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Geometria II Manaus 2007 FICHA TÉCNICA Governador Eduardo Braga Vice–Governador Omar Aziz Reitor Lourenço dos Santos Pereira Braga Vice–Reitor Carlos Eduardo S. Gonçalves Pró–Reitor de Planej. e Administração Antônio Dias Couto Pró–Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários Ademar R. M. Teixeira Pró–Reitor de Ensino de Graduação Carlos Eduardo S. Gonçalves Pró–Reitor de Pós–Graduação e Pesquisa Walmir de Albuquerque Barbosa Coordenador Geral do Curso de Matemática (Sistema Presencial Mediado) Carlos Alberto Farias Jennings Coordenador Pedagógico Luciano Balbino dos Santos NUPROM Núcleo de Produção de Material Coordenador Geral João Batista Gomes Projeto Gráfico Mário Lima Editoração Eletrônica Helcio Ferreira Junior Revisão Técnico-gramatical João Batista Gomes Oliveira, Disney Douglas de Lima. O48g Geometria II / Disney Douglas de Lima Oliveira, Domingos Anselmo Moura da Silva, Helisângela Ramos da Costa. – Manaus/AM: UEA, 2007. – (Licenciatura em Matemática. 2. Período) 141 p.: il. ; 29 cm. Inclui bibliografia 1. Geometria. I. Silva, Domingos Anselmo Moura da. II. Costa, Helisângela Ramos da. III. Título. CDU (1997): 514 CDD (19.ed.): 516 SUMÁRIO Palavra do Reitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 UNIDADE I – Noções primitivas e posições relativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 TEMA 01 – Conceitos primitivos, postulados e posições relativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 UNIDADE II – Distâncias, diedros e triedros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 TEMA 02 – Distâncias e diedros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 UNIDADE III – Poliedros, prismas e pirâmides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 TEMA 03 – Poliedros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 TEMA 04 – Prismas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 TEMA 05 – Planificação e área do prisma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 TEMA 06 – Volume do prisma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 TEMA 07 – Pirâmides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 UNIDADE IV – Cilindro e cone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 TEMA 08 – Cilindro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 TEMA 09 – Cone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 UNIDADE V – Superfícies de revolução e sólidos de revolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 TEMA 10 – Superfícies e sólidos de revolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 UNIDADE VI – Esfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 TEMA 11 – Esfera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 UNIDADE VII – Noções de geometria não-euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 TEMA 12 – Geometria não-euclidiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Anexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Respostas dos Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 Disney Douglas de Lima Oliveira Licenciado e Bacharel em Matemática - UFAM Mestre em Matemática - UFAM Doutorando em Computação Gráfica - UFRJ Domingos Anselmo Moura da Silva Licenciado e Bacharel em Matemática - UFAM Mestre em Matemática - UFAM Helisângela Ramos da Costa Bacharela em Matemática – UFAM Bacharela em Processamento de Dados – UFAM Especialização em Instrumentação para o Ensino da Matemática (concluindo) (UFF) PERFIL DOS AUTORES PALAVRA DO REITOR A realidade amazônica, por si só, é um desafio à educação tradicional, aquela que teima em ficar arraigada à sala de aula, na dependência única dos métodos triviais de ensino. A Universidade do Estado do Amazonas já nasceu consciente de que o ensino presencial mediado é a única estratégia capaz de respon- der aos anseios de um público que, por estar disperso, tem de ser atendido por projetos escudados em dinamismo técnico–científico. Assim, a Licenciatura Plena em Matemática, ancorada no Sistema Presencial Mediado, nasceu para ofere- cer aos discentes as habilidades necessárias para que eles venham a construir seus próprios objetivos exis- tenciais, estimulando–lhes a ousadia de aceitar o novo e de criar novas possibilidades de futuro, dando–lhes uma visão multifacetada das maneiras de educar. Os livros–textos em que o curso se apóia são produzidos com o rigor didático de quem sabe que a história da educação, no nosso Estado, está sendo reescrita. Os agentes desse processo têm visão crítica e apos- tam na formação de novos professores que saberão aliar inteligência e memória, não permitindo que o ensi- no em base tecnológica ganhe a conotação de “um distanciado do outro”. A autonomia de agir que cada um está aprendendo a conquistar virá, em breve, como resposta aos desafios que se impõem hoje. Lourenço dos Santos Pereira Braga Reitor da Universidade do Estado do Amazonas UNIDADE I Noções primitivas e posições relativas TEMA 01 CONCEITOS PRIMITIVOS, POSTULADOS E POSIÇÕES RELATIVAS 1. Conceitos primitivos São conceitos primitivos (e, portanto, aceitos sem definição) na Geometria espacial os con- ceitos de ponto, reta e plano. Habitualmente, usamos a seguinte notação: Pontos: letras maiúsculas do nosso alfabeto. • A Retas: letras minúsculas do nosso alfabeto Planos: letras minúsculas do alfabeto grego Observações: 1. Espaço é o conjunto de todos os pontos. Nesse conjunto, desenvolveremos a Geo- metria Espacial. 2. Axiomas ou postulados (P), são propo- sições aceitas como verdadeiras sem de- monstração e que servem de base para o desenvolvimento de uma teoria. Assim, iniciaremos a Geometria Espacial com alguns postulados, relacionando o ponto, a reta e o plano. 2. Postulados 2.1 Postulados da existênciaP1)Dada uma reta r, existem nela, bem como fora dela, infinitos pontos. P2)Dado um plano α, existem nele, bem como fora dele, infinitos pontos. 2.2 Postulados da determinação P3)Por dois pontos distintos passa uma única reta. Notação: P4)Por três pontos não-colineares passa um único plano. Notação: α = (A,B,C) 2.3 Postulados da inclusão P5)Se uma reta r tem dois pontos distintos num plano α, então a reta r está contida nesse plano: Simbolicamente, temos: 3. Retas concorrentes e paralelas 3.1 Definição de retas concorrentes Diremos que duas retas r e s são concorrentes se, e somente se, elas têm um único ponto em comum. r ∩ s = {P} 3.2 Definição de retas paralelas Diremos que duas retas r e s são paralelas, se e somente se, elas são coincidentes ou elas são coplanares e não têm pontos em comum. 11 Geometria II – Noções primitivas e posições relativas 1.° caso Notação: r = s ⇒ r//s 2.° caso Notação: r ⊂ α, s ⊂ α e r ∩ s = ∅ ⇒ r//s Retas paralelas e concorrentes no cotidiano Exemplo 1 Dado um plano β, nele existem infinitas retas. Solução: Fazendo uso do postulado da exis- tência (P2), considere, no plano β dado, dois pontos distintos A e B. Pelo postulado da determinação (P3), temos que existe uma reta r1, a qual está contida no plano β (postulado da inclusão P5). Fazendo uso dos postulados P1 e P2, con- sidere em β e fora de r1 um ponto C. Os pon- tos A e C, B e C determinam duas retas r2 e r3 (postulado P3) respectivamente, as quais estão contidas no plano β (postulado P5). Desse modo, podemos construir em β “tantas retas quantas quisermos”, isto é, “ infinitas” retas. Exemplo 2 Quantas retas há no espaço? Demonstre. Solução: Infinitas. De fato, consideremos dois pontos distintos do espaço A e B. Esses pontos determinam uma reta r (postulado P3). Seja C um ponto do espaço, fora da reta r (postulado P1). Os pontos A e C determinam uma reta S, e os pontos B e C determinam uma reta t. Desse modo, podemos construir “tantas retas quantas quisermos”, isto é, construiremos “infi- nitas” retas. Exemplo 3 Mostre que, três retas duas a duas concor- rentes, não passando por um mesmo ponto, estão contidas no mesmo plano. Solução: Sejam r, s e t as retas tais que r ∩ s = {A}, r ∩ t = {B}, s ∩ t = {C} e A, B e C são pon- tos não- colineares. Pelo postulado P4, existe um único plano β passando pelos pontos A, B e C em que β = (A, B, C). Sendo A ≠ B, A ≠ C, B ≠ C com A, B, C ∈ β, concluímos que as retas r, s e t estão contidas no mesmo plano β (postulado P5), pois são determinadas pelos pontos A, B e C de modo que . 12 UEA – Licenciatura em Matemática 1. Quantas retas podemos traçar por um ponto no espaço? Justifique sua resposta. 2. Quantos são os planos determinados por qua- tro pontos distintos dois a dois? Justifique sua resposta 3. É comum encontrarmos mesas com 4 “pernas” que, mesmo apoiada em um piso plano, ba- lançam e nos obrigam a colocar um calço em uma das “pernas”, se a quisermos firme. Explique, usando argumento de geometria, por que isso não acontece com uma mesa de 3 “pernas”. 