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Material de Apoio para Aulas de Português Jurídico

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http://migre.me/w0agx
Material de apoio elaborado pela professora Maria Fernanda Borges Daniel de Alencastro, aos acadêmicos de Direito, para as aulas de Língua Portuguesa. 
CURSO DE DIREITO
UCDB – UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
CAMPO GRANDE - MS
PLANO DE ENSINO UCDB
Curso: DIREITO   
Disc.: 01278 - LINGUA PORTUGUESA 
Prof.: 53228 - MARIA FERNANDA BORGES DANIEL DE ALENCASTRO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
DAMIÃO, Regina T. Curso de português jurídico. São Paulo: Atlas, 9 ed. 2004.
PETRI, Maria José Constantino. Manual de Linguagem Jurídica. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SABBAG, Eduardo de Moraes. Redação Forense & Elementos da Gramática. 4ª ed.- São Paulo: RT, 2011.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
ABREU, Antônio Suárez. A arte de Argumentar. Gerenciando Razão e Emoção. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 37 ed. 2009.
BITTAR, Eduardo C. B. Linguagem Jurídica. São Paulo: Saraiva, 2001.
CHALITA, Gabriel. A Sedução no Discurso. O Poder da Linguagem nos Tribunais de Júri. São Paulo: Max Limonad, 1999.
CUNHA Celso, Luís F. Lindley Cintra. Nova Gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 5 ed. 2010.
GOLD Miriam e SEGAL Marcelo. Português instrumental para cursos de direito: como elaborar textos jurídicos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
GONÇALVES Wilson J. Comunicação Jurídica. Campo Grande: Editora UCDB, 2002.
NANFEL José. Novo Dicionário Jurídico Brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2002. 
RODRIGUEZ, V. G. O. Manual de Redação Forense. Campinas: Mizuno, 2000.
VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2006.
XAVIER, Ronaldo C. Português no Direito. Rio de Janeiro: Forense, 1995.
EMENTA:
Considerações sobre comunicação e linguagem. Vocabulário - Léxico Jurídico. A estrutura frásica na linguagem jurídica. Estrutura linguística: a gramática na leitura e na produção de textos jurídicos. Revisão e reforço gramatical.
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Parte I – Introdução à Comunicação
1.1 Elementos da Comunicação: Processos de comunicação
1.2 Língua e Linguagem
1.3 Variações da Linguagem
1.4 Língua Falada e Língua Escrita
1.5 Leitura e interpretação de texto
1.6 Revisão dos aspectos gramaticais: Acordo ortográfico
Parte II – Vocabulário Jurídico
2.1 Polissemia, Sinonímia e Antonímia
2.2 Homonímia e Paronímia
2.3 Denotação e Conotação
2.4 Leitura e Interpretação de texto
Parte III – A Estrutura Frásica na Linguagem Jurídica
3.1 Frase, oração e período
3.2 Estrutura da frase
3.2.1 As combinações da frase: coordenação e subordinação
3.3 relações sintáticas na expressividade da frase: concordância, regência e colocação.
3.4 aspectos estilísticos da estrutura oracional
3.5 Leitura e Interpretação de texto
3.6 Reforço dos aspectos gramaticais: Concordância, regência e colocação.
Parte IV – Enunciação e Discurso
4.1 Enunciação
4.2 Discurso
4.3 Gêneros e tipologias textuais
4.4 Coesão e coerência
4.5 Leitura e Interpretação de texto
4.6 Revisão dos aspectos gramaticais: conectores linguísticos (artigo, preposição, conjunção, advérbios)
Parte V – O Parágrafo e a redação jurídica
5.1 Conceitos e qualidades
5.2 Estrutura do parágrafo
5.3 O encadeamento dos parágrafos
5.4 Elaboração de parágrafos
OBJETIVOS
A partir da tese de que escrever bem é usar adequadamente a língua na produção de sentido pretendido em qualquer situação de comunicação, objetiva-se criar condições para que o aluno conheça diferentes aspectos envolvidos na leitura e produção de textos, de tal maneira que seja capaz de:
1. Produzir textos coesos e coerentes desenvolvendo a competência de leitura e produção de textos voltados à área jurídica.
2. Buscar o embasamento necessário para o emprego da norma culta da língua portuguesa.
3. Estimular a elaboração de estratégias comunicativas adequadas aos objetivos da conduta argumentativa, oral e escrita.
O aluno deverá até o final do semestre 
4. Ampliar o vocabulário terminológico jurídico e aperfeiçoar a expressão linguística oral.
5. Ser capaz de empregar adequadamente a norma culta e os recursos morfossintáticos referentes à flexão verbal, concordância, regência e colocação pronominal.
6. Analisar e elaborar textos jurídicos coesos e coerentes no uso dos recursos, estratégias e procedimentos de composição.
INSTRUMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
1. Avaliações individuais P1 e P2. Cada uma com valor de 10,0 pontos.
2. Avaliações contínuas em dupla e individual de produções textuais com ênfase na capacidade leitora e interpretativa do aluno, na resolução de exercícios práticos de vocabulário e estruturas frasais jurídicas a partir de um material de apoio pedagógicos (exercícios) elaborados pelas professoras da disciplina, podendo o(a) acadêmico(a) obter, no final do semestre, um (1,0) ponto na média, caso tenha participado de todas as atividades produzidas em sala de aula durante o período letivo.
Descrição dos Critérios de Avaliação:
Prova 1 + Prova 2 + Práticas= Média Semestral
Objetivo Geral 
Capacitar o(a) acadêmico(a), por meio do exercício da leitura e da produção de textos orais e escritos, para o domínio dos diversos usos da linguagem em diferentes situações discursivas, no contexto acadêmico e profissional.
http://migre.me/w0ahB
PLANEJAMENTO DE CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
	CONTEÚDO
	DATA
	Parte I – Introdução à Comunicação
	
	Elementos da Comunicação: Processos de comunicação. Língua e Linguagem
	
	Apresentação aluno x professor. Conteúdo programático. Critérios de avaliação.
	
	Variações da Linguagem Língua Falada e Língua Escrita. Leitura e interpretação de texto
	
	Linguagem escrita e exercícios práticos.
	
	Revisão dos aspectos gramaticais: Acordo ortográfico
	
	Parte II – Vocabulário Jurídico: Polissemia, Sinonímia e Antonímia.
	
	Homonímia e Paronímia. Denotação e Conotação
	
	Revisão dos aspectos gramaticais: Ortoépia, prosódia, pronúncia padrão (culta), regionalismos, arcaísmos, neologismos, latinismos, campos semânticos e campos lexicais.
	
	Parte III – A Estrutura Frásica na Linguagem Jurídica
	
	Frase, oração e período. Estrutura da frase.
	
	As combinações da frase: coordenação e subordinação. Relações sintáticas na expressividade da frase: concordância, regência e colocação.
	
	Reforço dos aspectos gramaticais: Concordância, regência e colocação.
	
	Aspectos estilísticos da estrutura oracional. Atividade de leitura e Interpretação de texto.
	
	Parte IV – Enunciação e Discurso. O que é enunciação. O que é discurso.
	
	Gêneros e tipologias textuais. Coesão e coerência. Teoria e prática.
	
	Leitura e Interpretação de texto a partir dos gêneros e tipologias estudados.
	
	Revisão dos aspectos gramaticais: conectores linguísticos (artigo, preposição, conjunção, advérbios)
	
	Parte V – O Parágrafo e a redação jurídica. Conceitos e qualidades. Estrutura do parágrafo.
	
	O encadeamento dos parágrafos. Elaboração de parágrafos. Estudo com leitura e interpretação de texto a partir dos estudos feitos
	
	Revisão dos aspectos gramaticais: a morfossintaxe
	
	Fechamento das atividades semestrais e das notas parciais para a elaboração das médias finais.
	
http://migre.me/w0akI
APRESENTAÇÃO
Acadêmico(a):
“O lucro do nosso estudo é tornarmo-nos melhores e mais sábios.”
Michel de Montaigne
A partir de agora você, acadêmico, estudará a Língua Portuguesa para conhecer e ampliar os seus conhecimentos relativos à linguagem jurídica. Esse estudo tem o intuito de fazer valer suas ideias e seus argumentos, pois, de acordo com Barroso (2008), o “Direito é a alternativa que o mundo concebeu contra a força bruta”. Assim, o domínio da linguagem verbal possibilitará debates no lugar de guerra; diálogo no lugar de brigas, de lutas e de maus-tratos.
Além de tudo, valeressaltar que o nosso idioma é lindo e se você, acadêmico(a), se preparar para o uso adequado, terá sucesso em seus estudos e em sua futura área profissional.
Por fim, desejo que você tenha um excelente e proveitoso semestre e que esta disciplina possa ser uma semente que se transforme em conhecimento técnico-científico transmitindo sucesso e avanço profissional.
Excelente Estudo!
Conte com meu auxílio, sempre!
	
