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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-ICS RAIANA ROCHA RIOS ESTUDO DE CASO REALIZADO NO HOSPITAL MUNICIPAL DO TATUAPÉ (PACIENTE J.Q.B) SÃO PAULO 2016 RAIANA ROCHA RIOS ESTUDO DE CASO REALIZADO NO HOSPITAL MUNICIPAL DO TATUAPÉ (PACIENTE J.Q.B) Estudo de caso apresentado à Universidade Paulista-UNIP como requisito final para obtenção de nota na disciplina de estágio em Nutrição Clínica. Orientadora: Eliana Murata. SÃO PAULO 2016 LISTA DE QUADROS Quadro 1. Valores de recomendação nutricional para paciente oncológico. São Paulo (SP), 2016.................................................................................................pag 08 Quadro 2. Perfil Laboratorial do paciente J.D.M. São Paulo (SP), 2016...........pag 12 Quadro 3. Fármacos administrados durante o período de internação do paciente J.D.M. São Paulo (SP), 2016..............................................................................pag 13 Quadro 4. Distribuição de micronutrientes para homens de 51 - 70 anos segundo RDA, paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016.......................................................pag 17 Quadro 5. Avaliação Antropométrica do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016.....................................................................................................................pag 19 Quadro 6. Cardápio habitual do paciente J.D.M. São Paulo (SP), 2016............pag 21 Quadro 7. Análise qualitativa da alimentação habitual do paciente J.Q.B São Paulo (SP), 2016...........................................................................................................pag 22 Quadro 8. Porcentagem de adequação de Micronutrientes do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016.................................................................................................pag 23 Quadro 9. Dieta branda sem resíduo oferecido pelo Hospital ao paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016.................................................................................................pag 24 Quadro 10. Análise qualitativa do cardápio recebido pelo paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016...........................................................................................................pag 25 Quadro 11. Percentual de adequação de macronutrientes da dieta branda sem resíduo do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016..............................................pag 25 Quadro 12. Percentual de adequação de micronutrientes da dieta do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016..........................................................................................pag 26 Quadro 13. Aceitação da dieta hospital. Dieta branda sem resíduo para o paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016...............................................................................pag 26 Quadro 14. Cardápio de orientação de alta para o paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016.....................................................................................................................pag 27 Quadro 15. Análise qualitativa do cardápio elaborado para alta do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016..........................................................................................pag 28 Quadro 16. Percentual de adequação de macronutrientes do cardápio elaborado para alta do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016............................................pag 28 Quadro 17. Percentual de adequação de micronutrientes do cardápio elaborado para alta do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016............................................pag 28 RESUMO O presente estudo de caso foi realizado no Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio – Tatuapé, localizado na Avenida Celso Garcia, 4815 – Tatuapé, na cidade de São Paulo, no período de 21/09/2016 à 04/11/2016. Durante o estágio foi realizado o acompanhamento nutricional e clínico junto ao paciente J.Q.B, sexo masculino, 56 anos, admitido no hospital em 23/09/2016 com diagnóstico clínico de Adenocarcinoma de Colón D. O paciente deu entrada pelo com exames de colonoscopia e anatomopatológico trazido da Bolívia mostrando adenocarcinoma pouco diferenciado associado à colite crônica inespecífica e EDA normal. No momento da admissão, não apresentou dor, distensão ou mudanças no hábito intestinal. Atualmente, refere dor tipo queimação em epigástrico. Relata perda de sangue nas fezes. Foi prescrita para o paciente uma dieta Branda Sem Resíduo do dia 30/09 a 26/10 e introdução de dia 21/10/2016 iniciou-se então a suplementação do paciente com o suplemento Fresubin Jucy com o intuito de prepara-lo para a cirurgia. O Fresubin Jucy Drink é uma fórmula hipercalórica. Isenta de lipídeos. Abreviação do jejum pré-operatório, realimentação precoce de pós cirúrgico de ressecção de cólon e preparo para exames. O mesmo apresentou boa aceitação alimentar. Relatou não consumir todas as refeições apenas nos momentos em que sentia fortes dores. No dia 27/10/2016 foi realizada uma laparoscopia exploradora que mostrou tumor de colón com invasão de duodeno. Realizou-se uma colecistectomia direta, gastroduodenopancreatectomia e colecistectomia. Permaneceu na UTI até a conclusão deste estudo. É imprescindível que o profissional veja o indivíduo como um todo e identifique as necessidades nutricionais individuais, aplicando seus conhecimentos em pró do cuidado e da saúde para continuar os hábitos alimentares adequados após a alta hospitalar. 