4. Determinação de um plano Existem mais três modos de determinar um plano, além do postulado P2, os quais vamos enunciar em forma de proposição; Proposição 1 – Um plano fica determinado de modo único, por uma reta (r) e um ponto (P) que não pertença a essa reta. Notação: α = (P, r) Demonstração: Tome na reta r dois pontos distintos A e B (pos- tulado P1). Dessa forma, temos que os pontos A, B e P não são colineares, pois o ponto P ∉ r. Sendo assim, temos que existe um plano α determinado pelos pontos A, B e P(postulado P2), o qual vamos denotar por α =(A, B, P). Observe que o ponto P ∈ α, e a reta r = AB ⊂ α (postulado P5), ficando assim provada a existência do plano α. Vamos agora mostrar a unicidade do plano α: Se existisse um outro plano, digamos β, pas- sando por P e r teríamos que: α = (P, r); com A, B ∈ r ⇒ α = (A,B,P) e β = (P, r); com A, B ∈ r ⇒ β = (A,B,P). Portanto (postulado P2) concluímos que α = β. Exemplo1 Quantos são os planos que passam por uma reta dada? Justifique sua resposta. Solução: Infinitos. Seja r a reta e A um ponto fora de r (postulado P1). A reta r e o ponto A determinam um plano α (Proposição 1). Fora do plano α, tomamos um ponto B (postulado P2). Desse modo, te- mos que a reta r e o ponto B determinam um plano β (Proposição 1). Fora de α e β, toma- mos um ponto C (postulado P2). A reta r e o ponto C determinam um plano γ (Proposição 1). Desse modo, podemos construir, por r, tantos planos quantos quisermos, isto é, construire- mos infinitos planos. Exemplo 2 Quantos planos passam por dois pontos distin- tos? Justifique sua resposta. Solução: Infinitos. Seja A e B tais pontos distintos. Pelo postulado P3, temos que existe uma única reta r passan- do por eles. 13 Geometria II – Noções primitivas e posições relativas Sendo assim, fazendo uso do exercício ante- rior, concluímos que existem infinitos planos passando pelos pontos A e B. 1. (Proposição 2) Mostre que um plano fica deter- minado de modo único, por duas retas concor- rentes. 2. (Proposição 3) Mostre que um plano fica deter- minado de modo único, por duas retas parale- las entre si e distintas. 3. Prove que duas retas paralelas distintas e uma concorrente com as duas são coplanares. 4. Mostre que, se duas retas são paralelas distin- tas, todo plano que contém uma delas e um ponto da outra, contém a outra. 5. Classifique em verdadeiro ou falso, justifican- do sua resposta. a) Três pontos distintos determinam um plano. b) Um ponto e um reta determinam um único plano. c) Três retas distintas, duas a duas paralelas, determinam um ou três planos. d) Três retas distintas, duas a duas concor- rentes, determinam um ou três planos. e) Três retas distintas, duas a duas concor- rentes, determinam um único plano. f) Quatro pontos distintos e não-colineares determinam um único plano. 4. Retas reversas Definição – Diremos que duas retas r e s são ditas reversas se, e somente se, não existe plano que as contenha. Notação: r e s são reversas ⇔ α; r, s ⊂ α e r ∩ s = ∅ Retas reversas no cotidiano 5. Quadrilátero reverso Definição – Um quadrilátero é chamado rever- so se, e somente se, não existe plano con- tendo seus quatros vértices. Se α = (A, B, D) e C ∉ α, então ABCD é um quadrilátero reverso. Exemplo 1 Mostre que todo quadrilátero reverso não pode ser um paralelogramo. Solução: (Demonstração pelo método indireto) Suponha que um quadrilátero reverso ABCD, seja um paralelogramo ⇒ ⇒ ∃α “plano” tal que ⊂ α, ⊂ α, portanto os pontos A, B, C e D estão contidos em α. Isso gera um absurdo em relação à hipótese . Logo, o quadrilátero reverso ABCD, não pode ser um paralelogramo. Exemplo 2 As diagonais de um quadrilátero reverso são reversas. 14 UEA – Licenciatura em Matemática Solução: (Demonstração pelo método indireto) Sejam ⎯ AC e ⎯ BD as diagonais do quadrilátero reverso ABCD. Sendo assim, suponha que as diagonais ⎯ AC e ⎯ BD não sejam reversas ⇒ e são coplanares ⇒ ∃ α “plano” tal que, que os pontos A, B, C e D estão contidos em α. Isso gera um absurdo em relação ao fato do quadrilátero ser reverso. Logo, as diagonais ⎯ AC e ⎯ BD de um quadrilátero reverso são reversas. 1. Classifique em verdadeiro ou falso, justifican- do sua resposta. a. ( ) Duas retas ou são coincidentes ou são distintas. b. ( ) Duas retas ou são coplanares ou são reversas. c. ( ) Duas retas distintas determinam um plano. d. ( ) Duas retas concorrentes têm um ponto em comum. e. ( ) Duas retas concorrentes têm um único ponto em comum. f. ( ) Duas retas que têmum ponto em co- mum são concorrentes. g. ( ) Duas retas que têm um único ponto em comum são concorrentes. h. ( ) Duas retas coplanares são concorrentes. i. ( ) Duas retas não-coplanares são reversas. 2. Classifique em verdadeiro ou falso, justifican- do sua resposta. Obs.: Em cada caso, abaixo, r e s são retas. a. ( ) r ∩ s = ∅ ⇒ r e s são reversas. b. ( ) r e s são reversas ⇒ r ∩ s = ∅. c. ( ) r ∩ s = ∅ ⇒ r e s são paralelas. d. ( ) r//s, r ≠ s ⇒ r ∩ s = ∅. e. ( ) A condição r ∩ s = ∅ é necessária para que r e s sejam reversas. f. ( ) A condição r ∩ s = ∅ é suficiente para que r e s sejam reversas. g. ( ) A condição r ∩ s = ∅ é necessária para que as duas retas distintas r e s sejam reversas. h. ( ) A condição r ∩ s = ∅ é necessária para que as duas retas distintas r e s sejam paralelas. i. ( ) A condição r ∩ s = ∅ é necessária e suficiente para que as duas retas distin- tas r e s sejam reversas. 6. Interseção de planos 6.1 Postulados da interseção P6) Se dois planos distintos têm um ponto em comum, então eles têm pelos menos um outro ponto em comum. Notação: α ≠ β, P ∈ α e P ∈ β ⇒ ∃Q; P ≠ Q, Q ∈ α e Q ∈ β Uma conseqüêcia natural do postulado P6 é que: Se dois planos distintos têm um ponto em comum, então a sua intersecção é dada por uma única reta que passa por esse ponto. 7. Paralelismo de retas 7.1 Postulado das paralelas (postulado de Euclisdes) P7) Dados uma reta r e um ponto P ∉ r, existe uma única reta s, passando por P, tal que r seja paralela a s. 15 Geometria II – Noções primitivas e posições relativas 7.2 Teorema das Paralelas Se duas retas são paralelas a uma terceira, então elas são paralelas entre si, ou seja, r, s e t retas, em que r//t e s//t ⇒ r//s. Temos dois casos a considerar: 1.o) As três retas são coplanares. 2.o) As retas são não-coplanares. Vamos considerar o segundo caso, que é o mais geral. Demonstração: Fazendo uso do postulado P7, as retas r e s não têm ponto comum, pois caso essa afirmação não fosse verdadeira, teríamos duas retas pas- sado por um mesmo ponto e paralelas à reta t, contrariando o postulado das paralelas. Considere os planos β = (r, t) e α = (s, t), ou seja, o plano β é determinado pelas retas r e t, pois r//t, e o plano α é determinado pelas retas s e t, pois s//t. Tomemos um ponto P em s; dessa forma, podemos obter um plano γ = (P, r). Os planos distintos α e γ têm um ponto P comum; sendo assim, pela conseqüêcia natu- ral do postulado P6, eles têm uma reta em co- mum, que chamaremos de x (não podemos di- zer que as retas s e x são as mesmas, pois estaríamos admitinto a tese que queremos pro- var). (r = β ∩ γ , x = α ∩ γ , t = α ∩ β e r//t) ⇒ r//x e t//x O ponto P pertence, então, às retas s e x, e ambas são paralelas à reta t. Logo, fazendo uso do postulado das paralelas, temos que x = s. Donde concluímos que r = s. 1. Mostre que duas retas sendo paralelas a uma terceira, então elas são paralelas entre si (para o caso das três retas serem coplanares). 2. Mostre que os pontos médios dos lados de um quadrilátero reverso são os vértices de um paralelogramo. 8. Paralelismo entre retas e planos 8.1 Definição Sejam α e r um plano e uma reta respectiva- mente. Diremos que a reta r é paralela ao plano α se, e somente se, eles não têm ponto em comum. Notação: α // r ⇔ α ∩ r = ∅ Vamos enunciar, como exercício resolvido, uma condição necessária e suficiente para que uma reta dada seja paralela a um plano dado. Exemplo 1 (Condição Suficiente) Diremos que uma reta, que não está contida num plano e é paralela a pelo menos uma reta desse plano, é paralela ao plano. Em outras palavras: Sejam r e α uma reta e um plano respectiva- mente, tal que r ⊄ α. Se a reta r é paralela a uma reta s do plano α, então a reta r é paralela ao plano α. Hipótese: r ⊄ α, r//s, s ⊂ α ⇒ Tese r//α 16 UEA – Licenciatura em Matemática Demonstração: Temos por hipótese que r//s com r ∩ s = ∅. Então, existe um plano β determinado por r e s, onde s ⊂ α, s ⊂ β e α ≠ β implicando que s = α ∩ β. Se r e α têm um ponto em comum, digamos A, teremos A ∈ r e r ⊂ β ⇒ A ∈ β. Como A ∈ β e A ∈ α, decorre daí que A ∈ s. Sendo assim, concluímos que A ∈ r e A ∈ s. Logo, existe um ponto A ∈(r ∩ s) = ∅, o que gera um absurdo. Logo, concluímos que a reta r não pode ter ponto em comum com o plano α, isto é, r//α. Exemplo 2 (Condição necessária) Se uma reta é paralela a um determinado plano, então ela é paralela a uma reta desse plano. Em outras palavras: Sejam r e α uma reta e um plano respectiva- mente. Se r//α, então existe uma reta s ⊂ α tal que r//s. r Hipótese: r //α ⇒ Tese: ∃ s ⊂ α |r//s Demonstração: Conduzimos por r um plano β que intercepta α. Seja s a reta dada pela interseção dos planos α e β. As retas r e s são coplanares, pois estão em β e não têm pontos em comum, pois r ∩ α = ∅, s ⊂ α ⇒ r ∩ s = ∅. Logo, r//s. Observação – Uma condição nescessária e suficiente para que uma reta (r), não contida num plano (α), seja paralela a esse plano, é ser paralela a uma reta (s) contida no plano (α). 