Buscar

avaliacao_da_estrutura_fisica_em_unidades_de_alimentacao_e_n

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO DA CIDADE DE CASCAVEL - PR 
 
RODRIGUES, Suzana1 
MARTINS, Adriana Hernandes2 
 
RESUMO 
Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) é órgão de uma empresa, que tem por finalidade 
desempenhar atividades relacionadas à alimentação e nutrição, independente da situação 
hierárquica que ocupa na empresa. Este estudo busca avaliar as condições das edificações e 
instalações de cozinhas industriais de refeições transportadas por marmitex, usando como critério 
avaliativo à aplicação de check list, de forma a verificar o nível de Não-Conformidades 
apresentadas pelos 3 estabelecimentos avaliados. Após a coleta de dados, cada estabelecimento, 
recebeu uma classificação conforme a RDC 275, que se refere a uma pontuação para o intervalo 
de 76 a 100% de atendimento aos itens avaliados, como sendo pertencente ao grupo 1; de 51 a 
75% ao grupo 2 e de 0 a 50% de atendimento dos itens, grupo 3. As opções de respostas para o 
preenchimento do check list foram: para conforme (C), quando o estabelecimento atendeu os 
itens observados; para não conforme (NC), quando não foram atendidos os itens observados e 
não aplicável (NA) aos itens observados que não necessitavam aplicação nos estabelecimentos 
avaliados. Os resultados mostram uma variação de 0 a 100% de não conformidades dos 
estabelecimentos e conforme os critérios de atendimento as solicitações da RDC 275 os 
restaurantes estão classificados no grupo 1 e 2, sendo o restaurante A com o menor índice de não 
conformidades. Conclui-se que o restaurante B e C encontra-se em condição insatisfatória não 
atendendo a RDC 275, sendo que no estabelecimento A havia a presença efetiva de uma 
nutricionista, obtendo-se assim resultados mais satisfatórios. 
 
Palavras-chave: Check-list. Não conformidades. Alimento. 
INTRODUÇÃO 
Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) é uma unidade de trabalho ou órgão de uma 
empresa, que tem por finalidade desempenhar atividades relacionadas à alimentação e nutrição, 
independente da situação hierárquica que ocupa na empresa (TEIXEIRA et al., 2004). A UAN 
deve fornecer uma refeição equilibrada nutricionalmente, que apresente um bom nível de higiene 
sendo adequada ao comensal, deve ainda, satisfazê-lo quanto ao serviço oferecido, desde o 
____________________ 
1. Acadêmica do curso de Nutrição da FAG 
2. Nutricionista, Especialista em Gestão de Qualidade e Segurança dos Alimentos, docente do Curso de Nutrição da 
Faculdade Assis Gurgacz – FAG, Cascavel. 
 2
ambiente físico, incluindo tipo, convivência e condições de higiene de instalações e 
equipamentos disponíveis (PROENÇA, 1996). 
As instalações são consideradas todas as redes que proporcionam uma infra-estrutura à 
UAN, para dispor de um espaço específico para armazenagem de alimentos, tendo que ser 
seguido alguns critérios como: localização, piso, paredes, forros e tetos, portas e janelas, 
iluminação, ventilação, instalações sanitárias, vestiários, lixo, esgotamento sanitário (SILVA, 
2007). Segundo a RDC 216, devem possuir revestimento liso, impermeável e lavável. Sendo 
mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltrações, 
bolores, descascamentos, dentre outros e não devem transmitir contaminantes aos alimentos. 
O planejamento físico de uma UAN é importante tanto na questão econômica, como na 
funcionalidade da cozinha, pois evita cruzamentos desnecessários de gêneros alimentícios e 
funcionários; má utilização de equipamentos ou a falta dos mesmos limitando o cardápio; 
localização desapropriada; falta de ventilação e mesmo a elevação dos custos (TEIXEIRA et al., 
2004). 
Segundo Akutsu (2005), os itens incluídos na etapa de edificação dificilmente podem sofrer 
a interferência do profissional quando a unidade já está construída e em funcionamento, ou seja, 
independente do tipo de estabelecimento. 
Durante a produção, processamento e consumo dos alimentos podem ocorrer 
contaminações químicas e biológicas decorrentes das práticas inadequadas aumentando assim o 
risco da ocorrência de doenças transmitidas por alimentos (DTA) (PRAXEDES, 2003). No Brasil 
a ocorrência de DTA não é de notificação compulsória comprometendo assim a real avaliação do 
problema (LUCCA E TORRES, 2002). 
As normas e procedimentos para se atingir um determinado padrão de identidade e 
qualidade de um produto ou serviço são chamadas Boas Práticas de Fabricação (BPF), cuja 
eficácia e efetividade consistem em ser implementadas por meio do controle do Processo, e 
avaliadas por intermédio da inspeção e/ou da investigação (BRASIL, 1993). 
Para estabelecer e executar um plano de BPF em uma UAN, é indispensável que a estrutura 
física esteja de acordo com à legislação vigente (MONTE et al., 2004), onde a construção e 
reformas da área de produção e em outras áreas próximas devem estar baseadas no tamanho 
adequado e na especificação de equipamentos, móveis e utensílios (ARRUDA, 2002). 
 3
Este estudo busca avaliar as condições das edificações e instalações de cozinhas industriais 
com distribuição de refeições descentralizada através das refeições transportadas por marmitex do 
município de Cascavel, usando como critério avaliativo à aplicação de check-list baseado na 
legislação vigente no país, de forma a verificar o nível de Não-Conformidades e Conformidades 
apresentadas pelos estabelecimentos. 
 
