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1 Rede de Ensino Doctum Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Anatomia APS 2 Osteologia Comparada Equinos e bovinos Nome: Bruna Mota Turma: A1 Teófilo Otoni Junho – 2018 1 Introdução Os bovinos e equinos apresentam nítidas diferenças anatômicas osteológicas. Contudo, por serem representantes de uma mesma classe, apresentam diversas características em comum. Ambos são representantes do filo Chordata, o que implica na presença, em algum estágio de seu desenvolvimento, de notocorda (situado ao longo do eixo mediano dorsal do animal), de um tubo nervoso (localizado dorsalmente, acima da notocorda), de fendas farigeanas bilaterais e de uma calda pós anal. Compartilham o subfilo vertebrata e a classe Mammalia, que os confere características comuns: possuem uma massa encefálica protegida por uma caixa craniana e uma coluna segmentada em vértebras, a presença de glândulas mamárias e de pelos, são mamíferos vivíparos com placentas bem desenvolvidas, o que garante o completo desenvolvimento das crias dentro do corpo das fêmeas. Além de possuírem placenta e útero, possuem duas aberturas, sendo uma destinada ao produto do sistema excretor e reprodutor. Este trabalho tem como objetivo apresentar tanto as semelhanças quanto as diferenças osteológicas entre bovinos e equinos. 2 Esqueleto total bovino Esqueleto total equino 3 1. Esqueleto axial 2.1 Crânio Osso do crânio e mandíbula do bovino (A) e equino (B); vista lateral. Porção nucal do crânio do bovino e equino; vista caudal. 4 Dentição: Os bovinos não possuem os dentes incisivos superiores da maxila nem os dentes caninos, enquanto os equinos os possuem (apenas os machos desenvolvem os caninos). Osso frontal: Bastante desenvolvido em bovinos, tendo em sua composição os processos cornuais. Sendo muito útil para sua espécie, que utiliza seus cornos tanto para a defesa contra predadores quanto para competição entre machos da mesma espécie. Os equinos, por usufruírem de outros meios de defesa (o coice, por exemplo), não desenvolveram essas estruturas. Osso zigomático: Recobre toda a parte ventral da orbita ocular, sendo que nos equinos ele recobre apenas a sua parte rosto-ventral. Osso parietal: Forma a maior parte do teto do crânio, enquanto que no equino ele não entra na sua formação. Osso nasal: Em equinos sua posição é bastante desenvolvida, recobrindo a maior parte do teto da cavidade nasal. Em bovinos ele é mais reduzido, constituindo menos que a metade do comprimento do crânio. 2. Coluna Vertebral A quantidade de vértebras torácicas: Os bovinos possuem 13 vértebras, enquanto os equinos possuem 18. Logo, a diferença acaba interferindo na sustentação do animal, pois as vértebras têm como função de transferências de cargas. 5 Estruturas das vértebras cervicais: Os bovinos são mais grossos e curtos que a dos equinos. Característica que permite maior sustentação da cabeça dos bovinos por ser mais pesada que a de equinos. Imagem 2.1: (acima) – Coluna vertebral do bovino; (abaixo) – Coluna vertebral do equino. 2.2 Atlas Imagem 2.2.1: (esquerdo) - Atlas de bovino; (direito) – Atlas de equino. 6 Forame vertebral lateral e forame alar: São mais profundos em bovinos, e mais diagonalmente dispostos em equinos. Forames transversos: São presentes em equinos e ausentes em bovinos. 2.3 Áxis Imagem 2.3.1 (esquerdo) – áxis equino; (direito) – áxis bovino. O comprimento do áxis equino é maio que o bovino, além de ser mais alto. Isso também é uma característica que permite maior sustentação para cabeça do bovino. 2.4 Vértebras Torácicas Os processos espinhosos das vértebras torácicas de bovinos são mais inclinadas e compridas que as de equinos. Isso se deve a posição anatômicas, 7 que é de pastejo. As vértebras devem garantir uma maior sustentação da cabeça, que fica constantemente abaixada. (percebe-se nas imagens do esqueleto total do bovino e equino). Imagem 2.4.1 (esquerda) - vértebra torácica de bovino; (direita) – vértebra torácica de equino. 