto é, a relação entre a área da seção total da estaca ( em estacas maciças temos RA = 1) O fator Rh visa corrigir o efeito da presença de uma camada incompressível no subsolo, abaixo da ponta da estaca. Na figura abaixo pode-se obter o valor de Rh em função das relações L/d e h/L ou L/h. Finalmente o efeito da presença de Rk de um solo menos compressível abaixo da ponta da estaca, com módulo de elasticidade Eb>Es, tal como indicada na figura anterior, seria considerado através do fator Rb. Este fator pode ser obtido, em função de L/d, K e da relação Eb/Es, na figura abaixo. O estudo permite também definir a parcela (B) da carga P, aplicada na cabeça da estaca, que seria transmitido à base (Pb). Assim : Pb = BP P – pb = ps = (1-B)p Onde B = B1 x Ck x Cb O autor apresenta também um método simplificado que permite a construção da curva carga-recalque de uma estaca isolada. Para tanto será necessário que se faça uma estimativa preliminar, com base nos itens anteriores, das resistências de atrito (Psu) e de ponta (Pbu) da estaca. Psu = fu AL Pbu = qu Ap O recalque total da estaca quando se atinge a carga Psu no fuste seria obtido da expressão: P1 = Esd I x β−1 Psu O recalque total (ρ u) por ocasião da ruptura ( pu = psu + pbu) seria dado pela Expressão: Pu = Esd I B Pbu + [ Pbu - )1( . B BPsu − EpAp L . ] Onde: Ap = área da seção da estaca Dessa forma é possível desenhar a curva carga-recalque provável da estaca, tal como indicada na figura a seguir. MÉTODO VESIÉ (1970) Admite que o recalque da base da estaca em um solo de comportamento granular poderia ser estimado a partir da equação: ρ = Cw Qp (1+Dr2)Bqu onde: Qp = carpa aplicada na ponta (tons) B = diâmetro da ponta (ft) Qu = pressão de ruptura do solo da ponta (tsf) DR = densidade relativa da areia Cw = coeficiente de recalque Cw = 0,04 – para cravação dinâmica 0,05 – para cravação estática 0,18 – para estaca cravada Com base na teoria da elasticidade, podemos escrever ρb = q B lw Es 21 μ− = lw q sE B ' lw = fator de influência das deformações = 0,88 (placa circular rígida). ρB= 0,88 Qp x B = 1,121 Qp 0,785B2 E´s E´s B Vesié indica também que E´s = B (1+Dr2)qu, donde termos ρB = 1,121 Qp B (1+Dr2)Bqu Os valores de B = 25 (estacas cravadas) e 5,5 ( estacas escavadas) sugeridos por Vesié forneceriam, finalmente Cw = 1,121 = 0,045 ( estacas cravadas) 25 Cw = 1,121 = 0,204 ( estacas escavadas) 5,5 Para o recalque total sugere adicionar o recalque elástico do fuste obtido da expressão:ρs = (Qp + λ Qs) EpAp L . O fator λ recomendado por Vesié seria da ordem de 0,6 nas areias. MÉTODO BEREZANTZEV (1965) O autor admite, em tubulões com base em areia, que se obteria um recalque da base Pb = 0,2 B, quando atingindo a pressão qb = λ B(bk), onde B = diâmetro da base λ = peso específico da areia BBk = fator adimensional que se obtém em função de Df/B e de φ Df = profundidade da base φ = ângulo de atrito da areia Para valores menores de pressão na base qb sugere-se interpolar linearmente, admitindo-se que Pb = 0. EM CONJUNTOS DE ESTACAS MÉTODO POULOS (1968, 1972) BLOCO RÍGIDO O método é aplicável a grupos de estaca sob um bloco rígido. A) Para o caso de eficiência unitária do conjunto, isto é, quando a carga de ruptura do grupo (Pub) é igual ao número de estacas do grupo (n) multiplicado pela capacidade de carga de cada estaca isolada (Pu). Pu = n Pu = n(Psu + Pbu) Podemos escrever,tal como descrito para os recalques : ρ1 = Esd I )1( B Pbu − x n RG ρu = Esd I B Pbu x n RG + [Pbu - )1( B PsuB − ] EpAp B onde o valor de RG, fator de redução do grupo de estacas, pode ser obtido na figura a seguir, em função de s/d e de n, onde s é o afastamento entre os centros