9. Posições relativas entre uma reta e um plano São três as posições relativas entre uma reta e um plano: 1.a) A reta está contida no plano. Ou seja, dois pontos distintos da reta, di- gamos A e B também são pontos do plano. r ⊂ α ⇔ r ∩ α = r 2.a) A reta e o plano são concorrentes ou a reta e o plano são secantes. r ∩ α = {P} 3°) A reta e um plano são paralelos. 17 Geometria II – Noções primitivas e posições relativas r // α ⇔ r ∩ α = ∅ 1. Se uma reta é paralela a dois planos secantes, então ela é paralela à interseção. 2. Se duas retas paralelas são dadas e uma delas é paralela a um plano, então a outra é parale- las ou está contida nesse plano. 3. Dadas duas retas reversas r e s, construa por s um plano paralelo a r. 4. Construa por um ponto uma reta paralela a dois planos secantes. 5. Classifique em verdadeiro ou falso, justifican- do sua resposta. a. ( ) Uma reta e um plano que têm um ponto comum são concorrentes. b. ( ) Uma reta e um plano secantes têm um único ponto comum. c. ( ) Uma reta e um plano paralelos não têm ponto comum. d. ( ) Um plano e uma reta secantes têm um ponto comum. e. ( ) Se uma reta está contida num plano, eles têm um ponto comum. f. ( ) Se uma reta é paralela a um plano, ela é paralela a qualquer reta do plano. g. ( ) Se um plano é paralelo a uma reta, qualquer reta do plano é reversa à reta dada. h. ( ) Se uma reta é paralela a um plano, existe no plano uma reta concorrente com a reta dada. i. ( ) Se uma reta e um plano são concor- rentes, então a reta é concorrente com qualquer reta do plano. j. ( ) Se uma reta é paralela a um plano, ela é paralela a infinitas retas do planos. k. ( ) Se duas retas distintas são paralelas a um plano, então elas são paralelas entre si. l. ( ) Uma condição necessária e suficiente para uma reta ser paralela a um plano é ser paralela a uma reta do plano e não estar nele. 10. Paralelismo entre planos Definição: Dois planos são paralelos se, e somente se, eles não têm ponto comum ou são iguais (coincidentes). 1.° caso: 2.° caso: Notação: α // β ⇔ α = β ou α ∩ β = ∅ Uma condição necessária e suficiente para que dois planos distintos sejam paralelos é que um deles contenha duas retas concor- rentes, ambas paralelas ao outro. Exemplo 1 (Condição suficiente) Sejam α e β dois planos. Se um deles, digamos β, possui duas retas a e b concorrentes, ambas paralelas ao plano α, então o plano α e β são paralelos. Hipótese: {a ⊂ β, b ⊂ β, a ∩ b = {O}, a // α, b // α ⇒ Tese: {α // β Demonstração: Sendo os planos α e β distintos, vamos mostrar 18 UEA – Licenciatura em Matemática que eles são paralelos, fazendouso do método indireto de demonstração, ou seja, supondo que os planos α e β não sejam paralelos. Logo, existiria uma reta, a qual vamos denotar de i, tal que i = α ∩ β. Dessa forma, teríamos: a // α, a ⊂ β, i = a ∩ β ⇒ a//i e b// α, b ⊂ β, i = a ∩ β ⇒ b//i. Logo, pelo teorema das paralelas, temos que as retas a e b são paralelas, o que é um absur- do, pois por hipótese as retas a e b são con- correntes. Assim, concluímos que os planos α e β são paralelos. Exemplo 2 (Condição necessária) Se dois planos distintos α e β são paralelos, então um deles, digamos β, contém duas retas concorrenres, ambas paralelas ao outro (α). Hipótese: {α // β ⇒ Tese {∃a ⊂ β, ∃b ⊂ β, a ∩ b = {O}, a // α, b // α Demonstração: Sabemos que num plano dado (β) existem infinitas retas; tome duas (a e b) que sejam concorrentes, digamos, no ponto O, ou seja, α ∩ β = {O}. Basta mostrar que as retas a e b são ambas paralelas ao plano α. Fazendo uso do método indireto de demons- tração, ou seja , supondo que as retas a e b não sejam paralelas ao plano α. Logo, existiria pelo menos um ponto de uma das retas, di- gamos P em reta a, que seria também ponto do plano α. Dessa forma, teríamos: a ⊂ β, a ∩ α ≠ ∅ ⇒ α ∩ β ≠ ∅, o que é um absurdo, pois os planos α // β tais que α ∩ β = ∅. Portanto a tese é verdadeira. 11. Posições relativas entre dois planos As posições relativas de dois planos, digamos α e β, podem ser de três formas. 1. Planos coincidentes α ∩ β = α = β 2. Planos paralelos distintos α ∩ β = ∅ 3. Planos secantes α ∩ β = i Exemplo 1 Sejam α, β dois planos distintos e paralelos. Mostre que toda reta r de α é paralela ao pla- no β. Hipótese: {α // β, r ⊂ α ⇒ Tese {r // β Demonstração: Sendo α e β planos paralelos distintos e r ⊂ α, vamos mostrar que r // β. Para isso, vamos fazer uso do método indireto de demons- tração, ou seja, vamos supor que a reta r não seja paralela ao plano β. Logo, existiria pelo menos um ponto Q ∈ r, tal que o ponto Q ∈ β. Como Q ∈ α, pois r ⊂ α e Q ∈ β, teríamos que Q ∈ α ∩ β, o que seria um absurdo, pois por hipótese α ∩ β = ∅. Logo, vale a tese, ou seja, r // β. 19 Geometria II – Noções primitivas e posições relativas Exemplo 2 Sejam α, β e γ três planos distintos. Se α, β são paralelos, e γ encontra α segundo a reta r, então γ encontra β segundo a reta s. Hipótese: {α, β, γ planos, α // β e γ ∩ α= r ⇒ Tese: {γ ∩ β = s Demonstração: Basta considerar, em γ, uma reta t concorrente com a reta r. Como γ ≠ α, concluímos que t é concorrente com α. Sendo α // β, teremos que t é concor- rente com o plano β num ponto, digamos Q. Logo, fazendo uso da conseqüêcia natural do postulado P6, temos que existe uma reta, di- gamos s, tal que Q ∈ s e s = γ ∩ β. 1. Classifique em verdadeiro ou falso, justifican- do sua resposta. a. ( ) Se dois planos são secantes, então qualquer reta de um deles é concor- rente com o outro. b. ( ) Se dois planos são secantes, então uma reta de um deles pode ser concor- rente com uma reta do outro. c. ( ) Se dois planos são secantes, então uma reta de um deles pode ser reversa com uma reta do outro, d. ( ) Dois planos distintos paralelos têm um ponto em comum. e. ( ) Se dois planos distintos são paralelos, então uma reta de um deles é paralela ao outro. f. ( ) Se dois planos distintos são paralelos, então uma reta de um e uma reta de outro podem ser concorrentes. g. ( ) Se um plano contém duas retas distin- tas e paralelas a um outro plano, então esses planos são paralelos. h. ( ) Uma condição suficiente para que dois planos sejam paralelos é que duas retas distintas de um sejam paralelas ao outro. i. ( ) Se dois planos são paralelos, então toda reta que tem um ponto comum com um deles, tem um ponto comum com o outro. 2. Se dois planos paralelos interceptam um ter- ceiro, então as interseções são paralelas. 3. Se dois plano são paralelos, toda reta paralela a um deles é paralela ou está contida no outro. 4. Mostre a transitividade entre planos, isto é, se dois planos são paralelos a um terceiro , então eles são paralelos entre si. 12. Retas e planos perpendiculares Definição Uma reta r é perpendicular a um plano α se, e somente se, r é perpendicular a todas as retas de α que passam pelo ponto de intersecção de r e α. Observações: 1. Se uma reta r e um plano são concorrentes e não são perpendiculares, eles são oblí- quos. 2. se uma reta r é perpendicular a um plano α, então ela é perpendicular ou ortogonal a toda reta de α: Como conseqüência, temos o seguinte Teo- rema, que vamos admitir sem demonstração. 20 UEA – Licenciatura em Matemática Teorema (Fundamental) – Para que uma reta r seja perpendicular a um plano α, basta ser per- pendicular a duas retas concorrentes, contidas em α. Hipótese: ⇒ Tese {r ⊥ α Como conseqüência deste teorema, temos os seguintes corolários. Corolário 1 – Num plano (α), há duas retas (b e c) concorrentes (em P). Se uma reta (a) é perpendicular a uma delas (b em O) e ortogo- nal à outra (c), então essa reta (a) é perpendi- cular ao plano (α). Corolário 2 – Se uma reta é ortogonal a duas retas concorrentes de um plano, então ela é perpendicular ao plano. 1.° Caso 2.° Caso 3.° Caso Exemplo 1 Classifique em verdadeiro ou falso. Justifican- do sua resposta. a) Uma reta e um plano secantes são perpen- diculares. Resposta: Falso, pois a reta e o plano podem ser secante oblíquos. b) Uma reta é perpendicular a um plano é per- pendicular a infinitas retas desse plano. Resposta: Verdadeiro. Use a definição de perpendicularismo entre reta e plano. c) Um reta perpendicular a um plano é reversa a todas as retas do plano. Resposta: Falso. Use o Teorema (Funda- mental) e observe que a reta é perpendicu- lar a pelo menos duas retas do plano. 21 Geometria II – Noções primitivas e posições relativas d) Uma reta perpendicular a um plano é ortog- onal a infinitas retas do plano. Resposta: Verdadeiro. Use o corolário 2 “Se uma reta (r) é ortogonal a duas retas (s e t) concorrentes de um plano, então ela é perpendicular ao plano” e observe que, no plano, existem infinitas retas paralelas às retas (s e t) e ortogonais à reta dada. 13. Planos perpendiculares Definição Dois planos (α e β) são perpendiculares se, e somente se, existe uma reta de um deles que é perpendicular ao outro. Fazendo uso da definição, temos a seguinte, proposição. Proposição – Sejam α, β planos, e i uma reta tal que i = α ∩ β. Se α ⊥ β e r é uma reta con- tida em um deles, digamos r ⊂ α e r ⊥ i. Então, r ⊥ β. Demonstração: Sendo α ⊥ β, temos que existe uma reta a tal que a ⊂ α, em que α ⊥ β. Então, concluímos que a reta a é perpendicular à reta i. No plano α, temos que a ⊥ i e r ⊥ i ⇒ a//r. Sendo a//r e α ⊥ β, concluímos que r ⊥ β. Finalmente, vamos enunciar, sem demons- tração, uma condição necessária e suficiente para que dois planos secantes sejam perpen- diculares. Proposição – Uma condição necessária e sufi- ciente para que dois planos secantes sejam perpendiculares é que toda reta de um deles, perpendicular à interseção, seja perpendicular ao outro. 