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DIREITO DE FAMILIA

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2 
 
 
Olá estudante de Direito, obrigado pelo download deste eBook 
Tempo sempre foi uma das coisas mais preciosas em nossas vidas, ainda mais nos dias em que vivemos o tempo 
é curto e muito valioso! 
Devido a isso tivemos a ideia de reunir todo o nosso conhecimento para produzir um conteúdo organizado, 
estruturado e com linguagem fácil. Desta forma o teu aprendizado será muito mais rápido e eficiente 
// Didática deste eBook: 
 
Didática Organizada 
Matéria organizada e 
estruturada para ter uma linha 
de raciocínio e o melhor 
entendimento sobre o conteúdo 
 
Aprendizado Rápido 
Aprenda direito e aprenda 
rápido, não perca tempo com o 
que não traz resultado 
 
 
Linguagem Fácil 
Nem sempre a formalidade e a 
linguagem rebuscada ajuda, 
principalmente quando vamos 
aprender algo que ainda não 
sabemos 
 
Qualquer dúvida, sugestão, crítica ou feedback que tiver, por favor, envie em nosso e-mail: 
formulajuridicacontato@gmail.com 
 
Curta nossa Página do Facebook e envie uma mensagem em nossa página para fazer parte de 
nosso grupo de estudos do Whatsapp 
 
 
 
 
 
“O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas formas de enxergar o mundo” 
 
3 
 
 
DIREITO CIVIL 
Antes de iniciar o conteúdo é importante nos localizarmos novamente na linha do tempo do estudo do Direito Civil: 
No Direito Civil Parte Geral se estuda: Pessoa, Bem e Atos 
Jurídicos (Atos Jurídicos “lato sensu; Aquisição e Extinção e 
Negócios Jurídicos (Ato ilícito e Contratos) 
No Direito das Obrigações se estuda a obrigação entre as 
pessoas 
No Direito Contratual ou Contratos em Espécie se estuda o 
vínculo das obrigações estipuladas entre pessoas 
No Direito das Coisas ou Direito Real, estudamos o vínculo 
entre pessoa e objeto 
No Direito da Família vamos estuda o vínculo entre pessoas e 
pessoas ♥ 
Especialmente nesse eBook de Direito de Família – Parte 1 
estudaremos as raízes da família e como acontece um 
casamento 
PARTE 1 – Família e Casamento 
 
O homem não é um ser isolado, viver é conviver, e a realização do homem só se consegue por meio do convívio com os outros, de 
maneira que a família é a primeira comunidade em que naturalmente se integra 
 
TÓPICO 1 – CONCEITO DE FAMÍLIA 
A família é o elemento propulsor de nossas maiores felicidades e, ao mesmo tempo, é na sua ambiência em que vivenciamos as 
nossas maiores angústias, frustrações, traumas e medos 
Nesse contexto, fica claro que o conceito de família se reveste de alta significação psicológica, jurídica e social, impondo-os um 
cuidado redobrado em sua delimitação teórica 
O vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de sangue e que procedem, portanto, de um tronco ancestral 
comum, bem como as unidas pela afinidade e pela adoção. Compreende os cônjuges e companheiros, os parentes e os afins 
O art. 226, caput da CF estabelece que a família é a base da sociedade, dispondo de especial proteção do Estado. Desta forma a 
família é a “celular mater” (célula mãe) da sociedade 
As normas protetivas do Direito de Família têm a sua NATUREZA JURÍDICA Jus Cogens por ser a célula mãe da sociedade, sendo 
assim predominam as normas de ordem pública - Normas inderrogáveis pela vontade das partes, impondo antes deveres do que 
direitos 
O Direito de Família divide-se em QUATRO PARTES: 
 
DIREITO PESSOAL 
DIREITO PATRIMONIAL 
UNIÃO ESTÁVEL 
TUTELA E CURATELA 
 
 
 
