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Princípios Processuais

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Princípios Constitucionais II
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS II
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS (CONTINUAÇÃO)
Doutrina referência para esta aula:
• Guilherme NUCCI – Código de Processo Penal Comentado;
• Norberto AVENA – Processo Penal Esquematizado;
• Nestor TÁVORA e Fábio ROQUE – Código de Processo Penal para Con-
cursos;
• Renato BRASILEIRO de Lima – Manual de Processo Penal.
4 – Princípio do Contraditório ou da bilateralidade da audiência
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes;
A toda alegação feita (fática ou jurídica) por uma das partes, tem a outra 
parte o direito de se manifestar (contra alegação) – binômio ciência e participa-
ção.
• Para cada prova, haverá uma contraprova.
Importante!
O acervo probatório que efetivamente serviu para condenação do paciente foi aque-
le obtido no inquérito policial. Segundo entendimento pacífico desta Corte não 
podem subsistir condenações penais fundadas unicamente em prova produzida 
na fase do inquérito policial, sob pena de grave afronta às garantias constitucionais 
do contraditório e da plenitude de defesa. HC 103.660, rel. Min. Ricardo Lewando-
wski. 
Atenção!
O contraditório é um dos princípios constitucionais explícitos que orientam o 
processo penal.
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5 – Princípio do Juiz Natural e Imparcial
Art. 5º, XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade compe-
tente.
Assegura um julgamento imparcial dos indivíduos e afasta a atuação de tri-
bunais de exceção.
Súmula n. 704 do STF
Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo 
legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prer-
rogativa de função de um dos denunciados.
Jurisprudência STF:
Aplicação da Súmula 704. Não viola as garantias do juiz natural e da 
ampla defesa, elementares do devido processo legal, a atração, por conexão 
ou continência, do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um 
dos denunciados, a qual é irrenunciável. Inq. 2.424, rel. min. Cezar Peluso. No 
mesmo sentido: Inq. 2.704, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli.
6 – Princípio da Publicidade
Art. 5º, XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas 
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a de-
fesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Atenção!
A regra é a publicidade, mas é possível o sigilo. É importante não confundir 
sigilo com segredo. Sigilo é restringir a publicidade, mas não eliminá-la. Não 
existe segredo no processo penal.
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Enseja o controle social dos atos e decisões que permeiam a persecução 
criminal, que admite sigilo; mas, no Estado Democrático de Direito, nunca será 
secreta.
Importante!
O procedimento investigatório instaurado pelo Ministério Público deverá 
conter todas as peças, termos de declarações ou depoimentos, laudos peri-
ciais e demais subsídios probatórios coligidos no curso da investigação, 
não podendo o Parquet sonegar, selecionar ou deixar de juntar, aos autos, quais-
quer desses elementos de informação, cujo conteúdo, por referir-se ao objeto 
da apuração penal, deve ser tornado acessível tanto à pessoa sob investigação 
quanto ao seu advogado.
O regime de sigilo, sempre excepcional, eventualmente prevalecente no 
contexto de investigação penal promovida pelo Ministério Público, não se 
revelará oponível ao investigado e ao advogado por este constituído, que 
terão direito de acesso considerado o princípio da comunhão das provas a todos 
os elementos de informação que já tenham sido formalmente incorporados aos 
autos do respectivo procedimento investigatório. HC 89.837, rel. min. Celso de 
Mello. No mesmo sentido: HC 84.965, rel. min. Gilmar Mendes, Rcl 12.810-MC, 
rel. min. Celso de Mello.
7 – Princípio da vedação das provas ilícitas
Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
Proibição das provas ilegais e ilegítimas no processo penal.
Atenção!
A única prova, em regra, que pode ser produzida no processo penal é a prova 
lícita (provas legais e provas legítimas).
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Vedação também da prova ilícita por derivação – Teoria do fruto da árvore 
envenenada.
Admissão, por exceção, da prova ilícita em face da Teoria da proporciona-
lidade.
Jurisprudência STF:
Elementos dos autos que evidenciam não ter havido investigação preliminar 
para corroborar o que exposto em denúncia anônima. O STF assentou ser pos-
sível a deflagração da persecução penal pela chamada denúncia anônima, 
desde que esta seja seguida de diligências realizadas para averiguar os 
fatos nela noticiados antes da instauração do inquérito policial. (...) A inter-
ceptação telefônica é subsidiária e excepcional, só podendo ser determinada 
quando não houver outro meio para se apurar os fatos tidos por criminosos, nos 
termos do art. 2º, II, da Lei 9.296/1996. (...) Ordem concedida para se declarar 
a ilicitude das provas produzidas pelas interceptações telefônicas, em razão da 
ilegalidade das autorizações, e a nulidade das decisões judiciais que as decreta-
ram amparadas apenas na denúncia anônima, sem investigação preliminar. HC 
108.147, rel. min. Cármen Lúcia.
Atenção!
Não se instaura inquérito mediante denúncia anônima, pois o anonimato é 
proibido pela Constituição Federal.
8 – Princípios regentes do Tribunal do Júri
Art. 5º, XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der 
a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
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Atenção!
A plenitude de defesa é diferente de ampla defesa, pois a primeira é apenas 
para o Tribunal do Júri; já a segunda é para todo e qualquer tipo de processo.
Jurisprudência STF:
Fere o princípio da soberania dos veredictos a afirmação peremptória 
do magistrado, na sentença de pronúncia, que se diz convencido da autoria do 
delito. A decisão de pronúncia deve guardar correlação, moderação e come-
dimento com a fase de mera admissibilidade e encaminhamento da ação 
penal ao Tribunal do Júri. HC 93.299, rel. min. Ricardo Lewandowski. No mesmo 
sentido: HC 99.834, rel. min. Joaquim Barbosa.
A soberania dos veredictos do Tribunal do Júri não é absoluta, subme-
tendo-se ao controle do juízo ad quem, tal como disciplina o art. 593, III, d, do 
CPP. Conclusão manifestamente contrária à prova produzida durante a instrução 
criminal configura error in procedendo, a ensejar a realização de novo julgamento 
pelo Tribunal do Júri. Não há afronta à norma constitucional que assegura a 
soberania dos veredictos do Tribunal do Júri no julgamento pelo tribunal 
ad quem que anula a decisãodo Júri sob o fundamento de que ela se deu 
de modo contrário à prova dos autos. (...) A decisão do Conselho de Sentença 
do Tribunal do Júri foi manifestamente contrária à prova dos autos, colidindo 
com o acervo probatório produzido nos autos de maneira legítima. HC 88.707, 
rel. min. Ellen Gracie. No mesmo sentido: HC 103.805, rel. min. Luiz Fux. RHC 
96.543, rel. min. Gilmar Mendes.
9 – Princípio da legalidade estrita da prisão cautelar
Art. 5º, LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgres-
são militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
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Atenção!
No atual sistema de processo penal brasileiro, a regra é a liberdade do 
investigado/réu. A prisão é uma exceção e deve-se haver uma previsão legal 
explicita e estrita que autorize a prisão cautelar.
A prisão de qualquer pessoa precisa observar requisitos legais e formais 
estritos.
Atenção!
Relaxar a prisão em flagrante: acabar com a prisão por ilegalidade; a revogação 
da flagrância se dá por desnecessidade.
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.

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