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CONTRIBUIÇÕES CLÁSSICAS ABORDAGENS HUMANÍSTICAS ABORDAGENS CONTEMPORÂNEAS Para compreender a administração moderna é necessário o conhecimento dos caminhos pelos quais a teoria administrativa passou ao longo de sua história. O desenvolvimento da administração passou por três etapas distintas no decorrer do século XX: a Era Industrial Clássica; a Era Industrial Neoclássica; e a Era da Informação. Em cada uma dessas etapas a teoria da administração passou por incríveis mudanças. ERA INDUSTRIAL CLÁSSICA O período da industrialização foi fundamental para o aparecimento da teoria administrativa. A industrialização clássica teve seu início no século XIX, como consequência da revolução industrial, e estendeu-se até o século XX, mais precisamente até 1950. Etapa caracterizada pelo capital financeiro (soma do capital bancário -dinheiro- com o capital produtivo- investimentos ações, força de trabalho etc., ou seja, soma do que se tem no banco com os valores adquiridos por meio de transações financeiras) como principal fonte de riqueza O surto de desenvolvimento industrial provocou o gradativo distanciamento entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos. O Brasil somente ingressou nessa era no início Da década de 1940, com a inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). CSN- Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina, e uma das maiores do mundo. Sua principal usina hoje produz cerca de 6 milhões de toneladas de aço bruto e mais de 5 milhões de toneladas de laminados por ano, sendo considerada uma das mais produtivas do mundo. Apesar das duas guerras mundiais que perturbaram essa era, ela se caracterizou por um ambiente empresarial estável, previsível e tranquilo, que exigia permanência e manutenção do status quo (estado atual) das organizações. Nas cinco primeiras décadas do século XX, predominaram 3 abordagens tradicionais da administração. Em cada uma das teorias administrativas é colocado muita ênfase em algum aspecto da administração, deixando de lado outros aspectos que não fazem parte de sua preocupação. Administração científica: enfatizando as tarefas do operário Administração clássica e modelo burocrático: enfatizando a estrutura organizacional Teoria das Relações Humanas: enfatizando o papel das pessoas nas organizações. Essas foram as teorias que nortearam o pensamento básico que norteou a administração nos primeiros 50 anos do século XX. ERA INDUSTRIAL NEOCLÁSSICA Estendeu-se do período de 1950 até 1990 e significou uma etapa de forte transição no mundo dos negócios. O final da Segunda Guerra Mundial liberou as organizações para os seus produtos e serviços originais, e o desenvolvimento tecnológico, incentivados pelo avião a jato; televisão; telefonia digital; computadores de primeira a quarta geração e microcomputadores, que proporcionaram condições básicas para que as organizações da época produzissem, em enormes escalas e com variação de produtos e serviços inovadores. Os mercados passaram de regionais a nacionais e internacionais. O ambiente de negócios tornou-se mutável e em alguns casos instáveis, devido as intensas mudanças sociais, culturais, econômicas e tecnológicas da época. Sendo assim as organizações precisavam operar com inovações e mudanças que o estilo tradicional de administrar não permitia devido a rigidez e pouca adaptabilidade à mudança. A mudança ambiental trouxe novos desafios, como rápida expansão dos mercados, novos produtos e processos e novas tecnologias e, sobretudo, o surgimento de potências emergentes como o Japão e os Tigres asiáticos. Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão encontrava-se arrasado econômica e moralmente, com seu território destruído pelos bombardeios nucleares. Os países e cidades que hoje integram os Tigres Asiáticos, como a Coreia do Sul (recém-separada da Coreia do Norte), Taiwan, Singapura e Hong Kong, eram locais pobres e de poucos recursos. O cenário, portanto, que se tinha naquela época era que o local seria mais uma área de pobreza no mundo, entretanto, o que se viu foi uma mudança radical no pensamento político e econômico da região, transformando esses países e cidades em verdadeiras potências econômicas, principalmente o Japão, 3ª economia do mundo, atrás apenas dos EUA e da China. Aliás, os EUA influenciaram fortemente na recuperação dessa região, principalmente com a ajuda econômica aos países que se