Buscar

Estatudo da Ordem dos Advogados do Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE �
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
PALOMA MARINHO CORREIA
LEI Nº 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994 - ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)
PRINCIPAIS INOVAÇÕES
Recife
2017
PALOMA MARINHO CORREIA
LEI Nº 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994 - ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB)
PRINCIPAIS INOVAÇÕES
Trabalho apresentado como requisito para obtenção de parte da nota na disciplina Prática Jurídica Real I Cível no Curso de Direito da Universidade Católica de Pernambuco. 
Professora: Maria Isabel Moura
Recife
2017�
RESUMO
O presente trabalho versa sobre o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, em vigor desde setembro de 1994, substituindo o anterior que datava de 1963. O Estatuto pretende balizar a atividade da advocacia no Brasil, assim como garante à Ordem dos Advogados do Brasil prerrogativas antes não previstas, como, por exemplo, colaborar com a qualificação do ensino jurídico no país. Serão postas em exame as limitações para o exercício da profissão e as garantias que mantém a livre prática do princípio constitucional de que o advogado é fundamental para a administração da justiça. Desta forma, faremos um breve histórico da atividade da advocacia no Brasil, abordaremos os principais tópico do Estatuto e as inovações trazidas com o advento das Leis nº 13.245/2016 e 13.363/2016. 
Palavras-chave: Estatuto da OAB. Lei 8.906/94. OAB. Advogados. 
SUMÁRIO
51	INTRODUÇÃO	�
62	A ADVOCACIA NO BRASIL	�
63	O ESTATUTO	�
64	ALTERAÇÕES	�
105	CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
11REFERÊNCIAS	�
�
INTRODUÇÃO
A advocacia no Brasil é regulamentada pela Constituição Federal e por mais três institutos, quais sejam, Estatuto da Advocacia e da OAB, Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB e o Código de Ética e Disciplina. 
O nosso estudo se restringirá ao Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, instituído em 4 de julho de 1994, revogando expressamente os diplomas legais que regiam, antes dela, a advocacia e a OAB. 
Ao estabelecer os parâmetros que asseguram a devida atuação da advocacia, o Estatuto reverbera os direitos constitucionais da sociedade brasileira. Não há advogado sem liberdade e nem liberdade sem advogado.
O estudo para implantação do novo regramento da advocacia começou em 1991. O texto preliminar que deu origem ao Estatuto da Advocacia recebeu mais de 700 propostas. O Conselho Federal passou dois meses analisando o texto final. Enviado para o Congresso Nacional em 1992, o então projeto de lei levou mais de dois anos para virar realidade.
Ao longo desses mais de 20 anos foram poucas as mudanças no nosso estatuto. Isso mostra o quanto o texto foi bem discutido e trabalhado. Hoje, advogados e advogadas de todo o país entram na profissão com a garantia de que terão condições para trabalhar, condições para buscar o direito de seus clientes. Ingressam na carreira com a certeza de que o nosso Tribunal de Defesa das Prerrogativas está aqui pronto a atendê-los.
A ADVOCACIA NO BRASIL 
As origens da advocacia remontam principalmente ao império romano aonde podemos ver de forma clara duas figuras distintas no direito: o advogado como defensor representante de uma parte, e o jurisconsulto.
No Brasil começamos a ver os primeiros passos da advocacia organizada com a criação dos cursos jurídicos em 1827. Os símbolos maiores da evolução da advocacia brasileira são as criações do Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil e da Ordem dos Advogados do Brasil, em 1843 e 1930 respectivamente.
A Ordem dos Advogados do Brasil, criada em 1930, possui grande importância para a fiscalização, lisura e regulamentação das diversas profissões jurídicas, conforme dispõe a própria Constituição Federal.
Segundo nosso Estatuto, advogado é o bacharel em direito, inscrito no quadro de advogados da OAB, que exerce atividade de postulação ao Poder Judiciário, como representante judicial de seus clientes, e atividades de consultoria e assessoria em matérias jurídicas. Contudo, até 1930, o exercício da advocacia era livre. A partir da criação da Ordem dos Advogados do Brasil, os bacharéis passaram a se registrar na entidade para trabalhar; houve tempos em que estágios bastavam para liberar os profissionais. Em 1963, o novo estatuto da OAB abriu as portas para o que se tornaria uma das mais polêmicas provas do País. Em 1972, o exame chegou a ser extinto e os estágios passaram a ser permitidos nas próprias faculdades, mas mais uma vez, com a justificativa de que o crescimento exponencial no número de cursos no Brasil exige um controle sobre a profissão, a regra mudou. Em 1994, com a Lei 8.906, a OAB atualizou seu estatuto outra vez e a aprovação no Exame de Ordem passou a ser exigida dos candidatos.
Os cursos jurídicos não formam advogados, assim só podem exercer a advocacia os inscritos na OAB, deixando também de ser advogado por qualquer motivo que venha a cancelar a sua inscrição na OAB.
 
