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Contextualizo a Primeira República.

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Tópico 01 - Contextualização a respeito da economia industrial brasileira previamente a primeira República. 
Para realizarmos uma análise do período proposto é necessário compreendermos a evolução econômica mundial antes da República Velha, em meados do império onde para muitos há uma hipótese de que o Brasil se tornou capitalista ainda nesse momento.
A economia do império era baseada em um sistema latifundiário, escravista e nesse momento também mão de obra imigrante. Sua produção era totalmente voltada para agricultura de exportação, os grandes produtores tinham em suas terras produção de açúcar, borracha e algodão, produtos que moviam parte da economia, no entanto no final do século XIX houve uma grande expansão do consumo de café na Europa. O sudeste brasileiro foi extremamente favorecido pelas condições climáticas e as boas terras que proporcionou ao Brasil o aproveitamento de exportação em massa desse produto. Dessa forma mantínhamos a característica econômica de mudanças consumindo produtos industrializados vindo principalmente da Inglaterra. 
Apesar disso no ano de 1844 houveram alterações nas tarifas alfandegárias permitindo o país aumentar o recolhimento dos cofres públicos, nesse caso o governo dobrou o preço dos impostos de mercadorias vindas de fora viabilizando a indústria brasileira à produção de produtos com preços melhores que os importados favorecendo também a economia interna. Da mesma forma contribuiu para o aumento dessa industrialização o fim do tráfico de escravos; motivando a vinda de imigrantes estrangeiros que atenderia a procura de trabalhadores assalariados nas grandes cidades. Em consequência, com o fim do tráfico negreiro seus investidores migraram seus capitais em outra atividade, como a indústria. 
Finalmente, o efeito estimulante da grande inflação de crédito desse período beneficiou duplamente a classe de cafeicultores: proporcionou o crédito necessário para financiar a abertura de novas terras e elevou os preços do produto em moeda nacional com a depreciação cambia. A produção brasileira, que havia aumentado de 3,7 milhões de sacas (de 60kg) em 1880-81 para 5,5 em 1890-91, alcançaria em 1901-02 16,3 milhões (FURTADO, 2006, 174).
Na visão do autor Caio Prado Júnior, esse momento de surto industrial acontece tardiamente, mesmo após três séculos estávamos presos ao sistema colonial de produção. Finda então as restrições coloniais e adentra uma liberdade comercial.
 Apesar dos empecilhos da política portuguesa ainda em sua regência colonial, os portugueses estabeleceram investimentos industriais que se sucederam em maioria na área têxtil e também criação da indústria metalúrgica. Em minas -gerais em decorrência de sua abundancia em matéria-prima e por seu afastamento de portos houve um grande crescimento. Na metalurgia acontece da mesma maneira os interesses dos investidores na matéria proporcionou a contratação de técnicos capacitados no manuseio da mesma, dois alemães, Eschewege e Varnhagem organizaram empresas metalúrgicas dando assim iniciativa para surgimento de outras. 
Esse próspero momento industrial não seria auspicioso e os concorrentes estrangeiros não tardaram em inviabilizar nossos produtos, infelizmente a economia brasileira não se modificaria de suas raízes. Neste momento estamos assim: os ingleses estão absolutos nas atividades financeiras e no grande comércio; os franceses deterão a moda e os itens de alto luxo, e os brasileiros nenhuma mudança na economia que fora estabelecia previamente pelos portugueses.
 O resultado de tudo isto observar-se-á na eclosão e desenvolvimento de uma crescente animosidade contra o estrangeiro. Este, com seus recursos, sua iniciativa e oportunidade fáceis que encontra em concorrência com os habitantes de uma pobre colônia que vivera até então num estado de isolamento completo, gozará de vantagens consideráveis, e se coloca logo em posição de grande relevo (PRADO, 2006, 98).
Em consequência surge um sentimento de oposição, em especial com os ingleses por estarem presente na vida econômica do país desde os primórdios, quando ainda se era uma colônia de exploração. Contudo nesse novo momento paralelamente à ambição economia da Inglaterra ocorrerá também a do Brasil.