2.5 Sacro Os bovinos possuem uma robusta crista sacral mediana na superfície dorsal do osso sacro. Os equinos apresentam processos espinhosos nessa região. Isso ocorre porque o ísquio é um pouco mais desenvolvido nos bovinos. Assim o ligamento sacrilíaco dorsal será mais desenvolvido nos bovinos também. Essa estrutura possui uma extremidade ligada ao ísquio e a outra parte se liga quase que completamente no sacro dos bovinos, ou seja, ela acaba ajudando na sustentação da pelve. Porém, nos equinos, o ligamento sacroilíaco dorsal não se estende completamente pelo sacro e se liga na parte cranial do sacro. 8 Imagem: 2.5.1 (acima) – Sacro equino; (abaixo) – Sacro bovino. 3. Costelas As costelas dos bovinos são mais retas e largas. As costelas dos equinos são mais finas e possuem uma curva acentuada na região da costela. Isso acontece devido ao fato dos músculos intercostais serem maiores nos bovinos do que nos equinos. O menor número de costelas tem que ser compensado pela sua largura 9 maior, para manter o bom funcionamento dos movimentos respiratórios. Além da presença ou não do colo da costela, sendo que os bovinos possuem e os equinos não. 4. Esqueleto Apendicular 4.1 Membros torácicos 4.1.1 Escápula Em bovinos a fossa supra espinhal está voltada cranialmente, enquanto em equinos ela estende-se ventralmente. Outra diferença notável entre as escapulas, é a presença do acrômio apenas nos bovinos. Isso ocorre porque o músculo omotransverso é presente nos bovinos, mas é fusionado nos equinos. Esse músculo se insere no acrômio e auxilia o avanço ombro, ou seja, atuando na locomoção. 10 Imagem 4.1.1.1 (esquerda) – escapula bovina, vista lateral; (direita) – escapula equina, vista lateral. 4.1.2 Úmero Equino é o único que apresenta em sua parte proximal o tubérculo intermediário. Ocorre pois o músculo supraespinhal é bastante forte nos equinos, atuando como extensor e fixador da articulação do úmero, substituindo os ligamentos colaterais. Sendo assim, é necessário que se ligue em três tubérculos, em vez de dois, como costuma ser em outras espécies. A presença dessa estrutura faz com que o cavalo tenha mais agilidade na região do ombro. Portanto, o tubérculo maior é subdividido em porção cranial nas duas espécies, porém no bovino é mais pronunciado do que no equino. 11 Imagem 4.1.2.1 (esquerda) – Úmero equino; (direita) – Úmero bovino. 4.1.3 Rádio e Ulna Ocorre um processo de sinosteose parcial do rádio e ulna em ambas as espécies. Em equinos existem apenas um espaço interósseo, proximal. Já no bovino, existem dois espaços, proximal e distal. Em bovinos, o processo estiloide da ulna é bastante proeminente enquanto no equino é menos pronunciado, se fusionado com o processo estiloide do rádio e formando o processo estiloide lateral. 12 Imagem 4.1.3.1 (esquerda) – Radio e Ulna bovina; (direita) – Radio e ulna equina. 4.1.4Ossos do carpo Os bovinos possuem ossos cárpicos segundo e terceiro fusionados na fileira distal. Os equinos não apresentam essa fusão e tem três ossos na fileira distal. Pois o numero de ossos do carpo na fileira distal se relaciona com o numero de ossos do metacarpo. Como os bovinos possuem dois ossos metacárpicos, eles vão ter também dois ossos na fileira distal. Nos equinos, embora somente o metacárpico terceiro seka totalmente desenvolvido, os ossos segundo e quarto são acessórios na epífise proximal, ou seja, se ligarão aos ossos do carpo. Logo, haverá três ossos na fileira distal dos equinos. Nos bovinos, em grande parte como uma unidade média fusionada, a cabeça articular distal permanece separado e articula-se com a primeira articulação digital. O osso metacárpico segundo não é presente e o metacárpico quinto permanece rudimentar. Já no equino, os metacárpicos segundo e quarto regridem, sendo acessórios. O osso metacárpico quinto não é presente, pois são mais aptos a corrida. 