das estacas do grupo, usualmente igual entre todas as estacas. É importante observar, no presente caso de bloco rígido, qie a carga total aplicada ao bloco não se distribuirá uniformemente sobre as estacas dos blocos, obrigadas,no caso, a sofrerem recalques iguais. A tabela a seguir fornece dados teóricos sobre a relação entre as cargas atuantes nas estacas (P) e a carga média (Pav), para blocos de 32 = 9, 42 = 16 e 52 ==25 estacas ( ver esquema na figura abaixo) Do exame da tabela anterior, pode-se verificar, por exemplo, que para um bloco rígido de 52 = 25 estacas, a carga nas estacas da quina do bloco (tipo1) chegaria teoricamente a ser 4,12 vezes superior à carga média, aplicada (Pav) para espaçamento (s) entre as estacas de 1 diâmetro (d). P1 = 4, 12 Pav = 4,12 25 n Onde n seria a carga total aplicada no grupo. B) Para o caso de eficiência abaixo da unitária, isto é, quando Pub< n Pu O procedimento mais simples para se estimar o recalque do grupo seria o de se substituir o grupo por um tubulão equivalente, com área da seção transversal igual à do grupo e com comprimento equivalente. A curva carga-recalque seria estimada para o caso de uma fundação isolada. BLOCO FLEXÍVEL Nesta situação o recalque de cada estaca decorreria a da carga aplicada à estaca, admitida isolada, e da influência das demais estacas do grupo. O recalque adicional (∆ρ) de uma estaca, devido à presença de uma estaca próxima (figura abaixo) poderia ser estimado com base na expressão ∆ρ = α ρ onde ρ seria o recalque da estaca admitida isolada e submetida à mesma carga (P) da estaca vizinha e α um fator de acréscimo do recalque da estaca. Na figura abaixo, pode-se obter o valor de α em função de S/d, ou de d/s, e de h/l, para o caso de estacas admitidas incompressíveis e para L/d = 25 e γ = 0,5. ( K = Es Ep x RA = ∞) Deve-se observar que a influência do valor de γ s é desprezível. Nas figuras abaixo são fornecidos valores de α para os casos em que h = ∞ e h =L, admitindo diversos valores de compressibilidade (k) de estaca. Os gráfico, em ambos os casos, foram subdivididos para os valores de L/d = 10,25 e 100. O recalque de uma estaca devido à ação do grupo poderia, finalmente, ser estimado adotando-se o princípio da superposição; Dessa forma, podemos escrever, para o recalque (ρ1) da estaca (1) de um grupo de (k) estacas k ρ1 = ρ1 ( ∑ Pγ α iγ + Pi) y = i y i ≠ onde: ρ1 = recalque da estaca isolada (1) para uma carga unitária α iγ = fator de interação devido à estaca (γ ) sobre a estaca (1) Pγ = carga que atua na estaca (γ ) P1 = carga que atua na estaca (1) k Devemos ter para o carregamento (PG) do grupo PG = ∑ P γ γ =1 No caso das cargas Pγ serem iguais pode-se estimar o valor do recalque máximo (ρ = ρ Max) em função do recalque do grupo admitindo rígido (ρ = SR) , tal como calculado no item anterior. Na tabela abaixo, apresentam-se valores da relação S Max / SR para grupo de 32 = 9, 42 =16 e 52 = 25 estacas. O recalque diferencial máximo poderia ser estimado a partir dos dados da figura a seguir, em função do recalque máximo (Smax) obtido para o grupo. Esta figura foi preparada admitindo-se h = ∞. Finalmente a influência de h pode ser verificada do exame dos gráficos que se apresentam na figura a seguir. MÉTODO MEYERHOF (1976) O autor sugere estimar o recalque da ponta de um grupo de estacas em areia com base nas seguintes expressões empíricas. ρ = N Bp2 x I ( B em ft, P em tsf, P em in) ρ = qc pB 2 x I (fórmula dimensional) onde B seria a largura do grupo de estacas e I seria um fator de influência do grupo, função do embutimento efetivo (D’) das estacas (da ordem de 2/3 do embutimento das estacas que trabalham por atrito