Parte 1
	1 Introdução à Comunicação
Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer!”
 (Mahatma Gandhi)
	
A comunicação acontece quando duas ou mais pessoas têm os mesmos interesses, ou seja, há um ponto em comum. Ser comum = ser como um, é ter afinidades, empatia, sentir junto, pensar junto. Quando as pessoas têm os mesmos interesses a mensagem flui, pois os interesses são comuns.
Comunicação = COMMUNICARE = Tornar Comum
A Língua Portuguesa é uma língua muito rica em recursos, talvez resida aí toda a dificuldade em utilizá-la, senão em toda a sua potencialidade, pelo menos no que se fizer necessário em cada caso. Para o Direito, especialmente, isso se faz indispensável - “O Direito é, por excelência, entre as que mais o sejam, a ciência da palavra. Mais precisamente: do uso dinâmico da palavra”.(XAVIER, 2002)
 Inicialmente, é conveniente esclarecer o significado de alguns conceitos que serão úteis para o entendimento de como funciona uma linguagem. Estes conceitos serão utilizados no decorrer dos estudos de linguagem jurídica. De acordo com Medeiros (2004), são os seguintes:
LINGUAGEM é um sistema de signos utilizados para estabelecer uma comunicação. A linguagem humana seria de todos os sistemas de signos o mais complexo. Seu aparecimento e desenvolvimento devem-se à necessidade de comunicação dos seres humanos. Fruto de aprendizagem social e reflexo da cultura de uma comunidade, o domínio da linguagem é relevante na inserção do indivíduo na sociedade.
[...] A LINGUAGEM VERBAL é uma faculdade que o homem utiliza para exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons vocais denominado língua. Esse sistema organiza os signos e estabelece regras para seu uso. Assim, pode-se afirmar que qualquer tipo de linguagem desenvolve-se com base no uso de um sistema ou código de comunicação, a língua. A LINGUAGEM é uma característica humana universal, enquanto a LÍNGUA é a linguagem particular de uma comunidade, um grupo, um povo. SISTEMA é uma organização que rege a estrutura de uma língua.
 [...]
LÍNGUA é um código que permite a comunicação, um sistema de signos e combinações. Ela tem caráter abstrato e dispõe de um sistema de sons, e concretiza-se por meio de atos de fala, que são individuais. Assim, enquanto a língua é um conjunto de potencialidades dos atos de fala, esta (ou discurso) é um ato de concretização da língua. 
[...] 
A FALA é anterior à escrita, mas tem, através dos tempos, sido relegada a uma condição de inferioridade por causa das circunstâncias modernas em que informações e documentos escritos constituem o mundo das relações humanas e de produção.
[...] 
As características diferenciadoras entre LÍNGUA e FALA são: a língua é sistemática, tem certa regularidade, é potencial, coletiva; a fala é assistemática, nela se observa certa variedade, é concreta, real, individual.
[...]
 A NORMA varia segundo a influência do tempo, espaço geográfico, classe social ou profissional, nível cultural do falante. A diversidade das normas, visto que há tantas quanto os indivíduos, não afeta a unidade da língua, que contém a soma de todas as normas. 
[...]
 A LÍNGUA PORTUGUESA, portanto, é um sistema linguístico que abrange o conjunto das normas que se concretiza por meio dos atos individuais de fala. Ela é um dos sistemas linguísticos existentes dentro do conceito geral de língua e compreende variações diversas devidas a locais, fatores históricos e socioculturais que levam à criação de variados modos de usar a língua. 
[...] 
NORMA é um conjunto de regras que regulam as relações linguísticas. A norma sofre afrontas ou é contrariada devido a vários fatores: alterações devidas às classes sociais diferentes, alterações devidas aos vários indivíduos que utilizam a língua.
1.1 Elementos da Comunicação: Processos de comunicação
- O esquema da comunicação -
Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, por e-mails, internet, etc.; uma empresa, uma administração, até mesmo um Estado podem comunicar-se com seus membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou televisionadas, e-mails, etc.
Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por um certo número de elementos, indicados no esquema abaixo:
 
http://migre.me/oEnEv
http://migre.me/oEnEv
Na sequência vamos entender o papel dos elementos da comunicação
a) O emissor ou destinador é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo (firma, organismo de difusão, etc.)
b) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou mesmo um animal ou uma máquina (computador). Em todos estes casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a recepção da mensagem tiver uma incidência observável sobre o comportamento do destinatário (o que não significa necessariamente que a mensagem tenha sido compreendida: é preciso distinguir cuidadosamente recepção de compreensão).
c) A mensagem é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.
d) O canal de comunicação é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, pelos meios técnicos aos quais o destinador tem acesso, a fim de assegurar o encaminhamento de sua mensagem para o destinatário:
Meios sonoros: voz, ondas sonoras, ouvido...
Meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina...
De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira classificação das mensagens:
as mensagens sonoras: palavras, músicas, sons diversas;
as mensagens tácteis: pressões, choques, trepidações, etc;
as mensagens olfativas: perfumes, por exemplo;
as mensagens gustativas: tempero quente (apimentado) ou não...
Observação: um choque, um aperto de mão, um perfume só constituem mensagens se veicularem, por vontade do destinador, uma ou várias informações dirigidas a um destinatário.
A transmissão bem-sucedida de uma mensagem requer não só um canal físico, mas também um contato psicológico: pronunciar uma frase com voz alta e inteligível não é suficiente para que um destinatário desatento a receba.
e) O código é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o destinador lança mão dele para elaborar sua mensagem (esta é a operação de codificação). O destinatário identificará este sistema de signos (operação de decodificação) se seu repertório for comum ao do emissor for comum ao do emissor. Este processo pode se realizar de várias maneiras (representaremos por dois círculos os repertórios de signos do emissor e do receptor):
R
E
	 	 1º Caso:
 _ A comunicação não se realizou; a mensagem é recebida, mas não compreendida: o emissor e o receptor não possuem nenhum signo em comum.
Exemplo: mensagem cifrada recebida por um receptor que ignora o código utilizado; neste caso, poderá haver uma operação de decodificação, mas ela será longa e incerta.
Exemplo: Conversa (?) entre um brasileiro e um alemão, em que um não fala a língua do outro.
	
2º Caso:
_ A comunicação é restrita; são poucos os signos em comum.
 
 Exemplo: Conversa entre um inglês eu um estudante brasileiro do ensino fundamental que estuda inglês há um ano. 
 						