1. INTRODUÇÃO Atualmente, o câncer é um dos problemas de saúde pública mais complexos que o sistema de saúde brasileiro enfrenta, dada a sua magnitude epidemiológica, social e econômica. Ressalta-se que pelo menos um terço dos casos novos de câncer que ocorre anualmente no mundo poderia ser prevenido (BRASIL, 2011). No câncer, as células neoplásicas dividem-se rapidamente e podem migrar para tecidos e órgãos vizinhos por meio da metástase, podendo levar o indivíduo à óbito. As neoplasias podem ser benignas ou malignas. O tumor benigno é caracterizado por ser uma massa localizada de células que se multiplicam lentamente e possuem características semelhantes ao tecido original, dificilmente geram risco de vida, diferentemente do tumor maligno onde as multiplicam-se rapidamente de forma incontrolável e agressiva (FIGUEIREDO, 2011). O crescimento das células cancerosas é diferente do crescimento das células normais. As células cancerosas, em vez de morrerem, continuam crescendo incontrolavelmente, formando outras novas células anormais. Diversos organismos vivos podem apresentar, em algum momento da vida, anormalidade no crescimento celular – as células se dividem de forma rápida, agressiva e incontrolável, espalhando-se para outras regiões do corpo – acarretando transtornos funcionais. O câncer é um desses transtornos. O câncer se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas (BRASIL, 2011). Segundo Tonon, Secoli e Caponero (2007), os tumores de maior incidência em ordem decrescente entre homens são pele (exceto melanoma), próstata, pulmão, estômago e cólon e reto. Paras as mulheres, pele (exceto melanoma), mama, colo de útero, cólon e reto e pulmão. A neoplasia maligna mais comum do tubo digestivo, é o câncer colorretal (CCR). O mesmo, trata-se da quarta neoplasia maligna mais comum no mundo (superada pelos tumores de pulmão, mama e próstata) e a segunda causa de morte por câncer nos Estados Unidos. No Brasil, o CCR é a quinta neoplasia maligna mais diagnosticada (ocupando segundo lugar na região Sudeste) e a quarta causa de morte por câncer. São condições hereditárias frequentemente associadas a CCR: a polipose adenomatosa familiar (PAF); o câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC), também denominada síndrome de Lynch; síndrome do carcinoma colorretal hereditário;polipose juvenil familiar; síndrome do adenoma plano e síndrome de Peutz-Jeghers (ANDRADE e PEREIRA, 2010). Além dos fatores genéticos e ambientais, acredita-se que processos inflamatórios também possam estar envolvidos na gênese do CCR. Nesse sentido, destacam-se as doenças inflamatórias intestinais (ANDRADE e PEREIRA, 2010). O desenvolvimento do CCR é um processo envolvendo uma série de mudanças genéticas que determinam uma alteração sequencial da mucosa colônica, hiperplasia, adenoma e carcinoma. Em estudos epidemiológicos, clínicos e genéticos, foi observado que 90% dos CCR evoluem a partir dos pólipos adenomatosos (neoplasias colorretais), e o período de evolução de mucosa normal para adenoma e subsequente carcinoma é de aproximadamente dez a 20 anos (DIAS, GOLLNER e TEIXEIRA, 2010). De acordo com Cuppari (2009), o prognóstico de um paciente com câncer, além das condições inerentes ao próprio hospedeiro, depende fundamentalmente do diagnóstico precoce, do planejamento terapêutico correto e do seguimento cuidadoso. Os dados mais recentes indicam taxas de cura de 50%, tornando o câncer, dentre as doenças crônicas, uma das mais preveníeis e curáveis. Em geral, os sinais e sintomas surgem em estados avançados da doença e estão dependentes da localização e tamanho do tumor. São sintomas possíveis: alterações do trânsito intestinal, perdas hemáticas, dor abdominal e sintomas gerais como emagrecimento, anorexia e astenia. Os tumores do cego, cólon ascendente e cólon transverso proximal podem causar perda hemática crónica, cursando com anemia ferropénica e sintomas como fadiga, angina de peito e palpitações (PINTO, 2010). A colonoscopia é, pois, o exame indicado para o diagnóstico de CCR, já que cerca de 10% dos tumores têm neoplasias síncronas obrigando a um estudo completo do cólon. Quando a lesão é estenosante e não permite a passagem do colonoscópio, o clister opaco com duplo contraste pode ser útil na identificação do tumor. No entanto, é menos sensível do que a colonoscopia, aumentando a sua sensibilidade de acordo com o tamanho do tumor, especialmente naqueles com mais de 10 mm e não permite a caracterização histológica da lesão (PINTO, 2010). O tratamento depende do estágio em que a doença é diagnosticada. Após o diagnóstico, exames de estadiamento permitem definir a extensão da doença e são fundamentais para a programação do melhor tratamento. O tratamento em linhas gerais é multidisciplinar, e envolve o cirurgião, o oncologista clinico e o radioterapeuta em casos de câncer de reto. O pilar do tratamento do câncer de colon é a cirurgia, e em alguns casos é complementado por quimioterapia pós-operatória (adjuvante). No caso do câncer de reto pode ser necessária a utilização de radioterapia associada à quimioterapia, e muitas vezes este tratamento é realizado antes da cirurgia. Em casos de câncer de colon ou reto avançado (metastático) a quimioterapia (tratamento sistêmico) tem um papel fundamental. Em algumas situações, a ressecção de metástases (hepáticas ou pulmonares por exemplo) também é indicada (VILAÇA e FONSECA, 2014). O déficit do estado nutricional está estreitamente relacionado à diminuição da resposta ao tratamento específico e à qualidade de vida, com maiores riscos de complicações pós-operatórias, aumento na morbimortalidade, no tempo de internação e no custo hospitalar. Propõe-se que a assistência nutricional ao paciente oncológico seja individualizada e compreenda desde a avaliação nutricional, o cálculo das necessidades nutricionais e a terapia nutricional, até o seguimento ambulatorial, com o objetivo de prevenir ou reverter o declínio do estado nutricional, bem como evitar a progressão para um quadro de caquexia, além de melhorar o balanço nitrogenado, reduzir a proteólise e aumentar a resposta imune (BRASIL, 2009). A Terapia nutricional enteral é indicada quando não for possível utilização da via oral, se o paciente encontrar-se desnutrido, ou se ele tiver ingestão alimentar insuficiente, ou seja, se a ingestão alimentar for menor que 60% por mais de 7 a dias sem expectativa de melhora da ingestão, ou se o paciente ficar 7 dias sem se alimentar. Também é indicada quando há obstrução que gere impedimento na deglutição e em pacientes em cuidados paliativos para diminuir a perda de peso e melhorar a qualidade de vida. Deve ser suspensa caso o paciente apresente instabilidade hemodinâmica e/ou intercorrências como diarreia severa (acima de 500 ml/dia), vômitos incontroláveis (após adequação de volume, tempo e formulações de dieta) ou se há impossibilidade de via de acesso (CUPPARI, 2014). A terapia nutricional parenteral é