METODOLOGIA 
 
Para a realização do levantamento dos dados que aconteceu durante o período de julho a 
agosto de 2008, foram escolhidos os estabelecimentos que distribuem refeições transportadas na 
cidade de Cascavel-PR. Inicialmente fez-se por escrito, uma solicitação na qual o proprietário do 
estabelecimento permitiu a realização da pesquisa que ficou registrada junto ao Comitê de Ética 
em Pesquisa com o protocolo 114/2008. 
Foi entrado em contato com 4 restaurantes, mais apenas 3 aceitaram participar do estudo. 
Estes foram denominados em A; B e C, sendo o restaurante A auto-gerido, ou seja, responsável 
pela administração, B e o C empresas com finalidade de produção com fins de prestação de 
serviços. . 
Para a verificação dos dados citados abaixo foi utilizado um instrumento de medição de 
qualidade, ou seja, o check-list. Sendo o mesmo de acordo com a Resolução - RDC 275 de 21 de 
outubro de 2002 do Ministério da Saúde - ANVISA. 
Foi verificado em cada estabelecimento, estrutura física, instalações, equipamentos, 
ventilação, iluminação, higienização de equipamentos, utensílios, móveis, manejo de resíduos, 
abastecimento de água, esgoto, controle de pragas, avaliação dos hábitos higiênicos dos 
manipuladores, estado de saúde, equipamento de proteção individual, avaliação de vestuários, 
avaliação do transporte e produção do alimento, armazenamento, avaliação da documentação 
com o manual de boas práticas de fabricação e os procedimentos operacionais padronizados 
(POP). 
Após a coleta de dados, cada estabelecimento participante da pesquisa, recebeu uma 
classificação conforme a RDC 275, que se refere a uma pontuação para o intervalo de 76 a 100% 
de atendimento aos itens avaliados, como sendo pertencente ao grupo 1; de 51 a 75% ao grupo 2 ; 
 4
e de 0 a 50% de atendimento dos itens, grupo 3. As opções de respostas para o preenchimento do 
check-list foram: para conforme (C), quando o estabelecimento atendeu os itens observados; para 
não conforme (NC), quando não foram atendidos os itens observados e não aplicável (NA) aos 
itens observados que não necessitavam aplicação nos estabelecimentos avaliados. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
No presente estudo, a principal dificuldade encontrada durante o levantamento dos dados 
nos locais visitados foi à falta de conhecimento dos responsáveis pelas UANs com relação às 
normas e termos técnicos avaliados pelos itens constantes do check list. 
De acordo como check list aplicado, as não conformidades que se referem às edificações e 
instalações serão apresentadas pelo gráfico 1. 
GRÁFICO 1: Distribuição percentual das não conformidades dos restaurantes industriais de 
Cascavel – PR, conforme as edificações e instalações. Julho a agosto de 2008. 
Edificações e Instalações
9,58%
34,72%
40,50%
Restaurante A
Restaurante B
Restaurante C
 
