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Ação de Indenização por Acidente de Trânsito

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA CIDADE SÃO PAULO
 
CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA - ME, microempresa inscrita no CNPJ/MF sob o n...., sediada e estabelecida em Bauru/SP, na rua...., nº...., bairro ...., com endereço eletrônico...., neste ato representada por seu procurador, documentação anexo, com endereço profissional na rua ..., bairro ..., cidade/estado...., com endereço eletrônico...., indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 186, 927 e 944, todos do Código Civil Brasileiro, ajuizar 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS MATERIAIS
Contra Viação Meteoro Ltda inscrita no CNPJ/MF sob o n XXX, sediada e estabelecida em XXX /SP, na rua.XXX., nº.XXX, bairro XXX, com endereço eletrônico desconhecido, em razão das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas. 
FATOS
Senhor Barnabé xxxx, é um senhor de 50 anos de idade. Ele é agricultor e vive da colheita e do transporte das hortaliças aos mercados das cidades vizinhas a Bauru/SP. Ele é o proprietário da micro empresa supracitada chamada Caipira Hortaliças Ltda. – ME.
Com o esforço do seu trabalho, através da Caipira Hortaliças Ltda. – ME, Barnabé adquiriu uma pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223, consoante se comprova pelo documento ora carreado, que utilizava para o transporte dos seus produtos. O seu veículo realizava entre 5 a 10 entregas por dia nas cidades próximas.
Na data de 11/02/2017, o sr. Barnabé retornava a Bauru/SP conduzindo a sua Pick-up após mais um dia cansativo de trabalho. Naquela noite, chovia muito e a estrada estava escorregadia, e havia também muita neblina. Ocorre que, quando trafegava na curva do km 447 da rodovia BR-345, no município de Jaú/SP, o sr. Barnabé perdeu o controle do seu veículo. Os pneus traseiros derraparam, e o veículo rodopiou por sua pista, ficando atravessado na pista, sem, contudo, invadir a pista contrária
No entanto, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e pisou no freio. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. 
Com o impacto, o sr. Barnabé feriu-se gravemente, apresentando um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços. O veículo pick-up Ranger, com o impacto, ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria. Em razão do acidente, a Polícia Rodoviária Federal interditou as pistas e chamou a perícia. A mesma tomou ainda o depoimento do polícia tomou ainda o depoimento do motorista do ônibus, que afirmou que invadiu a pista contrária em razão de tentar desviar do veículo que estava derrapando e indo em sua direção. 
Posteriormente, no hospital, a polícia tomou o depoimento do sr. Barnabé, que afirmou que perdeu o controle do seu veículo em vista do ônibus ter invadido a contramão, o que o forçou a realizar uma manobra brusca que causou a derrapagem e o impacto com o ônibus. A perícia que esteve no local foi inconclusiva, pois, como estava chovendo, não conseguiu colher as medidas das derrapagens, embora tenha reconhecido a invasão à outra pista, mas não conseguiu definir se esta ocorreu antes ou após o choque.
Estiveram também presentes a seguradora da pick-up, Shangai Marine, bem como a seguradora da empresa de ônibus da Viação Meteoro, a Seguradora Trafegar S/A. O relatório final de cada uma tinha conclusões distintas: a seguradora da empresa de ônibus considerou a pick-up como a responsável pelo acidente, enquanto que a seguradora da pick-up considerou a empresa de ônibus como a responsável. 
Após se submeter a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, o sr. Barnabé agora com a situação envolvendo o seu veículo e o seu sustento. Como ele trabalhava sozinho, não tem como se manter no período de recuperação do acidente, e também não tem como transportar as hortaliças, pois foi apurada a perda total do seu veículo. 
Analisando o balanço mensal da empresa Caipira Hortaliças constatou-se que esta possuía um faturamento mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que o lucro líquido mensal chegava ao montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais). No período de três meses, necessário ao restabelecimento da saúde do sr. Barnabé, a empresa zerou o seu faturamento, e ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00.
Como a empresa de ônibus negou autoria do acidente e a sua seguradora não aceitou recompor os prejuízos fazendo-se necessário este para o ressarcimento dos prejuízos, acostado a este estão boletim de ocorrência, orçamentos do veículo Ford Ranger de propriedade da empresa, fotos dos danos causados no veículo, trocas de e-mails com a transportadora e seguradora e balanços mensais da empresa. 
DIREITO
ARTIGO 186 c/c 927 do Código Civil
A responsabilidade pelo acidente se assenta no motorista da empresa Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e pisou no freio. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. 
Sem sombra de dúvidas esse fato caracteriza a culpa do condutor do automóvel que pertence à Ré, revelando, assim, mais um requisito necessário para configuração do dever de indenizar, na forma do artigo 186 c/c 927 do Código Civil, onde reluz que “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”, nessa mesma ótica o artigo 927 também do código civil traz, “aquele que por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado repará-lo,” nítido, portanto que o prejuízo causado pela ré deve ser reparado, pois o autor após se submeter a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, e com prejuízos envolvendo o seu veículo e o seu sustento, pois como ele trabalhava sozinho, não tem como se manter no período de recuperação do acidente, e também não tem como transportar as hortaliças, pois foi apurada a perda total do seu veículo. 