indicada quando há impossibilidade total ou parcial do trato gastrointestinal., devendo ser suspensa quando o trato gastrointestinal puder ser utilizado ou se o paciente apresentar instabilidade hemodinâmica (CUPPARI, 2014). Os valores de recomendação nutricional do paciente oncológico e tratamento clinico e cirúrgico estão descritos na tabela abaixo: Quadro 1. Valores de recomendação nutricional para paciente oncológico. São Paulo (SP), 2016. Recomendações Pré e pós cirúrgica, quimioterapia e radioterapia Quantidades Energia (kcal/kg/dia) Realimentação 20 Obeso 21 a 25 Manutenção do peso 25 a 30 Ganho de peso 30 a 35 Repleção 35 a 45 Proteína (g/kg/dia) Tratamento Sem complicação 1 a 1,2 Com estresse moderado 1,1 a 1,5 Com estresse grave e repleção protéica 1,5 a 2,0 Quantidade hídrica Idade (anos) 18 a 55 35 56 a 65 30 Mais de 65 25 Fonte: Cuppari, 2014. Uma detecção precoce das alterações nutricionais no paciente oncológico adulto permite intervenção em momento oportuno. Esta intervenção nutricional inicia-se no primeiro contato do profissional nutricionista com o paciente, através de sua percepção crítica, da história clínica e de instrumentos adequados, que definirão um plano terapêutico ideal (BRASIL, 2009). A prevenção deste tipo de câncer, assim como o da maioria dos cânceres, baseia-se na adoção de hábitos saudáveis de vida, com a prática regular de exercícios e uma alimentação saudável, rica em fibras, vegetais e frutas (BRASIL, 2002). Indivíduos sintomáticos devem ser imediatamente encaminhados à consulta especializada em centros de referência para realização dos procedimentos diagnósticos necessários. Com o intuito de reduzirmos a morbimortalidade por este câncer, recomenda-se a realização de exames periódicos em indivíduos assintomáticos na tentativa de detectarmos lesões pré-malignas (os pólipos adenomatosos) ou o câncer em fase inicial. Para tanto, todo indivíduo com idade igual ou maior que 50 anos deve ser submetido anualmente à pesquisa de sangue oculto nas fezes. O indivíduo com pesquisa de sangue oculto nas fezes positiva devem ser encaminhados para consulta especializada (BRASIL, 2002). 2. OBJETIVOS DO ESTUDO 2.1. Objetivo do plano nutricional Melhorar/recuperar o estado nutricional do paciente visando à redução do catabolismo provocado pela patologia. O paciente apresentou intensa perda de peso nos últimos meses decorrentes dos agravos da doença. 2.2 Nível de assistência nutricional do paciente Paciente J.Q.B. do sexo masculino, 56 anos, com diagnostico de Tumor de Cólon D. Segundo MACULEVICIUS et al. (1954), o nível de assistência para este paciente é terciário, tendo como objetivo prestar assistência nutricional para pacientes em que a patologia de base exige cuidados dietoterápicos especializados, além de existirem fatores de risco nutricional associados. O Conselho Federal de Nutricionistas-CFN (2005), define o nível de atendimento terciário como: assistência nutricional aos pacientes cuja patologia de base exige cuidados dietéticos mais específicos e apresentem fatores de risco nutricional associado. 3. DESENVOLVIMENTO 3.1 Identificação do Paciente Iniciais: J.Q.B Sexo: Masculino Cor: Branco Data de nascimento: 12/04/1960Idade: 56 anos Naturalidade: La Paz Nacionalidade: Boliviano Estado Civil: Casado Grau de instrução: Ensino superior incompleto Profissão: Comerciante Data de internação: 23/09/2016 Data da última consulta: Período de acompanhamento: 13/10/2016 a 28/10/2016 Clínica de internação: 7º andar – Clínica Cirúrgica 3.2. Evolução clínica/ Antecedentes médicos e familiares a) Diagnóstico clínico Tumor de Cólon. Paciente oriundo da Bolívia, interna eletivamente para tratamento oncológico. b) Histórico da moléstia atual Paciente deu entrada pelo com exames de colonoscopia e anatomopatológico trazido da Bolívia mostrando adenocarcinoma pouco diferenciado associado à colite crônica inespecífica e EDA normal. No momento da admissão, não apresentou dor, distensão ou mudanças no hábito intestinal. Atualmente, refere dor tipo queimação em epigástrico. Relata perda de sangue nas fezes. O câncer do intestino grosso (câncer colorretal) é um dos tipos com maior incidência em todo o mundo, principalmente nas regiões mais desenvolvidas. No Brasil é o segundo tumor mais incidente em mulheres e o terceiro em homens (exceto os casos de câncer de pele não melanoma). São estimados cerca de 34.280 novos casos em 2016 (A.C. Camargo, 2016). Somente à medida que o tumor progride é que os sintomas tornam-se mais frequentes. As queixas mais comuns são: alteração do ritmo intestinal; dores abdominais; presença de sangue nas fezes; dor ao evacuar. Tanto os pólipos como os carcinomas em fases iniciais costumam quase não causar sintomas. Nesse sentido, o rastreamento é fundamental, já que tem como principal objetivo detectar a doença em fase inicial, muitas vezes ainda antes da completa transformação em carcinoma invasor. Com isso as chances de cura se tornam muito mais elevadas (A.C. Camargo, 2016). c) Histórico social O paciente reside com quatro pessoas incluindo: esposa e três filhos. A casa é alugada, possuindo água, luz e esgoto encanado. Os gastos com a alimentação giram em torno de R$1000,00 mensais. Este orçamento é usado para aquisição de produtos alimentícios como: carne, frutas, legumes, verduras e alimentos que compõem uma cesta básica. O mesmo relata ser católico, porém, não frequenta nenhuma igreja. Segundo ele, chegou a fumar e consumir bebida alcóolica na juventude. Chegou a fumar por cerca de quatro anos. Atualmente refere não possuir hábito de consumir bebida alcóolica e nem de fumar. Antes de descobrir a doença, praticava ciclismo durante 3 vezes por semana. Por trabalhar com comércio, referiu não possuir horários específicos para se alimentar, sendo assim, acredita-se que a má alimentação e questão hereditária tenham influenciado no surgimento da doença. d) Antecedentes médicos O paciente referiu nunca ter passado por nenhuma internação ou cirurgia. Relatou apenas que realizou uma lavagem intestinal em virtude da longa constipação pela qual foi acometido. e) Antecedentes familiares Informou o falecimento da mãe há cerca de 20 anos atrás decorrente de uma parada cardíaca. Segundo o mesmo, o pai não apresenta nenhum problema de saúde. Referiu o acometimento pelo câncer de intestino em