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MANIFESTAÇÕES DAS DST’s NA CAVIDADE ORAL Discentes: Bruna Gonçalves, Cintia Chagas, Daniel Luan, Dhenifer Rodrigues, Gustavo Ribeiro, Karolina Lobo, Larissa Cartonilho, Leila Ribeiro e Thamires Rios Profª Orientadora: Cláudia Cerqueira Graça Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Saúde Curso Odontologia MANIFESTAÇÕES DAS DST’s NA CAVIDADE ORAL No mundo, surgem 340 milhões de casos novos de infectados por ano (OMS, 2001) Para o Brasil, a Organização Mundial de Saúde estima entre 10 a 12 milhões de casos novos de DST por ano. Faixa etária mais frequente a de 19 a 39 anos, correspondente à população sexualmente ativa. * Mulheres o maior número de notificações. Diretrizes Nacionais da Política de Saúde Bucal preconizam o diagnóstico precoce e o tratamento imediato das lesões bucais A alta frequência de lesões orais em portadores de DST tem sido subnotificada, juntamente com a alta frequência de lesões orais não relacionadas com as DST Demanda reprimida de pacientes com necessidades tanto de diagnóstico quanto de tratamento e encaminhamento. Transmissão e Manifestação As DST podem ser causadas por agentes tanto microbianos, quanto virais; Transmitidas principalmente pelo contato sexual, sem o uso de preservativo com uma pessoa infectada Manifestando-se por meio de lesões ulcerativas, vesicobolhosas, vegetantes, corrimentos, pruridos, entre outras. Na cavidade bucal podem surgir as primeiras manifestações relacionadas com a aids. DST’s Virais Mononucleose HPV Herpes AIDS Bacterianas Sifilis Gonorreia Cancro mole MONONUCLEOSE DOENÇA DO BEIJO O que é Mononucleose? É uma doença causada pelo vírus de Epstein-Barr O vírus invade as células que revestem o nariz e a garganta, afetando os linfócitos B (glóbulos brancos responsáveis pela produção de anticorpos) causando uma infecção. A infecção causada por este vírus é muito frequente e afeta principalmente crianças, adolescentes e adultos igualmente. Transmissão É transmitida principalmente pelo beijo ou contado com secreções orais. Raramente é transmitida pelo contato sexual ou transfusão de sangue. O período de transmissão pode durar um ano ou mais. Algumas pessoas que foram infectadas com a mononucleose podem contaminar outras pessoas mesmo depois que os sintomas cessarem. Sintomas Fadiga Sensação geral de mal-estar Dor de garganta Inflamação de garganta que não melhora com o uso de antibióticos Febre Inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço e axilas Amígdalas inchadas Dor de cabeça Erupção cutânea Baço suavemente inchado Diagnóstico Exames sorológicos: um teste pode ser feito para detectar a presença de anticorpos para o vírus EpsteinBarr no corpo. Este exame dá resultados dentro de um dia, mas não pode detectar a infecção durante a primeira semana da doença Hemograma completo: um hemograma completo pode ser feito para descartar outras infecções. Tratamento Não há tratamento específico disponível para mononucleose. O tratamento envolve principalmente repouso e beber muitos líquidos. Pessoas que tiveram mononucleose uma vez desenvolvem anticorpos para a doença, não podendo contraí-la novamente. Os medicamentos combatem os sintomas. HPV Papiloma Vírus Humano Papiloma Vírus Humano - Características Infecção por vírus (intracelular obrigatório); Fator epiteliotrópico; 150 tipos → 24 associados com lesões orais (6 e 11 - B) (16 e 18 - M); Manifestação em forma de lesões verrucosas: PAPILOMA XANTOMA VERRUGA CARCINOMA VERRUCOSO CONDILOMA ACUMINADO Manifestação oral de infecção por HPV associado ao HIV. (Neville, 2009) PAPILOMA ESCAMOSO XANTOMA VERRUCIFORME Lesão macia, de cor branca, branco amarelado ou vermelho. Nódulo macio, várias projeções semelhante ao “couve flor”. CARCINOMA VERRUCOSO VERRUGA VULGAR Lesão de consistência firme e de superfície rugosa. Mais comum na pele. Comum em idosos com hábito de mascar tabaco e em infectados por HPV. Possui aparência verrucosa e cor-de-rosa com formação agrupada, de coloração rósea, indolor. Afetam áreas genitais, boca e garganta. Pode não apresentar sintomas Transmissão: A transmissão do vírus na boca tem ocorrido principalmente entre a parte mais jovem da população. CONDILOMA ACUMINADO Trasmissão: Simples troca de beijo na boca Prática de sexo oral sem camisinha TRATAMENTO: Quanto mais rápidas essas lesões forem detectadas e tratadas, menor o risco de evolução para um tumor maligno. Gráfico 1: Distribuição das lesões orais