Existe um desacordo fundamental entre o sistema econômico legado pela colônia e as novas necessidades de uma nação livre e politicamente emancipada. Todos os desajustamentos que passamos em revista — e poderíamos acrescentar outros de natureza política e social que não entram no programa deste livro — não são mais, em última instância, que reflexos e resultantes daquela contradição básica. Ela nos levará a uma evolução também contraditória: de um lado, como vimos, assistiremos à ampliação considerável das nossas forças produtivas e progresso material acentuado e rápido. Para este progresso concorrem também, é certo, fatores estranhos; assim, em particular, o desenvolvimento técnico do séc. XIX que permitirá aparelhar convenientemente o país e impulsionar suas atividades econômicas. (PRADO, 2006, 101-102)
Um dos assuntos debatidos a respeito desse momento da industrialização, é uma dura crítica ao Brasil que já estava em atraso com seu desenvolvimento industrial e que mesmo com esse movimento não se utilizou da perspicácia para desenvolver sua própria tecnologia maquinaria que era extremamente fundamental, haja visto, que do outro lado as máquinas europeias já contavam com 100 anos de tecnologia, mas a escolha de continuar adquirindo produtos exportados prevaleceu. 
Outro ponto a ser abordado que influenciou essa decadência logo nos primeiros passos da industrialização, foi a oposição dos conservadores agrários que se opunham a qualquer indicio de indústria e a urbanização que a ela estava atrelada. Alegavam fortemente que os capitais nacionais deveriam apenas ser destinado a agricultura. Abrindo mão então da evolução de artigos industriais nacionais deixando exclusivamente a encargo das indústrias externas. Entretanto esse não fora o único problema do Brasil, além desse fato outras causas impossibilitaram esse avanço industrial. Apontaremos incialmente a precariedade nas fontes de energias, sendo escasso a pedra de carvão com dificuldades de exploração e extração. Energia sendo fundamental para a modernização das industrias, nenhuma outra fonte de poderia sobrepô-la. Em contrapartida temos em abundancia reservatórios de ferro com ótima qualidade, o problema é o meio de acesso a eles. Acima de tudo a população não possuíam o mesmo padrão de vida e a demográfica tornava dificultoso o acesso a materiais fabricados internamente.
A orientação da economia brasileira, organizada em produções regionais que se voltam para o exterior, impedira a efetiva unificação do país e o estabelecimento de uma estreita rede de comunicações internas que as condições naturais já tornavam por si muito difíceis. Os poucos milhões de habitantes espalhavam-se ao longo de um litoral de quase 6.000 km de extensão, e sobre uma área superior a 8 milhões de km2; agrupam-se por isso em pequenos núcleos largamente apartados uns dos outros, e sem contactos apreciáveis. Era assim constituído o mercado que se oferecia à indústria brasileira; não lhe podia ser mais desfavorável. (PRADO, 2006, 195-196)
Mary Del Priore em sua obra “uma breve história do brasil”, aponta que o desenvolvimento industrial se estabeleceu ocasionando capitais diversos ao país tanto em viés comercial mais também bancários enquadrando gradativamente a integração capitalista do Brasil no mercado mundial após a abolição da escravidão tornou ainda mais faceiro, com a liberação de créditos neste novo momento em que a crise mundial atinge o setor cafeeiro, tendo como solução aderindo a política de encilhamento já na primeira República. O então nomeado Ministro da Fazenda Rui Barbosa entendendo a situação econômica do Brasil estabelece uma nova política objetivando estimular a industrialização e o progresso brasileiro, apesar disso ocasionou uma séria crise econômica. A facilidade de créditoe a ausência de fiscalização causou um mal investimento desses recursos muitas vezes em empresas-fantasmas, assim como houve uma grande desvalorização da moeda ocasionando a falência de investidores e o fim de muitas empresas; mesmo assim de modo limitado a indústria possuiu um estimulo.
Tópico 02 – A respeito da nova república – à industrialização
Apesar das complicações adquiridas no início da República, não somente o café mais todo setor primário continuou sendo base da economia do pais. No entanto com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914 a prioridade do café começou a ser desafiada. O comércio internacional diminuiu seus gastos externos impossibilitando a exportação do café. Ao longo dos anos de conflitos estima-se que a produção industrial no Brasil cresceu cerca de 8,5% ao ano. Os grandes recursos naturais, estabilização empresarial e uma infraestrutura presente no país impulsionou o aparecimento mais forte da industrialização. A produção de bens que utilizavam couro e algodão crescerá, artigos como cacau, açúcar e as frutas serviram pra fortificar a indústria alimentícia. Em um momento mais avançado vemos que a extração de minério de ferro teria sido próspera porém a falta de combustíveis, o Brasil ainda não tinha sua produção própria de petróleo, então se fez necessário a importação não somente do petróleo mais também de carvão, gasolina e óleos combustíveis. Neste momento a expectativa estava em cima do setor industrial com a crise do café os investimentos promissores estavam na indústria, aumentando ainda mais com investidores como os Ingleses, muito mais do que na primeira fase da industrialização, e o financiamento principalmente de equipamentos de países como França, Canadá, Alemanha e Bélgica, que mesmo tendo um papel menor foram de absoluta importância. 