dois irmãos. Ambos realizaram a cirurgia de ressecção e atualmente passam bem. 4. HISTÓRICO CLÍNICO 4.1 Perfil laboratorial Quadro 2. Perfil Laboratorial do paciente J.D.M. São Paulo (SP), 2016. RESULTADOS Exame Valor de referência Data: 28/09/2016 Data: 02/10/2016 Data: 05/10/2016 Data: 16/10/2016 Hemoglobina 13 – 17g/dl 10,0 ↓ 8,1 ↓ 7,8 ↓ 7,8 ↓ Hematócrito 40 – 50% 30,0 ↓ 26,6 ↓ 23,4 ↓ 27,4 ↓ Plaquetas 150-400 mil/mm³ 414 ↑ 297 477 ↑ -- Leucócitos 4,5 - 11mil/m³ 6,84 6,41 6,70 7,80 Linfócitos 1,0 - 4,0mil/m³ 22,0 ↑ 20,0 ↑ -- -- Glicemia De 60 a 100 MG/dl 93 99 144 ↑ 85 Ureia 19 – 43 MG/dl 19,0 41 29 17 ↓ Creatinina 0,66 – 1,25 mg/dL 0,80 0,60 ↓ 0,60 ↓ 0,80 Albumina 3,5 3,2 ↓ 2,4 ↓ 2,5 ↓ -- Sódio 137 – 145 mmol/dl 137 137 140 139 Potássio 3,5 – 5,1 mmol/dl 4,3 4,1 4,4 4,5 TGO 17 – 59 U/L 23 16 36 16 ↓ TGP 21 – 72 U/L 36 26 23 17 ↓ PCR < 1,0 mg/dl 4,60 ↑ 0,50 ↑ 26,5 ↑ 31,2 ↑ Neutrófilos 1,8-7,70 mil/ mm³ 70,0 70 72 ↑ -- Fonte: Exames extraídos do prontuário do paciente. Laboratório: AFIP Medicina Diagnóstica. Os níveis de hemoglobina e hematócritos estão baixos em todos os exames, podendo indicar uma anemia. As plaquetas encontram-se baixas em duas avaliações, podendo ser causada pelo efeito colateral de medicamentos. Na terceira avaliação, a glicemia do pacienta encontrava-se alterada, isso pode ocorrer pelo ganho ou pela perda de peso que pode ocorrer ao longo da doença e do seu tratamento. Além disso, uma série de medicações, principalmente os glicocorticoides (utilizados junto à quimioterapia para prevenir náuseas e alergia) costumam elevar os níveis de glicose. Nas duas últimas avaliações os níveis de creatinina do paciente encontravam-se abaixo da referência. Isto pode ser refletida devido ao estado de desnutrição em que o paciente se encontra. Valores de creatinina baixos indicam, indiretamente, quantidade de massa muscular e o grau de nutrição do paciente encontraram-se abaixo dos valores de referência. Isso pode acontecer em virtude de doença neoplásica como é o caso do paciente ou diminuição da produção (teor de proteína reduzida, desnutrição, má absorção). A PCR (proteína C reativa) que é uma das proteínas mais sensíveis para marcador de processos inflamatórios na fase aguda, sua elevação indica inflamação, estando consideravelmente alta nos últimos três exames (NAOUM, 2009). Nos quatro exames, nota-se que os níveis de hemoglobina e hematócrito do paciente estiveram muito abaixo dos valores de referência. Isso se deve ao fato do paciente está perdendo sangue pelas fezes. Segundo relato do mesmo, ao acordar, é possível sentir o odor de sangue exalando em seu corpo. Como conduta da equipe médica, foi realizada uma transfusão com o intuito de atingir os níveis recomendados. 4.2 Fármacos Quadro 3. Fármacos administrados durante o período de internação do paciente J.D.M. São Paulo (SP), 2016. Droga (princípio ativo) Indicação Efeitos colaterais Interação nutricional (droga-nutriente) Omeprazol Está indicado para o tratamento das doenças do estômago, duodeno ou esôfago que estejam relacionadas com a acidez gástrica. Dor de cabeça, dor abdominal, diarreia, enjoos, flatulência, vômitos, tontura, reações alérgicas da pele, prisão de ventre, dor lombar, tosse, pneumonia. Ferro e vitamina B12. Buscopan Indicado para o tratamento sintomático de cólicas dos tratos gastrintestinal e geniturinário, assim como cólicas e discinéticas das vias biliares. Reações incomuns (> 1/1.000 e < 1/100): reações cutâneas, urticária, prurido, taquicardia, boca seca, disidrose. − Reações raras (>1/10.000 e < 1/1.000): retenção urinária. − Reações com frequência desconhecida*: hipersensibilidade, reações anafiláticas, dispneia, choque anafilático, rash, eritema. Sem interações. Plasil Indicado para o alívio dos distúrbios da motilidade gastrintestinal, situações de refluxo gastresofágico, náuseas, vômitos e para facilitar procedimentos radiológicos do trato gastrintestinal. No SN: Tonturas, diminuição do nível de consciência, confusão e alucinação e sintomas extrapiramidais. TGI: boca seca, ↑ esvaziamento gástrico, náusea, diarreia e obstipação. SCV: hipotensão, bradicardia e parada cardíaca. Astenia e anafilaxia. Metemoglobinemia e Sulfaemoglubinemia. Evitar o uso de álcool. ↑ efeitos do álcool. Precaução na lactação. Precaução em diabetes: pode alterar as necessidades de insulina. Sulfato ferroso Tratamento de anemia ferropriva. Diarreia, dor epigástrica, irritação gastrintestinal, pirose. Fitatos e oxalatos reduzema absorção do ferro. A cafeína e o chá-mate também diminuem a absorção do ferro. Complexo B é indicado para o tratamento de carência múltipla de vitaminas do complexo B e suas manifestações. Tem ação reguladora das carências quando já existem manifestações clínicas causadas pela deficiência vitamínica. diarreia, desordem da condução cardíaca, tontura, olhos secos, peles secas, piora de úlcera péptica (lesão no estômago ou duodeno), desmaios, hiperglicemia (aumento de glicose no sangue), prurido na pele (coceira na pele), hiperuricemia (altos níveis de ácido úrico no sangue), mialgia (dor muscular), vômito e náusea (enjoo). Não foi encontrado nenhum relato bibliográfico que descreva sobre interações laboratoriais em pacientes que fizessem uso de Complexo B®®. Vitamina C Vitamina C é ainda indicada para o tratamento e profilaxia de gripes e resfriados e como suplemento nutricional na gestação, lactação, atividades desportivas, doenças infecciosas e estados febris. Vitamina C é também usada para o tratamento da metemoglobinemia idiopática. o uso de Vitamina C pode ocasionar reações adversas raras e de pouca intensidade, tais como: náuseas, vômitos, diarreias e aumento da diurese. O uso prolongado de doses elevadas de Vitamina C pode ocasionar escorbuto de rebote e cálculos renais em pacientes com predisposição. Vitamina C pode ter sua excreção urinária aumentada. Vitamina C interfere nos resultados de alguns exames laboratoriais, tais como: determinação de glicemia, desidrogenase lática, bilirrubina, glicosúria e níveis séricos de transaminases. Ácido fólico Indicado no tratamento e na prevenção das anemias devido à deficiência do ácido fólico no organismo. O ácido fólico é bem tolerado, porém ao surgimento de quadros alérgicos e desconforto gástrico, comunique o seu médico. Doses acima de 15 mg/dia podem produzir alterações no SNC e podem comprometer a absorção intestinal do zinco e levar a uma precipitação de cristais de ácido fólico nos rins. Sem interações. Fonte: Informações retiradas da bula dos fármacos, disponível online em http://www.medicinanet.com.br/bula/. 