13 Imagem 4.1.5.1 (direita) – carpo equino; (esquerda) – carpo bovino. 4. 1.5 Falanges Os bovinos possuem dois dedos e são bem desenvolvidos para suportar o peso e os equinos apenas um que é também desenvolvido e composto, contendo três falanges. Imagem: 4.1.5.1 (esquerda) – Falange bovina; (direita) – Falange equina. 14 4.2 Membros Pélvicos 4.2.1 Osso coxal. Os bovinos possuem as incisuras isquiáticas maiores e menores profundas do que os equinos. Em relação á tuberosidade isquiática, os bovinos possuem três tubérculos: dorsal, ventromedial e ventrolateral. Já os equinos possuem apenas dois tubérculos. Imagem 4.2.1.1 (acima) – Coxal equino; (abaixo) – coxal bovino. 15 3.2.2 Fêmur A diferença notável entre as espécies é a presença do terceiro trocânter em equinos que permite a fixação do músculo glúteo superficial. Nos equinos, esse músculo é desenvolvido. Nos bovinos, os músculos glúteos superficiais são fundidos com o músculo bíceps femoral, formando o glúteo-biceps que ira se inserir na fascia lata, na patela e na margem cranial da tíbia. Imagem 3.2.2.1 (acima) – Fêmur equino; (abaixo) – Fêmur bovino 16 .2.3 Tíbia e fíbula O equino é o único que possui sulco para inserção do ligamento patelar médio. Não há fusão da tíbia com a fíbula, mas se estende da extremidade latero-cranial da tíbia até dois terços distais da borda distal da tíbia. O bovino possui a tíbia um pouco curta em comparação aos equinos, existindo menos linhas musculares da face caudal que os equinos. Em bovinos, a cabeça da fíbula se fusiona com a face lateral do côndilo lateral da tíbia e continua distalmente por um pequeno prolongamento. Logo, a extremidade distal da fíbula é separada, representando pelo osso maleolar, que é presente em todos os ruminantes domésticos. Em equinos a cabeça da fíbula é articulada, se projetando da face lateral do côndilo lateral. Porem, por outro lado da extremidade distal da fíbula, se fusiona com a extremidade distal da tíbia, formando o maléolo lateral da tíbia. 3.2.4 Ossos do Tarso Nos bovinos, os ossos segundo e terceiro do tarso são fusionados. Os equinos, por sua vez, possuem os ossos primeiro e segundo do tarso fusionados. Como os equinos possuem um osso metatársico desenvolvido e os outros dois são acessórios. É necessário que haja três ossos adequando da fileira distal para que articulem com eles. Os ossos primeiro e segundo do tarso são ossos pequenos 17 e se funde, então, ara se ligar ao osso metatársico segundo, que não é um osso desenvolvido. Com os bovinos possuem dois ossos metatársicos desenvolvidos, terceiro e quarto, é necessário que os ossos da fileira distal sejam capazes de se ligar neles. Por isso os ossos segundo e terceiro, que é bastante desenvolvido. 3.2.5 Metatarso Em bovinos, o terceiro e quarto ossos metatársicos são fundidos, formando o grande metatarso, no qual o animal se apoia. Na epífise proximal do metatarso, existe uma superfície articular para o osso sesamóide metatársico, representando o segundo osso metatársico. Bovinos não possuem o primeiro e quinto ossos metatársicos. Em equinos possuem o segundo e quarto metatársicos rudimentares. O animal se apoia no terceiro osso metatársico, que é bem desenvolvido. Equinos não possuem o primeiro e segundo osso metatársico. 18 5. Referências bibliográficas GETTY, Sisson/Grossman. Anatomia dos Animais Domésticos: volume 2. 5° edição. KONIG,H.E.; LIEBICH,H.G. Anatomia dos Animais Domésticos: Texto e Atlas Colorido. 6° edição. Porto Alegre: Artmed, 2016.
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