4 
 
Rege-se o Direito de Família pelos seguintes Princípios: 
❖ Princípio do Respeito à Dignidade da Pessoa Humana 
❖ Princípio da Igualdade Jurídica dos Cônjuges e dos Companheiros 
❖ Princípio da Igualdade Jurídica de todos os filhos 
❖ Princípio da Paternidade Responsável e Planejamento Familiar 
❖ Princípio da Comunhão Plena de Vida, baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes 
❖ Princípio da Liberdade de Constituir uma Comunhão de Vida Familiar 
No Direito de Família não é possível que as partes voltem ao status quo (estado anterior), uma vez casado nunca mais será solteiro 
Outra característica dos direitos de família é a sua natureza personalíssima, que são direitos irrenunciáveis e intransmissíveis por 
herança 
Diante disso a forma que parece ser a mais juridicamente tutelada é o casamento, por isso se inicia os estudos do Direito de Família 
pelo casamento: 
 
TÓPICO 2 - CASAMENTO 
O casamento figura como Subtítulo I do Direito Pessoal 
Segundo Clóvis Beviláqua: “O casamento é um contrato bilateral e solene e, pelo qual um homem e uma mulher se unem 
indissoluvelmente, legalizando por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesses, e 
comprometendo-se a criar e a educar a prole, que de ambos nascer” 
 
As definições apresentam o casamento como união entre homem e mulher, ou seja, entre duas pessoas de sexo diferente. Tal 
requisito, todavia, foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu expressamente a inexistência de óbice relativo à 
igualdade de sexos (uniões homo afetivas) 
 
A NATUREZA JURÍDICA do Casamento é explicada por 3 TEORIAS: 
 
1) Teoria Contratualista ou Individualista – Entende que o casamento possui a natureza jurídica de um contrato, sendo um 
acordo de vontades com a finalidade de criar, modificar ou extinguir direitos 
 
2) Teoria Institucionalista ou Supraindividualista – No casamento as partes não podem escolher as cláusulas do “contrato 
matrimonial”, desta forma o casamento é uma instituição de direitos e não um contrato 
 
3) Teoria Eclética – O ato de se casar tem natureza contratual, mas as consequências jurídicas da vida é uma instituição. Essa 
Teoria é a mais aceita pelos Doutrinadores 
 
 
 
5 
 
Os ELEMENTOS ESSENCIAIS para o matrimônio: 
A ausência de um desses elementos ocorre a inexistência do matrimônio (é um nada jurídico, uma encenação), sendo assim, 
necessita ter: 
1) DUALIDADE DE PESSOAS (Anteriormente era dualidade de sexo, entretanto não é mais um elemento necessário, devido ao 
julgado do STJ sobre o casamento de sexo igual) 
2) MANIFESTAÇÃO DE VONTADE – Dizer: Aceito a Veruska/Verusko como minha/meu esposa/esposo 
3) CELEBRAÇÃO – Tem que fazer a festa rapaz! 
 
PROCESSO DE HABILITAÇÃO para o casamento 
O processo de habilitação para o casamento é o procedimento preliminar para a celebração 
Primeiro analisa a capacidade para o casamento, posteriormente os documentos necessários, devendo observar o procedimento 
que deve ser seguido 
CAPACIDADE PARA O CASAMENTO 
Prevista nos art. 1517 a 1520 CC, os pressupostos da capacidade matrimonial são: 
Idade mínima 
A capacidade deve ser demonstrada no processo de habilitação, fixando em 16 anos a idade mínima, denominada idade núbil, 
tanto para o homem quanto para a mulher 
Se ocorrer o casamento sem ter a idade de 16 anos, pode acontecer a anulação, mediante iniciativa própria ou de seus 
representantes legais (art. 1550, I CC) 
EXCEÇÃO DO SUPRIMENTO JUDICIAL DA IDADE – Será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil nos casos 
em que for para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez 
O homem e a mulher menor de 16 anos podem casar, desde que obtenham autorização de ambos os pais, ou de seus 
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil (Art. 1517 CC) 
A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo Juiz 
Existência de casamento anterior 
Diante de um fato destes impede a união conjugal com qualquer outra pessoa (art. 1521, VI CC). Isso ocorre para combater a 
bigamia 
Prazo de viuvez, para a mulher 
O decurso do prazo de 10 meses de viuvez paranovo casamento é requisito imposto somente à mulher, estabelecido no novo 
Código Civil como “causa suspensiva” (art. 1.523, II CC). O objetivo é evitar dúvida sobre a paternidade. É claro que tal requisito 
pode ser suprido com um exame com a negativa de gravidez 
 