A função tradicional e historicamente remetida a advocacia é a postulação, que se configura no ato de pedir ou exigir a prestação jurisdicional do Estado, sendo a mesma promovida privativamente quando o advogado o faz em nome de seu cliente. Somente os advogados detêm o direito postulatório, assim tornam-se nulos de pleno direito os atos processuais que, são privativos do advogado, e que porventura venham a ser praticado por quem não dispõe de capacidade postulatória.
O ESTATUTO 
Nesse contexto, veremos que surge a necessidade de codificar as regras de conduta que devem ser seguidas pelas profissões, surgindo os Códigos de Éticas e Estatutos de diversas profissões, a exemplo do Estatuto da Advocacia, instituído pela Lei nº 8.906 de 4 de julho de 1994.
DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA (ARTS. 1º AO 5º) 
 
O advogado não deve ter participação obrigatória em qualquer ato jurídico no sentido estrito e negócios jurídicos, porém devido à complexidade dos contratos atuais o advogado encontra outra área aonde sua presença torna-se quase indispensável.  Tudo isso baseado sempre na advocacia preventiva, cada vez mais praticada, sempre visando evitar qualquer tipo de litígio. Dessa forma o Estatuto considera nulos os atos que não estejam visados por advogados.
 
O Estatuto define as características essenciais da advocacia, que são elas:
 
A indispensabilidade: o autor ressalta no livro que a indispensabilidade do advogado não é nenhum tipo de favor coorporativo a classe ou para reserva de mercado, e sim devido à importância do advogado para ordem pública e relevante interesse social, e como instrumento de garantia da efetivação da cidadania.
 
A inviolabilidade, pela qual o advogado se torna inatacável e incensurável por seus atos e palavras quando do exercício de seu munus, salvo os casos de infração disciplinar e os limites da responsabilidade, adiante melhor explicados.
 
A função social, a qual é realizada pelo advogado quando concretiza a aplicação do direito e obtém as prestações jurisdicionais, participando desta forma, da construção da justiça social.
 
A Independência: o advogado deve ser independente até de seu cliente, utilizando-se da ética da parcialidade, porquanto esta é uma luta antiga da classe, uma vez que a forma de conduta do advogado conduz à formação do senso que envolve toda a classe.
DOS DIREITOS DO ADVOGADO (ARTS. 6º E 7º) 
 
Como classe possuidora do mais aprofundado respeito e respaldo social, os advogados não se submetem ao controle hierárquico com relação aos membros do Poder Judiciário ou do Ministério Público ou de quelquer outro órgão. Os causídicos devem tratar todos com decoro e urbanidade e, por corolário, deve ser tratado da mesma forma por àqueles que participem da atividade postulatória, jurisdicional,administrativa etc.
DA INSCRIÇÃO (ARTS. 8º AO 14) 
 
A Lei no 8.906 de 4 de julho de 1994 que dispõe sobre o Estatuto da advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB em seu artigo oitavo trata dos requisitos indispensáveis para a inscrição como advogado neste órgão e aponta a necessidade de:
 
I – Capacidade civil: A plena capacidade civil é presumida com a maioridade sendo provada com o documento de registro geral ou certidão de nascimento. Outro caso de prova de capacidade civil é o diploma válido de graduação universitária em direito, independentemente da idade, uma vez que o Código Civil de 2002 dá causa à maioridade civil a graduação em curso superior mesmo sem a emancipação licenciada pelos pais.
 