 % Não Conformidades 
 Fonte: Dados coletados/2008 
O restaurante C apresentou o maior índice de não conformidades, sendo uma delas em 
relação á área externa, onde havia objetos em desuso, focos de proliferações de insetos e 
roedores. Segundo Brasil (2004) a área deve ser livre de focos de insalubridade, sem lixo, objetos 
 5
em desuso, animais, insetos e roedores. Deve ter acesso direto e independente, não comum a 
outros usos (habitação). As áreas circundantes não devem oferecer fatores que ajudem na 
proliferação de insetos e roedores (MANUAL DO RESPONSÁVEL TÉCNICO, 2002). 
Todos os restaurantes apresentaram não conformidades em relação ao piso, teto, portas e 
janelas, como rachaduras, descascamento, cores escuras etc. Segundo ABERC (2003), o piso 
deve ser de material liso, resistente, impermeável, lavável, de cores claras, sem rachaduras, 
antiderrapante, serem de fácil higienização. A parede deve ter acabamento liso, de cor clara, 
impermeáveis, resistentes a limpeza, sem fungos e bolores. Ter ângulos arredondados no contato 
com o piso e teto para facilitar a limpeza. O teto deve ser isento de vazamentos e goteiras. Deve 
possuir acabamento liso, impermeável, lavável, em cor clara e bom estado de conservação. Não 
deve possuir trincas, rachaduras, umidade, bolor e descascamento. Deve-se encontrar em 
perfeitas condições de limpeza e não deve possuir aberturas que não estejam devidamente 
protegidas com tela removível para limpeza. As janelas devem ser protegidas com telas de 
malhas de 2 mm, de fácil higienização, sem falhas de revestimento e ajustadas aos batentes, para 
evitar que os raios solares incidam diretamente no alimento ou equipamentos sensíveis ao calor. 
O restaurante A apresentou não conformidade quanto à ventilação, havendo a condensação 
de vapores formando goteiras e causando um desconforto térmico. Segundo Silva Filho (1996), é 
necessário retirar da cozinha os vapores causados pelo processo de cocção, pois estes podem 
causar problemas nas instalações, nos operadores e até deteriorar gêneros alimentícios. Segundo 
o Manual do Responsável Técnico (2001), o conforto térmico pode ser assegurado seguindo o 
critério 1/10 de área de abertura nas paredes, permitindo assim a circulação do ar. 
Quanto às instalações sanitárias todos os restaurantes apresentaram alguma não 
conformidade. Não havia sanitários independentes para cada sexo, sem papel toalha e sabonete 
líquido nem lixeiras com acionamento não manual. Segundo ABERC (2003), em uma UAN as 
instalações sanitárias e os vestiários devem estar em adequado estado de conservação, separados 
para ambos os sexos, com vasos sanitários que possuam tampas, mictórios com descarga e 
lavatórios, tendo 1 para cada 20 funcionários. Estes não podem estar em comunicação direta com 
as áreas de produção e refeitório. 
O restaurante B não apresentava planilhas de controle de higienização das instalações nem 
responsável técnico devidamente capacitado para este fim. Neste item também se pode observar 
que não era seguida a diluição recomendada pelo fabricante. Para ABERC (2003) todos os 
 6
funcionários devem ser bem treinados quanto aos procedimentos de higienização aos quais 
devem ser descritos e registrados formalmente. 
Em uma pesquisa realizada por Akutsu (2005), os dados encontrados foram semelhantes ao 
presente estudo, onde as UANs apresentaram condições insatisfatórias de edificação, o que 
provavelmente pode comprometer o desempenho em itens tais como manipulação e fluxo de 
produção. 
De acordo com o check list aplicado, as não conformidades que se referem aos 
equipamentos, móveis e utensílios serão apresentados pelo gráfico 2. 
GRÁFICO 2: Distribuição percentual das não conformidades dos restaurantes industriais de 
Cascavel – PR, conforme os equipamentos, móveis e utensílios. Julho a agosto de 2008. 
Equipamentos, Móveis e Utensílios
0%
42,10%
14,28%
Restaurante A
Restaurante B
Restaurante C
 
