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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP Karen Kariny Gomes RA: D35366-7 Análise sensorial de alimentos Profª. Denise Alves Gonçalves Batista SOROCABA-SP 2017 2 1 INTRODUÇÃO A análise sensorial é tida como uma disciplina que visa interpretar as reações que os alimentos provocam a partir de sensações percebidas pelos sentidos do olfato, visão, paladar, tato e audição. Nos dias atuais normalmente é executada por uma equipe com a finalidade de analisar um determinado produto desenvolvido pela indústria. Além das funções básicas de nutrir, os alimentos também desempenham funções psicológicas e sociais importantes. Ao contrário dos animais, que se alimentam apenas para as suas necessidades fisiológicas, a espécie humana introduziu em seus hábitos alimentares, elementos culturais muito fortes, de natureza sócio-econômica e religiosa. (JORDÃO, 2005, 0.11). Os experimentos de análise sensorial se tornaram cada vez mais comuns e mais frequentes conforme o setor industrial foi crescendo. Segundo Guaglianoni (2009, p. 11): “A partir da metade do século passado a indústria começou, então, a investir no desenvolvimento de testes para avaliar e melhorar o nível de aceitação de seus produtos”. Ainda assim, alguns experimentos ainda são muito questionados quanto aos seus métodos e subsequente eficácia. Por outro lado a execução de análises sensoriais cuidadosamente desenvolvidas possibilita que um determinado alimento chegue ao consumidor final apresentando características favoráveis ao consumo e fidedignidade em relação à rotulagem. A qualidade sensorial do alimento e a manutenção da mesma favorecem a fidelidade do consumidor a um produto específico em um mercado cada vez mais exigente. (TEIXEIRA, 2009, p. 12). A análise sensorial é medida por meio das reações pessoais dos juízes, por isso existe uma certa vulnerabilidade dos resultados a essas reações. (Ibid. 2009, p. 16). Durante uma análise sensorial é possível observar cor, odor, textura visual, forma e tamanho do alimento. 2 OBJETIVOS Consultar e revisar na literatura científica atual análises sensoriais feitas em alimentos com a finalidade de expandir os conhecimentos sobre o assunto. 3 3 MÉTODOS Para realizar uma análise sensorial de um determinado alimento ou produto, existem diversos métodos específicos para cada objetivo final. Os métodos são divididos em grupos de acordo com a finalidade. Métodos Descrição Testes Finalidade Analíticos Expressão a opinião pessoal do jurado ou consumidor final. Comparação pareada; Perfil de sabor; Ordenação; Escala hedônica; Escala de atitude. Detectar diferenças entre amostras pares; Detectar sabor estranho ou modificado numa amostra; Comparar e ordenas amostras de acordo com um atributo ou preferência; Classificar uma amostra ou produto de acordo com gosto pessoal; Intenção de compra de um determinado produto. Descritivos Descrever as amostras qualitativamente e quantitativamente Perfil de sabor; Perfil de textura; Tempo x intensidade. Descrição do odor e sabor, das propriedades de textura, aparência, sabor e textura. Mede a relação de duração da intensidade de um estímulo. (BURKERT, 2013, p. 2). Discriminativos ou de diferença Estabelecem diferenças qualitativa e/ou quantitativa entre amostras. Diferença Duo-trio; Comparação pareada; Triangular; Dois em cinco; Detectar pequenas e grandes diferenças em amostras, de acordo com a 4 (indicam se existe ou não diferença entre amostras). Sensibilidade (medem limites de percepção de estímulos. (BURKERT, 2013, p. 2). Comparação múltipla; Estímulo constante; Limites; intensidade de variação das mesmas. 4 DISCUSSÃO Os resultados de cada método são particulares, específicos e multifatoriais, tendo em vista que dependem do tipo de análise, tipo de produto ou alimento, tempo total de análise, número de jurados e/ou juízes, entre outras variantes dos processos em geral. As análises sensoriais servem de base para comparação entre produtos, desenvolvimentos de produtos novos, detecção de modificações físicas e modificações nas propriedades de um alimento e medição de grau de aceitabilidade. Para verificar a aceitação de algum tipo de alimento, o teste de aceitabilidade é um instrumento fundamental, pois sua execução é fácil e permite uma verificação da preferência média dos alimentos oferecidos.. (PNAE, 2010, p.9 apud ABNT, 1993, p. 8). Os métodos de análise sensorial proporcionam uma organização mais ajustada de acordo com as necessidades do publico alvo e com os resultados e médias finais. A indústria de alimentos tem se preocupado cada vez mais com os níveis de aceitabilidade de alimentos que irão influenciar na intenção de compra do consumidor final. Os testes sensoriais têm sido incluídos como garantia de qualidade por ser medida multidimensional integrada, possuindo importantes vantagens, como: ser capaz de mensurar quanto julgadores gostam ou desgostam de um determinado produto, identificar a presença ou ausência de diferenças sensoriais perceptíveis, definir características sensoriais importantes de um produto e ser capaz de detectar particularidades que não podem ser detectadas por procedimentos analíticos. (ISAAC et al. apud MUÑOZ et al., 1993). 