5. RECOMENDAÇÕES DIETOTERÁPICAS Peso utilizado: 62 kg (Peso ideal= 22 x 1,682 = 62 kg) GEB: 655,1 + (9,5 x 62) + (1,8 x 168) – (4,7 x 56) = 1283 kcal (Harris Benedict) FA: deambulando: 1,3 (Harris Benedict) FI: 1,35 (Harris Benedict) FT: 1,0 (Harris Benedict) GET: 1283 x 1,3 x 1,35 x 1,0 = 2251 kcal/dia (Harris Benedict) *Diretrizes para o cálculo das necessidades energéticas em pacientes adultos e idosos (Protocolo de avaliação nutricional do HMCC): Kcal: 30 a 35 kcal (paciente oncológico + má absorção) VET= 62 kg (peso ideal) x 35 kcal = 2170 kcal/dia Proteína (1,0 a 1,5 g/kg/dia) PTN: 62 kg (peso ideal) x 1,5 = 93 g/dia Após realização dos cálculos referentes às duas equações, optou-se por utilizar o Protocolo de Avaliação Nutricional do HMCC para realização do cálculo de VCT em virtude do valor referente a formula proposta por Harris Benedict ter apresentado um valor acima do que o paciente necessita. a) Distribuição de macronutrientes GET: 2170 kcal/dia (62 x 35kcal/kg/dia) Proteínas: 10 – 35% (DRI, 2005) 17% do VET = 372 / 4 kcal = 93 g/dia Carboidratos: 50 – 60% (DRI, 2005) 55% do VET = 1193 / 4 kcal = 298 g/dia Lipídeos: 30 – 35% (DRI, 2005) 28% do VET = 607 / 9 kcal = 67 g/dia Para o cálculo das necessidades energéticas do paciente, optou-se utilizar o peso ideal, pois o mesmo apresenta eutrofia em relação ao IMC (19,8 kg/m2) e desnutrição moderada segundo a CB (75,8 %). As recomendações de energia segundo Harris Benedict são superiores ao ofertado pelo hospital. Dessa forma, optou-se utilizar o protocolo de avaliação nutricional da instituição (HMCC), sendo este mais próximo do valor energético ofertado para o paciente. Para distribuição de macronutrientes foi utilizado 1,5 g de proteínas por kg de peso, sendo adotada uma dieta hiperproteica para repor as perdas pelo processo de catabolismo decorrentes da patologia e garantir o balanço nitrogenado positivo. Em relação aos carboidratos e lipídeos, optou-se por uma dieta normoglicídica e normolipídica. b) Distribuição de micronutrientes Quadro 4. Distribuição de micronutrientes para homens de 51 - 70 anos segundo RDA, paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Micronutrientes Necessidades Recomendadas Magnésio 420 mg Flúor 4 mg Zinco 11 mg Sódio 1,3 g Potássio 4,7 g Vitamina C 90 mg Vitamina A 900 µg Vitamina B12 2,4 µg Vitamina E 15 mg Fonte: Rev. Nutr., Campinas, 2006. 5.1 Prescrição dietoterápica No período de 30 de setembro até 27 de outubro de 2016, o paciente recebeu dieta branda s/ resíduo. A dieta prescrita tem o intuito de preservar o estado nutricional do paciente e facilitar o trânsito intestinal, visto que, o tumor do mesmo, localiza-se no trato digestório. A dieta branda é uma dieta leve, de fácil aceitação, é constipante. Usada para repouso intestinal e no pós-operatório, reduz fibras. É similar à dieta geral. Constituída de alimentos macios, mas não moídos ou triturados. Baixo teor de resíduos. São evitadas as frituras e os condimentos fortes. Alimentos que devem ser evitados: pães integrais e escuros, biscoito de trigo integral, panqueca, wafles, carne dura, carnes salgadas e defumadas, alimentos crus. É restrita em celulose e alimentos fermentáveis. Suplementos A partir do dia 30 de setembro de 2016, indicou-se o suplemento Prosure com a finalidade de atender as necessidades nutricionais e preparar o paciente para a cirurgia. O mesmo não apresentou boa aceitação do suplemento, alegando que se sentia mal e recusou-se a tomar. No dia 07 de outubro de 2016, ao realizar o monitoramento do paciente, adotou-se como conduta retirar o suplemento da dieta visto que, o mesmo recusava-se a consumir o produto. Prosure é um suplemento hiperproteico e hipercalórico, possui FOS em sua formulação, goma arábica e polissacarídeo de soja, baixo teor de lipídeos e enriquecido com EPA (ácido eicosapentaenóico), nutriente derivado do Ômega 3, capaz de diminuir os processos de catabolismo induzidos pelo tumor e DHA. Contém sacarose 10%, isento de lactose e glúten. O Prosure é caloricamente denso, com alto teor de proteínas. Possui ótimo sabor e digestibilidade (NUTRISERVICE, 2016). Com o Prosure pode-se ter uma perda de peso aumento de massa muscular e apetite além de uma resposta significativa ao tratamento (NUTRISERVICE, 2016). Desde que o paciente recusou-se a tomar o suplemento, houve uma insistência por parte da nutrição. Foi explicado ao mesmo os benefícios do produto, e os benefícios que o mesmo traria para seu estado nutricional. Após isso, o paciente então, resolveu fazer uma nova tentativa. No dia 21/10/2016 iniciou-se então a suplementação do paciente com o suplemento Fresubin Jucy com o intuito de prepara-lo para a cirurgia. O Fresubin Jucy Drink é uma fórmula hipercalórica. Isenta de lipídeos. Abreviação do jejum pré-operatório, realimentação precoce de pós cirúrgico de ressecção de cólon e preparo para exames. 6. EVOLUÇÃO NUTRICIONAL Avaliação do estado nutricional Quadro 5. Avaliação Antropométrica do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Avaliação 1ª Avaliação 24/09/2016 2º Avaliação 07/10/2016 3º Avaliação 14/10/2016 4º Avaliação 20/10/2016 Peso Atual (aferido) 56 kg 58 kg 56, 2 kg 56,3 kg Peso habitual 72 kg 72 kg 72 kg 72 kg Altura (aferida) 1,68 m 1,68 m 1,68 m 1,68 m IMC Classificação 19,8 kg/m² Eutrofia 20,5 kg/m² Eutrofia 19,9 kg/m² Eutrofia 19,9 kg/m² Eutrofia Circunferência do Braço (CB) 24,5 cm 25 cm 24,5 cm 24 cm % Adequação da CB Classificação 75,8 % Desnutrição Moderada 77,3 % Desnutrição Moderada 75,8 % Desnutrição Moderada 74,5 % Desnutrição Moderada Fonte: IMC (WHO, 2005); CB (FRISANCHO,1990 e JELLIFFE,1996). Materiaise métodos Materiais Para obtenção da circunferência do braço e altura do joelho foi utilizada uma fita métrica inelástica da marca ethika. Como o paciente dispõe de uma mobilizada que o permite caminhar, utilizou-se o peso e altura de forma aferida, utilizando a balança e o estadiômetro da instituição. Métodos Peso: utilizou-se o peso aferido, pois, o paciente apresentou condições físicas que o permitiu ser levado até a balança disponível