II – Diploma ou certidão de graduação em direito: A certidão supre a falta ou retardo na emissão do diploma. O autor adverte para os cuidados com a aceitação da certidão pois ela aumenta as chances de fraudes ou falsificações e dever ser fornecida pelo mesmo órgão gerador do diploma necessariamente delegado de competência pelo Ministério da Educação, não sendo aceito se for de outro modo e documentos diversos da certidão e diploma.
 
Neste ponto há uma ênfase em destacar que o curso emissor deste requisito deve ser autorizado a funcionar e após, com o funcionamento regular, dever ser reconhecido, ambas as ações pelo MEC. Ainda só serão aceitas certidões acompanhadas de histórico escolar autenticado para que a OAB possa verificar a carga horária exigível e o conteúdo mínimo.
 
III – Título de eleitor e quitação do serviço militar: Mesmo contra o anteprojeto do Conselho Federal da OAB o Congresso Nacional manteve este requisito sendo obrigatórios para os maiores de 18 anos e homens respectivamente.
 
IV – Aprovação em Exame de Ordem: É atribuição da OAB selecionar bacharéis de direito para o exercício da advocacia e para isso aplica exame para constatação de conhecimentos jurídicos fundamentais e de prática profissional. A prova é composta de uma avaliação desses conhecimentos de direito e outra de redação de peça profissional de noções práticas um uma das áreas especializadas como direito penal, civil, comercial do trabalho ou direito administrativo. Apenas chega à segunda prova o candidato aprovado na primeira. A prova segue um padrão para todas as Seccionais regulado pelo Conselho Federal da OAB.
 
O exame apenas pode ser prestado na Seccional da OAB de domicílio civil de pessoa natural do requerente ou no Estado de conclusão de seu curso superior de direito. Não pode prestar no Estado em que se pretende estabelecer vida profissional ou escritório de advocacia sem cumprimento do descrito anteriormente. Estão dispensados do Exame de Ordem os bacharéis que concluíram com aproveitamento o estágio anterior até o dia 4 de julho de 94 e os que tiveram suas inscrições canceladas porque exerceram atividades como magistratura, promotoria e os  ex-integrantes de carreiras jurídicas quando solicitam nova inscrição.
 
Muito foi questionada a aplicação do exame de ordem pelos muitos cursos privados de graduação em direito que não viam interesses em obter bons professores, bibliotecas, estágios adequados pelo seu alto custo. Isso afeta diretamente a formação de seus estudantes. Com a obrigatoriedade do exame fica cada vez mais difícil se montar uma faculdade de direito baseada na “saliva e giz” (baixo custo).
 
A Prova é justificada por Paulo Lobo quando “o Exame de Ordem – por  apreender apenas alguns aspectos da formação jurídica, principalmente os práticos – não avalia o curso, nem mesmo o estudante, mas tão somente constitui modo de seleção para o exercício da profissão de advogado, uma entre tantas que o bacharal em direito pode escolher”. Ou seja, ele não interfere na autonomia universitária porque não impede a concessão de diploma de bacharel e assim também não fere a liberdade de profissão que os bacharéis possam vir a exercer. Apenas tem finalidade de seleção e fiscalização pela OAB a profissão de advogado.
 
V – Não exercer atividade incompatível com a advocacia: o art. 29 do estatuto relaciona as incompatibilidades e veremos na seqüência quando abordamos o capítulo VII da lei em voga sobre os impedimentos e incompatibilidades. Cabe ressaltar apenas que vale para a inscrição a declaração de compatibilidade do interessado. E dessa forma estará ele sujeito, no caso de falsa declaração, a cancelamento do registro, sanções como falsidade ideológica, exercício ilegal da profissão (penais), processo disciplinar (administrativas), responsabilidade civil por danos materiais e morais (civis) e anulação de todos os atos praticados com impossibilidade de convalidação.
 