	3º Caso:
 _ A comunicação é mais ampla; entretanto, a inteligibilidade dos signos não é total: certos elementos da mensagem proveniente de E não serão compreendidos por R.
Exemplo: um curso de alto ministrado a alunos não preparadospara recebê-lo.
 4º Caso:
 _ A comunicação é perfeita: todos os signos emitidos por E são compreendidos por R 
 Não basta, no entanto, que o código seja comum para que se realize uma comunicação perfeita; por exemplo, dois brasileiros não possuem necessariamente a mesma riqueza de vocabulário, nem o mesmo domínio sintaxe.
Finalmente, deve ser observado que certos tipos de comunicação podem recorrer simultaneamente à utilização de vários canais de comunicação e de vários códigos (exemplo: o cinema).
f) O referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete.
Há dois tipos de referentes:
Referente situacional: constituído pelos elementos da situação do emissor e do receptor e pelas circunstâncias de transmissão da mensagem.
Assim é que quando uma professora dá a seguinte ordem à seus alunos: “coloquem o lápis sobre a carteira”, sua mensagem remete a uma situação espacial, temporal e a objetos reais.
Referente textual: constituído pelos elementos do contexto linguístico. Assim, num romance, todos os referentes são textuais, pois o destinador (o romancista) não faz alusão salvo raras exceções - à sua situação no momento da produção (da escrita) do romance, nem a do destinatário (seu futuro leitor). Os elementos de sua mensagem remetem a outros elementos do romance, definidos no seu próprio interior.
1.2 Língua e Linguagem
A linguagem = A capacidade, a aptidão humana para o exercício da comunicação, processo através do qual se produz a troca de informações. 
Linguagem verbal = aquela em que se usa apenas a palavra, falada ou escrita.
Linguagem não-verbal = utiliza outros tipos de código, que não a palavra: desenhos, pinturas, fotos, gestos.
Língua = um código, conjunto de signos e regras de uso que obrigam todos os falantes de uma determinada comunidade linguística, apesar de suas diversidades. É, também, um instrumento da nacionalidade, um elemento básico na formação do conceito de pátria. 
Fala = realidade = A fala, ao contrário da língua, por se constituir de atos individuais, torna-se múltipla, imprevisível, irredutível a uma pauta sistemática. Os atos linguísticos individuais são ilimitados, não formam um sistema.
1.3 Variações da Linguagem
 Possibilidades que a língua, dinâmica e versátil como é, apresenta, para a expressão comunicativa de grupos sociais definidos em função de aspectos regionais, sociais, históricos, profissionais, etc.
 1.3.1 Níveis de Linguagem
	A linguagem tem normas, princípios que precisam ser obedecidos. Geralmente, achamos que essas regras dizem respeito apenas à gramática normativa. Para a grande maioria das pessoas, expressar-se corretamente em língua portuguesa significa não cometer erros de ortografia, concordância verbal, acentuação etc. Há, no entanto, outro erro, mais comprometedor do que o gramatical, que é o de inadequação de linguagem ao contexto.
	Em casa ou com amigos, nós empregamos uma linguagem mais informal do que nas provas da escola ou em uma entrevista para emprego. Ao conversar com os avós, não convém utilizar algumas gírias, pois eles poderiam ter dificuldades em nos compreender. Numa dissertação solicitada num vestibular ou um concurso público já precisamos empregar um vocabulário mais formal. Esses fatos nos levam a concluir que existem níveis de linguagem.
	Vejamos alguns níveis de linguagem:
a) NÍVEL FORMAL-CULTO OU PADRÃO: trata-se de uma linguagem mais formal, que segue os princípios da gramática normativa. É empregada na escola, no trabalho, nos jornais e nos livros em geral. Observe este trecho de jornal:
A polêmica não é nova, nem deve extinguir-se tão cedo. Afinal qual a legitimidade e o limite do uso de recursos públicos para salvaguardar a integridade do sistema financeiro? (...) 
 (Folha de São Paulo, 14 de março de 1996, Editorial)
b) NÍVEL COLOQUIAL-POPULAR: é a linguagem empregada no cotidiano. Geralmente é informal, incorpora gírias e expressões populares e não obedece às regras da gramática normativa. Veja estes exemplos:
“Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Pra que então ficar esquentando muito? Me parece que as coisas no fim sempre dão certo”.
Estou preocupado. ( norma culta) 
Tô preocupado. ( língua popular) 
Tô grilado. ( gíria, limite da língua popular)
c) PROFISSIONAL OU TÉCNICO: é a linguagem que alguns profissionais, como advogados, economistas, médicos, dentistas etc. utilizam no exercício de suas atividades. 
d) ARTÍSTICO OU LITERÁRIO: é a utilização da linguagem com finalidade expressiva pelos artistas da palavra ( poetas e romancistas, por exemplo) alguns gramáticos já incluem este item na linguagem culta ou padrão.
Dominar uma língua, portanto, não significa apenas conhecer normas gramaticais, mas, sobretudo empregar adequadamente essa língua em várias situações do dia-a-dia: na escola, no trabalho, com os amigos, num exame de seleção, no trabalho.
1.4 Língua Falada e Língua Escrita
Língua falada: 
palavra sonora; requer a presença dos interlocutores; ganha em vivacidade; é espontânea e imediata; uso de frases feitas; é repetitiva e redundante; o contexto extralinguístico é importante; a expressividade permite prescindir de certas regras; a informação é permeada de subjetividade e influenciada pela presença do interlocutor; recursos: signos acústicos e extralinguísticos, gestos, entorno físico e psíquico.
Língua escrita: 
palavra gráfica; é possível esquecer o interlocutor; é mais sintética e objetiva; a redundância é apenas um recurso estilístico; ganha em permanência; mais correção na elaboração das frases; evita a improvisação; exiguidade de recursos não linguísticos; uso de letras, sinais de pontuação; é mais precisa e elaborada; ausência de cacoetes linguísticos e vulgarismos; o contexto extralinguístico tem menos influência.
1.4.1 As Diferenças entre Fala e Escrita
Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa seguir algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idioma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natural, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada. 
1.5 Leitura e interpretação de texto
A LEITURA - TECER UM TEXTO
A palavra texto provém do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Fica evidente, assim, que já na origem da palavra encontramos a idéia de que o texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de obter um todo inter-relacionado. Daí podermos falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que garantem sua coesão, sua unidade.
Esse trabalho de tecelão que o produtor de textos executa pode ser avaliado a partir de quatro elementos centrais: a repetição, a progressão, a não-contradição e a relação. Para estudá-los, devemos ter sempre em mente que um texto se desenvolve de maneira linear, ou seja, as partes que o formam surgem uma após a outra, relacionando-se com o que já foi dito ou com o que se vai dizer.
(INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. Scipione, São Paulo: 1991)
Delimite o tema.
________________________________________________________________________________________________________________________________
Selecione as ideias-chave do texto.
________________________________________________________________________________________________________________________________
Elabore um parágrafo concordando ou discordando do autor.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________http://migre.me/w0anR
 http://migre.me/w0au8
REVISÃO DOS ASPECTOS GRAMATICAIS: ACORDO ORTOGRÁFICO
 Durante o processo de produção de textos, surgem sempre dúvidas gramaticais; nesta unidade trataremos dos casos em que alguns exercícios podem ajudar a solucionar certos problemas; no entanto há outros casos que gramáticas e livros do tipo tira-dúvidas resolvem tranquilamente; a consulta a esses materiais torna-se obrigatória por parte de quem se propõe a escrever na escola, no trabalho ou mesmo por motivos particulares.
 Vale lembrar que a eliminação de alguns erros será efetuada a partir do treinamento linguístico e a prática constante da escrita. Cabe ao produtor o trabalho constante da revisão e escrituração dos textos para que a assimilação das técnicas redacionais e normas gramaticais sejam efetivadas.
REFORMA ORTOGRÁFICA
1. Alfabeto ganha três letras 
As letras K, W e Y são reintroduzidas no alfabeto, que volta a ter 26 letras: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z 
2. Acentuação: Fim do trema 
O trema usado nos grupos gue/gui/que/qui será abolido em palavras da língua portuguesa, quando a vogal u é átona e pronunciada. O trema permanece em nomes próprios e suas derivações, como: Müller, mülleriano, Bündchen, etc. 
Antes			Agora
agüentar		aguentar 
argüição		arguição
bilíngüe		bilíngue
cinqüenta		cinquenta
conseqüência		consequência
freqüência		frequência
qüinqüênio		quinquênio
seqüência		sequência
seqüestro		sequestro 
tranqüilo 		tranquilo 
lingüiça		linguiça 
3. Acentuação: Acento agudo 
Deixa de existir em ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (com acento na penúltima sílaba)
Antes			Agora
bóia			boia		Obs.: Herói, troféu, papéis continuam acentuadas, pois são oxítonas.
Assembléia		Assembleia 
colméia 		colmeia 
Coréia 		Coreia 
eu apóio		eu apoio
estréia			estreia
geléia			geleia
idéia			ideia
paranóia		paranoia
platéia			plateia 
Jibóia			jiboia
jóia			joia
Deixa de existir no i e no u tônicos quando vierem depois de ditongo (encontro de duas vogais na mesma sílaba) em palavras paroxítonas (acento na penúltima sílaba). 
Antes			Agora
Bocaiúva 		Bocaiuva 
Baiúca 			baiuca 
feiúra 			feiura
Deixa de existir na letra u dos grupos gue/gui/que/qui em formas dos verbos apaziguar, arguir, averiguar, enaguar, obliquar, redarguir. 
Antes			Agora
apazigúe 		apazigue
argúem (eles)	arguem
averigúe 		averigue 
enxagúe 		enxague
4. Acentuação: Acento circunflexo 
Deixa de existir em palavras terminadas em êem e ôo. 
Antes			Agora
abençôo		abençoo
crêem 		creem 
dêem 			deem 
enjôo 			enjoo 
lêem 			leem 
perdôo 		perdoo 
vêem 			veem 
vôo 			voo 
zôo 			zoo 
Obs.: o acento permanece no plural de ter e vir (incluindo seus derivados: manter, reter, conter, convir, advir, etc.). Exemplos: Ele tem a solução; Eles têm a solução; Ela vem de longe; Elas vêm de outro país; Ele mantém o poder; Eles mantêm o poder. 
5. Acentuação: Acento diferencial 
Deixa de existir o acento que diferencia pára de para, pêlo de pelo. 
Antes			Agora
pêlo branco	 	pelo branco 
ela pára o trânsito 	ela para o trânsito 
Obs.: Continua a existir o acento diferencial entre pôde e pode (verbo poder), entre pôr (verbo) e por (preposição), entre fôrma (substantivo) e forma (verbo e substantivo), entre nós amamos (presente) e nós amámos (passado; mas aqui é opcional).
6. Hífen 
a) Não usar o hífen quando o primeiro elemento (prefixo) termina com letra diferente da letra que inicia o segundo. 
Antes			Agora
auto-estrada 		autoestrada 
auto-escola 		autoescola
auto-estima		autoestima
auto-avaliação		autoavaliação
infra-estrutura 		infraestrutura 
auto-ajuda 		autoajuda 
b) Não usar o hífen quando o primeiro elemento (prefixo) termina com vogal e o segundo começa com consoante, exceto o h. Exemplos: anteprojeto, extraclasse, autocrítica, infravermelho, vasodilatador, anti-herói, sobre-humano, mini-hotel, minibar.
Obs.: Quando o segundo elemento começa com r ou s, essas letras deverão ser dobradas. 
Antes			Agora
supra-sumo 		suprassumo 		Manter o hífen em: super-relação, super-racional, inter-relação 
ultra-sonografia 	ultrassonografia 	(em razão da pronúncia do r separadamente); sub-reitor,
anti-rugas 		antirrugas 		sub-raça, sub-região (a pronúncia do r é separada do b).
anti-racismo 		antirracismo 
auto-retrato		autorretrato
contra-regra		contrarregra
contra-senso		contrassenso
mega-sena		megassena
semi-reta		semirreta
c) Não usar o hífen quando o primeiro elemento termina com consoante e o segundo se inicia com vogal (há exceção como mal-estar). Exemplos: hiperacidez, interescolar, interestadual, superinteressante. 
d) Usar o hífen quando o segundo elemento se inicia com h. Exemplos: co-herdeiro, mini-hotel, sobre-humano, anti-higiênico, super-homem. 
e) Usar o hífen quando o primeiro elemento termina com vogal ou consoante igual à letra que inicia o segundo. (O prefixo co é exceção: cooperar/cooptar) 
Antes			Agora
antiimperialista 	anti-imperialista 
arquiinimigo 		arqui-inimigo 
contraataque 	contra-ataque 
microônibus 		micro-ônibus 
microondas 		micro-ondas
microorganismo	micro-organismo 
Exceções: 
Os prefixos: além, aquém, bem, ex, pós, pré, recém, sem e vice sempre exigem hífen. Exemplos: ex-patrão, bem-estar, sem-terra, sem-teto, além-mar, aquém-mar, pós-graduação, recém-casado, pós-graduação, pré-história, pré-escolar, vice-presidente. 
O prefixo sub deve ser usado com hífen diante de b, h e r. Exemplos: sub-base, sub-região, sub-humano. Já com circum e pan, o hífen será usado diante de m, n, h e vogal. Exemplos: circum-navegação, pan-americano. 
O prefixo co se junta sem hífen ao segundo elemento, com exceção dos iniciados com h. Exemplos: coautor, corresponsável, cooperar, coordenar, co-herdeiro. 
OBS. Não confundir a regra do hífen para PREFIXOS com a regra para PALAVRAS COMPOSTAS, as quais exigem hífen: Exemplos: pé-de-moleque (o doce), mesa-redonda (reunião), livro-texto (o manual), ele é um João-ninguém (um nada). Sempre se exige hífen quando duas palavras se juntam para formar uma terceira diferente de cada uma isoladamente. 
Pendências: 
O texto do Acordo Ortográfico não é explícito com relação ao uso do hífen em algumas palavras compostas. A publicação do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa pela Academia Brasileira de Letras, prevista para fevereiro, resolverá essas pendências. 
Esquema sobre Uso do Hífen 
	Coluna colorida: coloca-se hífen.
	Vogal
 igual
à final
do
 prefixo
	vogal
	h
	r
	s
	b
	m
	n
	outras
	
	aero, agro, alvi, ante, anti, arqui, auto, 
contra, eletro, entre, extra, foto, geo, hidro, in1, infra, intra, macro, maxi, mega, micro, mini, moto, multi, nano, neo, pluri, poli, proto, pseudo, retro, semi, sobre, socio, supra, tele, tri, ultra, vaso, vídeo 
	