no andar. Altura: para aferição da altura, utilizou-se o estadiômetro fixado à balança do local. Circunferência do braço (CB): para a obtenção da circunferência do braço localizou-se o ponto médio entre o acrômio e olecrano. Ao encontrar o ponto médio, fez-se uma marca de caneta no braço do paciente e a aferição então pôde ser concluída. Segundo Nacif e Viebig (2008), deve-se dar preferência ao braço não dominante do paciente. Para facilitar a aferição, o braço a ser medido deve estar de forma flexionado em direção ao tórax. No ponto marcado, contornar o braço com a fita métrica flexível de forma ajustada, com o braço estendido ao longo do corpo e a palma da mão voltada para a coxa, evitando compressão da pele ou folga. Cálculos utilizados para adequação de CB e IMC. % de Adequação da CB: para o cálculo de adequação da circunferência do braço, utilizou-se a seguinte fórmula: Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100 CB percentil 50 Para averiguação da CB segundo o percentil propões, utilizou-se a tabela proposta por Frisancho (1990), conforme idade do paciente. Após a realização do cálculo, classificou-se o estado nutricional do paciente segundo a circunferência do braço através da tabela proposta por Jelliffe (1966). IMC: Para cálculo de IMC utiliza-se a fórmula: IMC kg/m² = Peso Altura² Para classificação do estado nutricional segundo IMC para adultos, utilizou-se a tabela da World Health Organization: WHO (2005). Diagnóstico Nutricional 1ª avaliação: o paciente apresentou eutrofia segundo IMC de 19,84kg/m² e desnutrição leve segundo adequação da CB (75,8 %). Considerando os parâmetros analisados, o diagnóstico nutricional é de Desnutrição Moderada, haja vista que o paciente perdeu muito peso nos últimos meses (cerca de 16 kg). 2ª avaliação: o paciente apresentou eutrofia segundo o IMC de 20,5 kg/m² e desnutrição moderada em relação à adequação da CB (77,3 %). Considerando os parâmetros analisados, o diagnóstico nutricional é de desnutrição moderada. Na segunda avaliação o paciente teve um ganho de peso de 2 kg e aumento de 0,5 cm na CB. 3ª avaliação: o paciente apresentou eutrofia segundo o IMC de 19,9 kg/m² e desnutrição moderada em relação à adequação de CB (75,8 %). Considerando os parâmetros analisados, o diagnóstico nutricional é de desnutrição moderada. Nesta terceira avaliação, percebeu-se que o paciente apresentou perda de peso de 1kg e 800 gramas. Segundo relato, o mesmo sentiu-se mal nos últimos dias, referendo uma aceitação alimentar baixa. 4ª avaliação: o paciente continuou apresentando eutrofia segundo o IMC de 19,9 kg/m² e desnutrição moderada em relação à adequação de CB (74,5%). Considerando os parâmetros bioquímicos, sinais clínicos e avaliação antropométrica, o diagnóstico é de desnutrição moderada. Nessa última avaliação constatou-se que o paciente perdeu peso e CB em relação à avaliação anterior. O mesmo relatou sentir-se devido às dores. No dia 27/10/2016 o paciente foi levado para o centro cirúrgico. Realizou-se uma laparoscopia exploradora que mostrou tumor de colón com invasão de duodeno. Realizou-se colecistectomia direita, gastroduodenopancreatectomia e colecistectomia. Internou na UTI com regular estado geral, descorado, hemodinamicamente estável, afebril, sedado. Até a conclusão deste estudo, permaneceu na UTI da unidade. Avaliação Dietética Quadro 6. Cardápio habitual do paciente J.D.M. São Paulo (SP), 2016. Refeição Alimento Medida caseira Medida em g ou ml Desjejum (8:00 – 9:00hs) Café preto com açúcar 1 xícara de café 100 ml Pão francês com margarina 1 unidade 50g Colação (11:00 hs) Pão francês 1 unidade 50g Carne moída 2 colheres de sopa 50g Tomate 2 rodelas 40g Alface 2 folhas 16g Cebola 2 rodelas 40g Almoço (13:00 – 14:00 hs) Feijão carioca 1 concha média 117g Arroz branco 1 escumadeira grande 85 g Bife bovino 1 bife médio 80g Tomate 4 rodelas 80g Alface 3 folhas 24g Lanche da tarde --- --- --- Jantar (19:00 – 20:00 hs) Batata inglesa 1 unidade média 112g Frango 1 filé de peite 80g Alface 3 folhas 24g Tomate 2 rodelas 40g Ceia --- --- --- Fonte: São Paulo, 2016. Quadro 7. Análise qualitativa da alimentação habitual do paciente J.D.M. São Paulo (SP), 2016. Grupo alimentar Recomendações (porção) Porções consumidas Cereais, raízes e tubérculos 5 a 9 2 Hortaliças 4 a 5 4 Frutas 3 a 5 0 Leguminosas 1 1 Carnes e ovos 1 a 2 3 Leite e derivados 3 0 Óleos e gorduras 1 a 2 1 Açucares e doces 1 a 2 0 Fonte: São Paulo, 2016. Quadro 8. Porcentagem de adequação de calorias e macronutrientes do cardápio habitual do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Calorias e macronutrientes Necessidades recomendadas Valor do cardápio habitual % adequação Classificação Calorias 2170 kcal/dia 1084 kcal/dia 49,9% ( ) adequado ( x ) inadeq. Proteínas 93 g/dia 87,55 g/dia 94% ( ) adequado ( x ) inadeq. Carboidratos 298 g/dia 122,28 g/dia 41% ( ) adequado ( x ) inadeq. Lipídeos 67 g/dia 25,62 g/dia 38% ( ) adequado ( x ) inadeq. Fibras 30 g/dia 18,50 g/dia 61% ( ) adequado ( x ) inadeq. Fonte: DRI, 2005. Quadro 8. Porcentagem de adequação de Micronutrientes do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Micronutrientes Necessidades recomendadas RDA / AI Valor do cardápio habitual % de adequação Classificação Vitamina A 900 mcg/dia 59,35 mcg 6,5% ( ) adequado ( x ) inadeq. Vitamina C 90 mg/dia 45,65 mg 50,7% ( ) adequado ( x ) inadeq. Magnésio 420 mg/dia 147,86 mg 35,2% ( ) adequado ( x ) inadeq. Cálcio 1000 mg/dia 0,0 mg 0,0% ( ) adequado ( x ) inadeq. Ferro 8 mg/dia 7,04 mg 88% ( ) adequado ( x ) inadeq. Sódio 1500 mg/dia 761,07 mg 50,7% ( ) adequado ( x ) inadeq. Potássio 4700 mg/dia 1893,23 mg 40,2% ( ) adequado ( x ) inadeq. Zinco 11 mg/dia 10,46 mg 95% ( ) adequado ( x ) inadeq. Fonte: RDA, 2005. Discussão O paciente J.Q.B relata não possuir nenhum tipo de alergia, intolerância ou tabu alimentar. Com relação aos seus hábitos alimentares, não possui hábito de comer frutas. Segundo ele, por trabalhar com comércio, não possui horário fixo para realizar as refeições, realizando-as nos momentos em que consegue. Com relação aos legumes e verduras alega gostar de comer. Diariamente costuma consumir um lanche preparado por ele que vai em sua composição: pão francês, carne moída, alface, tomate e cebola. Relata já ter sido etilista e fumante quando jovem. Fez uso de álcool