1. Classifique em verdadeiro ou falso, justifican- do sua resposta. a. ( ) Dois planos, perpendiculares a um ter- ceiro, são perpendiculares entre si. b. ( ) Se dois planos são perpendiculares a um terceiro, então eles são paralelos. c. ( ) Se dois planos são perpendiculares, então toda reta perpendicular a um deles é paralela ao outro ou está conti- da neste outro. d. ( ) Se dois planos são paralelos, todo plano perpendicular a um deles é per- pendicular ao outro. e. ( ) Uma reta e um plano são paralelos. Se um plano é perpendicular ao plano dado, então ele é perpendicular à reta. f. ( ) Se dois planos são secantes, então eles são perpendiculares.g. ( ) Se dois planos são perpendiculares, então toda reta de um deles é perpendi- cular ao outro. 22 UEA – Licenciatura em Matemática UNIDADE II Distâncias, diedros e triedros 25 Geometria II – Distâncias, diedros e triedros TEMA 02 DISTÂNCIAS E DIEDROS 1. Projeção ortogonal Definiçao – A projeção ortogonal de um ponto P sobre um plano α é a intersecção do plano com a reta perpendicular a ele, conduzida pelo ponto P. P’ = projα P 1.1 Projeção ortogonal de uma figura geométrica A projeção ortogonal de uma figura geométrica F (qualquer conjunto de pontos) sobre um plano α é o conjunto das projeções ortogonais de todos os pontos de F sobre α. F’ = projα F 1.2 Projeção de uma reta Se a reta (r) é perpendicular ao plano (α), tere- mos como projeção ortogonal exatamente um ponto, digamos P. P’ = projα r Se a reta não é perpendicular ao plano, tere- mos a seguinte definição. Definição – Chama-se projeção ortogonal de uma reta r, não perpendicular a um plano α, sobre esse plano, ao traço em α, do plano β, perpendicular a α, conduzido por r. Geometricamente, temos: r’ = projα r 2. Distâncias geométricas Vamos definir distâncias geométricas entre entes geométricos. 2.1 Distância entre ponto e ponto Definição – Chama-se distância entre dois pon- tos distintos A e B ao comprimento do segui- mento de reta ⎯ AB ou ao comprimento qual- quer segmento congruente a ⎯ AB. Se A = B, a distância entre A e B é nula. Notação: d(A, B) = AB 2.2 Distância entre ponto e reta Definição – Chama-se distância entre um ponto (A) e um reta (r) à distância entre esse ponto e o pé da perpendicular à reta conduzi- da pelo ponto. Notação: d(A, r) = AB B é o pé da perpendicular à reta r conduzido por A, ou seja, B é a intersecção de uma reta conduzida por A e perpendicular à reta r. 2.3 Distância entre ponto e plano Definição – A distância entre um ponto e um plano é a medida do segmento cujos extremos são o ponto e sua projeção ortogonal sobre o plano. 26 UEA – Licenciatura em Matemática Notação: d(P, α) = PP’ 2.4 Distância entre uma reta e um plano paralelo Definição – A distância entre uma reta e um plano paralelo é a distância entre um ponto qualquer da reta e o plano. Notação: d(r, a) = d(P, α) = PP’ 2.5 Distância entre dois planos paralelos Definição – A distância entre dois planos para- lelos é a distância entre um ponto qualquer de um deles e o outro plano dα . β= PP’ Notação: d(α, β) = d (P, β) = PP’ 2.6 Distância entre duas retas reversas Definição – A distância entre duas retas rever- sas (r e s) é a distância entre um ponto qual- quer de uma delas e o plano que passa pela outra e é paralelo à primeira reta. Notação: d(r, s) = PP’ 1. Classifique em verdadeiro ou falso, justifican- do sua resposta. a. ( ) Se ⎯ PA é um seguimento oblíquo a um plano α, com A ∈ α, então a distância entre P e A é a distância entre P e α. b. ( ) A distância entre um ponto e um plano é a reta perpendicular ao plano pelo ponto. c. ( ) A distância de um ponto P a um plano α é a distância de P ao ponto P’ de inter- seção de α com a reta r, perpendicular a α por P. d. ( ) A distância entre um plano e uma reta, sendo eles paralelos distintos, é a dis- tância de um ponto qualquer do plano a reta. e. ( ) A distância entre um plano e uma reta, sendo eles paralelos e distintos, é a dis- tância de um ponto qualquer do plano a um ponto qualquer da reta. 3. Ângulos entre retas reversas Definição – De modo geral, definimos ângulo entre duas retas reversas como sendo o ângu- lo agudo que uma delas forma com uma reta paralela à outra. Geometricamente, temos: θ é o ângulo entre r e s. 4. Ângulos entre reta e planos Definição – O ângulo entre uma reta e um plano é o ângulo agudo que a reta forma com sua projeção ortogonal sobre o plano. Gemetricamente, temos: 27 Geometria II – Distâncias, diedros e triedros θ é o ângulo entre r e α 5. Diedros 5.1 Definição – Dois semiplanos não-coplanares, com origem numa mesma reta, determinam uma figura geométrica chamada ângulo dié- drico, ou simplesmente diedro. 5.2 Secção de um diedro Definição – Secção de um diedro é a interseção do diedro com um plano secante à aresta. Exemplo: Duas secções paralelas de um diedro são con- gruentes. Solução: De fato, as secções são dois ângulos de lados com sentidos respectivamente concordantes, e portanto são congruentes. 1. Defina: a) Diedro reto. b) Diedro agudo. c) Diedro obtuso. d) Diedros adjacentes. e) Diedros opostos pela aresta. 5.3 Congruência entre diedros Definição – Dois diedros são congruentes se, e sommente se, uma secção normal de um é congruente à secção normal do outro. Notação: αrβ = α’ r’ β’ ⇔ xy ≡ x’ y’ 28 UEA – Licenciatura em Matemática 6. Triedos Definição – Três semi-retas não-coplanares, com origem num mesmo ponto, determinam três ângulos que formam uma figura geométri- ca chamada ângulo triédrico, ou simples- mente triedro. 7. Ângulo poliédrico Definição – Sejam n semi-retas (n ≥ 3) de mesma origem, tais que nunca fiquem três num mesmo semiplano. Essas semi-retas determi- nam n ângulos em que o plano de cada um deixa as outras semi-retas em um mesmo semi- espaço. A figura formada por esses ângulos é o ângulo poliédrico. UNIDADE III Poliedros, prismas e pirâmides 31 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides TEMA 03 POLIEDROS 1. Definição Chamamos de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois somente uma aresta em comum. Veja alguns exemplos 1. 2. 3. 4. 5. 2. Elementos Os polígonos são as faces do poliedro; os la- dos e os vértices dos polígonos são as arestas e os vértices do poliedro. 3. Poliedros convexos e côncavos Um poliedro é dito convexo se limita uma re- gião do espaço que é convexa. Essa região identifica o interior do poliedro convexo. A região interior de um poliedro é convexa se, ao tomar arbitrariamente dois pontos quais- quer da região, todo o segmento definido por esses pontos também está totalmente contido na região. Outra maneira de identificar a região interior como convexa é a seguinte: considere uma face qualquer do poliedro e o plano que a contém. Se todo o poliedro fica totalmente em um dos lados deste plano, independente da face escolhida, o poliedro é convexo. Os exemplos 1, 2 e 3 são poliedros convexos. O exemplo 4 não é um poliedro convexo, pois, em relação a duas de suas faces, ele não está contido em apenas um semi-espaço. O poliedro do exemplo 5, denominado “toro”, tem o formato de uma câmara de ar dos anti- gos pneus e é formado por quatro tetraedos e quatro pirâmides de base triangular, sendo a região central vazada. Este poliedro também não é convexo. Os poliedros que não são con- vexos são chamados de poliedros côncavos. 4. Classificação Os poliedros convexos possuem nomes espe- ciais de acordo com o número de faces, como por exemplo: • Tetraedro: quatro faces. • Pentaedro: cinco faces. • Hexaedro: seis faces. • Heptaedro: sete faces. • Octaedro: oito faces. • Icosaedro: vinte faces. 5. Relação de Euler Muitos dos símbolos matemáticos que são usados hoje se devem ao matemático suíço 32 UEA – Licenciatura em Matemática Leonard Euler, nascido em Basiléia (1707- 1783). Ele foi o primeiro a usar a letra e para denotar a base dos logaritmos naturais, o pri- meiro a usar a letra grega π e o primeiro a usar i como sendo a raiz quadrada de –1 ( ). Embora a descoberta do resultado do teorema que relaciona vértices, faces e arestas de um poliedro regular convexo seja atribuída a Des- cartes (1596-1650), a fórmula V – A + F = 2 leva o nome de Euler, quealém de tê-la redes- coberto, publicou uma demonstração em 1751. Euler Além de estudar Matemática, dedicou-se tam- bém à Teologia, Medicina, Astronomia, Física e às línguas orientais. É considerado O mestre de todos os matemáticos do século XVIII pelo fato de as suas pesquisas terem aberto novos caminhos para a Matemática. Em 1741, recebeu um convite para exercer o cargo de vice-presidente da seção de Mate- mática da Academia de Berlim. Durante o lon- go período em que aí permaneceu, escreveu mais de trezentos trabalhos científicos. Mas, em 1776, quando retorna à Rússia, descobre que estava perdendo a visão do olho que lhe restava. Mesmo completamente cego, Euler, auxiliado por seus filhos Kraff e Lexill, escrevia numa lousa colocada em sua casa as novas descobertas Matemáticas que fazia. Em todo poliedro convexo, é válida a relação seguinte: V – F + A = 2 Tal relação é demonimana relação de Euler, em que V é o número de vértices, A é o número de arestas e F, o número de faces. Exemplo: Verifique se os poliedros abaixo satisfazem a relação de Euler a) Solução: V = 9, A = 18, F = 11 V – A + F = 9 – 18 + 11 = 2 Portanto satisfaz a relação de Euler. b) Solução: V = 14, A = 21, F = 9 V – A + F = 14 – 21 + 9 = 2 Portanto satisfaz a relação de Euler. c) Solução: V = 16, A = 32, F = 16 V – A + F = 16 – 32 + 16 = 0 Portanto não satisfaz a relação de Euler. Observação – Os poliedros para os quais é válida a relação de Euler são chamados euleri- anos. 33 5. Poliedros de Platão Esse nome dado a alguns poliedros deve-se ao filósofo grego Platão (427-348 a.C.), discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles. Foi fundador da Academia de Atenas onde se ensinava Matemática, Ginástica e Filosofia. Ele valorizava muito a Matemática, por ela nos dar a capaci- dade de raciocínio abstrato. Na entrada da sua academia, havia a seguinte afirmação: “Que aqui não adentre quem não souber geometria”. Platão 5.1 Definição Um poliedro é chamado “poliedro de Platão” se, e somente se, satisfaz as três seguintes condições: a) todas as faces têm o mesmo número (n) de arestas; b) todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número (m) de arestas, ou seja, de cada vértice parte o mesmo número (m) de ares- tas; c) vale a relação de Euler (V – F + A = 2). 