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SÍNDROME DE GUILLAIM-BARRÉ HISTÓRICO Em 1916 que Georges Guillain, J. A. Barre e A. Strohi descreveram em soldados do exército francês uma síndrome similar à paralisia de Landry (QUINTERO; BOZA, 1999). No entanto, a síndrome por eles descrita caracterizava-se por uma paralisia aguda com perda dos reflexos osteotendinosos, e esta foi a primeira vez em que foi relatada e descrita a ocorrência da dissociação albumino-citológica no líquido cefalorraquidiano (LCR) de pacientes com SGB (JUYO; VILLALBA; CHACÓN, 1999). FISIOPATOLOGIA A polirradiculoneuropatia desmielizante inflamatória aguda ou Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma doença de caráter inflamatório que afeta as raízes dos nervos e dos nervos periféricos, levando à neuropatia motora e paralisia flácida. Subdivide-se nas seguintes variantes clínicas: a forma desmielinizante clássica (polineuropatia desmielinizante inflamatória aguda- PDIA), as formas axonais (neuropatia axonal motora aguda- NAMA e a neuropatia axonal motora e sensorial aguda- NAMSA), e variantes menos frequentes (Síndrome de Miller Fisher- SMF). O início da doença é precedido por infecção respiratória ou gastrointestinal, oriundas dos agentes Epstein Barr, Citomegalovírus, Campylobacter jejnni , Mycoplasma pneumonia, e também há relatos com outros agentes, como a Salmonella typhi e recentemente, o Zika vírus. Possui caráter autoimune, em que o sistema imunológico do indivíduo produz anticorpos contra a própria bainha de mielina. Danos à bainha comprometem a capacidade de movimentação e sensibilidade ao calor, dor, texturas e outras sensações. Então, os nervos acometidos não transmitem adequadamente os sinais que vêm do sistema nervoso central, devido as lacunas sem a bainha. FISIOPATOLOGIA EPIDEMIOLOGIA A incidência da SGB é de 1 a 2 casos em cada 100.000 pessoas. Aproximadamente, 27% dos pacientes com SGB não tem nenhuma doença precedente identificada. Apesar de não serem conhecidos os fatores consistentes de predisposição, 49% dos pacientes tiveram infecções respiratórias precedentes; 3% pneumonia; 3% infecção devido ao vírus Epstein Barr e 10%, uma doença gastrintestinal. 20% a 30% dos pacientes podem precisar de ventilação assistida por causa da paralisia ou fraqueza da musculatura intercostal e diafragmática. SINAIS E SINTOMAS • Dor nos membros inferiores. • Fraqueza muscular progressiva de distribuição geralmente simétrica e distal que evolui para diminuição ou perda dos movimentos de maneira ascendente com flacidez dos músculos. • Perda dos reflexos profundos de inicio distal, bilateral e simétrico a partir das primeiras horas ou primeiros dias. • Sintomas sensitivos: parestesia, hipersensibilidade. • Disfagia (alteração na deglutição) devido acometimento dos nervos cranianos IX, X, XII. • Paralisia Facial por acometimento do nervo VII. • Comprometimento dos centros respiratórios por fraqueza da musculatura intercostal e diafragmática. • Variações na pressão arterial. • Arritmia cardíaca. • Alterações do controle vesical e intestinal. • Alteração na musculatura responsável pelo movimento dos olhos devido acometimento dos nervos cranianos III, IV, VI. • Ataxia Cerebelar ( déficit de equilíbrio e incoordenação). • Ptose palpebral. • Contraturas e úlceras de decúbito. • Alteração na ADM AVALIAÇÃO CLÍNICA E FISIOTERAPICA • Exame de Sangue: incluí bioquímica básica, hemograma, creatinafosfoquinase, velocidade de hemossedimentação, prova de função hepática e proteína de fase aguda. As enzimas hepáticas devem estar elevadas no início da doença, normalizando nas primeiras semanas seguintes. O hemograma pode apresentar leucocitose. • Exames Imunológicos: pesquisa sérica de anticorpos anti-gangliosídeos e também de anticorpos contra agentes patogênicos específicos. • Exame do Líquor: exame do líquido cefalorraquidiano apresenta-se com pressão normal, celularidade sem alterações e proteínas aumentadas, caracterizando a dissociação albumino-citológica, típico da SGB. Líquido cefalorraquidiano normal não exclui o diagnóstico quando este é feito na primeira semana. O aumento máximo de proteínas acontece após quatro a seis semanas de início dos sintomas da doença, sendo um provável reflexo do processo inflamatório ao nível das raízes nervosas com ruptura da barreira hematoencefálica. • Exames Neurofisiológico: eletroneuromiografia, consiste em um teste de condução nervosa que visa detectar o bloqueio parcial ou total na condução motora, velocidade de condução nervosa diminuída, latências distais prolongadas, prolongamento da onde F, abolição do reflexo H e dispersão temporal anormal. • Demais Exames: eletrocardiograma, cultura de fezes, raio X tórax. AVALIAÇÃO CLÍNICA E FISIOTERAPICA •Avaliação Motora •Avaliação Sensorial •Avaliação Sistema Autônomo •Avaliação Psicosocial •Avaliação Respiratória CONDUTA MÉDICA Na fase aguda, primeiras quatro semanas de início dos sintomas, o tratamento de escolha é a plasmaferese ou a infusão endovenosa de imunoglobulinas. CONDUTA FISIOTERAPEUTICA • DRENAGEM POSTURAL • MOBILIZAÇÃO PASSIVA OU ATIVO ASSISTIDA DE TODAS AS ARTICULAÇÕES. • FNP (obs.: com algumas precauções) • EXERCÍCIOS ATIVOS SEM OU COM RESISTÊNCIA( OBS.: RESPEITANDO O LIMITE DO PACIENTE E EVITANDO FADIGA) • VNI • EXERCÍCIOS PARA MUS. RESPIRATÓRIA • ÓRTESES • ALONGAMENTOS Drenagem Postural MOBILIZAÇÃO PASSIVA OU ATIVO ASSITIDA FNP VNI ÓRTESE PROGNÓSTICO Alguns pacientes tem um progresso fulminante para paralisia máxima em 1 a 2 dias, 50% dos pacientes alcançaram o limiar da doença dentro de uma semana, 70% em duas semanas e 80% em três semanas. Em alguns caso o processo de fraqueza muscular perdura por 1 a 2 meses. o inicio da recuperação dos pacientes é variado, com a maioria dos pacientes apresentando uma recuperação gradual da força muscular de 2 a 4 semanas depois do fim da progressão da doença. Melhoras clínica, eletrofisiológica e funcional acontecem, geralmente, em até 18 meses após o início da doença. Considerado bom, com mais de 90% dos pacientes alcançando recuperação total ou quase completa. REFERÊNCIAS • Reabilitação Neurológica;Umphred, Darci A. 4 edição, manole Pags 405 a 421. • Neurologia Pediátrica, sinais e sintomas; Fenichel Gerald M. 3ª Ed., Reiventer Pags 207 a 208 Fisioterapia: Aspectos clínicos e práticos da reabilitação; Wentz, Elcinete M. 2ª Ed., Arte Médica AACD Pags 537 a 539 FACULDADE ESTACIO FIR GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA DISCIPLINA NEUROFUNCIONAL 6º PERIODO TARDE DOCENTE: ALESSANDRA B. VIAGEM DICENTES: ADRIANO, FERNANDO, MARCIA, ORLANDO, ISIS, LARYSSA, POLLYANA, -, -
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