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS 
O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho ou por procurador, 
devendo ser instruído com os seguintes documentos (art. 1525 CC): 
 
6 
 
Certidão de nascimento 
Autorização por escrito de pessoas sob cuja dependência legal estiverem 
Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecer os nubentes e que afirmem não existir 
impedimentos 
Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos 
Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, 
ou do registro da sentença de divórcio 
 
PROCEDIMENTO PARA A HABILITAÇÃO 
O procedimento tem a finalidade de comprovar que os nubentes preencham os requisitos que a lei estabelece para o casamento 
Esta Medida Preventiva deve constatar: 
▪ A capacidade para a realização do ato 
▪ A inexistência de impedimentos matrimoniais ou de causa suspensiva 
▪ Dar publicidade, por meio de editais, à pretensão manifestada pelos noivos, convocando as pessoas que saibam de algum 
impedimento para que venham opô-lo 
 
A ORDEM DO PROCEDIMENTO se dá da seguinte maneira: 
1º - Os noivos devem requerer a instauração do referido processo no Cartório de seu domicílio 
2º - Se domiciliados em Municípios diversos, processar-se-á o pedido perante o Cartório do Registro Civil de qualquer deles, mas o 
edital será publicado em ambos 
3º - O oficial afixará os proclamas em lugar ostensivo de seu Cartório e fará publicá-los pela imprensa local, se houver. É necessária a 
audiência do MP. A habilitação só será submetida ao Juiz se houver impugnação (Art. 1.525 CC) 
OBS.: Decorrido o prazo de 15 DIAS, a contar da afixação do edital em cartório, o oficial, se não houver oposição de impedimentos 
matrimoniais, entregará aos nubentes certidões de que estão habilitados a se casar dentro de 90 DIAS, sob pena de perda de sua 
eficácia 
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS 
Os impedimentos são circunstâncias ou situações de fato ou de direito, expressamente especificadas na lei, que vedam a realização 
do casamento 
Não deve se confundir IMPEDIMENTO com INCAPACIDADE: 
IMPEDIMENTO – O impedido apenas não está legitimado a casar com determinada pessoa 
INCAPACIDADE – O incapaz não pode casar-se com nenhuma pessoa, porque há um obstáculo intransponível 
 
7 
 
ESPÉCIES DE IMPEDIMENTOS 
• Impedimento resultantes do parentesco 
• Impedimento resultante de casamento anterior 
• Impedimento decorrente de crime 
Os impedimentos visam preservar: a eugenia (pureza da raça) e a moral familiar, não sendo possível casamento entre parentes e 
consanguíneos, por afinidade e adoção (art. 1521, I a IV CC); visa preservar a monogamia, não sendo possível o casamento de 
pessoa já casada (art. 1521, VI CC); e por fim, evitar uniões que tenham raízes de crime (art. 1521, VIII CC) 
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS do casamento acontece de 2 Maneiras: 
 
IMPEDIMENTOS DIRIMENTES PÚBLICOS 
Diante desses impedimentos, ocorre a NULIDADE do casamento e NÃO produz efeitos jurídicos (Art. 1521 CC): 
 