O número de estabelecimentos industriais existentes, ou criados no país em determinados momentos ou períodos ilustra a evolução da indústria. Ei-los: no final do império, 600; em 1907, por ocasião do primeiro renascimento industrial do país, 3.258; de 1890 a 1914(24 anos) foram criados 6.993; de 1914 a 1919(cinco anos, durante a guerra) foram criados 5.940 e, no mesmo período, a produção industrial cresceu 109%, em termos reais; finalmente, em 1920, o recenseamento registrava a existência de 13.336 indústrias no país (BRUN, 2005, 175).
A industrialização afetou pra melhor o processo de urbanização do país, fabricas instaladas pelas cidades proporcionaram um crescimento do comércio e dos serviços, houve também uma passagem do artesanato e da pequena fábrica para grande indústria. Com o aumento da população foi-se mudando também os rumos políticos que antes se prezava pelo favorecimento das classes latifundiárias passe a ser substituída, privilegiando a população urbana, as burguesias e a classe média. 
Em 1907 realiza-se o primeiro censo geral e completo das indústrias brasileiras. Serão encontrados 3.258 estabelecimentos industriais com 665.663$000 de capital, e empregando 150.841 operários. Quanto à distribuição geográfica da indústria, 33% da produção cabia ao Distrito Federal (capital da República, a que se podem acrescentar os 7% do Estado do Rio de Janeiro, vizinho e formando geograficamente na mesma unidade); 16% a São Paulo e 15% ao Rio Grande do Sul. Nenhum outro Estado alcançará 5%. Com exclusão do Rio de Janeiro, que continuava, como sempre fora no passado, a encabeçar a produção industrial, a transformação desde o tempo do Império fora considerável. Seria particularmente notável o caso de São Paulo que se tornaria logo o maior produtor do país, com a grande parcela de 40% do total (PRADO, 2006, 197)
De inúmeras formas o crescimento industrial transformou as diversas áreas do país, podemos também considerar as transformações em âmbito social, partindo da segunda metade do século XX teremos como as principais o surgimento das novas classes sociais – burguesia e proletariado; crescimento das classes médias, que se constituía por jovens intelectuais do exército, dando origem ao movimento conhecido como tenentismo. Toda via a década de 20 também marcou o país com uma séria crise socioeconômica e política, com as atividades econômicas situadas em diferentes áreas do país propiciou uma disposição regional que favorecia a classe dominante do meio em questão, tendo uma posição privilegiada a burguesia agrária, comercial, financeira e industrial, gerando um desconforto com a classes operaria. Como resultado desse descontentamento foram mobilizações por meio da classe que realizaram inúmeras greves reivindicando por melhores condições de trabalho e aumento salarial. 
Nas marchas e contramarchas condicionadas pela própria dinâmica do processo de industrialização brasileira como, por exemplo, o alto índice de ocupação do trabalho feminino e infantil, o movimento operário teve sua fase de maior ascenso entre 1917 e 1920, acompanhando a onda de agitações sócias do imediato pós-guerra, caracterizando-se por elevado número de greves, bem como pelo afluxo, em certos casos, às organizações sindicais (MENDONÇA, 2011, 320).
Neste ponto a política havia sido afetada, o movimento tenentista com vontade reconquistar o poder perdido com a Primeira República atacavam o governo até então estabelecido com inúmeros protestos. Do outro lado o governo sofria insatisfação entre aliados Minas Gerais e São Paulo as eleições não saíram da forma que se tinha previamente articulado. Em 1929 teremos mais uma crise no setor econômico mundial que viria a debilitar mais uma vez a elite cafeeira em meio a essa agitação veremos mais uma transição que elevaria pra melhor os rumos da indústria posteriormente. Em 1930 Getúlio Vargas assume o poder dando início ao que veremos como Estado Novo trazendo consigo modificações em toda estrutura brasileira. 
O golpe de outubro de 1930 resultou no deslocamento da tradicional oligarquia paulista do epicentro do poder, enquanto que os demais setores sociais a ele articulados e vitoriosos não tiveram condições, individualmente, nem de legitimar o novo regime, nem tampouco de solucionar a crise econômica (MENDONÇA, 2011, 322).

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