% Não Conformidades 
Fonte: Dados coletados/2008 
Observa-se no gráfico 2 o elevado índice de não conformidade do restaurante B em relação 
aos equipamentos, móveis e utensílios dos estabelecimentos comerciais pesquisados. 
Neste item pode-se observar nas UANs B e C, a má distribuição dos equipamentos, estando 
estes dispostos de uma forma que dificulta a higienização adequada. Mezomo (2002), afirma que 
os equipamentos são um item considerado de derradeira importância, pois influenciam 
diretamente na produção dos alimentos, sendo este um fator a ser devidamente planejado na 
questão físico-funcional em uma UAN. 
 7
No restaurante B não há um responsável devidamente capacitado para a higienização dos 
equipamentos, nem planilhas de registro, freqüência adequada de higienização e diluição 
inadequada dos produtos. Segundo a Vigilância Sanitária os equipamentos, móveis e utensílios 
devem ser devidamente higienizados por um funcionário devidamente capacitado. Sendo estas 
registradas e realizadas em freqüência adequada, onde devem ser tomadas precauções para 
impedir a contaminação dos alimentos por produtos saneantes, pela suspensão de partículas e 
pela formação de aerossóis (ANVISA, 2003). Segundo Arruda (2006), para a higienização de 
utensílios e equipamentos deve-se utilizar detergente neutro e o enxágüe final deve ser feito com 
solução de Hipoclorito de Sódio a 200ppm de cloro ativo. 
Os produtos utilizados para higienização no restaurante B não estavam guardados em local 
adequado e não se apresentavam em um bom estado de conservação. Para Teixeira et al., (2000) 
a localização da área reservada para guardar os objetos usados na higienização da UAN como, 
vassouras rodos, esfregões, panos de chão, baldes, etc, deve estar em um ponto de fácil acesso na 
área interna da Unidade. 
De acordo com o check list aplicado, as não conformidades que se referem aos 
manipuladores serão apresentadas pelo gráfico 3. 
GRÁFICO 3: Distribuição percentual das não conformidades dos restaurantes industriais de 
Cascavel – PR, conforme os manipuladores. Julho a agosto de 2008. 
% Não Conformidades 
Fonte: Dados coletados/2008 
Manipuladores
0%
78,57%
14,28%
Restaurante A
Restaurante B
Restaurante C
 8
O gráfico 3 apresenta os itens referentes a manipuladores. Dentre os quais o restaurante B 
obteve o maior índice de não conformidade. 
Em relação ao item vestuário, no restaurante B os manipuladores não utilizam uniformes. 
Os mesmos estavam usando roupas curtas como saia, calçados abertos, os cabelos estavam presos 
por boné e algumas das funcionárias estavam usando adornos. Segundo Queiroz (2001), os 
manipuladores devem usar uniformes completos, sendo estes de cor clara, proteção para os 
cabelos e práticas adequadas de asseio pessoal. Trabalhar com a roupa usada na rua e o uso de 