I. Não pode casar os Ascendentes com os Descendentes 
Relações sexuais entre parentes caracteriza o incesto. Descendentes são os filhos, netos, bisnetos até o último descendente, e 
ascendentes a mesma coisa 
II. Não pode casar os Afins em Linha Reta 
Parentesco por afinidade é o que liga um cônjuge ou companheiro aos parentes do outro. São os Sogros/sogras, 
enteados/enteadas 
III. Não pode casar o Adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi adotante 
O pai adotivo ou mãe adotiva não pode casar com a viúva/viúvo do filho(a) adotivo(a) 
IV. Não pode casar os Irmãos. Não pode casar os unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
OBS¹.: Tios com sobrinhos NÃO podem casar, excepcionalmente tem o Decreto Lei nº 3.200/41, sendo que caso queiram casar 
deverá ser nomeado 2 médicos para analisar geneticamente se podem, fazendo o exame pré-nupcial 
OBS².: Primo com primo pode se casar, pois são colaterais de quarto grau 
V. Não pode casar o Adotado com o Filho do adotante 
VI. Não pode casar as Pessoas Casadas 
VII. Não pode casar o Cônjuge sobrevivente com o Condenado por homicídio ou tentativa de homicídio com o seu consorte 
Para ser aplicado o art. 1521, VII exige sentença penal transitada em julgado 
 
CAUSAS SUSPENSIVAS 
 
Causas suspensivas são determinadas circunstâncias ou situações capazes de suspender a realização do casamento 
Interessam mais diretamente aos nubentes e ocorrendo a infração terá uma penalidade (Art. 1523, I a IV, CC) - Regime de Sanções 
 
OBS.: Se as causas de suspensão forem invocadas antes do casamento, NÃO será possível celebrar o matrimônio enquanto não 
sanadas as causas. Se forem invocadas após a celebração do casamento, será válido o matrimônio, porem o regime será da 
separação de bens 
 
 
 
8 
 
Art. 1523, Incisos: 
 
NÃO DEVEM CASAR 
 
I. Viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos 
herdeiros 
Objetivo: Evitar confusão de patrimônios 
Sanções: A não ser que prove inexistência de prejuízo aos herdeiros: art. 1641, I, CC (regimes da separação dos bens) e art. 
1489, II CC (hipoteca legal) 
II. Viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou 
da dissolução da sociedade conjugal 
Objetivo: Impedir a confusão de sangue e conflito de paternidade (art. 1598, CC) 
Sanção: Regime da Separação de bens (art. 1641, I CC) 
III. O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal 
Objetivo: Evitar confusão de patrimônio 
Sanção: Regime Obrigatório da Separação de bens (art. 1641, I CC) salvo se provar inexistência de prejuízo aos herdeiros (art. 
1523, § único CC) 
IV. Tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou 
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas 
Objetivo: Impedir matrimônio de alguém que se acha em poder de outem e que por isto poderia conseguir um 
consentimento não espontâneo 
Sanção: Regime obrigatório da separação de bens (art. 1641, I) salvo art. 1523, § único CC 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos 
incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e 
para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de 
gravidez, na fluência do prazo 
 
OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS e das CAUSAS SUSPENSIVAS 
A OPOSIÇÃO DE IMPEDIMENTO é a comunicação escrita feita por pessoa legitimada, antes da celebração do casamento, ao Oficial 
do Registro Civil perante a qual se processa a habilitação, ou ao Juiz que preside a solenidade, sobre a existência de um dos 
empecilhos mencionados na lei 
As pessoas legitimadas que podem opor os impedimentos dirimentes públicos: 
a) O Oficial do Registro Civil (ex oficio) 
b) Pelo Juiz que presidir a celebração (art. 1522, § único CC) 
c) Qualquer pessoa maior e capaz até o momento da celebração (art. 1522 e 1529 CC) 
d) Ministério PúblicoPosto isso, os impedimentos podem ser opostos ATÉ O MOMENTO DA CELEBRAÇÃO do casamento por qualquer pessoa capaz. Se o 
Oficial do Registro Civil ou o Juiz que preside a celebração saber de algum impedimento é obrigatório declarar de ofício 
 