S
	
	
S
	
	
	
	
	
	
	anti-inflamatório, antissocial, arqui-inimigo, autoestima, 
autorretrato, autossuficiente, contrarregra, contra-ataque, 
extrasseco, infraestrutura, infravermelho, maxidesvalorização, mega-amiga, micro-organismo, microssistema, mini-instrumento, minissaia, motosserra, multirracial, neonatal, proto-história, pseudociência, reavaliar, semiárido, semi-integral, semirrígido, sobre-erguer, sobre-humano, sobressaia, socioeconômico, suprassumo, tele-homenagem, uItra-apressado, 
ultrainterino, ultrassom, vasodilatador. 
	circum, pan
	
	S
	S
	
	
	
	S
	S
	
	circum-ambiente, circum-navegar, panceleste 
	ciber, hiper, inter, super
	
	
	S
	S
	
	
	
	
	
	cibercafé, ciberespaço, interdisciplinar, super-homem, superamigo, inter-relação, 
super-romântico.
	sob, sub
	
	
	S
	S
	
	S
	
	
	
	subalugar, sub-reitor, sub-humano, sub-base.
	mal2
	
	S
	S
	
	
	
	
	
	
	malsucedido, mal-estar, mal-humorado, malnascido
	co
	
	
	S
	
	
	
	
	
	
	coautor, cooperar, co-herdeiro, corresponsável
	além, aquém, bem2, ex, pós3, pré3, pró3, recém, sem, vice 
	
S
	
S
	
S
	
S
	
S
	
S
	
S
	
S
	
S
	além-mar, bem-educado, pré-natal, pró-reitor, recém-nascido, sem-terra, vice-campeão 
[1] não se usa hífen quando o segundo termo perdeu o h original: desumano, inábil. 
[2] usa-se o hífen quando formar com a outra palavra um adjetivo ou substantivo. 
[3] quando a pronúncia for fechada (pos, pre, pro), liga-se sem hífen ao outro termo: preencher, proposto (exceções: preaquecer, predeterminar, preestabelecer, preexistir; porém: re-enviar, re-escrever, re-ensinar ). 
Atenção: Quando a pronúncia exigir, dobram-se o r e o s da segunda palavra. 
	
Parte 2
	2 Vocabulário Jurídico
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. (Paulo Freire)
	
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Terminologia Jurídica
Estudo dos termos técnicos relativos à Ciência Jurídica. Os termos têm conotação própria e invariável e não permitem sinônimos.
“Cada cientista tem a sua maneira própria de expressar-se, e isto também acontece com a jurisprudência, ou Ciência do Direito. Os juristas falam uma linguagem própria e devem ter orgulho de sua linguagem multimilenar, dignidade de que bem poucas ciências podem invocar.” Miguel Reale (Lições preliminares de Direito, Saraiva, 1985,p.8)
 
 2.1 Polissemia, Sinonímia e Antonímia
Os termos têm conotação própria e invariável e não permitem sinônimos.
Grande parte tem origem no Direito Romano e mantém unidade entre povos de línguas diversas.
 Ex: habeas corpus, fideicomissos, etc.
 É importante que haja no vocabulário jurídico uma distinção entre:
	 1. Léxico:
	Conjunto de palavras realizadas e realizáveis; palavras em ato (vocabulário ativo) e potenciais de ato (vocabulário passivo)
	 2. Vocabulário
	Conjunto de palavras realizadas, já em uso, em exercício, em ato;
Seleção e emprego de palavras pertencentes ao léxico.
	 
 3. Glossário
	Dicionário especializado no discurso de caráter decodificador, distinto, porém do dicionário de língua (caráter codificado). Forma de levantamento de palavras-ocorrências e acepções num texto determinado.
	4. Terminologia
	Estudo dos termos técnicos relativos a Ciência Jurídica 
Para o advogado, no exercício de sua atividade profissional, a linguagem é o próprio instrumento de trabalho. Uma expressão inadequada ou a obscuridade de uma petição inicial, de recursos, requerimentos, sentenças que constituem raciocínio de quem as elaboram podem comprometer o patrimônio do cliente. 
Os raciocínios jurídicos são expressos sob a forma de um silogismo:
	O fato ------------------------Premissa menor
	A norma---------------------Premissa maior
	O pedido ou decisão-------Conclusão
Muitos vocábulos apresentam simultaneamente, um significado usual e outro técnico. Por exemplo:
	Invenção: Sentido usual criação intelectual. 
Invenção: Código civil achado, encontro fortuito de algo. 
Inventário: Código P. Civil apuração, revelação de bens passíveis de sucessão.
	Pacto- sentido usual ajuste de vontades que pode ser desfeito sem garantia de ação jurisdicional do Estado ( Pacto de amor).
 Pacto- linguagem jurídica pacto compromissório, pacto de retrovenda, pacto sucessório.
 Pacto- Direito Internacional ajuste ou tratado celebrado entre os Estados (pactuantes) 
O advogado além de valer-se da utilidade do vocabulário, necessita de uma Terminologia Jurídica (estudo dos termos técnicos relativos à ciência jurídica). O vocabulário apresenta diferentes significações até mesmo em um país, ao passo que o termo técnico do Direito, originado grande parte do Direito Romano, mantém unidade entre povos de língua diversas. Ex: Habeas Corpus, Ex Tunc, Ex Nunc
2.2 Homonímia e Paronímia
 A Terminologia Jurídica pode recorrer à Lógica e denominar-se dos termos:
Unívocos – contém um só sentido, usado para descrever delitos e assegurar direitos. 
Exemplo furto (Art 155-CP) subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel. 
 roubo: (Art. 157-CP) subtrair para si ou para outrem coisa móvel alheia mediante grave ameaça ou violência depois de reduzir a resistência das pessoas.
São unívocas as expressões pertencentes ao jargão do profissional do Direito ou seja os termos técnicos do vocabulário especializado
ab-rogar – revogar totalmente uma lei; ob-rogar –contrapor uma lei a outra; Derrogar – revogar parcialmente; Repristinar – revogar uma lei revogada
Equívocos: Vocábulos plurissignificantes pois possuem mais de um sentido, identificando-se no contexto.
 Sequestrar: [1]- apreender judicialmente bens ou litígio 
[2]: privar alguém de sua liberdade
 
 Seduzir: Ling. usual: exercer fascínio sobre alguém para benefício próprio. 
Direito: manter conjunção carnal com mulher virgem, menor de 18 e maior de 14, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável confiança.
Análogos: pertencem a uma mesma família ideológica ou são tidos como sinônimos.
 Resolução: dissolução de um contrato, ato jurídico.
 Resilição: dissolução por vontade do contraente
 Rescisão : dissolução por lesão do contrato
 
Cabe ao profissional do Direito:
Empreender esforço semântico ao usar as palavras plurissignificativas.
Não empregar acepções que não pertençam ao jargão jurídico.
Quando usar vocábulos de natureza equívoca, acompanhá-los de especificadores que resguardem o sentido pretendido.
Observar o sentido das palavras porque qualquer sistema jurídico, para atingir plenamente seus fins, deve cuidar do valor nocional do vocabulário técnico e estabelecer relações semântico-sintáticas harmônicas e seguras na organização do pensamento.
Conquanto a ciência jurídica busque a univocidade, convive com um sem número de palavras polissêmicas.
Estar atento aos verbetes do dicionário de terminologia jurídica para empregar as palavras de acordo com as ideias do contexto
Para que a expressão do pensamento ocorra de forma clara sem ambiguidades.
2.3 Denotação e Conotação
Denotação: o sentido de forma restrita, objetiva, para uma linguagem exata e precisa.
Conotação: expressão com significação ampla, muito usada de modo artístico, subjetivo, usa a linguagem de forma rica e expressiva.
Estes dois conceitos são muito fáceis de entender se lembrarmos que duas partes distintas, mas interdependentes, constituem o signo linguístico: o significante ou plano da expressão - uma parte perceptível, constituída de sons - e o significado ou plano do conteúdo - a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar de um conceito (o significado). 
A denotação é justamente o resultado da união existente entre o significante e o significado, ou entre o plano da expressão e o plano do conteúdo. A conotação resulta do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da palavra, isto é, um outro plano de conteúdo pode ser combinado ao plano da expressão. Este outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou positivos, reações psíquicas que um signo evoca. 
Portanto, o sentido conotativo difere de uma cultura para outra, de uma classe social para outra, de uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora, esposa, mulher denotam praticamente a mesma coisa, mas têm conteúdos conotativos diversos, principalmente se pensarmos no prestígio que cada uma delas evoca. 
Desta maneira, podemos dizer que os sentidos das palavras compreendem duas ordens: referencial ou denotativa eafetiva ou conotativa. 
A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.
	Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em "estado de dicionário"
Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva. 
	Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades por associações que ela provoca.
O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais entre denotação e conotação: 
	DENOTAÇÃO
	CONOTAÇÃO 
	palavra com significação restrita
	palavra com significação ampla 
	palavra com sentido comum do dicionário
	palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
	palavra usada de modo automatizado
	palavra usada de modo criativo 
	linguagem comum
	linguagem rica e expressiva 
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Parte 3
	3 A Estrutura Frásica na Linguagem Jurídica
“A arte de viver é simplesmente 
a arte de conviver ...” 
Mário Quintana
	