VI – Idoneidade moral: É um conceito indeterminado, contudo determinável. De forma geral fere a idoneidade moral as atividades ou ações profissionais que  desprestigiam a advocacia. Condutas incompatíveis discriminadas pelo artigo 35 da lei também são causas da falta de idoneidade moral. A decisão do Conselho da OAB pele cumprimento deste requisito ou não é ato vinculado á decisões administrativas, criminais ou civis. Desse modo, uma decisão nessas esferas não gera coisa julgada no Conselho sobre a  idoneidade moral, esta é apenas decidida por no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do Conselho, assegurado ao interessado a ampla defesa. Uma vez reabilitado judicialmente de pena o requerente pode desimpedir o trancamento da inscrição com nova declaração a ser analisada pelo órgão. Gera inidoneidade moral também o crime infamante - os atentatórios à dignidade da advocacia – como os crimes de estelionato e falsificação de documentos. Mesmo afastada a punibilidade por qualquer caso, não exime do conselho considerar como crime infamante tipificado e impedir a inscrição.
 
VII – Prestar o compromisso perante o Conselho: Uma solenidade indispensável para aprovação da inscrição, sendo totalmente nula a inscrição que não contiver o compromisso registrado em ata do Conselho com nome do compromissando. O art. 20 do Regulamento Geral determinou que o compromisso é o pronunciamento oral do seguinte: “Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas”.
 
 
 Advogado Estrangeiro 
 
Segundo o parágrafo 2º  do artigo 8º o advogado estrangeiro ou o brasileiro não graduado no Brasil deve revalidar a prova do título de graduação e preencher também todos os outros requisitos já abordados. Para que o advogado estrangeiro não esteja em situação mais vantajosa que o profissional brasileiro é necessário também sua inscrição na OAB para a prática dos atos inerentes ao seu cargo. Nestes casos deve o advogado também prestar o Exame da Ordem e o compromisso legal. Os documentos exigidos como requisitos de inscrição, como o diploma de graduação, devem ser autenticados pelo consulado brasileiro no país onde foram emitidos e traduzidos para o português. A via consular é dispensada quando substituída pela via diplomática. Por fim, o diploma de graduação em direito ainda deverá ser revalidado pelo órgão de educação brasileiro competente.
           
 
 Estagiário 
 
O estagiário que se refere nossa Lei é aquele inscrito na OAB sendo estudante de direito ou já bacharel em direito. O estagiário atua sempre com a assistência de um advogado e não pode isoladamente praticar atos da profissão, exceto os autorizados pelo Regulamento Geral. A inscrição deve ser feita sempre na seccional da OAB do Estado do Curso Jurídico do estagiário e ele deve reunir os incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º já comentados e o comprovante de matricula. O estagiário está sujeito as mesmas regras de impedimento e incompatibilidade que veremos quando estudarmos este assunto e seu estágio durará no máximo dois anos. Não há dispensa do Exame de Ordem para o exercícioda advocacia e o estágio da OAB não é obrigatório, apenas para os interessados em integrar o quadro de estagiários da instituição.
 
Deve-se considerar aqui a distinção entre o estágio profissional de advocacia que é para se obter o título de estagiário profissional para a inscrição nesse respectivo quadro na OAB, do estágio de  prática jurídica: aquele ministrado pelas instituições de ensino com natureza curricular e obrigatória para todos os alunos de cursos jurídicos.
  
 
Domicilio Profissional 
 
O advogado pode exercer livremente a profissão em todo o território nacional. Seu domicílio profissional é aquele declarado na inscrição principal sob as penas da lei. Não há necessidade deste domicilio ser idêntico com o de Estado de conclusão do curso jurídico ou do que o advogado prestou exame de ordem. Em caso de dúvidas prevalece o domicílio da pessoa física do advogado. Existe ainda a possibilidade de inscrição profissional em mais de uma Seccional ou Estado, esta inscrição suplementar só é obrigatória quando há a habitualidade de até cinco causas por ano no Estado que não se possui domicílio profissional. O domicílio profissional é imprescindível para fins de jurisdição do respectivo Conselho, para as eleições, fiscalizações e contribuições obrigatórias.
 
Nos casos de transferência de tal domicílio para outro Estado o advogado pode ou não ter inscrição suplementar na nova Seccional, se possuir, esta não pode negar-se de aceitar a transferência do domicílio profissional original caso a inscrição principal não possua vícios. Essa transferência é obrigatória sempre que o advogado passar de fato a sede principal de sua atuação profissional para a outra Unidade da Federação.
 