por quatro anos. Na literatura é descrito que o hábito de consumir bebidas alcoólicas associadas ao tabagismo aumentam o risco para o desenvolvimento de neoplasias. Percebe-se que os hábitos alimentares do paciente são inadequados e podem ter contribuído para o desenvolvimento da neoplasia. Verificou-se que o mesmo não consome frutas, leite e derivados e oleaginosas. Após o almoço, não consome nenhum alimento, ficando em jejum até o jantar. Após o jantar, relatou não comer mais nenhum alimento. Possui como hábito, jantar sopa ou batata inglesa cozida. Referiu não gostar de consumir feijão e arroz a noite, pois, os considera alimentos pesados. Sabe-se que indivíduos que relatam possuirbaixo consumo de frutas, legumes e verduras faz com que sejam eliminados fatores protetores da dieta, já que a alta ingestão de frutas e vegetais especialmente se consumidos crus parece reduzir o risco para neoplasia devido á presença de alguns carotenoides, vitaminas C e E e ácido fólico. Cardápio do Hospital Quadro 9. Dieta branda sem resíduo oferecido pelo Hospital ao paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Refeição Alimento Medida caseira Quantidade g ou ml Desjejum Chá de erva doce 1 copo 200 ml Biscoito cream cracker 5 unidade 40 g Geleia 1 sachê 16g Banana prata crua 1 unidade média 120 g Almoço Carne bovina grelhada 1 bife médio 100 g Purê de batata inglesa 2 colheres de servir 160 g Arroz 5 colheres sopa 138g Caldo de feijão 1 ½ concha 110 g Suco de caju 1 copo 200 ml Banana prata 1 unidade média 120g Merenda Chá erva doce 1 copo 200 ml Biscoito salgado 5 unidade 40 g Geleia 1 sachê 16 g Jantar Filé de frango grelhado 1 bife médio 100 g Chuchu cozido 1 colheres servir 84 g Arroz 5 colheres de sopa 138 g Caldo de feijão 1 ½ concha 110 g Suco de maracujá 1 copo 200 ml Gelatina 1 pote pequeno 23 g Ceia Chá de erva doce 1 copo 200 ml Biscoito de maisena 5 unidades 40 g Fonte: Hospital Municipal do Tatuapé. Quadro 10. Análise qualitativa do cardápio recebido pelo paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Grupo alimentar Recomendações (porção) Porções consumidas Cereais, raízes e tubérculos 5 a 9 6 Hortaliças (verduras e legumes) 4 a 5 2 Frutas 3 a 5 4 Leguminosas 1 2 Carnes e ovos 1 a 2 2 Leite e derivados 3 0 Óleos e gorduras 1 a 2 0 Açúcares e doces 1 a 2 2 Fonte: Phillipi, 2013. Quadro 11. Percentual de adequação de macronutrientes da dieta branda sem resíduo do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Calorias e Macronutrientes Necessidades Recomendadas (dieta ideal) Valor do cardápio paciente (Hospital)* % Adequação Classificação Calorias (kcal) 2170 kcal/dia 1993,4 kcal 91,8% ( ) adeq. (x) inadeq. Proteínas 93 g/dia 105g 112% ( ) adeq. (x) inadeq. Carboidratos 298 g/dia 290,9g 97% ( ) adeq. (x) inadeq. Lipídeos 67 g/dia 48,1g 71,7% ( ) adeq. (x) inadeq. Fibras 30 g/dia 22,2g 74% ( ) adeq. (x) inadeq. Fonte: Kcal (Regra de Bolso – 35 kcal x kg peso ideal) *A dieta branda não possui em sua estrutura a colação. Quadro 12. Percentual de adequação de micronutrientes da dieta do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Micronutrientes Necessidades Recomendadas (dieta ideal) Valor do cardápio paciente (Hospital) % Adequação Classificação Vitamina A 900 mcg/dia 203 mcg 22,5% ( ) adeq. (x) inadeq. Vitamina C 90 mg/dia 114 mg 126% ( ) adeq. (x) inadeq. Magnésio 420 mg/dia 283 mg 67% (x) adeq. ( ) inadeq. Cálcio 1000 mg/dia 227 mg 22,7% (x) adeq. ( ) inadeq. Sódio* 1500 mg/dia 1993 mg 132% ( ) adeq. (x) inadeq. Potássio 4700 mg/dia 3518 mg 74% ( ) adeq. (x) inadeq. Ferro 8 mg/dia 12 mg 150% ( ) adeq. (x) inadeq. Zinco 11 mg/dia 10 mg 90,9% ( ) adeq. ( ) inadeq. Fonte: RDA, 2005. 6.7 Aceitação da dieta hospitalar Quadro 13. Aceitação da dieta hospital. Dieta branda sem resíduo para o paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Data Dieta prescrita % adequação Observações 13/10/2016 Branda sem resíduo 81,3% Paciente relatou má ingestão alimentar nos últimos dias em virtude das dores que vinha sentindo. 20/10/2016 Branda sem resíduo 111% Paciente apresentou melhora na aceitação alimentar, relatando ter consumido toda as refeições que lhes foi servidas. 27/10/2016 Jejum --- Paciente encontrava-se em jejum devido a cirurgia que viria a ser realizada neste dia. O paciente apresenta boa aceitação alimentar. Relata não consumir todas as refeições apenas nos momentos em que sente dores. Devido às orientações repassadas pela Nutricionista, o paciente solicitou que fosse incluso o suplemento em sua dieta. Com o intuito de prepara-lo para a cirurgia, inseriu-se a suplementação na dieta do mesmo. 7. ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL DE ALTA Quadro 14. Cardápio de orientação de alta para o paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Refeição Alimento Medida caseira Desjejum Bisnaguinha 2 unidades Queijo mussarela 1 fatia Café 1 xícara de café Mamão papaia 1 fatia pequena Colação Pão francês 1 unidade Carne bovina desfiada (patinho) 1 colher de servir Tomate cereja 2 rodelas Cebola 2 rodelas Alface 1 folha Cenoura 1 colher de sopa Almoço Arroz branco 1 escumadeira Feijão carioca 1 concha pequena cheia Peixe espada cozido 1 colher de servir Brócolis picado 1 colher de servir Beterraba cozida 1 colher de sopa cheia Espinafre cozido 1 colher de sopa cheia Cenoura cozida 1 colher de sopa cheia Suco de goiaba 1 copo médio Maçã fuji 1 unidade Lanche da tarde Iogurte mel e granola 1 unidade Banana nanica crua 1 unidade Jantar Macarrão alho e óleo 1 colher de servir Peito de frango grelhado 1 bife médio Abobrinha cozida 1 escumadeira média Cenoura cozida 2 colher de sopa Espinafre cozido 1 colher de sopa Tomate cereja 2 rodelas Ceia Chá de erva cidreira 1 copo grande Bolo branco simples 1 fatia pequena Fonte: Dietbox, 2016. Quadro 15. Análise qualitativa do cardápio elaborado para alta do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Grupo alimentar Recomendações (porção) Porções consumidas Cereais, raízes e tubérculos 5 a 9 2 Hortaliças (verduras e legumes) 4 a 5 4 Frutas 3 a 5 3 Leguminosas 1 1 Carnes e ovos 1 a 2 3 Leite e derivados 3 2 Óleos e gorduras 1 a 2 0 Açúcares e doces 1 a 2 0 Fonte: Phillipi, 2013. Quadro 16. Percentual de adequação de macronutrientes do cardápio elaborado para alta do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Calorias