adornos são práticas errôneas que podem carrear patógenos para os alimentos durante a 
manipulação. De acordo com o Manual ABERC (2003), os funcionários da área de produção 
devem apresentar uniformes limpos, com calçados fechados e os cabelos totalmente protegidos. 
Devem possuir boa apresentação, unhas curtas, sem esmaltes e sem adornos. 
Nos restaurantes B e C pode observar a lavagem incorreta das mãos, onde no 
estabelecimento B não havia cartazes explicativos na área de lavagem das mãos, sendo que a pia 
usada para este fim era a mesma para preparar os alimentos. Em Queiroz (2001), os resultados 
apresentados foram semelhantes ao presenteestudo, onde a lavagem das mãos e a freqüência 
estavam incorretas. Para ABERC (2003) os manipuladores devem possuir hábitos higiênicos 
adequados e proceder à lavagem das mãos, antes da manipulação de alimentos após a utilização 
dos sanitários ou em qualquer mudança de função. 
Em relação ao item programa de controle de saúde no restaurante B não havia supervisão 
periódica nem registro de exames realizados. Esse controle deve ser realizado freqüentemente, 
sendo exigido pela Vigilância Sanitária (SÃO PAULO, 1999). 
Quanto ao item programa de capacitação dos manipuladores, o restaurante B apresentou-se 
em desconformidade, não havendo treinamentos sobre manipulação dos alimentos e higiene 
pessoal. Segundo Santos (2001), o treinamento tem por finalidade capacitar o funcionário a 
executar tarefas pertinentes a sua função para evitar que aconteçam erros durante a produção dos 
alimentos, conscientizando-o sobre a importância de seu papel dentro da instituição. 
A qualidade dos alimentos não se dá apenas pela adequação das instalações, melhores 
equipamentos, métodos e matérias-primas adequadas. A questão do manipulador é elemento 
essencial na implantação das boas práticas, sendo assim, todas as pessoas que participam deste 
serviço necessitam estar devidamente conscientes sobre a importância de oferecer um alimento 
 9
seguro ao consumidor (ARRUDA, 2002). Para Praxedes (2003), o manipulador pode ser 
considerado uma fonte de disseminação de microorganismos, tanto pelo seu próprio organismo, 
quando possui alguma enfermidade ou por bactérias presente naturalmente na pele e nas 
mucosas, ou mesmo por práticas errôneas de manipulação e acondicionamento dos alimentos. 
De acordo com o check list aplicado, as não conformidades que se referem à produção e 
transporte de alimentos serão apresentadas pelo gráfico 4. 
GRÁFICO 4: Distribuição percentual das não conformidades dos restaurantes industriais de 
Cascavel – PR, conforme as edificações e instalações. Julho a agosto de 2008. 
Produção e Transporte de Alimentos
0%
37,50%
21,21%
Restaurante A
Restaurante B
Restaurante C
 
