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10 Propriedade

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CESED No. 10
FACISA
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: Direito Civil V
PROFESSOR: Mário Vinícius Carneiro
PROPRIEDADE
 	Propriedade é o poder completo sobre determinada coisa, sendo um direito real que vincula a coisa a um sujeito de direito. Pode o direito de propriedade abranger todos os direitos sobre coisas corpóreas que constituem o patrimônio de uma pessoa e que podem se reduzidos a um valor pecuniário. 
Características da propriedade
	São características da propriedade: 
o absolutismo: pois o direito que o proprietário tem sobre o bem é oponível erga omnes, se observada a função social à qual a coisa se destina.
A exclusividade: pois apenas o titular da coisa, e não outro, é quem pode usar, fruir e dispor do bem, quando julgar conveniente.
A irrevogabilidade: pois o direito de propriedade não é suscetível de revogação por qualquer pessoa física ou jurídica.
 	No aspecto da irrevogabilidade do direito de propriedade, há duas exceções. São elas: 
a desapropriação, uma vez que, neste caso, ocorre a perda compulsória da coisa, ou seja, a revogação da propriedade contra a vontade do proprietário.
a propriedade resolúvel ou revogável, ante o advento do evento modificativo do direito de propriedade, por condição, termo ou outra causa superveniente. 
 
Função social da propriedade
	Se examinarmos as últimas décadas do século XX e este início de século XXI, chegaremos à conclusão que o problema da propriedade imóvel, a morada e o uso adequado da terra tornaram-se o maior problema da civilização moderna, agravado pelo crescimento populacional e empobrecimento geral das nações. 
	Atualmente, a estrutura economia e social dos Estados é determinada pela concepção atribuída, pelo próprio Estado, de propriedade. Foi esta que determinou o rumo da História, dando margem à eclosão de movimentos como, por exemplo, a Revolução Russa (1917), que buscou negar a propriedade privada, contrariando a vontade inata do homem ter algo para si. Mais recentemente, encontramos o Estado interferindo freqüentemente nos meios de produção e na propriedade privada. 
	A negação da propriedade privada contraria o anseio inarredável do homem. Isso acabará levando o Estado ao declínio, conforme aconteceu com a URSS. Entretanto, não é com individualismo que serão resolvidos os problemas jurídicos e sociais. Tal idéia foi abordada, inclusive, na Encíclica Mater et Magistra, escrita pelo Papa João XXIII, em 1961, quando ensina que a propriedade é um direito natural, mas que deve ser exercido de acordo com uma função social, não só em proveito do titular, mas em benefício da coletividade. 
	Baseado neste princípio, o Estado não pode omitir-se no ordenamento sociológico da propriedade, Deve fornecer instrumentos jurídicos eficazes para o proprietário defender o que é seu e que é utilizado em seu proveito, de sua família e de seu grupo social. Deve, também, criar instrumentos legais eficazes e justos para tornar todo e qualquer bem produtivo e útil, uma vez que bem não utilizado ou mal utilizado é constante motivo de inquietação social. A má utilização da terra e do espaço urbano gera violência.
Propriedade e domínio 
 	No direito romano, a noção de propriedade foi estabelecida de modo mais amplo que a de domínio. Assim, enquanto aquela compreenderia tudo o que integra o patrimônio, este último tinha o seu alcance limitado à propriedade de uma coisa corpórea. 
	O novo código civil faz uso em seu texto da expressão “propriedade”, muito embora trate dela e da palavra domínio como sinônimas. 
	Domínio é a livre faculdade de usar e dispor de alguma coisa. Pode se desmembrar conforme a maneira pela qual a atividade humana é exercida sobre os bens corpóreos. 
	O objeto do domínio é coisa corpórea, bem como os frutos dela decorrentes. 
	Integram a noção de domínio: 
a posse da coisa.
Poder dar uma destinação à coisa.
A percepção dos frutos e rendimentos.
O poder de transformar a coisa. 
O direito à substância da coisa.
A defesa da propriedade do bem, incluindo-se a sua reivindicação, se for o caso.
O direito à indenização por eventuais danos causados à propriedade. 
 	Os direitos reais desmembrados do domínio e transferidos a terceiros são denominados de direitos reais sobre coisa alheia. 
Poderes do titular
 	O titular da propriedade possui todos os direitos decorrentes do domínio sobre a mesma. São eles: 
Jus utendi: é o direito que o titular tem de se servir do bem para todas às finalidades para as quais ele se prestar. 
Jus fruendi: é o direito de gozar da coisa, dela percebendo todos os frutos e rendimentos possíveis. 
Jus abutendi: é o direito de disposição, isto é, o titular pode realizar o que desejar sobre o bem. Assim, poderá alienar , desmembrar, dividir, consumir, transferir a coisa, etc. 
 	Alguns doutrinadores relacionam, ainda, os seguintes direitos: 
Jus possidendi: é o direito que o proprietário tem de possuir a coisa. Não se confunde com jus possessionis (direito de posse), que tem o possuidor, inclusive podendo valer-se dos interditos. 
Jus vindicandi: é o direito de reaver a coisa junto a quem injustamente a possua. Incumbe ao titualr da coisa a defesa da propriedade por meio de reivindicação, quando o titular deverá provar o domínio da coisa, claramente delineada, assim como a linha sucessória da mesma.
Jus satisfiendi: é o direito à percepção de indenização pelo dano sofrido sobre a coisa, por causa da conduta de terceiro. 
 