ARTIGO 28, 29 e 34 do Código de Trânsito Brasileiro
O código de Trânsito Brasileiro instituiu em seu artigo 28 que “O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito” No entanto, o ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, deveria ter domínio de seu veículo e o mesmo deveria dirigir com atenção, pois mesmo com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé evitaria pisar no freio causando a colisão. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger arremessando-a por cerca de10 (dez) metros onde bateu no barranco da pista. 
Ratificando o entendimento corrobora também o artigo 29, onde estão descritas as normas de circulação onde o motorista da empresa ré deveria obedecer às regras exposta na norma no artigo citado evitando então o acidente, onde o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas; sendo respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres, portanto o veículo maior no caso em questão o “ônibus” este deverá seresponsabilizar pela segurança do menor.
O artigo 34 traz que “O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.”
O motorista perdeu o controle causando perigo aos demais usuários da via, onde seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista, causando perda total deste.
ARTIGO 932
Nota-se que o condutor do Ônibus da empresa agiu com veemente imprudência, desta forma, o condutor violou flagrantemente as regras de trânsito, que, por óbvio, são de conhecimento de todo motorista, pois pressuposto de habilitação para dirigir. Portanto, ao assumir o risco da manobra irresponsável, agiu, no mínimo, com culpa, causando o acidente que tanto prejudicou a vítima.
Assunto delicado, pois um dos diversos bens jurídicos em pauta é a vida; não envolvendo apenas a daquele que está sendo imprudente, mas, também, de todos os demais condutores de veículos automotivos. Em que pese os fatos acima expostos.
Dispõe o inciso III do artigo 932 do Código Civil Brasileiro, a empresa, ora Ré, possui responsabilidade objetiva para com seus empregados, respondendo, portanto, pelos atos praticados por seu funcionário motorista que causou a colisão e prejuízo. “Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçal e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele”
No mesmo sentido, encontra-se o entendimento do Egrégio Supremo Tribunal Federal, conforme pode-se, auferir através da súmula abaixo transcrita:
Súmula 341 STF: “É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto”
Concluiu, cabe a referida empresa Viação Meteoro Ltda, ora Ré, arcar com os prejuízos, que não foram poucos, gerados ao Autor, de acordo com a extensão do dano.
ARTIGO 402 E 403 DO CÓDIGO CIVIL
Primeiramente, decorrente do ilícito, constata-se um déficit real e efetivo no patrimônio da vítima, com supedâneo no artigo 402 do Código Civil. Deve ser reparado o dano material sofrido.
Tendo-se em vista os danos injustamente sofridos, pois após se submeter a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, o sr. Barnabé agora com a situação envolvendo o seu veículo e o seu sustento. Como ele trabalhava sozinho, não tem como se manter no período de recuperação do acidente, e também não tem como transportar as hortaliças, pois foi apurada a perda total do seu veículo, imperioso que o mesmo obtenha o devido ressarcimento, como impõe o artigo 949 do Código Civil. “Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.”
O Sr Barnabé foi severamente prejudicado, fora todos os gastos hospitalares e tratamentos médicos necessários que foram ocasionados pelas lesões e traumas sofridos.
Há necessidade indenização por danos morais, já que o Autor foi submetido a sérios abalos físicos e psicológicos conforme sobejamente demonstrado, pois analisando o balanço mensal da empresa Caipira Hortaliças constatou-se que esta possuía um faturamento mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que o lucro líquido mensal chegava ao montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais). 
No período de três meses, necessário ao restabelecimento da saúde do sr. Barnabé, a empresa zerou o seu faturamento, e ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00.
Ressalta-se também que o trágico acidente afetou as capacidades laborativas do Autor, acarretando invalidez temporária deste para o trabalho.
Portanto, prova-se vital a reparação civil, sendo da responsabilidade do infrator arcar com os lucros cessantes, conforme inteligência do artigo 949 do Código Civil, acima citado.
O artigo 403 Código Civil traz que “Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.”, pois ao determinar o valor a ser indenizado por lucro cessante, solicito ao magistrado que deva considerar também o que a parte prejudicada tenha deixado de perceber em razão do fato danoso. 
PEDIDOS
Requer que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências: 
A citação da ré no endereço indicado no preâmbulo por carta (CPC, art. 247, caput), 
O autor solicita audiência de conciliação;
Pede, mais, sejam PROCEDENTES todos os pedidos formulados 
Por fim, condenação em custas e honorários advocatícios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admissíveis à espécie, em especial a oitiva do representante legal da requerida e de testemunhas, se o caso assim o requerer.
Dá-se à causa o valor da pretensão condenatória, ou seja, a quantia de R$ 60.000,00 
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local, data.
______________________
Advogado
OAB

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