5.2 Propriedade Existem cinco, e somente cinco, classes de poliedros de Platão, que são: tetraedro, hexae- dro, octaedro, dodecaedro, icosaedro. Observe que todos eles satisfazem as condições citadas. 6. Poliedros regulares 6.1 Definição: Um poliedro convexo é regular quando: a) suas faces são polígonos regulares e con- gruentes; b) seus ângulos poliédricos são congruentes. 6.2 Propriedade Existem cinco, e somente cinco, tipos de poliedros regulares convexos, que são: tetrae- dro regular, hexaedro regular, octaedro regular, dodecaedro regular e icosaedro regular. Observe que: a) se suas faces são polígonos regulares e congruentes, então todas têm o mesmo número de arestas; b) se seus ângulos poliédricos são congru- entes, então todos têm o mesmo número de arestas. Portanto temos: Todo poliedro regular convexo é poliedro de Platão, mas nem todo poliedro de Platão é poliedro regular. Por exemplo, uma caixa de bombons como a da figura a seguir é um poliedro de Platão (hexae- dro), mas não é um poliedro regular, pois as faces não são polígonos regulares e congruentes. Johann Kepler (1571-1630) descobriu dois po- liedros que são, simultaneamente, regulares e não-convexos: o pequeno dodecaedro estrela- do e o grande dodecaedro estrelado. Pequeno dodecadro Grande dodecadro estrelado estrelado Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides 34 UEA – Licenciatura em Matemática Dentre os vários poliedros serão destacados nos temas a seguir os prismas e as pirâmides. Aula prática 1: Construção dos poliedros Objetivos: • Visualizar os poliedros bem como as suas planificações. • Verificar a relação de Euler nos poliedros construídos e nas embalagens do cotidi- ano. • Verificar as propriedades dos poliedros convexos, de Platão e regulares nos polie- dros construídos e nas embalagens. • Determinar experimentalmente a área total e o volume dos poliedros. ATIVIDADE 1 Material: • Embalagens do cotidiano com formas difer- entes. Descrição: • Identificar, nas embalagens, as que são poliedros, poliedros convexos, de Platão e/ou poliedros regulares. ATIVIDADE 2 Material: • Canudinhos (com cores diferentes). • Tesoura. • Cola. • Barbante. • Modelo do anexo. Descrição: • Confeccionar, com canudinhos, os polie- dros de Platão conforme os modelos dos anexos 1 a 4. ATIVIDADE 3 Material: • Folhas de papel cartão. • Tesoura. • Cola. • Elásticos coloridos. • Modelo dos anexos 5 a 9. Descrição: • Confeccionar, em papel cartão, a planifi- cação dos poliedros de Platão conforme modelo do anexo 5 a 9. • Colorir as faces dos poliedros; recortar a planificação. • Obter o valor da área total dos poliedros antes de montá-los. • Dobrar as arestas e depois unir com cola as que estiverem nas bordas da planificação. • Obter experimentalmente o valor do volume dos poliedros. 1. Determine o número de vértices de um poliedro convexo que tem 3 faces triangulares, 1 face quadrangular, 1 pentagonal e 2 hexagonais. 35 2. Num poliedro convexo de 10 arestas, o número de faces é igual ao número de vértices. Quantas faces tem esse poliedro? 3. Num poliedro convexo, o número de arestas excede o número de vértices em 6 unidades. Calcule o número de faces desse poliedro. 4. Um poliedro convexo apresenta faces quad- rangulares e triangulares. Calcule o número de faces desse poliedro, sabendo que o número de arestas é o quádruplo do número de faces triangulares, e o número de faces quadrangu- lares é igual a 5. 5. Um poliedro convexo tem 11 vértices, o número de faces triangulares igual ao número de faces quadrangulares e uma face pentago- nal. Calcule o número de faces desse poliedro. 6. Calcule o número de faces triangulares e o número de faces quadrangulares de um po- liedro com 20 arestas e 10 vértices. 7. Um poliedro de sete vértices tem cinco ângu- los tetraédricos e dois ângulos pentaédricos. Quantas arestas e quantas faces tem o poliedro? 8. Ache o número de faces de um poliedro con- vexo que possui 16 ângulos triedros. 9. Determine o número de vértices, arestas e faces de um poliedro convexo formado por cinco triedros, sete ângulos tetraédricos, nove ângulos pentaédricos e oito ângulos hexaédri- cos. 10. Um poliedro convexo possui 1 ângulo pentaé- drico, 10 ângulos tetraédricos, e os demais triedros. Sabendo que o poliedro tem número de faces triangulares igual ao número de faces quadrangulares, 11 faces pentagonais, e no total 21 faces, calcule o número de vértices do poliedro convexo. 11. O “cubo-octaedro” possui seis faces quadra- das e oito triangulares. Determine o número de faces, arestas e vértices desse sólido euleri- ano. TEMA 04 PRISMAS 1. Definição Consideremos um polígono convexo (região poligonal convexa) ABC...DE situado num plano α e o segmento de reta ⎯PQ, cuja reta suporte intercepta o plano α. Chama-se prisma (ou pris- ma convexo) à reunião de todos os segmentos congruentes e paralelos a ⎯ PQ, com uma extre- midade nos pontos do polígono e situados num mesmo semi-espaço dos determinados por α. Em outras palavras, prisma é um sólido geométrico (poliedro convexo) delimitado por faces planas, no qual as bases se situam em planos paralelos. Várias embalagens utilizadas têm a forma de prisma, conforme mostra a figura a seguir. 2. Elementos do prisma Bases – São as regiões poligonais Ex.: ABCDE e A’B’C’D’E’. Faces laterais– São os paralelogramos. Ex.: ABA’B’ e BCB’C’. Arestas das bases – São os lados do polí- gono da base. Ex.: ⎯ AB e . Arestas laterais – São os lados dos paralelo- gramos. Ex. ⎯ AA’, ⎯ CC’ Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides 36 UEA – Licenciatura em Matemática Altura – É distância entre os planos que con- têm as bases. 3. Classificação dos prismas Quanto à inclinação das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos. Prisma reto é aquele cujas arestas laterais são perpendiculares aos planos das bases. Nesse caso, as faces laterais são retângulos. Prisma oblíquo é aquele cujas arestas são oblíquas aos planos das bases. Prisma regular é um prisma reto cujas bases são polígonos regulares. Por exemplo, o prisma esquerdo da figura acima é um prisma regular. 4. Natureza do prisma A natureza do prisma é dada de acordo com o polígono da base. Exemplo: Ache a natureza de um prisma, sabendo que ele possui: a) 7 faces b) 24 arestas Solução: a) V = 2n; A = 3n; F = 7 Como no prisma é válida a relação de Euler, tem-se: V – A + F = 2 2n – 3n + 7 = 2 n = 5 Logo, o prisma é pentagonal. b) V = 2n; A = 24; F = n+2 V – A + F = 2 2n – 24 + n + 2 = 2 3n – 22 = 2 n = 8 Logo, o prisma é octogonal. 5. Secção do prisma Secção de um prisma é a interseção do prisma com um plano que intercepta todas as arestas laterais. A secção de um prisma é um polígono com vértice em cada aresta lateral. Secção reta ou secção normal é uma secção cujo plano é perpendicular às arestas laterais. 6. Tronco do prisma Quando se secciona um prisma por um plano não paralelo aos planos das bases, a região espacial delimitada pela base do prisma e pela região poligonal do plano que o seccionou é denominado tronco de prisma, conforme mos- tra a figura a seguir. Secção do prisma Prisma seccionado POLÍGONO NOME triângulo Prisma triangular quadrado Prisma quadrangular pentágono Prisma pentagonal hexágono Prisma hexagonal ..... ..... 37 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides 7. Diagonal do prisma A diagonal de um prisma é o segmento de reta que une dois vértices situados em faces distintas. 