3.1 Frase, oração e período
	Frase é qualquer enunciado dotado de significação.
	A frase pode ser constituída de:
	uma só palavra.
	Exemplo: Socorro!
	várias palavras (com verbo ou não).
	Exemplos:	O tempo está nublado. 
			Que calor!
Frase nominal – exprime uma visão estática. Aparece sem verbo ou com verbo de ligação. Exemplo:
	VITÓRIA JUSTA DO CORITIBA.
Frase verbal – indica um processo dinâmico. Exemplo:
	O ATLÉTICO VENCEU.
	Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
Exemplos: 	A fanfarra desfilou na avenida.
		As festas juninas estão chegando.
Tanto na frase quanto na oração, as palavras obedecem a uma ordem, a uma disposição, para que haja uma clara transmissão da mensagem. Observe:
Quadrinhos aluno em o sala na lê revista uma.
O entendimento da mensagem fica impossível, porque as palavras estão dispostas numa ordem anormal. Se colocadas numa ordem linguística compatível com a nossa língua, entende-se facilmente a mensagem:
O aluno lê uma revista em quadrinhos na sala.
Existe, portanto, uma ordem linguística que devemos seguir na elaboração de uma frase ou oração. A essa ordem dá-se o nome de sintaxe.
Quanto à ordem, as orações podem ser diretas ou indiretas.
Orações diretas – são as que apresentam os termos em sua ordem natural (sujeito, verbo, complementos).
	A comitiva presidencial chegou a Curitiba às duas horas.
Exemplo:
Orações indiretas – são as que apresentam os termos em ordem inversa, não-natural.
	Às duas horas, chegou a Curitiba a comitiva presidencial. 
Exemplo:
	Período é a frase estruturada em oração ou orações. 
Termina sempre por um ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências e, às vezes, dois pontos.
O período classifica-se em:
–	simples – constituído por uma só oração, chamada absoluta.
	Fui à livraria ontem.
–	composto – constituído por mais de uma oração.
	Fui à livraria ontem e comprei vários livros.
A maneira prática de saber quantas orações existem num período é contar os verbos ou expressões verbais.
 
3.2 Estrutura da Frase. 
Estruturas oracionais/gramaticalidade e inteligibilidade/ Ordenações frasais
I) Num enunciado:
	De livro aqueles alunos o esqueceram português
Não constitui frase, pois falta-lhe um elemento essencial para dar-lhe sentido: a gramaticalidade ou seja: os elementos não estão organizados segundo regras gramaticais para formar uma frase. 
O correto seria dizer: Aqueles alunos esqueceram o livro de português
II) Podemos também encontrar enunciados que, apesar de haver gramaticalidade na organização de seus elementos não chegam a constituir frase porque não têm inteligibilidade. No enunciado: 
	 Blusas velozes nadavam em girassóis humanos.
Embora apresente gramaticalidade, não chega a ser uma frase porque a combinação dos elementos não permite tornar a mensagem inteligível, (blusas não são velozes, nem nadam; girassóis não são humanos)
Portanto: para haver frases é necessário que se combinem dois elementos: gramaticalidade e inteligibilidade.
III) Levando em conta que todo falante conhece por completo as regras da gramática natural da língua que fala, são gramaticais as frases construídas segundo essas regras naturais e agramaticais àquelas que não obedecem a tais regras.
 
Frases como:
	Fazem três anos que ele a conheceu.
Assisti o filme “Cidade de Deus” 
Me contaram que ele viajou.
Devem, segundo este ponto de vista, ser julgadas gramaticais, ainda que não sejam aceitas pela gramática normativa; este tipo de gramática só considera correta as frases se assim tivessem:
	Faz três anos que ele a conheceu.
Assisti ao filme “Cidade de Deus.
“
Contaram-me que viajou.
IV) A ordem na frase
As frases sintaticamente estruturadas apresentam verbos em torno do qual termos: sujeito, complemento do verbo, termos que acrescentam informações acessórias.
 As frases nas orações apresentam:
Ordem direta 
Sujeito + verbo +complemento verbal +adjunto adverbial
Oração subordinada vinda após a oração principal
Orações coordenadas determinadas pela relação lógica ou cronológica que há entre os elementos dessas frases.
Ordem Inversa
A alteração dos elementos na frase tem por objetivo enfatizar o verbo, o complemento em relação ao sujeito. Nas orações:
	1.Trezentos mil paulistas deixaram a capital no período do natal
2. Deixaram a capital, no período do natal, trezentos mil paulistas.
3. No período do natal, deixaram a capital trezentos mil paulistas.
A informação é idêntica e o que se observa é que a relevância na frase é dada ao sujeito na frase 1, na frase 2 a ênfase recai na ação expressa, já na frase 3 enfatiza-se o momento (período natalino).
V) Voz ativa e passiva 
A construção de orações com voz ativa dá relevância aos agentes já a voz passiva dá destaque aos objetos. Exemplo:
	Os torcedores comemoravam a vitória do time. (voz ativa)
A vitória do time era comemorada pelo time. (voz passiva)
VI) Estruturas mínimas e suas expansões
Entende-se por estruturas mínimas aquelas que se constituem do sujeito e predicado e dos complementos.
Esquemas de estruturas mínimas
1. 
	Sujeito + Predicado
 ou 
	S 
+
VI
 “O céu muito limpo, o sol muito forte, começava o verão”. 
 Rachel de Queiroz
2. 
	Sujeito +VTD + OD
 ou “ Encontrei Ivan Lessa na fila de lotação”. (C. Lispector) 
	Sujeito +VTI +OI
 Ou “A usina precisava de cana”. ( J. Lins do Rego) 
	Sujeito+VTDI+OD+ OI
 Ou “Recomendara à empregada cuidados especiais com ela”. 
	Sujeito +VL + PS
 ou “Teus silêncios são pautas musicais”. (M. Quintana) 
	Sujeito + VI + PS 
 “A empregada apareceu desvairada”. ( F. Sabino)
 
Expansões
Elementos que se constituem dos chamados termos acessórios, que acrescentam às ideias fundamentais um acidente qualquer. Assim na oração: Faço mágicas”, há uma oração provida apenas de seus elementos mínimos, já em “Meu primo chegou ontem de avião”, os termos grifados tornam a oração amplificada, mais especificada; tais termos não necessários (adjetivos,advérbios, pronomes (alguns), artigos,) assumem sintaticamente funções de termos acessórios nas orações.
 
3.3 Reforço dos aspectos gramaticais: Concordância, regência e colocação.
1)	REGÊNCIA — estuda a relação de dependência das palavras na oração, sob o aspecto da subordinação.
- NOMINAL / VERBAL (PREDICAÇÃO VERBAL)
	A palavra que precisa de outra para lhe completar o sentido é a que exerce a regência (termo regente); a palavra dependente, que completa o sentido da outra é o termo regido (com ou sem preposição)
- CRASE — lembrando que é fenômeno fonético; fusão de dois sons idênticos.
2)	CONCORDÂNCIA — estuda a relação de dependência das palavras sob o ângulo da flexão.
- NOMINAL / VERBAL
3)	ANÁLISE SINTÁTICA — estuda a função das palavras e das orações no período. 
4)	COLOCAÇÃO — estuda a ordem de colocação das palavras e orações no período; é o processo sintático no qual um termo depende da disposição do outro na frase.
http://migre.me/w0aVN
http://migre.me/w0aS4
http://migre.me/w0aQ5
	
Partes 4 e 5
	Parte 4 – Enunciação e Discurso
Parte 5 – O Parágrafo e a redação jurídica
Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer!”
 (Mahatma Gandhi)
	
4.1 Enunciação
É o ato da produção do discurso, é pressuposta pelo enunciado. 
É singular.
Depende da interação entre os sujeitos.
"...a colocação em funcionamento da língua por um ato individual“1
“Mesmo quando os elementos da enunciação não aparecem no enunciado, a enunciação existe, uma vez que nenhuma frase se enuncia sozinha.” (FIORIN, 2001, P.39)
4.2 Discurso
Discurso
Um discurso pode revestir-se de diferentes textos.
O discurso é a materialização das formações ideológicas.
É um processo de interação.
O discurso caracteriza-se por seu caráter coletivo. 
É regulado por uma exterioridade sócio-histórica e ideológica que determina as regularidades linguísticas e seu uso e função.
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Discurso jurídico
 O discurso jurídico possui ao mesmo tempo certas propriedades que o distinguem dos outros, ao mesmo tempo que pode ser definido como um discurso numa língua natural.
 Uma língua natural permite falar do mundo e dos homens. Permite também a constituição de discursos específicos dotados de uma certa autonomia. Aparece então o lugar referencial a que reenviam as significações particulares produzidas pelos discursos do segundo grupo –como o discurso jurídico – e um em que convergem e se entrecruzam numa polissemia significativa e que releva de diferentes metadiscursos.
 (in GREIMAS 1976, 83)
QUALIDADES E DEFEITOS DO TEXTO JURÍDICO 
A clareza: é a capacidade que possui o profissional do Direito para organizar seus pensamentos e expô-los sem ambiguidade. Antes de iniciar a redação judicial, o assunto a ser desenvolvido deve ser fixado para que a construção dos parágrafos jurídicos forme um texto progressivo e coerente.
 