% Não Conformidade 
Fonte: Dados coletados/2008 
No gráfico 4 pode-se observar que o restaurante B obteve o maior índice de não 
conformidade. 
No restaurante B não há planilhas de controle na recepção dos alimentos, a fim de verificar 
a temperatura, características sensoriais, condições de transporte e outros. Segundo a CVS-6 
durante o recebimento das matérias – primas deve-se avaliá-la qualitativamente e 
quantitativamente, seguindo alguns critérios como, observar a data de fabricação e validade, 
avaliação sensorial (cor, odor, aroma, gosto), verificar o certificado de vistoria do veículo de 
transporte, observar a embalagem (limpa, íntegra), observar o entregador (uso de uniformes), 
analisar a rotulagem, aferir a temperatura e registrá-las no ato do recebimento (SÃO PAULO, 
 10
Documentação
0%
100%
17,64%
Restaurante A
Restaurante B
Restaurante C
1999). 
No restaurante C, o armazenamento da matéria – prima não é em local adequado e 
organizado, sobre estrados distantes do piso, ou sobre paletas, bem conservados e limpos, 
afastados da parede e distante do teto de forma que permita apropriada higienização, iluminação e 
circulação de ar. Para Santos (2000), toda empresa deve possuir um funcionário capacitado, 
sendo este responsável pelo estoque. O local de armazenamento dos alimentos deve possuir telas 
nas janelas e portas; ventilação adequada para garantir a conservação do produto e manter o 
ambiente livre de odores; deve possuir iluminação tanto natural como artificial, porém evitando a 
incidência de raios solares direto nos alimentos estocados. Os estrados e estantes devem ser de 
fácil higienização, estando afastados do piso, e quando fixados na parede, observar se a distância 
que os alimentos deverão ter para garantir que a ventilação esteja adequada. O teto deve estar 
isento de vazamentos, as paredes e pisos devem ser de material de fácil higienização. 
Em relação ao fluxo de produção o restaurante B e C apresentaram não conformidades, 
sendo que no restaurante B não havia nenhuma separação, sendo a área suja em comum com a 
área de preparo dos alimentos. O Manual ABERC (2003) preconiza que na área de produção 
deve-se seguir um fluxo racional e coerente para evitar o cruzamento entre as atividades 
De acordo com o check list aplicado, as não conformidades que se referem a documentação 
serão apresentadas pelo gráfico 5. 
GRÁFICO 5: Distribuição percentual das não conformidades dos restaurantes industriais de 
Cascavel – PR, conforme a documentação. Julho a agosto de 2008. 
% Não Conformidade 
Fonte: Dados coletados/2008. 
 11
Em relação à documentação pode-se observar que o restaurante B encontra-se totalmente 
em não conformidade, onde o responsável não sabia nem sobre o que se referia este item. 
Segundo a ANVISA (2003), as Boas Práticas de Fabricação (BPF) são medidas que devem ser 
seguidas pelas indústrias de alimentos de forma a garantir a qualidade higiênico-sanitária, estando 
assim os alimentos em conformidade com os regulamentos técnicos. Estas devem estar descritas 
em um manual, sendo ele um documento da UAN (BRASIL, 2002). 
Também foi verificada a ausência de procedimentos operacionais padronizados (POP) no 
restaurante B. Segundo a RDC 275, os POP são procedimentos seqüenciais para realizar uma 
atividade rotineira específica na produção, a fim de garantir a qualidade sanitária dos alimentos 
complementando as BPF (BRASIL, 2002). 
No restaurante C a não conformidade encontrada foi em relação ao recolhimento de 
alimentos. Para ocorrer um efetivo recolhimento e apropriado destino final ao lote de alimentos 
com suspeita de causar danos para a saúde há um programa a fim de solucionar esta questão 
(SÃO PAULO, 1999). 
A tabela 1 mostra a média alcançada pelos estabelecimentos que manipulam alimentos na 
cidade de Cascavel – PR, classificando-os conforme a RDC 275, 2002. 
Restaurantes Média % Classificação 
A 95,39 Grupo 1 
B 52,05 Grupo 2 
C 71,34 Grupo 2 
Fonte: Dados Coletados/2008. 
Pode-se observar na tabela acima que dos restaurantes avaliado o restaurante A se classificou 
no grupo 1 e o restaurante B e C no grupo 2. Em todos os restaurantes havia nutricionistas, porém 
no restaurante B ela era responsável apenas pela elaboração do cardápio, podendo esta ser uma 
das razões do resultado na classificação, ou seja, devido a falta da presença efetiva de uma 
nutricionista na unidade. 
 