alinharam a seu favor na corrida pela hegemonia mundial durante a Guerra Fria. Uma nova realidade começou a mostrar seus contornos - a globalização da economia - e trouxe novos conceitos como qualidade total, produtividade e competitividade como formas de sobrevivência empresarial. O mundo ficou menor e mais intensamente ligado através das modernas tecnologias de comunicação. Ao longo desse novo contexto, surgem as novas abordagens da administração. Nesse período, a teoria clássica é substituída pela neoclássica, a teoria da burocracia pela estruturalista e a teoria das relações humanas pela teoria comportamental. Além disso, surge a teoria de sistemas e mais a frente a teoria da contingência, para explicar a administração em um mundo dinâmico e mutável. ERA DA INFORMAÇÃO O início da década de 1990 marca a terceira etapa do mundo organizacional: a Era da Informação que surge com o tremendo impacto provocado pela tecnologia da informação (TI). A nova riqueza passa a ser o conhecimento, o recurso mais valioso e importante, substituindo o capital financeiro. Em seu lugar surge o capital intelectual. A tecnologia da informação –casamento do computador com a televisão e as telecomunicações- invadiu a vida das organizações e das pessoas. Sendo assim a TI agrega novas características as organizações: Menor espaço: trazendo o conceito de escritório virtual e não-territorial. Por exemplo a redução de escritórios em função de arquivos eletrônicos que limitaram o papelório, e consequentemente a razão de móveis e locais específicos em que eram arquivados. Menor tempo: quando as comunicações tornaram-se móveis, flexíveis, rápidas e diretas, permitindo um maior tempo de dedicação ao cliente, como exemplo. A instantaneidade passa a ser a nova dimensão temporal fornecida pela TI. Maior contato: com os recursos de micros portáteis, a multimídia e internet, surgiu o teletrabalho, em que as pessoas trabalham juntas porém distantes fisicamente. Como no caso das teleconferências e telereuniões, que impediram a necessidade de viagens para contatos pessoais. Com essas 3 dimenções – virtualidade; instantaneidade; e conectividade- a TI constitui um poderoso instrumento de trabalho dentro das organizações. Que foi e é amplamente utilizado. A internet e a democratização do acesso a informação, é um sinal de que a globalização da economia é uma das consequências da globalização da informação. Nessa nova era quanto mais poderosa a TI, mais informado e poderoso se torna o seu usuário, seja ele uma pessoa, uma organização ou país. Na idade da informação instantânea, as coisas mudam rapidamente e incessantemente. A administração em uma economia globalizada torna-se um artigo de primeira necessidade. Uma vez que é impossível implementar estratégias e desafias de terceira geração, em estruturas empresariais de segunda geração (concebidas na era neoclássica) com executivos de primeira geração (treinados para trabalhar na era clássica). TEORIAS ABORDAGENS TRADICIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO – era industrial clássica- Ênfase nas tarefas: representada pela preocupação com as operações e tarefas realizadas pelas pessoas na organização. Marcada pela tentativa de Taylor de desenvolver uma teoria capaz de resolver osproblemas industriais. Intitulada ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA. Ênfase na estrutura: preocupada com os aspectos gerais da administração e composição estrutural das empresas. Desenvolvida por duas abordagens TEORIA CLÁSSICA e a ORGANIZAÇÃO BUROCRÁTICA. TEORIA CLÁSSICA: desenvolvida inicialmente por Fayol, com a ideia de padronizar e propagar regras genéricas de aplicação para os assuntos administrativos. Conceituou a administração como planejamento, organização, comando, coordenação e controle. Outros autores clássicos se preocupavam com a estrutura organizacional, como uma rede de relacionamentos entre órgãos e pessoas, resultando nos níveis hierárquicos de autoridade (vertical), e a departamentalização com divisão de funções e áreas de especialidade na organização (horizontal). TEORIA BUROCRÁTICA: desenvolvida por Weber, como toda organização racional, eficiente onde prevalece a ordem, disciplina e previsibilidade do comportamento dos participantes. É na burocracia que ocorre a separação entre a propriedade e a administração, onde o proprietário não qualificado cede lugar ao administrador profissional. Ênfase nas pessoas: reflete uma forte preocupação