9 
 
Efeitos da oposição dos impedimentos 
a) impossibilitar a obtenção do certificado de habilitação 
b) adiar o casamento 
OBS.: Os impedimentos devem ser opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a 
indicação do lugar onde possam ser obtidas 
OBS².: Aos nubentes é assegurado o direito de requerer o prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, para 
promover as ações cíveis/criminais contra o oponente de má fé 
 
A OPOSIÇÃO DAS CAUSAS SUSPENSIVAS se dá com as circunstâncias ou situações capazes de suspender a realização do casamento 
Podem opor as causas suspensivas da celebração: 
a) Os parentes em linha reta (ascendente ou descendentes) 
b) Os colaterais em segundo grau (irmãos e cunhados) (art. 1524 CC) 
As causas suspensivas devem ser articuladas no curso do processo de habilitação, até o decurso do prazo de 15 DIAS da publicação 
dos proclamas 
OBS.: Se o casamento se realizar com a possibilidade de alguma causa suspensiva, será válido, mas os nubentes sofreram as sanções 
OBS².: As causas de suspensão devem ser opostas em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou 
com a indicação do lugar onde possam ser obtidas (igual a oposição de impedimento) 
 
CARACTERÍSTICAS COMUNS DA AÇÃO DE CONHECIMENTO que visam reconhecer vícios que torne NULO ou ANULÁVEL o 
CASAMENTO (a ação NÃO pode ser incidental): 
a) Tem por objeto direito indisponível – A pessoa não pode abrir mão do estado de casado, no caso de processo para anular 
o casamento, se o réu não contestar, não terá os efeitos da revelia, pois não há presunção de veracidade na petição inicial, 
devendo a autora provar muito bem para ocorrer a anulação 
 
b) A decretação de nulidade de casamento pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo 
Ministério Público 
 
 
c) Não se opera os efeitos da revelia (art. 345, II CPC), tampouco incide o ônus da impugnação específica dos fatos (art. 341, 
II CPC) 
 
d) O foro competente é no domicílio do guardião de filho incapaz ou no último domicílio do casal, caso não haja filho 
incapaz; ou no domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal. (art. 53, I, “a”, “b” e “c” CPC) 
 
 
e) Pode ser precedida de ação cautelar de separação de corpos (art. 1562, CC) 
 
10 
 
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO 
O casamento é um verdadeiro RITUAL ۞, com incidência de normas de Ordem Pública 
A celebração do casamento sem o atendimento dos rigores da lei torna inexistente o ato, salvo casos excepcionais de dispensa, no 
casamento nuncupativo e na conversão da união estável em casamento 
Os nubentes, depois de cumpridas as formalidades preliminares e munidos da certidão de habilitação passada pelo oficial do 
registro, devem peticionar à autoridade que presidirá o ato, requerendo a designação do “dia, hora e local” de sua celebração (art. 
1.533 CC) 
O LOCAL DA REALIZAÇÃO da cerimônia em geral é a sede do próprio Cartório onde se processou a habilitação, mas pode ser 
escolhido outro, público ou particular, como clubes, salões de festas, templos religiosos, casa de um dos nubentes etc. 
A HORA DO CASAMENTO, pode ser realizada durante o dia ou à noite, e em qualquer dia, inclusive aos domingos e feriados, 
contanto que a celebração não ocorra de madrugada ou em altas horas noturnas — O que dificultaria a presença de pessoas que 
pretendessem oferecer impugnações 
A PRESENÇA DAS TESTEMUNHAS é IMPRESCINDÍVEL. O art. 1.534, caput, do Código Civil exige a presença de pelo menos duas, 
afirmando que podem ser parentes ou não dos contraentes 
A AUTORIDADE COMPETENTE para celebrar o casamento é o Juiz de casamentos 
Dá para ser gratuita a celebração, desde que as partes declarem pobreza 
 
Momento da Celebração 
O comparecimento dos nubentes deve ser simultâneo, sendo necessário que a vontade de casar seja manifestada no ato da 
celebração 
Art. 1535 CC: “Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do 
registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará 
efetuado o casamento nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes 
por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados’” ♥ ♥ ♥ 
 