7.1 Diagonal do cubo Considere o cubo de aresta a, com diagonal da base ƒ e diagonal do cubo d, conforme mostra a figura. Iniciemos calculando a medida ƒ. No ΔEFH, ao aplicar o teorema de Pitágoras, temos: ƒ2 = a2 + a2 ⇒ ƒ2 = 2a2 ⇒ ƒ = ⇒ ƒ = a No ΔIHF, ao aplicar o teorema de Pitágoras, tem-se: d2 = a2 + ƒ2 ⇒ d2 = a2 + 2a2 ⇒ d2 = 3a2 ⇒ d = a Portanto: A diagonal de um cubo de aresta a é: d = a . Exemplo: Se a aresta de um cubo mede 100cm, encontre a distância de um vértice do cubo à sua diagonal. Solução: Seja d a diagonal do cubo, ƒ a diagonal da face do cubo (o quadrado), a aresta do cubo e x a distância do vértice B à sua diagonal d, conforme a figura a seguir. Considerando o triângulo ABC retângulo em B, podemos utilizar a relação métrica em que o produto da medida da hipotenusa pela medida da altura relativa à hipotenusa é igual ao pro- duto das medidas dos catetos. Portanto: d.x = a.f (I) Cálculo da diagonal do cubo (d): d = a = 100 cm Cálculo da diagonal do quadrado (ƒ): ƒ = a = 100 cm Substituindo d = 100 cm, ƒ = 100 cm e a = 100cm na expressão (I) temos: Racionalizando o valor de x, temos: Resposta: A distância de um vértice do cubo à sua diagonal é de . 7.2 Diagonal do paralelepípedo retângulo Considere o paralelepípedo retângulo de ares- tas a, b e c com diagonal da base ƒ e diagonal do paralelepípedo retângulo d. Iniciemos calculando a medida ƒ da diagonal da face EFGH: 38 UEA – Licenciatura em Matemática No ΔEFH, ao aplicar o teorema de Pitágoras, temos: ƒ2 = a2 + b2 ⇒ ƒ = No ΔHFI, ao aplicar o teorema de Pitágoras, temos: d2 = ƒ2 + c2 ⇒ d2 = a2 + b2 + c2 ⇒ D = Aula prática 2: Construção dos prismas Objetivos: • Visualizar os prismas construídos. • Identificar os elementos de alguns prismas regulares. • Classificar os prismas em retos ou oblíquos. • Identificar os prismas regulares. • Visualizar a secção dos prismas. • Determinar a quantidade de faces, arestas e vértices dos primas obtidos. • Verificar a validade da relação de Euler nos prismas. • Visualizar a diagonal do cubo e do para- lelepípedo retângulo. • Deduzir a expressão para o cálculo da dia- gonal do cubo e do paralelepípedo retângulo. Atividade 1 Material: • Geoplano 3D. • Elásticos coloridos. Descrição: • Construir alguns prismas retos e oblíquos. • Construir alguns prismas regulares identifi- cando seus elementos, secções e verifi- cando a validade da relação de Euler. • Construir alguns prismas não-regulares, identificando a altura. Atividade 2 Material: • Acetato. (ou papel cartão). • Tesoura. • Cola. Descrição: • Construir o cubo e o paralelepípedo retân- gulo utilizando acetato (ou papel cartão). • Construir um triângulo retângulo em que um dos catetos tem a medidas da aresta do cubo construído, e o outro tem a medida da diagonal da face do cubo. • Calcular a diagonal do cubo utilizando o teorema de Pitágoras. • Construir um triângulo retângulo em que um dos catetos tem a medida da altura do paralelepípedo retângulo construído, e o outro tem a medida da face do para- lelepípedo. • calcular a diagonal do paralelepípedo retân- gulo utilizando o teorema de Pitágoras. 39 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides TEMA 05 PLANIFICAÇÃO E ÁREA DO PRISMA 1. Planificação do prisma Para facilitar a obtenção da área da superfície de um sólido é necessário representar o sólido (tridimensional) no plano (bidimensional). Para isso, é preciso “abri-lo”, de modo que seus ele- mentos (faces laterais, bases, vértices e ares- tas) estejam representadas num determinado plano, conforme mostra a figura a seguir. 2. Área do prisma Observe, na figura do prisma planificado, que para calcular a área lateral (Al) deve-se calcu- lar a área de uma das faces laterais (Afl) e, por serem congruentes, multiplicar o resultado pela quantidade de faces (n). Logo: Al = n . Afl. Tratando-se de prisma reto, as faces laterais são retângulos e, portanto, a área do retângulo é dada pelo produto entre a medida da aresta da base (l) pela medida da altura do prisma (h). Logo: Al = n. l.h Para calcular a área das bases, deve-se calcu- lar a área de um dos polígonos da base (Ab) e, por serem congruentes, multiplicar o resultado por 2. Para calcular a área total (At) deve-se somar a área lateral com a área das bases. Portanto: Área total do prisma: At = Al + 2Ab At = n . Afl + 2Ab At = n . l . h + 2Ab Em que: A l é a área lateral, e Ab é a área de uma das bases. Afl é área de uma das face laterais. n = quantidade de faces laterais. l = aresta da base. h = altura do prisma. 2.1 Área do cubo Como o cubo possui 4 faces laterais quadran- gulares congruentes e 2 bases quadradas de mesma área, temos: At = Al + 2Ab Acubo = 4a2 + 2a2 Acubo = 6a2 em que a = aresta do cubo. 2.2 Área do paralelepípedo retângulo Para a área lateral, temos: Al = 2a.c + 2b.c Substituindo na expressão da área do prisma temos: At = A l + 2Ab Aparalel. = 2a.c + 2b.c + 2a.b em que a = comprimento; b = largura; c = altura. 40 UEA – Licenciatura em Matemática Exemplo 1: Calcule a área total do prisma de 8dm de altura e cuja base é um quadrado inscrito num círcu- lo de 6dm de raio. Solução: Representando o prisma enunciado no proble- ma, tem-se a figura a seguir. Iniciemos calculando a área da base. Área da base (Ab) – Destacando o quadrado inscrito na circunferência, temos: Para calcular a medida da aresta da base l, deve- se utilizar a diagonaldo quadrado, pois d = l . Sendo a diagonal do quadrado o dobro da medida do raio, tem-se: d = l ⇒ 2r = l ⇒ 2.6 = l ⇒ 12 = l Racionalizando o valor de l, temos: l = Substituindo o valor de l na expressão da área da base, temos: Área da base: Ab = l2 = (6 )2 = 36.2 = 72dm2. (I) Agora, calculemos a área lateral do prisma (Al). Como o prisma possui 4 faces laterais (retân- gulos), a área lateral é igual a quatro vezes a área de cada retângulo (Ar). Al = 4Ar = 4 . l . h = 4 . 6 . 8 = 4.48 dm2 (II) Substituindo os valores obtidos em (I) e (II) para a área da base (Ab) e área lateral (Al) na expressão da área total (At), temos: Área total no prisma: At = Al + 2Ab = 4 . 48 + 2 . 72 = 4 . 48 + 144 = 48(3 + 4 )dm2 Resposta: A área total do prisma é 48(3 + 4 )dm2. Exemplo 2: Joana pretende confeccionar embalagens em forma de prisma reto hexagonal regular com aresta da base medindo 3cm e aresta da face lateral medindo 6cm. Sabendo que para con- feccionar a embalagem o material utilizado custa R$3,00/cm2, quanto Joana gastará? Obs.: adote ≈ 1,73. Solução: Para saber quanto Joana irá gastar, é ne-cessário saber a área total da embalagem. Planificando o prisma hexagonal, temos a figura a seguir. Considerando: Medida da aresta lateral: r = 6cm Medida da aresta da base: s = 3cm Iniciemos calculando a área lateral do prisma: Como o prisma possui 6 faces laterais (retân- gulos), a área lateral é igual a seis vezes a área de cada retângulo (Ar). Área lateral: Al = 6 . Ar = 6. r . s = 6.(6 . 3) = 108cm2. Área da base – Como a base é um hexágono regular que pode ser decomposto em seis triângulos eqüiláteros, a área de um hexágono regular é igual a seis vezes a área do triângulo eqüilátero(Atri.). 41 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides Sendo a medida do lado do triângulo eqüilátero a mesma medida da aresta da base (s), tem-se: Ab = 6 . Atri = 6. = 6. = = cm2. Área total: At = Al + 2Ab At = 108 + 2. At = 9(12 + 3 )cm2. Agora, que temos a área total, podemos obter o custo total. Como o material utilizado na embalagem custa R$ 0,30 cada centímetro quadrado, o custo total (Ct) será 0,3 vezes a área total. Ct = 0,3. At = 0,3.9(12+3 ) = 46,413 ≈ R$ 46,41 Resposta: Joana gastará aproximadamente R$ 46,41. Exemplo 3: Um prisma triangular regular tem a aresta da base medindo 10dm. Em quanto se deve au- mentar a altura, conservando-se a mesma base, para que a área lateral do novo prisma seja igual a área total do prisma dado? Solução: Sendo l = 10dm, considere Al2 a área lateral do novo prisma, At1 área total do prisma dado, em que Al2 = At1, h = altura do prisma dado, h2 altura do novo prisma e x o acréscimo dado à medida da altura do novo prisma, conforme mostra a figura a seguir. Iniciemos calculando Al2: Sendo Ar a área do retângulo de cada face, temos: Al2 = 3.Ar = 3 . l . h2 = 3.(10h2) = 30h2 ⇒ Al2 = 30(h + x) Para calcular a área total do prisma dado, é necessário calcular a área da base e a área la- teral deste prisma. Área da base do prisma dado: (I) Área lateral do prisma dado: Al1 = 3.(l . h) = 3.(10h) = 30h (II) Substituindo os valores obtidos em (I) e (II) na expressão da área total do prisma dado, temos: At1 = Al1 + 2Ab = 30h + 2.25 = 30h + 50 Como Al2= At1, temos: 30(h + x) = 30h + 50 30h + 30x = 30h + 50 30x = 50 1. A figura a seguir apresenta a planificação de um prisma triangular. Calcular sua área total. 42 UEA – Licenciatura em Matemática 2. Sabe-se que a diagonal de um cubo mede 2,5cm. Em quanto se deve aumentar a aresta desse cubo para que sua diagonal passe a medir 5,5cm? 3. A diferença entre as áreas totais de dois cubos é 164,64cm2. Calcule a diferença entre as suas diagonais, sabendo que a aresta do menor mede 3,5cm. 4. A aresta da base de um prisma hexagonal re- gular mede 8cm. Em quanto se deve diminuir a altura desse prisma de modo que se tenha um novo prisma com área total igual à área lateral do prisma dado? 5. A aresta lateral de um prisma reto mede 12m; a base é um triângulo retângulo de 150m2 de área e cuja hipotenusa mede 25m. Calcule a área total desse prisma. 