com os indivíduos dentro da organização. TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS: abordagem que surgiu com os resultados do experimento de Hawthorne, onde constatou a importância do fator humano na organização, a necessidade de humanização e democratização das organizações. Indo de encontro a práticas da administração científica. A partir dessa teoria surgem novos conceitos como organização informal, liderança, comunicação, motivação, grupos sociais, recompensas simbólicas e sociais etc. Sua maior contribuição foi ressaltar a necessidade das boas relações humanas no ambiente de trabalho, o tratamento humanos as pessoas, a adoção de uma administração mais democrática e participativa na qual as pessoas passam a ter um papel mais acentuado e dinâmico. AS NOVAS ABORDAGENS DA ADMINISTRAÇÃO –era industrial neoclássica- A era Neoclássica trouxe uma reformulação das teoria tradicionais, saindo de uma abordagem normativa e prescritiva para novas teorias de cunho explicativo e descritivo. E portanto mais adequadas aos novos tempos de mudança inovação. Ênfase na estrutura: nessa era a teoria passou a ser desenvolvida pela TEORIA NEOCLÁSSICA e a TEORIA ESTRUTURALISTA. TEORIA ESTRUTURALISTA: surge a partir das críticas ao modelo burocrático, no intuito de eliminar distorções e limitações, incluindo aspectos importantes no desenho estrutural das organizações. Preocupou-se com o estudo da organização formal, através dos organogramas e manuais, assim como também incorporou a organização informal, considerando compatibilizar ideais de teoria clássica com a de relações humanas. Incluiu também o estudo da tecnologia e das relações da organização com outras – ambiente externo-. TEORIA NEOCLÁSSICA: veio como uma atualização da teoria clássica. É também denominada escola do processo administrativo em razão da ênfase nas funções administrativas que são reduzidas a Planejar -ideias, Organizar -coisas, Dirigir -pessoas e Controlar -resultados. Esta teoria é eclética, aproveitando todas as contribuições das teorias anteriores. Aborda questões importantes como tamanho organizacional, centralização/descentralização e a departamentalização. Teve como novidade a Administração Por Objetivos (APO), com foco nos resultados. Ênfase nas pessoas: teve representatividade na TEORIA COMPORTAMENTAL. TEORIA COMPORTAMENTAL: sucessora da Teoria das Relações Humanas. Saiu do princípio do comportamento individual, para o grupal e posteriormente ao comportamento organizacional. Trouxe novos conceitos sobre motivação, liderança, comunicação, dinâmica de grupa, processo decisório, comportamento organizacional e estilos administrativos. Alterando os rumos da teoria administrativa, tornando mais humana e amigável. Um de seus subprodutos foi o movimento pelo Desenvolvimento Organizacional (DO). Ênfase no ambiente: mais recentemente a teoria administrativa percebeu que as organizações vivem dentro de um complexo contexto, caracterizado por uma multiplicidade de organizações. Duas recentes teorias se preocuparam basicamente com o ambiente, a TEOARIA DE SISTEMAS e a TEORIA DA CONTINGÊNCIA. TEORIA DE SISTEMAS: se baseia no preceito de que nenhuma organização existe no vácuo, é autônoma ou livre no seu funcionamento. Cada organização vive e opera em um ambiente. Sendo assim visualiza a organização como um sistema operando em um meio ambiente, o qual depende para obter seus insumos e dispor seus produtos. Na abordagem sistêmica a organização é visualizada segundo duas características, visão global (do todo, do conjunto e não separadamente) e que segue um propósito. TEORIA DA CONTINGÊNCIA: conceitua que as organizações para serem bem sucedidas precisam adaptar-se e ajustar-se continuamente diante das demandas ambientais. Principalmente em decorrência da globalização, e por isso a necessidade de contínua mudança organizacional através de inovação, renovação, revitalização e melhoria constantes como meios de alcançar a a sobrevivência, crescimento e sucesso da organização. Em decorrência da ênfase no ambiente, o enfoque da teoria administrativa tornou-se mais voltado para fora do que para dentro da organização. Este foco no ambiente foi posteriormente enriquecido pela preocupação com o cliente. A moderna teoria administrativa leva em consideração todas essas cinco variáveis, simultaneamente, cada qual com sua força própria dentro da SITUAÇÃO envolvida.
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