♥ ♥ O momento da celebração ocorre quando no momento que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade 
de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados ♥ ♥ 
 
Suspensão da Cerimônia 
A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes: 
▪ Recusar a solene afirmação da sua vontade 
▪ Declarar que não está com livre e espontânea vontade 
▪ Manifestar-se arrependido 
 
11 
 
Diante disso se acontecer a suspensão, não será admitido a retratar-se no mesmo dia 
Então... não pode haver “brincadeiras” na hora de dizer se aceita ou não o casamento, pois a autoridade competente poderá 
suspender a cerimonia e não poderá ser feita mais no mesmo dia. 
 
Casamento por Procuração 
O casamento pode ser celebrado “mediante procuração, por instrumento público”, que outorgue “poderes especiais” ao 
mandatário para receber, em nome do outorgante, o outro contraente – Art. 1542 CC 
Esta procuração pode ser outorgada tanto a homem como a mulher para representar qualquer um dos nubentes 
Se ambos não puderem comparecer, deverão nomear procuradores diversos, pois irá gerar um conflito de interesses 
O Instrumento tem que ser público, feito para pessoa específica e a eficácia da procuração tem validade de 90 DIAS. Se a pessoa 
não tinha mais poderes para manifestar a vontade o casamento será inexistente 
O mandato pode ser revogado somente por instrumento público, entretanto se o representado vier a falecer, também ocorre a 
revogação do mandato 
Se a revogação foi feita antes do casamento e só depois é cessada a procuração, o casamento é inexistente e cabe ação de 
indenização 
A procuração NÃO precisa ser ad judicia (por advogado), entretanto geralmente é feita por advogado 
 
Casamento Religioso com Efeitos Civis 
O casamento religioso pode ser de 2 Espécies: 
• Com Prévia Habilitação – Art. 1516, §1º • Com Habilitação posterior à celebração religiosa – Art. 
1516, §2º 
Em ambas, portanto, exige-se o processo de habilitação. Somente a celebração é feita pela autoridade religiosa da religião 
professada pelos nubentes. 
Casamentos religiosos podem por todas aquelas religiões que são sociais e moralmente aceitas 
Todos os impedimentos e causas suspensivas deverão ser observados (art. 1521 a 1524 CC), bem como a capacidade matrimonial 
(art. 1516 CC) 
Para que surta efeitos civis, o casamento religioso deverá, a pedido do casal, ser registrado no registro público (art. 226, §2º CF) 
No atual sistema, há duas modalidades de casamento religioso com efeitos civis: 
a) O precedido de habilitação para casamento (art. 71, Lei 6.015/73 e art. 1516, §2º CC), que terá prazo de 90 dias de 
validade (art. 1532 CC) e deverá ser apresentado à autoridade eclesiástica que realizará o ato nupcial. Dentro do prazo 
decadencial de 30 dias, o ministro ou o interessado poderá requerer sua inscrição no Registro Civil (art. 73, § 1º, 2º e 3º, da 
Lei 6.015 c.c art. 1516, §1º CC) 
 
 
12 
 
b) Casamento religioso não precedido de habilitação para matrimônio: O casamento religioso poderá ser registrado perante 
o oficialdo registro civil desde que os nubentes, juntamente com o requerimento de registro apresentem a prova do ato 
religioso e os documentos exigidos pelo art. 1525 CC, onde então será procedida a habilitação com a publicação de editais, 
etc. 
 