A concisão: é o ato de exprimir muitas idéias, usando o menor número de palavras possíveis, evitando detalhes e repetições desnecessários. Isso significa ir direto ao assunto.
A correção gramatical: Num texto forense, a correção gramatical é muito importante a fim de que o pensamento concretizado no texto forense seja claro e preciso, sendo assim é importante o uso da norma culta e o cumprimento das regras gramaticais.
A elegância textual é o resultado da observação dos itens mencionados, aliada ao conteúdo, a originalidade e o aspecto formal do texto.
 Aspectos formais do texto
Procure não iniciar frases e parágrafos com os mesmos artigos definidos ou indefinidos ou, mesmo, com as mesmas palavras.
Outro elemento importante é a exatidão dos termos jurídicos utilizados na redação forense para transmitir fielmente os fatos que serão redigidos pelo profissional do Direito. 
Mude, sem exagero, a ordem direta da oração. Faça, por exemplo, uma inversão na estrutura da frase SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS VERBAIS. 
O texto jurídico deve ter progressão. Muitas vezes o operador do Direito redige um texto em círculos, não o desenvolve. 
Devem estar os fatos e os acontecimentos relacionados harmoniosamente entre si. 
Use frases curtas e evite excessivas intercalações ou ordens indiretas, dispense detalhes irrelevantes.
As provas e o conhecimento jurídico pesam na decisão judicial e não “apelos sentimentais” registrados na peça processual. 
Evite o uso de formas e frases desgastadas na linguagem forense, seja criativo e original.
Fuja do rebuscamento e pedantismos vocabulares, escolha as palavras certas para redigir o texto jurídico.
Cuidado com vocábulos que não são exatos para a transmissão de determinada idéia. 
Reflexão final
Lembre-se de que um texto jurídico mal articulado impede a exata compreensão da mensagem a ser transmitida. 
Dominar o assunto sobre o qual vai se escrever é fundamental. Se não o dominar, faça uma leitura sobre o tema. Informe-se primeiro e escreva depois.
Aprenda o significado exato de cada palavra jurídica; aprenda os sinônimos destas mesmas palavras e construa várias orações utilizando as palavras desconhecidas. 
Para que a petição ou qualquer texto jurídico tenha começo, meio e fim, deve-se ter um planejamento redacional. 
É necessário pensar antes de escrever, perguntar sobre o que se deseja escrever. 
Portanto: domínio do assunto, vocabulário e planejamento são fundamentais para um bom produtor de texto jurídico. 
COMO OBTER CLAREZA
Evite ser prolixo
Inolvidável consignar-se que o tema eleito para disciplina legislativa também se apresenta insurgente ao interesse público, nos molde em que foi vazada, eis que presentemente cometidas às atribuições de planejamento dos serviços de informática, e seus consectários mediatos e imediatos, ao Centro de Processamento de Dados do Rio de Janeiro – o Proderj –, circunstância esta que empresta ao projeto em pauta a nota de indesejável paralelismo organizacional, subtraindo-lhe, por conseguinte, os requisitos afetos à conveniência e oportunidade, no que condiz ao interesse público.
Leis da legibilidade
palavras curtas
Sugere-se a impertinência do controvertido empréstimo quando consubstanciado em base média nacional.
Palavras conhecidas
Deve consignar-se que a atitude acarreta instransponível óbice.
3. Palavras de formas simples (evite prefixação e sufixação que prejudicam legibilidade)
A diferenciabilidade de sua linguagem confirma o poliglotismo.
4.3 Gêneros e tipologias textuais
4.3.1 O parágrafo descritivo na redação jurídica
A descrição é empregada largamente na redação jurídica porque a narrativa dos fatos é tecida por meio da descrição desses atos, buscando os elementos e pormenores que pintem o quadro, segundo a versão da parte processual.
Leia-se a jurisprudência abaixo:
“A defesa do esbofeteado, injustamente, em público, não reclama em revide a morte mas se o indivíduo sem responsabilidade de refletir, no auge da dor moral, maior que a física, no ato de repulsa, utilizar-se do único meio encontrado e matar o agressor não se lhe pode negar a legítima defesa”.
(RT, 170:333)
Imagine, agora, o leitor como foi descrito, oralmente e por escrito, o crime nas diversas partes processuais, para que os julgadores retratassem em suas mentes uma imagem favorável à conduta do criminoso.
Valda Oliveira Fagundes, em sua preciosa obra O discurso do júri: aspectos linguísticos e retóricos (1987), demonstram que as narrativas da acusação e da defesa são construídas pela discrição de dos fatos a estes elementos descritivos funcionam como argumentos (elemento dissertativo).
Veja o discurso da acusação (p. 43-45):
“Este é o acusado. Um acusado que vem aqui e mente, se Vossas Excelências observarem, hoje ele diz que é casado consta no outro interrogatório que ele estava separado, procura modificar aquilo que já declarou para o próprio juiz, procurando confundi-lo, procurando inverter pequenos detalhes para se amoldar a uma possível e imaginária tese de defesa. É um elemento perigoso,mesquinho, mesquinho porque quando de uma discussão com um funcionário da SAMAE por uma questão de água sacou um revólver e também atirou”.
Nota: a irregularidade da pontuação fica por conta do objetivo do trabalho da autora, qual seja, analisar os recursos fonéticos e fonológicos, reproduzido na linguagem escrita a partir de gravações em sessão pública do Tribunal do Júri da Comarca de Blumenau, Santa Catarina.
Os dados descritivos do réu: mesquinho perigoso, mentiroso, cruel, mau caráter, violento (presentes não somente no fragmento acima mas no conjunto da narrativa dos fatos representada pelo Promotor de justiça, conforme anota a autora), tem a função dissertativa de criar uma imagem simbólica do acusado como a de um elemento pernicioso à sociedade que deve ser punido.
Leia-se agora a versão da defesa: (p. 81-83)
“Às vezes escapou que, ao invés de justificar, passa a castigar. É o caso, senhores, típico do acusado. Hoje pintaram um quadro aqui, que se não houvesse alguém pra rebater, o acusado apodreceria na cadeia. Excelências, nós vamos nos referir ao acusado o cidadão. Honesto, trabalhador, não e vadio, não e malandro. O acusado foi vítima das circunstâncias. Aconteceu um fato na vida do acusado. O acusado tem uma vida anterior ao crime, e tem uma vida posterior como vou mostrar a Vossas Excelências. Não e como disse a nobre promotoria que o acusado se praticou crimes. É o primeiro. Ele e primário. É o primeiro delito do acusado. O outro, ele já
pagou, Excelências”.
Observe a versão da defesa, que procura descrever características positivas do acusado, criando-lhe uma imagem benigna refutando, assim, o retrato oferecido pela acusação. Com os elementos descritivos, a defesa espera convencer o Conselho de Sentença a aceitar a nova imagem do acusado: trabalhador, honesto, não e vadio, não é malandro argumentando-se, implicitamente, ser ele um cidadão e, como tal, não deve ser injustiçado.
Interessante se torna ao leitor refletir sobre o conceito de primariedade que a defesa quis passar, quase risível, mas reflexo, talvez do jus sperneandi. 
A descrição não é, conclui-se, uma técnica empregada com exclusividade no mundo jurídico mas que assenta os juízos dissertativos, robustecendo a narrativa dos fatos.
Procure o leitor traços descritivos nas diferentes peças jurídicas: na denúncia, nas alegações finais, em sentenças (cíveis, trabalhistas, ou criminais), enfim, sempre que houver a necessidade de descrever um fato ou um ato. É a hora de dar à linguagem um tom animado, usando os recursos técnicos da descrição.
4.3.2 O PARÁGRAO NARRATIVO
Toda narrativa e exposição de fatos (reais ou fictícios)que se passam em determinado lugar e com certa duração, em atmosfera carregada de elementos circunstanciais.
Desta sorte, são elementos estruturais da narrativa:
a. o que: o fato que se pretende contar;
b. quem: as partes envolvidas;
c. como; o modo como o fato aconteceu;
d. quando: a época, o momento, o tempo do fato;
e. onde: o registro especial do fato;
f. porquê: a causa ou motivo do fato;
g. por isso: resultado ou consequência do fato.
De acordo com o tipo de narrativa, encontram-se presentes estes ou aqueles elementos, podendo estar, assim, todos ou alguns deles, mas sempre há necessidade de permitir ao leitor ter um registro da cena. Também, é de se notar a presença do ponto de vista. Dependendo da postura temática do narrador, irá ele evidenciar certos acontecimentos em detrimento de outros, sendo a seleção dos dados, portanto, uma tarefa dissertativa.
A característica básica da narrativa real é o consummatum est, vale ressaltar, o verbo no perfeito do indicativo, que indica ter ocorrido e consumado fato narrado. Nos contos de fada, o imperfeito cria sensação da fantasia do imaginário.
Também, é imprescindível na narrativa o clímax, o momento de ápice da exposição do fato, que ira desembocar no desfecho ou solução (benigna ou não).
Lembre-se, ainda, que não há uma narrativa eficaz sem um trama (o incidente, a complicação, o interesse temático), que será justificativa do próprio ato narrativo e seu objetivo redacional.
Importante é a unidade, porque todos os fatos narrados devem se inter-relarcionar em íntima conexão, sendo a disposição dos elementos responsável pela coerência textual.
Veja o leitor alguns exemplos de narrativas:
1. “Duas da madrugada. Às sete, devia estar no aeroporto. Foi quando me lembrei de que, na pressa daquela manhã, ao sair do hotel, deixara no banheiro o meu creme dental. Examinei a rua. Nenhuma farmácia aberta. Dei meia volta, rumei por uma avenida qualquer, o passo mole e sem pressa, no silêncio da noite. Algum haveria de plantão... Rua deserta. Dois ou três quarteirões mais além, um guarda. Ele me daria indicação. Deu. Farmácia Metrópole, em rua cujo nome não guardei. 