 
 Cancelamento da Inscrição 
 
O Estatuto prevê o cancelamento da inscrição na OAB quando o profissional o requerer, sofrer penalidade de exclusão, falecer, passar a exercer definitivamente atividade incompatível ou ainda perder qualquer um dos requisitos exigidos para a inscrição. Há exceção para a perda ou suspensão dos direitos políticos que não gera cancelamento da inscrição. O efeito do cancelamento é ex tunc e em casos de inexistência de inscrição, por exemplo, obtida por falsa prova seria ex nunc.
 
 
 Licenciamento do Cargo 
 
Licencia-se do cargo o profissional que assim a requerer com motivo justificado, passar a exercer temporariamente atividade incompatível ou, sofrer doença mental curável. O licenciamento pelo segundo motivo descrito pode ser declarado de ofício pelo Conselho se o advogado que tinha o dever não o suscitar e nesses casos ele incorre em processo disciplinar.
 
 
 Documento de Identificação do Advogado 
 
Somente o Conselho Federal da Oab pode dispor sobre a identificação do advogado ou do estagiário. Essa identificação emitida pela OAB tem validade nacional e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais e não apenas para os fins profissionais. O número de inscrição deve acompanhar o nome do advogado em todos os documentos por ele assinados no exercício de sua profissão e também nas placas de identificação de escritórios jurídicos e publicidades de advocacia.
  
SOBRE A SOCIEDADE DE ADVOGADOS (ARTS. 15 AO 17) 
 
Os advogados podem reunir-se em sociedade civil para prestação de serviços exclusivamente de advocacia, também sujeita ao código de ética e disciplina, adquirindo personalidade jurídica quando seu registro for aprovado no Conselho Seccional da OAB de sua sede. O advogado não pode integrar mais de uma sociedade de advogados em um mesmo Estado e lhe é vedado representar em juízo clientes da sociedade de advogados com interesses opostos. Todos os sócios devem possuir título de advogado inscrito validamente na OAB e deve estar permitido de advogar.
ADVOGADO EMPREGADO (ARTS. 18 AO 21) 
 
O advogado empregado é o profissional assalariado com remuneração predeterminada e periódica independentemente do montante de serviços prestados no período. A remuneração ainda é devida quando o serviço do advogado empregado for zero. A relação de emprego não alcança o profissional que é empregado no exercício de sua função, pois tem total autonomia quanto à correta aplicação dos atos, meios e prazos processuais e não pode prosseguir com orientação tecnicamente incorreta ditada pelo empregador.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS (ARTS. 22 AO 26) 
           
O advogado exerce uma atividade necessariamente remunerada com o pagamento do preço do serviço por ele estipulado, observadas as diretrizes tabeladas pela OAB sobre os honorários. O advogado é considerado fornecedor de serviços pelo Código de defesa do Consumidor. Os honorários podem ser fixados dentro da média estabelecida para cada caso, com base no prestígio do profissional, na sua qualificação, na reputação na comunidade, no tempo de experiência, na titulação acadêmica, na dificuldade da matéria, nos recursos do cliente, no valor da demanda, entre outros.
 