OBS.: Se um dos contraentes falecer antes da inscrição, tal fato não obstará o registro 
OBS².: Casamento religioso sem registro civil, pode servir apenas como prova de união estável 
 
EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO 
 
EFEITOS SOCIAIS 
Criação de família legítima (art. 226, §1º e 2º CF, art. 1513, 
CC) 
Estabelecimento de vínculo de afinidade entre cada 
cônjuge com os parentes do outro (art. 1595, §1º e 2º) 
Emancipação do consorte menor de idade (art. 5º, §1º, II 
CC) – Emancipação é irreversível, a pessoa casa com 16 
anos, se torna maior de idade, se com 17 anos divorciar, não 
será considerada menor de idade novamente. 
Constituição do estado de casado 
 
EFEITOS PESSOAIS 
Fidelidade mútua 
Coabitação ou vida em comum no domicílio conjugal (art. 
1566, II, 1511, 1797, I, todos do CC e 988, VI do CPC) 
Mútua assistência (arts. 1566, III e 1573, III do CC) 
Respeito e consideração mútuos (arts. 1566, V e 1573, III 
CC) 
Exercício da direção da sociedade conjugal (arts. 1567 e 
1570 CC) 
Representação legal da família (arts. 1634, V e 1690 CC) 
Fixar o domicílio da família (arts. 1569 e 1567, § único CC) 
Colaboração nos encargos (arts. 1565, 1567 e 1568 CC) 
Velar pela direção moral e material da família (art. 1568 CC) 
Dirigir a comunidade doméstica (art. 1643, 1644, 1565 e 
1568 CC) 
Adotar, se quiser, o nome (vulgarmente conhecido como 
sobrenome) do consorte (art. 1565, §1º CC) 
Litigar em juízo civil, salvo se a ação versar sobre direitos 
reais imobiliários (outorga uxória) (art. 10 CPC e art. 1647, II 
CC), podendo contratar advogado, propor separação judicial 
e divórcio, requerer a interdição do consorte (art. 1768, II 
CC) 
Sustentar, guardar e educar os filhos (arts. 1566, IV, 1568, 
1634, I a VIII CC, art. 244, 245, 246 e 247 CP) 
Não perder, o genitor, que contrai novas núpcias, o direito ao poder familiar com relação aos filhos menores do leito anterior 
(arts. 1588 e 1636, § único CC) 
Observar-se, na separação ou divórcio litigioso, o disposto nos arts. 1584, 1589, 1579 e 1703 CC) 
Deliberarem na separação ou divórcio consensual, a respeito da guarda dos filhos (art. 1583 CC e 1121, II 
 
 
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EFEITOS PATRIMONIAIS 
Do Regime Matrimonial de Bens – É o conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses econômicos resultantes do casamento 
Princípios fundamentais do regime de bens: 
• Princípios da VARIEDADE DE REGIME DE BENS: A norma NÃO impõe um só regime matrimonial de bens aos nubentes, pois 
oferece QUATRO modelos diferentes – VAMOS ESTUDAR ESSES REGIMES NO PRÓXIMO EBOOK DE DIREITO DE FAMÍLIA 
 
• Princípios da LIBERDADE DOS PACTOS ANTENUPCIAIS: Decorre do primeiro princípio pois permite-se aos nubentes a livre 
escolha do regime a ser adotado, inclusive combinando-os para formar um regime misto ou estipular cláusulas, desde que 
respeitem os princípios de ordem pública, os fins e a natureza do matrimônio (art. 1639 CC). Necessita ser por escritura 
pública (art. 1653 CC) 
 
• Princípios da MUTABILIDADE JUSTIFICADA DO REGIME ADOTADO (art. 1639, §2º CC): Admite-se a alteração de regime de 
bens desde que haja autorização judicial, atendendo a um pedido motivado de ambos os cônjuges, após a verificação da 
procedência das razões invocadas e da certeza de que tal alteração não causará qualquer gravame a interesses de terceiros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nosso conteúdo de Direito Civil sobre Direito de Família – Parte 1 encerra aqui 
 
Esperamos que este eBook ajude em seus estudos. O objetivo desta didática é fazer com que o entendimento 
do mundo jurídico fique muito mais fácil e que seu aprendizado seja rápido 
 
Desta forma você estará acelerando o seu conhecimento, economizando um tempo valioso e se preparando 
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