e Macronutrientes Necessidades Recomendadas (dieta ideal) Valor do cardápio elaborado p/ paciente % Adequação Classificação Calorias (kcal) 2170 kcal/dia 2069 kcal 95,3% (x) adeq. ( ) inadeq. Proteínas 93 g/dia 97,7g 105% (x) adeq. ( ) inadeq. Carboidratos 298 g/dia 297,7g 99,8% (x) adeq. ( ) inadeq. Lipídeos 67 g/dia 57,3g 85,5% ( ) adeq. (x) inadeq. Fibras 30 g/dia 26,7g 89% (x) adeq. ( ) inadeq. Quadro 17. Percentual de adequação de micronutrientes do cardápio elaborado para alta do paciente J.Q.B. São Paulo (SP), 2016. Micronutrientes Necessidades Recomendadas (dieta ideal) Valor do cardápio elaborado p/ paciente % Adequação Classificação Vitamina A 900 mcg/dia 2847 316% ( ) adeq. (x) inadeq. Vitamina C 90 mg/dia 228 253% ( ) adeq. (x) inadeq. Cálcio 1000 mg/dia 542 54,2% ( ) adeq. (x) inadeq. Ferro 8 mg/dia 11,9 148% (x) adeq. ( ) inadeq. Sódio 1500 mg/dia 1014 67,6% (x) adeq. ( ) inadeq. Potássio 4700 mg/dia 2920 62,1% ( ) adeq. (x) inadeq. Vitamina B12 2,4 mcg/dia 3,52 146% (x adeq. ( ) inadeq. Zinco 11 mg/dia 9,2 83,6% ( ) adeq. (x) inadeq. Fonte: RDA, 2005. 7.1 Lista de substituições para o cardápio de alta Carnes Alimento Quantidade Filé de frango cozido 1 colher de servir cheia Frango sobrecoxa assada 1 sobrecoxa grande Carne moída cozida (músculo) 1 colher de servir cheiaPeito suíno grelhado 1 pedaço pequeno Atum 1 colher de servir cheia Cereais e massas Alimento Quantidade Pão de forma (integral) 2 fatias Pão francês (integral) 1 unidade Arroz branco ou integral 4 colheres de sopa Biscoito tipo cream cracker 5 unidades Torrada salgada 4 unidades Batata cozida (inglesa ou doce) 1 ½ unidade Macarrão integral cozido 3 ½ colheres de sopa Frutas Alimento Quantidade Banana prata 1 unidade Abacaxi 1 fatia média Laranja 1 unidade Melão 1 fatia pequena Melancia 1 fatia pequena Pêra 1 unidade Óleos e Gorduras Alimento Quantidade Azeite de oliva 1 colher de sopa Margarina 1 colher de sopa Óleo vegetal 1 colher de sopa Manteiga ½ colher de sopa Leguminosas Alimento Quantidade Grão de bico cozido 2 colher de sopa Lentilha cozida 2 colheres de sopa Soja cozida 1 colher de servir Feijão preto cozido 1 concha pequena cheia Leites e derivados Alimento Quantidade Iogurte desnatado de frutas 1 pote Leite desnatado 1 copo de requeijão Queijo tipo minas 1 fatia grande Vitamina de leite com frutas 1 copo de requeijão Requeijão light 1 colher de sopa Verduras e Legumes Alimento Quantidade Abóbora paulista cozida 1 ½ colher de sopa Rabanete cru 2 colheres de sopa Agrião 10 ramos Alface crespa 3 folhas Couve manteiga refogado 2 colheres de sopa Acelga 3 colheres de sopa Pepino picado 3 colheres de sopa Tomate cereja 5 unidades Repolho cru 3 colheres de sopa 7.2 Orientações Faça de 5 a 6 refeições diárias, de 3 em 3 horas (desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia); Coma devagar e mastigue bem os alimentos; Beba pelo menos 2 litros (ou 8 copos) de líquidos por dia. Esses líquidos podem ser ingeridos na forma de chás, suco natural, água e água de coco; Procure contar o quanto de líquido você está ingerindo a cada dia; Inclua diariamente frutas, verduras e legumes na sua alimentação. Eles são ricos em nutrientes como fibras, vitaminas e minerais, e vão contribuir para o bom funcionamento do intestino e para garantir a oferta de todos os nutrientes que seu organismo precisa; Para reduzir o consumo de sal e gordura, troque os temperos prontos (caldo de carne e de galinha, etc.) por temperos naturais, como: salsa, cebolinha, orégano, coentro, louro, alho, cebola, manjericão, dentre outros; Moderar o consumo de frituras e alimentos gordurosos em geral: - alimentos fritos e empanados (à milanesa); - embutidos (salsicha, linguiça, presunto, mortadela, etc.); - leite integral (prefira o leite semidesnatado ou desnatado); - manteiga, margarina, maionese podem ser consumidos em pequena quantidade; Evitar bebidas alcoólicas. Sugestões para enriquecer algumas preparações: - adicione azeite, óleo vegetal, creme de leite ou gema de ovo em sopas, purês e mingaus; - mingaus e vitaminas de frutas também são calóricos. Misture farinhas variadas para não cansar do sabor (aveia, maisena, cremogema, fubá, etc.); - nas sopas: varie os vegetais e adicione macarrão, carne, frango e ovo; no prato (refeição) do almoço e jantar: adicione óleo vegetal (1 colher de sopa). Pode ser azeite de oliva, óleo de soja, milho, canola ou girassol; Faça sucos compostos de duas frutas ou de uma fruta com um vegetal (exemplo: laranja + cenoura, laranja + banana + maçã); Nos pães, torradas e biscoitos você pode adicionar queijo, requeijão, geleia de fruta ou mel; Opções de sobremesa: frutas, doces, frutas em calda ou sorvete. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da realização do presente estudo, pôde-se observar a importância do tratamento dietoterápico individualizado em pacientes terciários, principalmente pós cirúrgicos, visto que ocorre um trauma, sendo necessário a monitorização constante, a fim de evitar possíveis complicações. Observou-se também a importância e relevância que uma equipe multiprofissional exerce no tratamento dos pacientes, principalmente o profissional nutricionista. Durante todo o período de estágio, foi possível vivenciar diversas situações onde a importância da Nutrição é ressaltada. A interação do nutricionista com a conduta médica, o esclarecimento de dúvidas com os pacientes quanto à importância da alimentação, o atendimento dietoterápico individualizado, a avaliação nutricional, o acompanhamento da evolução clínica diária, contribui muito para a formação de nutricionista, podendo vivenciar na prática, as teorias adquiridos, acrescentando maiores conhecimentos necessários para melhor formação. Conclui-se que, a combinação de terapias medicamentosas junto com a terapia nutricional favorece significante melhora do estado de saúde das pessoas com câncer, contribuindo assim para a diminuição da taxa de mortalidade. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A.C. Camargo. Centro Integrado de Diagnóstico, tratamento, Ensino e Pesquisa. Pacientes e Tudo Sobre o Câncer. São Paulo, 2016. Disponível em <http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/colorretal--intestino-grosso/12/>. Acesso em out de 2016. ANDRADE, S.M. DA. S.; PEREIRA, F.L. 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