Objeto do Direito de Propriedade
 	O direito de propriedade é o direito mais amplo da pessoa em relação à coisa, ficando esta submetida à senhoria do titular. Tal princípio está expresso no art. 1228 do CC: “o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”. 
 	Analisando este artigo isoladamente, podemos deduzir um direito absoluto. Entretanto, o próprio Código Civil apresenta limitações, como o direito de vizinhança ou normas impostas pelo direito público. 
	Dos três poderes constantes no art. 1228, usar, gozar e dispor, este último é o mais abrangente, uma vez que quem dispõe da coisa, dela pode usar e gozar. Esta faculdade caracteriza efetivamente o direito de propriedade, pois o poder de usar e gozar pode ser atribuído a quem não seja proprietário. O poder de dispor somente o possui o proprietário. 
	Sobre o direito dispor de, cabem aqui algumas observações. A primeira delas é que o direito de propriedade é absoluto dentro do âmbito resguardado pelo ordenamento, sendo a propriedade exercida nos limites de sua utilidade e interesse. Não poderá o proprietário entender que o seu poder vai até o espaço sideral ou mesmo até o “centro da Terra”. Isto é estabelecido pelo art. 1229 do CC e, também, no subseqüente, que trata da exploração das riquezas do subsolo. 
	Não é verdadeiro o entendimento que, existindo o direito de propriedade, pode o titular utiliza-lo de qualquer modo. Na realidade, o direito de propriedade mal utilizado ou utilizado sem finalidade ou com finalidade meramente emulativa constitui abuso de direito. Trata-se de exercício irregular de direito e, portanto, eivado de ilicitude. 
	Outra observação que precisa ser feita é a propriedade presume-se plena e exclusiva. O próprio texto legal, no seu artigo 1231, acrescenta “até prova em contrário” . Diz-se, também, que o direito de propriedade é perpétuo, no sentido de que não pode simplesmente se extinguir pelo não-uso. O usucapião traduz atitude ativa do usucapiente que adquire a propriedade, não se destacando a atitude passiva daquele que perde. 
	O direito de propriedade engloba tanto os bens corpóreos e incorpóreos, como os móveis ou imóveis. Tem, portanto, como objeto , em regra geral, todos os bens apropriáveis.Atualmente, os termos domínio e propriedade são aceitos como sinônimos. 
	Os frutos e demais produtos da coisa são considerados suas pertenças, ainda quando separados, cabendo sua propriedade ao titular da coisa, salvo se, por lei especial, tiverem outro regime jurídico. 	 
Classificação da propriedade
 	A propriedade pode ser classificada em duas categorias: 
Propriedade Plena: é plena ou alodial a propriedade quando todos os seus elementos estiverem reunidos nas mãos de seu titular, sem qualquer limitação de tempo. Exemplo: uma pessoa que é dona de uma fazenda, dela se utilizando, tirando dela o fruto de seu sustento, podendo dela dispor como bem entender e defende-la contra todos, pode-se dizer que exerce sobre ela direitos de propriedade pela. 
Propriedade limitada:é assim considerada quando alguns de seus elementos acharam-se nas mãos de outra pessoa que detenha direito real sobre a coisa, ou quando for resolúvel o direito. Será também limitada, se gravada com cláusula de inalienabilidade. Vejamos alguns exemplos: 
Alguém é dono de uma fazenda. O proprietário resolve fazer um empréstimo bancário e hipoteca a fazenda. Neste caso, o banco passará a ser titular de direito real sobre as terras, sendo-lhe assegurado reivindica-las caso a dívida não seja paga. Estando a fazenda sujeita a ônus real de hipoteca, está limitado o direito do dono. 
José doa um automóvel a Pedro, até que este se case. No momento em que o donatário contrair núpcias, a propriedade se extinguirá, voltando o bem ao doador. A propriedade é resolúvel e, portanto, limitada. 
Outra propriedade limitada é a nua propriedade. Nela o proprietário exerce apenas alguns daqueles direitos e, assim mesmo, de forma muito tênue. O proprietário tem direito apenas à substância da coisa. Quem tem apenas a nua propriedade não pode exercer os dois principais direitos de dono, quais sejam usar e usufruir. 
Vejamos um exemplo, para um melhor entendimento: 
 	Antônio morreu e deixou em testamento todos os seus bens para José, reservando, porém, a João seu usufruto. Assim, José é o proprietário e João o usufrutuário. 
	De todos os elementos da propriedade, José detém apenas alguns. Os direitos de usar e fruir são do usufrutuário; o direito de dispor é de José, mas praticamente só em tese. Não pode, por exemplo, alugar os bens. Pode doá-los, mas o donatário deverá respeitar o usufruto de João. Pode vendê-los, mas o comprador deverá respeitar o usufruto. 
	Quanto ao direito de reivindicar, José poderá exercê-lo, mas para João. Supondo que alguns dos bens sejam furtados, José poderá reivindicá-los das mãos do ladrão, devendo, em seguida, entrega-lo a João. 
	Concluindo, podemos afirmar que está o direito de João como que despido de seus elementos, principalmente do uso e da fruição, tendo ele direito tão somente à essência, à substância da coisa, daí falar-se em nua propriedade. 
BIBLIOGRAFIA: 
FIÚZA, César. Direito civil: curso completo. 8ª
 edição. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
LISBOA, Roberto Senise. Manual Elementar de Direito Civil: direitos reais e direitos intelectuais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. 
MONTEIRO. Washington de Barros. Curso de Direito Civil. São Paulo: Editora Saraiva, 2003. 	
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direitos reais. São Paulo; Atlas, 2003.

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