e igual ao próprio embutimento das estacas que trabalham essencialmente de ponta). I = 1 - B D 8 ' ≥ 0,5 A pressão P seria definida dividindo-se a carga transmitida pelas estacas pela área envolvente do grupo, tal como se o grupo fosse substituído por um tubulão equivalente. No caso em que a espessura da camada de areia abaixo da ponta é inferior a largura B do grupo e se encontra sobre terreno incompressível, o recalque estimado poderia ser reduzido de forma proximamente linear com o valor da espessura da camada. Tal como já havia recomendado para o caso de fundações superficiais (Meyerhof,1965), o autor admite que os recalques totais máximos poderiam ser da ordem de 1 polegada (25mm) para edifícios fundados sobre pequenos grupos de estacas ( ou por fundações superficiais isoladas) e de 2 polegadas (50mm) para edifícios sobre grandes grupos de estacas (ou por fundações rasas associadas, em “ radier” ). No caso de fundações em argilas esses limites poderiam usualmente ser dobrados. MÉTODO SCHMERTMANN O procedimento é análogo ao das fundações rasas desde que substitua a fundação profunda por uma fundação rasa assente a uma profundidade Z = 2D/3 onde D é a espessura da camada resistente e se admite um espraiamento de 1:4 e tudo se comporta como se fosse uma sapata. Vê dois esquemas ilustrativos abaixo. ESQUEMA DOS RECALQUES EM ESTRUTURAS Os efeitos dos recalques de uma fundação estão associados aos danos que podem ser provocados nas suas estruturas. Existem basicamente três critérios que devem ser satisfeitos quando consideramos os recalques admissíveis: 1 – Aparência ( Visual Appearence) 2- Funcionalidade 3- Estabilidade ( Ver Burland, Victor Mello e Brooms, 1978) Skempton e MacDonald (1956) concluíram que a maioria dos recalques admissíveis em edificações eram governados, principalmente, pelos danos arquitetônicos; ou seja, mais pela aparência e funcionalidade do que pela estabilidade. De uma forma geral estes efeitos são avaliados através do recalque total, diferencial, distorção angular e também pela velocidade que ocorrem estes movimentos. Na figura abaixo estão definidosestes valores: Sejam os pontos A, B, C, e D representativamente de um sistema de fundações (contíguas) Recalque total ρB = ρMax Recalque diferencial ∆ ρBD = ∆ ρmax Rotação θ é a mudança do gradiente da linha de dois pontos A e B Distorção angular, α B = α max = ∆ ρBA + ∆ ρBC ( ângulo com a horizontal) LBA LBC Com respeito aos movimentos máximos que uma estrutura suporta sem danificar, tem-se observado que é impossível obter uma regra geral para estes valores. Cada estrutura deve ser tratada isoladamente (Feld, 1965; Moretto, 1971 e Wroth, 76), Entretanto, as formulações já realizadas, baseadas em uma grande quantidade de casos históricos poderiam servir como uma guia (grosseiro), para avaliar estes limites. Destas formulações ressalta-se o trabalho de Skempton e MacDonald (1956), Sowers (1962), Byerrum(1963). Ver as tabelas a seguir TABELA RECALQUE ADMISSÍVEL ( Sowers, 1962, “ Shallow Foundations” , Foundation Engineering, Ed. Leonards) TIPO DE MOVIMENTO FATOR LIMITANTE RECALQUE MÁXIMO Recalque total Drenagem Acesso Probabilidade de recalque não-uniforme Estrutura de parede de alvenaria Estrutura aporticada Chaminés, Silos, Radier 15-30 cm 30-60 cm 2,5-5 cm 5-10 cm 7,5-30 cm Inclinação Instabilidade ao tombamento Inclinação de chaminés, torres Vagões em movimento Pilha de mercadorias Máquina em operação Máquina em operação (turbo gerador) Pontes rolantes Drenagem de pisos Depende da altura e da largura 0,004 L 0,01 L 0,01 L 0,003 L 0,0002 L 0,003 L 0,01-0,02 Recalque diferencial Parede de alvenaria altas e contínuas Edifício