- O senhor vai por aqui, quebra ali, segue em rente.
Dez ou doze quarteirões. A noite era minha. Lá fui. Pouco além, dois tipos cambaleavam. Palavras vazias no espaço cansado. Atravessei, cauteloso, para a calçada fronteira. E já me esquecera dos companheiros eventuais da noite sem importância, quando estremecia a perceber, pelas pisadinhas leves, um cachorro atrás de mim. Tenho velho horror a cães desconhecidos. Quase igual pelos cães conhecidos, ou de conhecidos, cuja lambida fria, na intimidade que lhes tenho sido obrigado a conceder, tantas vezes, me provoca incontrolável repugnância”. (Lessa, 1960:124)
Comentários: fragmento narrativo revela o tom irônico do jornalista que narra instantâneos de sua própria vida, em ritmo dinâmico, com frases incisivas, ao estilo do autor contemporâneo. Verifica-se que o exemplo colhido terminou no momento em que se iniciava a trama narrativa, com a presença do antagonista: o cão de pisadinhas leves, tão familiares e repugnantes para o autor.
3. “Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a intenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais. A estranheza dessa verdade deu para estarrecer de todo a gente. Aquilo que não havia, acontecia. Os parentes, vizinhos e conhecidos nossos, se reuniram, tomavam juntamente conselho”. (Guimarães Rosa, 1962:32)
Comentários: a narrativa em 1ª pessoa revela a visão do autor em relação ao fato contado. Os verbos no perfeito (consummatum est) trazem a dor da situação real, acontecida. O verbo acontecia (no imperfeito) indica a continuidade da situação no espírito do narrador, porque as horas devem ter-lhe sido penosas e o fato difícil de se aceita-lo verdadeiro. O momento do texto é o início do clímax, havendo mais intensidade na sequência dos atos, prenunciando o desfecho.
Se compararmos os fragmentos, verificaremos que todos eles têm uma ação, um acontecimento a ser contado, real ou fictício, sendo a realidade marcada principalmente pelos verbos no perfeito; o tempo imperfeito indica a continuidade da ação ou o imaginário. Pode haver, ainda, ação no presente trazendo para o agora as sensações de fatos passados. Em todas as situações, a presença de elementos descritivos traz o ponto de vista, com tom dissertativo, portanto. As circunstâncias de tempo e de espaço fazem-se necessárias e acompanham a narrativa da ação rumo ao clima que irá estabelecer o ápice da tensão da trama a ser desenvolvida no desfecho.
As frases podem ser curtas ou de extensão média, não sendo adequados os períodos muito longos porque dariam eles um ritmo lento e monótono à narrativa.
4.3.3 O parágrafo narrativo na redação jurídica
A narrativa esta presente em todas as peças judiciárias. Nas vestibulares – Petição Inicial, Denúncia, Reclamação Trabalhista, os verbos estão no perfeito, por tratar-se de ações reais, com rara (se não totalmente ausente) adjetivação, porque a narrativa deve ser objetiva, apresentando um fato com retrato da verdade fática.
Veja-se o exemplo da narrativa articulada de uma Inicial, registrando, tão somente os fatos ali descritos.
1. No dia 15 de maio do corrente ano, o Autor , tendo vendidoo Réu o imóvel constituído do apartamento nº 56 do prédio denominado “Monte Castelo”, na Rua José do Patrocínio, 603, confiou a este o telefone de número 813-4672, que ali se encontrava instalado, e do qual o autor é assinante, conforme recibo da TELESP (doc.2).
2. Tal fato se deveu à única e exclusiva circunstância de que, tendo de proceder à
entrega do imóvel vendido, nos termos da escritura de compra e venda, lavrada em notas do Tabelião do 26º Oficio, Livro nº 2, fls. 56, não conseguia o Autor a retirada do referido aparelho telefônico, embora tinha pedido, por escrito, tal retirada, desde o dia 16 de maio (doc.3).
Pequeno trecho de um modelo de Petição Inicial mostra ao leitor como se processa a narrativa: períodos curtos, perfeito do indicativo, indicando no início o tempo dos acontecimentos e demais circunstâncias que permitem revelar como aconteceram os fatos e o porquê deles, para que dessa narrativa se chegue logicamente a uma conclusão, resultado ou consequência do fato vivenciado pelas partes envolvidas.
No relatório das sentenças, a narrativa deve contar os acontecimentos processuais com precisão e objetividade, sob pena de nulidade, porque não há existir, neste momento, expressões ou adjetivações que precipitem o decisório.
Já as Alegações Finais do Processo Penal e, principalmente, no Tribunal do Júri, a narrativa vale-se de atributos e circunstâncias com intenção dissertativa, como atesta o exemplo abaixo, colhido em Valda O. Fagundes (1987:87):
“Configura-se a qualificadora de surpresa quando a morte da vítima se verificou, estando ela a barbear-se deitada, na cadeira do barbeiro, sem ter visto o réu a apunhalou por trás: aí existe a surpresa. Porque ele pegou a vítima inopinadamente e realmente de surpresa. E não é o primeiro caso, que aqui eles haviam se desentendido, estavam há quinze dias em franco desentendimento; então ele poderia, como ele mesmo admite, com a família mesmo admite, que eles tinham medo do próprio acusado (g.n.)”.
 O advogado procura indicar circunstâncias narrativas com intenção argumentativa. Diz a autora que o orador não colocou linguisticamente os fatos – percebem-se no trecho errôneas gramaticais – mas a entonação procurou dar a sequência dos fatos, evidenciando os elementos importantes do processo narrativo.
Em qualquer situação, porém, o fato é o centro da narrativa e, para contá-lo, imprescindíveis as informações que possam especificá-lo.
4.3.4 Estrutura da dissertação
A dissertação, como todo plano redacional, tem começo, meio e fim. Aristóteles, em sua Arte retórica, estrutura a dissertação em três partes bem definidas:
a) Exórdio: É a parte introdutória; sua competência é a enunciação da idéia-chave, indicando a tese a ser postulada, chamada pelos escolásticos de status quaestionis, vale explicar, anúncio do tema. Tal amostra
deve ser proposta com engenho e arte, pois seu objetivo é captar a benevolência e a atenção do leitor.
De forma esquemática, o exórdio propõe:
1. Estabelecer a ideia geral.
2. Situar o assunto no contexto.
3. Motivar o destinatário.
4. Apresentar a proposta temática.
b) Desenvolvimento: Compreende dois momentos: a explanação das ideias e as provas comprobatórias de sua veracidade (demonstração, na dissertação expositiva). É a fase da reflexão, da fundamentação do trabalho.
No discurso jurídico, a matéria probante é mola mestra da dissertação argumentativa. Faz-se mister, neste passo, distinguir entre o verdadeiro e o que é apenas verossímil.
c) Peroração: É o fecho, o coroamento discursivo. Demonstradas as provas, cumpre ao redator retomar o tópico frasal para mostrar ter sido ele exposto, com eficácia, no desenvolvimento.
A conclusão é a derradeira oportunidade de convencer; daí sua importância; daí por que se falar em "chave de ouro". No discurso jurídico, é na conclusão de uma sentença, p. ex., que o juiz absolve ou condena. A sentença absolutória ou condenatória pode até ser vislumbrada na parte da argumentação chamada defundamentos, mas é na parte da conclusão, chamada dispositivo, que resolve as situações a serem decididas.
Tipos de dissertação
Dois são os tipos: expositiva e argumentativa.
Dissertação expositiva
É a discussão de uma ideia, de um assunto ou doutrina. A intenção do redator é a de expor um assunto, comentando-o.
Não há a defesa de um ponto de vista, embora, inegavelmente, se encontre ele implícito no texto porque a seleção das ideias em tomo de um assunto se constitui, ela própria, em postura dissertativa.
A dissertação expositiva exige do redator um conhecimento bastante robusto do assunto, e, assim, o processo de levantamento de ideias por meio das relações paradigmáticas, como se viu anteriormente, deve ser o mais completo possível.
Não se conclua, porém, que robustez seja sinônimo de prolixidade. Na presença imperativa de um ponto de vista, delimitado é o tema e as ideias são a ele vinculadas por meio do critério (ou critérios) de organização de parágrafos selecionados (ou escolhidos).
Como já foi dito, cada parágrafo gráfico deve conter uma ideia e todas as ideias devem manter, entre si, relação semântica assecuratória da unidade textual.
A dissertação expositiva é bem elaborada quando se discute um assunto com profundidade, .de forma clara, estando as ideias "amarradas" a um tópico frasal que apresente, com segurança, a ideia central.
Dissertação argumentativa
A dissertação argumentativa é aquela em que o redator se mune das técnicas de persuasão com o objetivo de convencer o leitor a partilhar de sua opinião ou mudar de ponto de vista.
Nada obsta, é bom esclarecer, aliar-se a dissertação argumentativa à expositiva: neste caso, além de expor a ideia, objetiva o redator influenciar a opinião do leitor.
Na atividade jurídica, imprescindível é a dissertação argumentativa, por corresponder à própria natureza persuasiva do discurso forense.
Para obter seu desiderato, não basta ao redator realizar criteriosa seleção das associações paradigmáticas: mais do que isso, deverá assessorar-se dos recursos da lógica, a fim de fazer prova segura da eficácia de seu raciocínio.
Realmente, toda ideia só tem força persuasiva se as razões que a fundamentam estiverem claras e bem sustentadas. Somente a prova pode robustecer o plano argumentativo.
Veja-se a ilustração:
O advogado de defesa planeja centrar sua tese na legítima defesa. Ao levantar os dados probantes dos autos, encontra:
a) três testemunhas que afirmam ter visto seu cliente provocando a vítima;
b) declaração dos policiais que efetuaram a prisão em flagrante - logo após o homicídio - afirmando estar a vítima desarmada;
c) o laudo médico informa que a vítima foi atacada de inopino e pelas costas, em face da trajetória das duas balas contra ela disparadas.
Percebe o causídico que terá de reformular seu plano de defesa, porque as evidências processuais militam pela culpa do cliente e não autorizam a tese pretendida.
Assim, ou muda ele sua linha defensiva, ou busca nos autos evidências mais fortes do que as acusatórias, ou que desacreditem aquelas contrárias a seu ponto de vista.
As provas funcionam como o termo médio da fórmula silogística.
Verifique as duas ideias a seguir:
a) O homem moderno desgasta seu físico e sua mente na agitação de uma vida competitiva.
b) Portanto, melhor será ao homem a serenidade de espírito, fonte inesgotável da sabedoria.
Veja o leitor que ausente se encontra o item "b" que é exatamente a parte argumentativa, por excelência, em que as ideias são revestidas de provas.
4.4 Coesão e coerência
Os Mecanismos de Coesão e Coerência Textuais
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O texto não é simplesmente um conjunto de palavras; pois se o fosse, bastaria agrupá-las de qualquer forma e teríamos um: "O ontem lanche menino comeu"
Veja que neste caso não há um texto, há somente um grupo de palavras dispostas em uma ordem qualquer. Mesmo que colocássemos estas palavras em uma ordem gramatical correta: sujeito-verbo-complemento, precisaríamos ainda organizar o nívelsemântico do texto, deixando-o inteligível.
"O lanche comeu o menino ontem"
O nível sintático está perfeito: sujeito = o lanche/verbo = comeu/complementos = o menino ontem
Mas o nível semântico apresenta problemas, pois não é possível que o lanche coma o menino, pelo menos neste contexto. Caso a frase estivesse empregada num sentido figurado e em outro contexto, isto seria possível.
Pedrinho saiu da lanchonete todo lambuzado de maionese, mostarda e catchup, o lanche era enorme, parecia que "o lanche tinha comido o menino".
A coesão e a coerência garantem ao texto uma unidade de significados encadeados.
A COESÃO
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Há, na língua, muitos recursos que garantem o mecanismo de coesão:
* por referência: Os pronomes, advérbios e os artigos são os elementos de coesão que proporcionam a unidade do texto.
"O Presidente foi a Portugal em visita. Em Portugal o presidente recebeu várias homenagens."
Esse texto repetitivo torna-se desagradável e sem coesão. Observe a atuação do advérbio e do pronome no processo de e elaboração do texto.
"O Presidente foi a Portugal. Lá, ele foi homenageado."
Veja que o texto ganhou agilidade e estilo. Os termos “Lá” e “ele” referem-se a Portugal e Presidente, foram usados a fim de tornar o texto coeso.
* por elipse: Quando se omite um termo a fim de evitar sua repetição.
"O Presidente foi a Portugal. Lá, foi homenageado."
Veja que neste caso omitiu-se a palavra “Presidente”, pois é subentendida no contexto.
* lexical: Quando são usadas palavras ou expressões sinônimas de algum termo subsequente:
"O Presidente foi a Portugal. Na Terra de Camões foi homenageado por intelectuais e escritores."
Veja que “Portugal” foi substituída por “Terra de Camões” para evitar repetição e dar um efeito mais significativo ao texto, pois há uma ligação semântica entre “Terra de Camões” e intelectuais e escritores.
* por substituição: É usada para abreviar sentenças inteiras, substituindo-as por uma expressão com significado equivalente.
"O presidente viajou para Portugal nesta semana e o ministro dos Esportes o fez também."
A expressão “o fez também” retoma a sentença “viajou para Portugal”.
* por oposição: Empregam-se alguns termos com valor de oposição (mas, contudo, todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto compreensível.
"Estávamos todos aqui no momento do crime, porém não vimos o assassino."
* por concessão ou contradição: São eles: embora, ainda que, se bem que, apesar de, conquanto, mesmo que.
"Embora estivéssemos aqui no momento do crime, não vimos o assassino."
* por causa: São eles: porque, pois, como, já que, visto que, uma vez que.
"Estávamos todos aqui no momento do crime e não vimos o assassino uma vez que nossa visão fora encoberta por uma névoa muito forte."
* por condição: São eles: caso, se, a menos que, contanto que.
"Caso estivéssemos aqui no momento do crime, provavelmente teríamos visto o assassino."
* por finalidade: São eles: para que, para, a fim de, com o objetivo de, com a finalidade de, com intenção de.
"Estamos aqui a fim de assistir ao concerto da orquestra municipal."
A COERÊNCIA
http://migre.me/w0bc6
É muito confusa a distinção entre coesão e coerência, aqui entenderemos como coerência a ligação das partes do texto com o seu todo. Ao elaborar o texto, temos que criar condições para que haja uma unidade de coerência, dando ao texto mais fidelidade.
“Estava andando sozinho na rua, ouvi passos atrás de mim, assustado nem olhei, saí correndo, era um homem alto, estranho, tinha em suas mãos uma arma...”
Se o narrador não olhou, como soube descrever a personagem? A falta de coerência se dá normalmente: Na inverossimilhança, falta de concatenação e argumentação falsa.
Observe outra situação:
“Estava voltando para casa, quando vi na calçada algo que parecia um saco de lixo, cheguei mais perto para ver o que acontecia...”
Ocorre neste trecho uma incoerência pois se era realmente um saco de lixo, com certeza não iria acontecer coisa alguma.
Outro tipo de incoerência: Ao tentar elaborar uma história de suspense, o narrador escolhe um título que já leva o leitor a concluir o final da história.
Um milhão de dólares
“Estava voltando para casa, quando vi na calçada algo que parecia um saco de lixo, ao me aproximar percebi que era um pacote...”
O que será que havia dentro do pacote? Veja como o narrador acabou com a história na escolha infeliz do título.
A incoerência está presente, também, em textos dissertativos que apresentam defeitos de argumentação.
Em muitas redações observamos afirmações falsas e inconsistentes. Observe:
“No fundo nenhuma escola está realmente preocupada com a qualidade de ensino.”
“Estava assistindo ao debate na televisão dos candidatos ao governo de São Paulo, eles mais se acusavam moralmente do que mostravam suas propostas de governo, em um certo momento do debate dois candidatos quase partem para a agressão física. Dessa forma, isso nos leva a concluir que o homem não consegue conciliar ideias opostas é por isso que o mundo vive em guerras frequentemente.”
Note que nos dois primeiros exemplos as informações são amplas demais e sem nenhum fundamento. Já no terceiro, a conclusão apresentada não tem ligação nenhuma com o exemplo argumentado.
Esses exemplos caracterizam a falta de coerência do texto.
Finalizando:
tanto os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser empregados com cuidado, pois a unidade do texto depende praticamente da aplicação correta desses mecanismos.
FONTE: http://www.tudosobreredacao.com.br/coesao-e-coerencia.php
http://migre.me/w0ba8
A Estética de uma Redação (Adilson Torquato)
• Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que será a sua
ideia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão;
• Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois o erro de ortografia e acentuação é o que mais tira pontos em uma redação;
• Nunca use gírias na redação pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser desenvolvido
e uma gíria pode cortar totalmente a sequência do que vai ser desenvolvido além de ofender a norma culta da Língua Portuguesa;
• Nunca esqueça dos pingos nos "is" pois bolinha não vale (nem coraçãozinho);
• Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (o que tem de erro de pontuação!);
• Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silábica das palavras;
• Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel;
• Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase núcleo para orientar seus argumentos;
• Verifique sempre a ESTÉTICA: Parágrafo, acentuação, vocabulário, separação silábica e
principalmente a PONTUAÇÃO que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha que é tão fácil pontuar !
• Respeite as margens do papel e procure sempre fazer uma letra constante sem diminuir a letra no
final da redação para ganhar mais espaço ou aumentar para preencher espaço;
• A letra tem que ser visível e compreensível para quem lê;
• Prepare sempre um esquema lógico em cima da estrutura intrínseca e extrínseca;
• Não inicie nem termine uma redação com expressões do tipo: "... Eu acho... Parece ser... Acredito
mesmo... Quem sabe..." mostra dúvidas em seus argumentos anteriores;
• Cuidado com "superlativos criativos" do tipo: "... mesmamente... apenasmente." . E de
"neologismos incultos" do tipo: "...imexível... inconstitucionalizável...".
• Nada de n parecido com r;
• Nada de s parecido com j;
• Nada de j com cara de s ou vice-versa;
• Nada de y com cara de g e vice-versa; 
Nada de m com cara de n;
• Nada de sc com cara de x e vice-versa;
• Nada de t com cara de f;
• Nada de ç com cara de ss;
 • Nada de bolinha nos is;
 • Nada de h com cara de m maiúsculo; 
• Nada de letra maiúscula onde deveria ser minúscula exceto se a norma pedir; 
• Nada de rr com cara de m ou vice-versa; 
• Procure fazer uma letra manuscrita, a de forma confunde muito, ocupa espaço e não se pode

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