6. Um prisma pentagonal regular tem 8cm de altura, sendo 7cm a medida da aresta da base. Calcule a área lateral desse prisma. Aula prática 3: Planificação e área dos prismas Objetivos: • Visualizar as planificações dos prismas. • Estabelecer a correspondência entre as pla- nificações e os prismas. • Deduzir a expressão para o cálculo da área do prisma incluindo área do cubo e do paralelepípedo retângulo. • Obter o valor da área dos prismas construí- dos. Atividade 1 Material: • Folhas de papel cartão. • Tesoura. • Cola. Descrição: • Confeccionar, em papel cartão, as possíveis planificações do cubo conforme figura. • Recortar as planificações. • Dobrar as arestas e montar o sólido. • Verificar que em todos os casos foi possível a construção do cubo, pois a soma dos ângulos dos três quadrados unidos a cada vértice é 270o, portanto, menor que 360o. Atividade 2 Material: • Folhas de papel cartão (2 cores diferentes). • Tesoura. • Cola. • Modelos dos anexos 10 a 12. Descrição: • Confeccionar, em papel cartão, a planifi- cação dos prismas regulares conforme modelo do anexo 10 a 12. • Recortar a planificação. • Confeccionar, em papel cartão, (com cor diferente da utilizada na planificação) triân- gulos eqüiláteros cuja medida do lado é a mesma da aresta da base do prisma. • Sobrepor os triângulos a uma das bases. • Calcular a área lateral, da base e total do prisma. • Dobrar as arestas e montar o prisma. Atividade 3 Recurso didático: • Software Poly Pro1. Descrição: • Selecionar um dos prismas disponíveis no software Poly Pro utilizando a opção Prisms and Anti-Prisms. • Planificar e comparar com a planificação obtida na atividade 2. (1) Software geométrico disponível em: www.peda.com/download 43 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides TEMA 06 VOLUME DO PRISMA 1. Volume de um sólido Volume de um sólido é a quantidade de espaço por ele ocupada. Essa quantidade é determinada comparando esse sólido com um outro tomado como unidade (que geralmente é o cubo). Dessa comparação resulta um nú- mero que será a medida do volume. Para calcular o volume de um prisma qualquer, será necessário primeiramente entender o princípio de Cavalieri. Observe na figura a seguir que de um sólido constituído por 10 lajotas (paralelepípedos retângulos), todas do mesmo tamanho, podem ser formadas pilhas das mais variadas formas. Mas, qualquer que seja a disposição dada às lajotas essas pilhas têm o mesmo volume, ou seja, ocupam a mesma quantidade de espaço. pilha 1 pilha 2 pilha 3 Idéia intuitiva do Princípio de Cavalieri Considere dois sólidos A e B com base num mesmo plano α e situados num mesmo semi- espaço por ele determinado. Qualquer plano β, secante aos sólidos A e B, paralelo a α, determina, nesses sólidos superfícies de áreas iguais (superfícies equivalentes), conforme mostra a figura a seguir. Com essa idéia intuitiva, pode-se formalizar o chamado Princípio de Cavalieri. 44 UEA – Licenciatura em Matemática Bonaventura Cavalieri(1598-1647) foi um dos matemáticos mais influentes de sua época. Discípulo de Galileu Galilei, foi também astrônomo, devendo-se a ele, em grande parte, o método dos indivisíveis desenvolvido a partir de 1626. Cavalieri não definia em suas obras o que vinham a ser os indivisíveis. Segundo ele, porém, uma figura plana seria formada por uma infinidade de cordas paralelas entre si e uma figura sólida por uma infinidade de secções paralelas entre si. A essas cordas e a essas secções chamava de indivisíveis. Em um de seus livros, diziaque um sólido é formado por indivisíveis assim como um livro é compos- to de páginas. Daí a idéia de interceptar o sóli- do por planos paralelos. Bonaventura Cavalieri Principio de Cavalieri: Dois sólidos, nos quais todo plano secante, paralelo a um dado plano, determina superfícies de áreas iguais (superfícies equivalentes), são sólidos de volumes iguais (sólidos equivalentes). Sólidos equivalentes α // β e A1 = A2 ⇒ VS1 = VS2 Adotando um paralelepípedo retângulo S2 cuja área da base é B e cuja altura é h, temos que o volume do paralelepípedo retângulo é dado por: VS2 = B . h Para utilizar o princípio de Cavalieri, considere agora um prisma S1 de altura h e área da base Ab (a mesma do paralelepípedo retângulo). Supondo que S1 e S2 têm as bases num mesmo plano α e estão num mesmo semi- espaço em relação a α, então todo plano β paralelo a α, que interceptar S1, também inter- ceptará S2, e as secções transversais terão áreas iguais, pois são congruentes às respecti- vas bases. Assim, pelo princípio de Cavalieri, o volume do prisma S1 é igual ao volume do paralelepípedo S2. Logo, temos: VS1 = VS2 Vprisma1 = B . h Exemplo 1: A água de um reservatório na forma de um paralelepípedo retângulo de comprimento 30m e largura 20m atingia a altura de 10m. Com a falta de chuvas e o calor, 1.800m3 da água do reservatório evaporaram. Qual a altura máxima atingida pela água restante no reservatório? Solução: Sendo a = 30m, b = 20m, c = 10m e o volume evaporado(Ve)=1800m3, considere x a altura do reservatório depois que a água evaporou, conforme a figura. Iniciemos calculando o volume inicial do reser- vatório (Vi): Vi = a . b . c = 30.20.10 = 6000m3 Volume final do reservatório (Vf): Utilizando o volume evaporado, tem-se: Vf = Vi – Ve = 6000 – 1800 = 4200m3 45 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides Utilizando as dimensões do reservatório com altura x, tem-se: Vf = a . b . x = 30.20. x = 600x Portanto temos: 600x = 4200 = 7m Resposta: A altura máxima atingida pela água restante no reservatório é de 7 metros. Exemplo 2: Paulo tem um galpão com as medidas indi- cadas na figura. Qual o volume do galpão? Solução: O volume do galpão (Vg) será dado pela soma dos volumes do paralelepípedo retângulo (Vparal.) e do prisma triangular (Vpri) – parte superior do galpão. Volume do paralelepípedo retângulo(Vparal.): Vparal. = 4.8.20 = 640m3 Volume do prisma triangular(Vpri): Vpri = Ab . h = Atri . h em que: Atri é a área do triângulo e h a altura do prisma. Lembrando que em um triângulo qualquer a área é dada por: , onde: p é o semiperímetro do triângulo. logo ; a, b e c são as medidas dos lados do triângulo. Sendo a = 8m e b = c = 5m, temos: p = 9m Portanto: Vpri = Atri . h = 12 . 20 = 240m3 Calculando agora o volume do galpão, temos: Vg = Vparal. + Vpri = 640 + 240 Vg = 880m3 Exemplo 3: A altura h de um paralelepípedo retângulo mede 60cm, sendo a sua base um quadrado. A diagonal do paralelepípedo forma um ângu- lo de 60° com o plano da base. Determine o volume do paralelepípedo retângulo. Solução: Representando o paralelepípedo retângulo descrito no problema, tem-se a figura a seguir. Para determinar o volume do paralelepípedo retângulo, é necessário encontrar a área da base, que por sua vez depende da medida a. Podemos encontrar o valor de a por meio da relação entre a medida da aresta do quadrado a e sua diagonal ƒ. Com os elementos caracterizados na figura e considerando o triângulo ABC, temos: Utilizando a função trigonométrica tangente que relaciona o cateto oposto ao ângulo de 60o h e o cateto adjacente a este ângulo ƒ, temos: Substituindo o valor de ƒ na relação ƒ = a , temos: Racionalizando o valor de a, temos: 46 UEA – Licenciatura em Matemática Agora, podemos encontrar a área da base (Ab): Portanto, temos: V = Ab . h = 600 . 60 = 36000cm3 O volume do paralelepípedo retângulo é 36000cm3 Exemplo 4: Uma caixa cúbica sem tampa, com 1 litro de capacidade, está completamente cheia de leite. Inclina-se a caixa 30o em relação ao plano horizontal, de modo que apenas uma de suas arestas fique em contato com o plano, con- forme mostra a figura. Qual o volume em cm3 do leite derramado? Solução: Como o leite derramado está contido em um prisma triangular, para calcular o volume (V) é necessário calcular a área da base do triângu- lo e a altura deste prisma. Como o volume do cubo = a3 e 1l = 1dm3, temos: a3 = 1 ⇒ a = 1dm Considere o triângulo retângulo ABC, pois m(BA^C) = 90º sendo b a medida da base do triângulo e a a medida da aresta do cubo. Como a reta é paralela ao plano da base onde está apoiado o cubo, então m(AC^B) = 30º, que é a inclinação do cubo em relação ao plano conforme mostra a figura a seguir. Destacando no prisma triangular o ΔABC, temos: Como o volume do leite derramado V = Ab . h e sendo Ab a área do triângulo retângulo ABC, temos: (I) Portanto, para obter V, é necessário obter o valor de b. Para isso, podemos utilizar a função trigonométrica tangente que relaciona o cateto oposto ao ângulo de 30o (b) e o cateto adja- cente a este ângulo (a). Logo: Substituindo o valor de b na expressão (I), tem- se: Como 1dm3 = 1000cm3, tem-se que: Resposta: O volume em cm3 do leite derramado é: Exemplo 5: Determine o volume de um prisma reto de 10cm de altura e cuja base é um hexágono regular de apótema 3 cm. Solução: Para calcular o volume é necessário calcular a área do hexágono. Logo, Ab = 6Atri, onde Atri é a área de cada 47 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides triângulo que compõe o hexágono, conforme a figura a seguir. Destacando no prisma triangular o ΔABC, temos: Para calcular a área de cada triângulo que com- põe o hexágono, é necessário obter as medidas da base (a) e da altura (m) do triângulo. Para obter o valor de a, podemos utilizar o tri- ângulo retângulo ABC, pois contém o apótema m = 3 cm Utilizando o teorema de Pitágoras no triângulo ABC, temos: (I) Substituindo m = 3 cm na expressão (I), temos: Sendo e substituindo a expressão de m na área do triângulo, temos: Portanto: (II) Agora, podemos substituir o valor de a na expressão (II). Substituindo o valor da área da base Ab = 54 cm2 e h = 10cm na expressão do volume do prisma, temos: V = Ab . h = 54 . 