Os tipos de honorários são três: os convencionados - que devem ser contratados por escrito -, os arbitrados judicialmente e os de sucumbência. Também podem ser convencionados verbalmente em presença de testemunhas, ou na falta de convenção, serão arbitrados judicialmente. A sucumbência é a condenação por honorários contra a parte vencida no processo e pode ser acumulada com os honorários contratados. O direito ao recebimento dos honorários de sucumbência é indisponível, não podendo ser negociável, sob pena de nulidade. O que ocorre que a eficácia do dispositivo do Estatuto que garante esta prerrogativa ao advogado foi suspensa pelo STF por liminar resultando o seguinte entendimento: “os honorários de sucumbência pertencem ao advogado ou advogado empregado se não existir convenção expressa em contrário” e “os honorários se sucumbência pertencem à parte vencedora se houver contrato ou convenção individual ou coletiva que assim estabeleçam”.
OS AVANÇOS 
Em suma, o presente trabalho procurou tratar dos tópicos de maior importância do novo Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil, no qual também deve ser destacada a importância que foi dispensada à moralidade e à honestidade no exercício da profissão de advogado. Para o presidente da Seccional da OAB/DF, Juliano Costa Couto, o Código de Ética representa, em última análise, o esteio da consciência e a garantia de independência do advogado. “O advogado há de se recordar que os princípios éticos integram suas responsabilidades morais e profissionais, a começar pelo respeito”, disse. “E deve fazer da busca da credibilidade uma constante em sua vida”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, cabe salientar que as prerrogativas e direitos dos advogados capitulados na Magna Carta brasileira, no Estatuto da Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil, no Código de Ética da Advocacia e em todas as outras normas jurídicas não são privilégios, não são faculdades dadas a classe dos advogados, não são meras liberalidades dadas aos patronos. As prerrogativas e direitos dos advogados são garantias da liberdade de atuação do advogado no exercício do seu ofício, em outros termos, são exatamente elas que dão a base e a sustentação para toda a atuação do advogado e por via lógica sem a existência das prerrogativas e direitos dos advogados se tornaria impossível advogar. Vale a pena acrescentar que a violação das prerrogativas e dos direitos dos advogados, num primeiro momento inviabiliza o exercício da profissão, fere o devido processo legal e num segundo momento lesa de forma grave o direito ao acesso à justiça e o próprio direito de defesa do cliente, noutros dizeres, aqui está de forma cristalina a essencialidade das prerrogativas e dos direitos dos advogados. Portanto, respeitem às prerrogativas e os direitos dos advogados.
Em termos gerais, o novo Código de Ética e Disciplina da OAB vem para preencher lacunas que eram motivo de muitos debates na advocacia. Com essas novas condições, toda a sociedade obtém resultados positivos, uma vez que o advogado é parte essencialna administração da justiça, sendo um profissional necessário para todos os setores da sociedade.
O novo texto é adequado tanto para atender às necessidades da classe, promovendo a defesa das prerrogativas do exercício da profissão e o comportamento ético do advogado; quanto para atender aos interesses da sociedade, reafirmando a importância da atuação do advogado na conciliação, mediação e arbitragem como formas eficientes de acesso à Justiça. Além da regulamentação da advocacia pro bono, promovendo assim a igualdade social.
Por fim, deve-se destacar que, o novo Código de Ética e Disciplina norteia os princípios inerentes à conduta e consciência dos advogados, que devem ter uma boa relação com os clientes, preservando o sigilo profissional e realizando sua publicidade com discrição e moderação, e ainda, tratar todos com respeito e urbanidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Resolução nº 02/2015 de 19 de outubro de 2015 – Disponível em: <http: http://www.oab.org.br/arquivos/resolucao-n-022015-ced-2030601765.pdf>. Acesso em 13 ago. 2017.
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%B3digo_de_%C3%89tica_e_Disciplina_da_Ordem_dos_Advogados_do_Brasil&oldid=48744198>. Acesso em: 13 ago. 2017.
MACHADO, Paulo. Portal Exame de Ordem. O que mudou com o Novo Código de Ética da Advocacia? Disponível em: <https://examedeordem.jusbrasil.com.br/noticias/246488266/o-que-mudou-com-o-novo-codigo-de-etica-da-advocacia>. Acesso em 15 ago. 2017.
MOREIRA, Egon Bockmann. Gazeta do Povo. O novo Código de Ética da OAB e sete de seus temas-chave. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/justica-e-direito/colunistas/egon-bockmann-moreira/o-novo-codigo-de-etica-da-oab-e-sete-de-seus-temas-chave-93nc7tq2w0mhsrhwziuv92wj2>. Acesso em: 18 ago. 2017.
VAUGHN, Gustavo Fávero. O novo Código de Ética da OAB. Disponível em: <http://alfonsin.com.br/o-novo-cdigo-de-tica-da-oab/>. Acesso em: 13 ago. 2017.
ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Estatuto_da_Advocacia_e_da_Ordem_dos_Advogados_do_Brasil&oldid=48378296>. Acesso em: 26 mar. 2017.
 LEI No 4.215, DE 27 DE ABRIL DE 1963. Dispõe sôbre o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. Palácio do Planalto. Acesso em 29 de janeiro de 2017.
Lobo, Paulo Luiz Neto. Comentários ao Novo Estatuto da Advocacia e da OAB. Brasília: Brasília Jurídica, 1994.
�PAGE �
�PAGE \* MERGEFORMAT�14�

Outros materiais