 
 12
CONCLUSÃO 
 
A necessidade de uma maior fiscalização nos estabelecimentos responsáveis pela produção 
de refeições é evidente, devido ao alto índice de inadequação dos mesmos. Podendo concluir que 
não estão sendo seguindo as exigências preconizadas pela RDC 275. Diante deste estudo 
observou-se que o restaurante B foi o que apresentou menor índice de conformidade, o que pode 
favorecer a contaminação dos alimentos.Logo, se faz necessária uma maior fiscalização dos 
órgãos competentes, pois estas inadequações podem comprometer a saúde dos comensais. Vale 
ressaltar que nos estabelecimentos em que havia a presença efetiva de uma nutricionista os 
resultados encontrados foram mais satisfatórios, podendo ressaltar a sua importância em uma 
UAN. 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
AKUTSU, R. C.; BOTELHO, R. A.; CAMARGO, E. B.; SÁVIO, K. E. O.; ARAÚJO, W. C. 
Adequação das boas práticas de fabricação em serviço de alimentação. Revista Nutrição. 
Campinas vol. 18, n. 3. 419 – 427, mai/jun 2005. 
 
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Portaria 2003. Disponível em: 
http://www.anvisa.gov.br/alimentos/bpf.htm - Acesso em: 20 de out. 2008. 
 
ARRUDA, G. A. Manual de boas práticas – Unidade de Alimentação e Nutrição. 2. ed. São 
Paulo: Ponto Crítico, 2002. 
 
ARRUDA,G. A. Manual de boas práticas. 3. ed. São Paulo: Ponto Crítico, 2006. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Ementa da Resolução RDC – 275, 21 de outubro de 2002. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Ementa da Resolução RDC – 216, de 15 de setembro de 2004. 
Disponível em: http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=12546&word Acessado em: 
16 out. 2008. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 1428, de 23 de novembro de 1993. 
 
LUCCA, A.; TORRES, E. A. F. S. Condições de higiene de “cachorro-quente” comercializado 
em vias públicas. Rev. Saúde Pub., São Paulo, v. 36, n. 3, p. 350-352, 2002. 
 
MANUAL Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (ABERC) de Práticas 
de Elaboração e Serviço de Refeição para Coletividade. São Paulo, 2003. 
 
 13
MANUAL do responsável técnico. Rio de Janeiro: SENAC/DN, 2002. Projeto APPCC Mesa. 
Convênio CNC/CNI/SEBRAE/ANVISA. 
 
MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: Planejamento e Administração. 5. ed. São 
Paulo: Manole, 2002. 
 
MONTE, C. R. V. et al. Aplicação de um modelo para avaliar projeto de Unidades de 
Alimentação e Nutrição. Nutrição Brasil. v. 3, n. 1, 2004. 
 
PRAXEDES, P. C. G. Aspectos da qualidade higiênico-sanitária de alimentos consumidos e 
comercializados na comunidade São Remo, São Paulo, Capital. 2003. Dissertação (mestrado) 
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003. 
PROENÇA, R. P. C. Aspectos Organizacionais e Inovações Tecnológicas em Processos de 
Transferência de Tecnologia: Uma Abordagem Antropotecnológica no Setor de 
Alimentação Coletiva. 1996. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) – Universidade 
Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 
 
QUEIROZ, A. T. A.; RODRIGUES, C. R.; GRAZIELA, G. A.; KAKISAKA, L. T. Boas práticas 
de fabricação em restaurantes “Self-Service a Quilo” – Aspectos gerais - São Paulo, 1999. Rev. 
NET-DTA. n. 1, Nov. 2001. 
 
SANTOS, S. G. F. S. dos. Treinando manipuladores de alimentos. 1. ed. São Paulo: Varela, 
2001. 
 
SÃO PAULO. SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO – CVS – Portaria-
CVS-6/99, DE 10/03/1999 Alterada pela CVS 18 de 09/09/2008. 
SILVA FILHO, A. R. A. da. Manual básico para planejamento e projeto de restaurantes e 
cozinha industrial. 1. ed. São Paulo: Varela, 1995. 
SILVA JUNIOR, Êneo A. da. Manual de Controle Higiênico-Sanitário em Alimentos. 6. ed. 
São Paulo: Varela, 2007. 
TEIXEIRA, S. M. F.; OLIVEIRA, Z. M. C.; REGO, J. C. BISCOITINI, T. M. B. Administração 
Aplicada às Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2004.

Continue navegando