10 V = 540 cm3 Resposta: O volume do prisma reto é 540 cm3. 1. Calcule a área total e o volume de um prisma hexagonal regular de 12m de aresta lateral e 4m de aresta da base. 2. Um prisma hexagonal regular tem a área da base igual a 96 cm2. Calcule a área lateral e o volume do prisma, sabendo que a altura é igual ao apótema da base. 3. Um prisma reto tem por base um losango em que uma de suas diagonais é os da outra, e a soma de ambas é 14cm. Calcule o volume desse prisma, sabendo que sua altura é igual ao semiperímetro da base. 4. Calcule o volume e a área total de um prisma cuja base é um triângulo eqüilátero de 6dm de perímetro, sendo a altura do prisma o dobro da altura da base. 5. Calcule o volume de um prisma triangular re- gular, sendo todas suas arestas de mesma medida, e sua área lateral 33m2 6. Calcule o volume de um prisma quadrangular regular cuja área total tem 144m2, sabendo que sua área lateral é igual ao dobro da área da base. 48 UEA – Licenciatura em Matemática 1. Dispondo-se de uma folha de cartolina, medin- do 50cm de comprimento por 30cm de largura, pode-se construir uma caixa aberta, cortando- se um quadrado de 8cm de lado em cada canto da folha. O volume dessa caixa, em cm3, será: a) 1244 b) 1828 c) 2324 d) 3808 e) 12000 2. A aresta, a diagonal e o volume de um cubo estão, nessa ordem, em progressão geométri- ca. A área total deste cuboé: a) 6 b) 6 (2 – I) c) 3 d) 12 e) 18 3. As dimensões de um paralelepípedo retângulo são inversamente proporcionais aos números 12, 6 e 4. Se sua área total é 88cm2, o seu vol- ume, em cm3 é: a) 288 b) 144 c) 128 d) 64 e) 48 4. Considere um paralelepípedo com 12m de comprimento, 4m de largura e 3m de altura. Se o seu volume for aumentado de 624m3, então sua altura aumentará de: a) 7m b) 9m c) 11m d) 13m e) 12m 5. Numa cozinha de 3m de comprimento, 2m de largura e de 2,80m de altura, as portas e as janelas ocupam uma área de 4m2. Para azule- jar as quatro paredes, o pedreiro aconselha a compra de 10% a mais da metragem a ladrilhar. A metragem quadrada de ladrilhos a comprar é: a) 24,40 b) 24,8O c) 25,50 d) 26,40 e) 26,80 6. O volume de ar contido em um galpão com a forma e as dimensões dadas pela figura abai- xo é: a) 288 b) 384 c) 480 d) 360 e) 768 7. De um bloco cúbico de isopor de aresta 3a recorta-se o sólido, em forma de “H”, mostrado na figura. O volume do sólido é: a) 27 a3 b) 21 a3 c) 18 a3 d) 14 a3 e) 9 a3 Aula prática 3: Princípio de Cavalieri Objetivos: • Visualizar a equivalência de dois sólidos a partir de superfícies equivalentes. • Deduzir a expressão para o cálculo do vo- lume de um prima a partir do volume de um paralelepípedo. Material: • Emborrachado ou pedaços de madeira. Atividade 1: • Confeccionar cilindros (ou cubos, ou pris- mas triangulares ou qualquer outro sólido) de aproximadamente 1cm de altura e mesma área. • sobrepor as peças confeccionadas de ma- 49 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides neira diferente, formando dois sólidos dis- tintos. • Comparar os volumes dos dois sólidos obtidos. Atividade 2: Material: • Folhas de acetato (ou papel cartão, 2 cores diferentes). • Tesoura e cola. • Areia (ou grãos, bolas de isopor pequenas). Descrição: • Confeccionar, em papel cartão, um prisma reto regular. • Confeccionar, em papel cartão, um para- lelepípedo retângulo com cor diferente do prisma regular confeccionado e cuja base e altura sejam as mesmas do prisma reto regular. • Encher o paralelepípedo retângulo com algum material de baixa densidade (ex.: iso- por) e despejar no prisma regular. • Comparar os volumes. • Determinar a expressão para o volume do prisma. TEMA 07 PIRÂMIDES 1. Definição Consideremos uma região poligonal contida em um plano α e um ponto V localizado fora desse plano. Uma pirâmide é a reunião de todos os seg- mentos que têm uma extremidade em V e a outra num ponto qualquer da região poligonal. O ponto V recebe o nome de vértice da pi- râmide. 2. Histórico As pirâmides mais famosas foram construídas no Egito antigo por volta de 2600 a 2500 a.C. Elas eram utilizadas para sepultar famílias reais. As pirâmides de Gizé existem até hoje e são for- madas por um conjunto de nove pirâmides construídas pelos faraós Quéops, Quéfrem e Miquerinos. A mais alta chama-se Quéops e mede 138 metros de altura. O historiador grego Heródoto, escrevendo 2400 anos atrás, calcu- lou que 100.000 homens trabalharam durante 20 anos para a completa construção da Grande Pirâmide. Calcula-se também que foram usa- dos 2,3 milhões de blocos de pedra para cons- truí-la, cada bloco pesando 2,5 toneladas. Pirâmides foram também construídas por out- ros povos, como os maias, na América Central, entre 300 e 900 d.C., e mais tarde pelos aste- cas. Eram usadas como templos para ado- 50 UEA – Licenciatura em Matemática ração ao Sol, à lua e aos seus deuses da chuva. As formas piramidais foram usadas por tribos indígenas e mais recentemente por escoteiros para construir barracas. 3. Elementos da pirâmide Vértice: o ponto V. Base: a região poligonal. Ex.: ABCDEF Faces laterais: regiões triangulares. Ex.: AVB, BVC, CVD. Arestas da base: lados do polígono da base. Ex.: ⎯⎯ AB e ⎯⎯ BC. Arestas laterais: lados dos triângulos. Ex.: ⎯⎯ AV. Altura: distância do vértice à base (h). 4. Classificação das pirâmides As pirâmides podem ser classificadas de acor- do com a projeção do vértice sobre o plano da base como oblíquas ou retas. Pirâmide oblíqua – É uma pirâmide cuja pro- jeção ortogonal do vértice V sobre o plano da base não coincide com o centro da base. Pirâmide reta – É uma pirâmide cuja projeção ortogonal do vértice V sobre o plano da base coincide com o centro da base. A pirâmide re- gular é uma pirâmide reta cujo polígono da base é regular. Em uma pirâmide regular, destacamos: 1. As arestas laterais são congruentes. 2. As faces laterais são triângulos isósceles congruentes. 3. O apótema do polígono regular da base é chamado apótema da base. 4. A altura de uma face lateral relativa à aresta da base é chamada apótema da pirâmide. Numa pirâmide regular, considere: a, a aresta da base; h, a altura da pirâmide; m, o apótema da base; g, o apótema da face; l, a aresta lateral; r, o raio do círculo que circunscreve a base. Podemos obter as seguintes relações analisan- do os triângulos VOM, VOR e VMS. Do triângulo VOM, temos: Do triângulo VOR, temos: 51 Geometria II – Poliedros, prismas e pirâmides Do triângulo VMS, temos: 5. Natureza da pirâmide Da mesma forma que no prisma, a natureza da pirâmide é dada de acordo com o polí- gono da base. 6. Secção transversal de uma pirâmide Um plano qualquer paralelo ao plano da base, ao interceptar uma pirâmide, nela determina uma região denominada secção transversal, conforme mostra a figura a seguir. 7. Tronco da pirâmide de bases paralelas Quando se secciona uma pirâmide por um plano paralelo ao plano da base, a região espacial delimitada pela base da pirâmide e pela região poligonal determinado no plano que a seccionou é denominado tronco de pirâmide, conforme mostra a figura a seguir. 8. Planificação da pirâmide Ao contrário dos prismas, em que as faces são paralelogramos e possuem duas bases, as pirâmides têm faces triangulares e apenas uma base, conforme mostra a figura de uma pirâmide planificada. 9. Área na pirâmide Observe, na pirâmide regular planificada, que para calcular sua área lateral (Al) deve-se cal- cular a área de uma face lateral (Afl) e multi- plicar pela quantidade de faces (n). Para calcu- lar a área da base (Ab), deve-se calcular a área do polígono da base. Portanto, para calcular a área total da pirâmide (At), soma-se a área late- ral com a área da base. At = Al + Ab = n . Afl + Ab em que: At = área total da pirâmide. n = quantidade de faces laterais. Afl = área da face lateral. Ab = área da base. Exemplo 1: Calcule a área total na pirâmide quadrangular. POLÍGONO NOME triângulo Pirâmide triangular quadrado Pirâmide quadrangular pentágono Pirâmide pentagonal hexágono Pirâmide hexagonal ..... ..... 52 UEA – Licenciatura em Matemática Solução: Uma pirâmide quadrangular possui como base um quadrado e quatro faces triangulares. Logo: n = 4 a = 2cm Ab = 22 = 4cm2 h = 5cm Para calcular a área lateral (Al), é necessário calcular a área da face triangular (Afl), que, por sua vez, depende da altura da face, ou seja, do apótema da pirâmide (g). Como temos a medida do apótema da base (m) e a altura da pirâmide (h), podemos utilizar a expressão obtida em (I) para encontrar g: Logo: Portanto: At = Al + Ab = Exemplo 2: Calcule a área lateral e a área total de uma pirâmide regular hexagonal cujo apótema mede 20cm, sendo 6cm a medida do raio da base. Solução: Como a base é um hexágono regular, temos: r = l = 6cm. Cálculo da área da face lateral (Afl) Cálculo da área lateral (Al) Al = 6 . 60 = 360cm2 Cálculo da área da base (Ab) Portanto a área total da pirâmide é: At = Al + Ab = 360 + 54 ⇒ At = 18(20 + 3
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