de um pavimento em alvenaria, fendas nas paredes Fendas na argamassa(gesso) Pórtico em construção de concreto armado Paredes vedação em construção concreto armado Pórtico de aço, contínuo Pórtico de aço, isolado 0,0006 – 0,001 L 0,001 – 0,002 L 0,001 L 0,0025 – 0,004 L 0,003 L 0,002 L 0,005 L NOTA: L = distância entre colunas adjacentes, ou entre dois pontos quaisquer, que recalquem diferentemente. Os valores mais altos são para recalques regulares e estruturas mais tolerantes. Os valores mais baixos são para recalques irregulares e estruturas críticas. TABELA CRITÉRIOS SUGERIDOS EM TERMOS DE DISTORÇÃO ANGULAR PARA ESTIMAR O RECALQUE ADMISSÍVEL QUE UMA ESTRUTURA PODE TOLERAR. DISTORÇÃO ANGULAR CONDIÇÕES REFERÊNCIA 1/100 Dificuldade de manobra de carregadeira em galpão Sowers (1962) 1/100 – 1/50 Drenagem de piso Skempton e MacDonald (1956) 1/150 Ocorrência provável de dano estrutural em vigas Bjerrum (1963) Limite de segurança para paredes flexíveis de alvenaria com h/L 0,25 Bjerrum (1963) Rachaduras generalizadas em paredes de alvenaria de vedação Bjerrum (1963) Limite recomendado para paredes de alvenaria de construções industriais em sapatas assentes em areia ou argila dura Polshin e Tolkar (1957) 1/200 Limite recomendado para pórtico simples em aço Sowers (1962) 1/250 Inclinação de edifícios altso e rígidos torna-se visível Sowers (1962) 1/300 Rachaduras nas alvenarias de vedação de edifícios aporticados de concreto armado ou aço sem contraventamento diagonal Skempton e MacDonald(1956) Bjerrum (1963) Prejuízo no funcionamento de pontes rolantes Bjerrum (1963) Polshin e Tolker (1957) Sowers (1962) Limite recomendado para cortinas dos edifícios de concreto armado Sowers (1962) 1/500 Limite de segurança para edifícios onde não é permitido o aparecimento de fissuras Bjerrum (1963) Limite recomendado para edificações industriais em sapatas com pórticos de concreto armado ou aço Poshin e Tolkar (1957) Limite recomendado para estruturas de pórticos contínuos de aço Sowers (1962) 1/600 Limite de perigo para pórticos com diagonais Bjerrum(1963) 1/750 Operações afetada de máquinas sensíveis Bjerrum(1963) 1/1000 Fissuramento de argamassa Sowers (1962) Limite recomendado para paredes de alvenaria de edificações industriais em sapatas assentes com argila mole Poshin e Tolkar (1957) 1/5000 Operação afetada de turbo-gerador Sowers (1962) Horn H – 1973 – Proceedings du “ Shallow Foundations” – ASCE Philadelphia section Buerrum apresenta também alguns dados relativos à comparaçÕes entre as distorções ( ρ /L) e o valor dos recalques diferenciais correspondentes (∆ ρ), bem como entre os valores desses recalques diferenciais e o dos recalques máximos (ρ max ), observados em prédios apoiados em areia. Figura abaixo. Do exame das figuras pode-se verificar que os recalques diferenciais em areia podem apresentar valores muito próximos dos valores dos recalques máximos das estruturas, enquanto nas estruturas sobre argilas, os valores dos recalques diferenciais, tendem a ser bem menores do que os recalques máximos, em especial, quando esses últimos são elevados. A)SOLO GROSSO RECALQUE IMEDIATOS RECALQUE POR ESCOAMENTO LATERAL RECALQUE POR ADENSAMENTO PRIMÁRIO RECALQUE POR ADENSAMENTO SECUNDÁRIO MÉTODO DE CASAGRANDE MÉTODO DE SCHERMERTMANN CÁLCULO DE RECALQUE CÁLCULO DO RECALQUE PELA TEORIA DA ELASTICIADDE RECALQUES IMEDIATOS RECALQUES POR ESCOAMENTO LATERAL RECALQUE POR ADENSAMENTO PRIMÁRIO Solução para o caso A Solução para o caso B CORREÇÕES DO TEMPO DE CONSTRUÇÃO DRENAGEM RADIAL RECALQUES EM FUNDAÇÕES PROFUNDAS EM CONJUNTOS DE ESTACAS BLOCO RÍGIDO BLOCO FLEXÍVEL
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