5 As propriedades sensoriais dos alimentos colocados em análises são: • Cor: é o primeiro contato com o consumidor ou pessoa que fará a análise. Aqui se destacam tom, intensidade, brilho e aparência física do alimento. Normalmente há uma associação com a forma natural do alimento ou com a forma industrializada padrão. Está associado com a visão e com as concepções pessoais de rejeição, aceitação ou indiferença. • Odor: os alimentos podem ter características olfativas específicas, o que pode despertar muitas reações no consumidor. As substâncias que são aspiradas podem despertar diferentes áreas sensitivas e estimular diferentes sensações. O aroma de um alimento pode determinar seu grau de aceitabilidade. • Sabor: O gosto é a sensação percebida, na língua, pelas papilas gustativas, em resposta aos estímulos químicos. (ISAAC et al. apud FABER, 2006). Figura 1: Fluxograma de metodologias. FONTE: Manual para aplicação dos testes de aceitabilidade no Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE 6 Algumas pessoas tem tem percepção mais aguçada para perceber determinados gostos, enquanto outras tem percepção quase nula, o que pode fazer com que a análise tenha alterações maiores. O sabor é influenciado pelos efeitos táteis, térmicos, dolorosos e/ou sinestésicos, e essa inter- relação de características é o que diferencia um alimento do outro. (TEIXEIRA, 2009, p. 13). • Textura: São todas as propriedades estruturais de um alimento. É reconhecida palo tato e pelas vias mecânicas do organismo humano. As propriedades da textura podem ser classificadas em três categorias: mecânica, geométrica e de composição, que por sua vez podem ser subdivididas em primárias e secundárias. (TEIXEIRA, 2009, p. 14 APUD ANZALDUA-MORALES, 1984). • Som: Os alimentos possuem sons característicos, que são reconhecidos pela experiência prévia do consumidor quando são consumidos ou preparados; sendo associado principalmente à textura do alimento. (TEIXEIRA, 2009, p. 15 apud TEIXEIRA et al, 1987; HUY, 1992). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise sensorial é aplicada de diversas formas nos dias de hoje visando analisar principalmente a qualidade dos alimentos. Avalia a aceitação e preferênciado consumidor final, contribui para o desenvolvimento de novos produtos e visa manter a qualidade e fidedignidade dos mesmos. Contribui para a manutenção das propriedades sensoriais que tem maior aceitabilidade no público geral. Ajuda a definir a intenção de compra de alimentos industrializados baseado nos métodos específicos. Também agrega valores socioeconômicos e científicos para desenvolver maior qualidade e acessibilidade nos alimentos. 7 REFERÊNCIAS BURKERT, Janaína Fernandes de Medeiros. 2013. Métodos Sensoriais. Rio Grande. 2013. Disponível em: < http://www.sabercom.furg.br/bitstream/1/1569/1/M %C3%89TODOS%20SENSORIAIS%20DISCRIMINATIVOS1.pdf >. Acesso em: 17 mar. 2018. GUAGLIANONI, Dalton Geraldo. Análise Sensorial: Um Estudo Sobre Procedimentos Estatísticos e Número Mínimo de Julgadores. 2009. 125 f. Dissertação (Doutor em alimentos e nutrição). Universidade Estadual Paulista Júlio De Mesquita Filho. Araraquara. 2009. Disponível em: < http://www2.fcfar.unesp.br/Home/Pos- graduacao/AlimentoseNutricao/Dalton_completo.pdf >. Acesso em: 16 mar. 2018. ISAAC, Vera et al. Análise sensorial como ferramenta útil no desenvolvimento de cosméticos. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara, v. 33, n. 4, p.479-488, 2012. Disponível em: < serv- bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/viewFile/2268/1321 >. Acesso em: 17 mar. 2018. JORDÃO, Fabiana Galvani. Perfil sensorial e aceitabilidade de suco de laranja integral pasteurizado e suco de laranja reconstituído. 2005. 58 f. Dissertação (Mestrado em ciências). Universidade de São Paulo. Piracicaba. 2005. Disponível em: < www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde 17042006.../FabianaJordao.pdf >. Acesso em: 16 mar. 2018. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FNDE; CECANE UNIFESP. Manual para aplicação dos testes de aceitabilidade no Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. Santos, 2010. Disponível em: < www.cecanesc.ufsc.br/core/getarquivo/idarquivo/559 >. Acesso em? 17 mar. 2018. TEIXEIRA, Lilian Viana. Análise sensorial na industria de alimentos. Rev. Inst. Latic. “Cândido Tostes”. n.366. 64: 12-21. Jan/fev. 2009. Disponível em: < https://www.revistadoilct.com.br/rilct/article/download/70/76 >. Acesso em: 16 mar. 2018.
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