descritas, em um centro de referência, Feira de Santana, 2005-2015. Fonte: Prontuários e fichas de biópsia dos pacientes atendidos no CRLB no período de 2005-2015. Herpes O que é? Infecção viral Pequenas bolhas ao redor dos lábios e/ou dos genitais Causas Transmissão através de contato direto entre pessoas; por meio de objetos; período de incubação é estimado em duas semanas; 90% das pessoas tiveram ou terão contato com o HSV-1 e cerca de 20% com o HSV-2. Vírus da herpes simples tipo 1 (HSV-1) Normalmente associado a infecções dos lábios, da boca e da face Vírus da herpes simples 2 (HSV-2) Normalmente transmitido sexualmente Sintomas Pequenas bolhas, aftas ou úlceras Nódulos linfáticos aumentados Febre, especialmente durante o primeiro episódio de infecção Lesões genitais ou mesmo orais podem começar com uma sensação de queimação ou formigamento. Tratamento Casos leves Surtos graves e prolongados Complicações possíveis Erupção variceliforme (herpes espalhada pela pele) Encefalite Infecção do olho Infecção da traqueia Meningite Pneumonia Infecção prolongada grave em indivíduos imunossuprimidos Expectativas e prevenção AIDS Vírus HIV O que é AIDS? O que ela tem a ver com a minha boca? Lesões bucais relacionadas a AIDS - Turbeculose Oral - Candidíase Oral -Herpes labial - Leucoplasia pilosa -Doenças Periodontais -Estomatite Aftosa recorrente -Sarcoma de Kaposi Sarcoma de Kaposi - Primeiras manifestações da AIDS historicamente TUBERCULOSE ORAL: Ulcerações de bordos endurecidos. CANDIDÍASE: Lesões brancas removíveis. HERPES LABIAL: Pequenas vesículas agrupadas, principalmente na área de transição entre a mucosa e a pele DOENÇA PERIODONTAL: Esses indivíduos estão mas sujeitos a Doença periodontal. ESTOMATITE AFTOIDE RECORRENTE: Pequenas ulcerações dolorosas. São uns dos primeiros sinais da AIDS. Tratamento O tratamento da AIDS se dá através de coquetéis antivirais, visto que ainda não existe cura portanto a prevenção é de fundamental importância. Em casos de pacientes soro positivos com manifestações dessas lesões o tratamento deve ser indicado pelo dentista ou médico. SÍFILIS Sífilis Doença infecciosa bacteriana (Treponema Pallidum) Principais vias de transmissão: Sexual Mãe para o feto Transfusão sanguínea (incomum) Evolução em três estágios Sífilis primária Caracterizada pelo cancro que se desenvolve na área de inoculação Evidente 30 a 90 dias após a exposição inicial Locais mais acometidos: Genitália externa Ânus Cavidade oral (sítio extragenital mais comum) Locais mais acometidos na cavidade oral: Lábio (inferior nas mulheres e superior nos homens), a língua, palato, a gengiva e amigdalas. Cancro da sífilis primária. Ulceração da superfície dorsal da língua no lado esquerdo. (De Neville BW, Damm DD, White DK: Color atlas of clinical oral pathology, ed 2, Hamilton, 1999, BC Decker.) Sífilis Secundária Identificada clinicamente 4 a 10 semanas após infecção inicial Surgimento de sintomas sistêmicos Mais comuns: linfadenopatia indolor, dor de garganta, mal-estar, cefaleia, perda de peso, febre e dor músculo-esquelética. Múltiplas lesões maculopapulares e indolores por toda pele (Roséola sifilítica), tais lesões também podem ocorrer na boca. Na cavidade oral: Placa mucosa (encontradas com maior frequência na língua, nos lábios, na mucosa jugal e no palato) Pápulas fendidas (comissura labial) Condiloma Lata (lesões papilares comuns na comissura labial) Placa mucosa da sífilis secundária. Placa branca circunscrita na mucosa labial inferior. (Cortesia do Dr. Pete Edmonds.) Condiloma lata. Múltiplos nódulos endurecidos e levemente papilares no dorso da língua. (Cortesia da Dra. Karen Novak.) Placa mucosa da sífilis secundária. Placa branca espessa e irregular do lado direito do palato mole. Sífilis terciária Após a sífilis secundária os pacientes entram em uma fase livre de lesões e sintomas, conhecida com sífilis latente podendo durar de 1 a 30 anos. Então desenvolve-se o estágio terciário, sífilis terciária (30% dos pacientes) Complicações mais sérias Sistema vascular e sistema nervoso central podem ser afetados Lesões oculares Goma sifilítica (tecidos moles ou osso) Na cavidade oral acomete palato e língua Quando acomete palato frequentemente provoca uma perfuração. Sífilis terciária. Perfuração do palato duro. (Cortesia do Dr. George Blozis.) Glossite atrófica da sífilis terciária. Superfície dorsal da língua exibindo perda de papilas filiformes e áreas de atrofia epitelial e hiperceratose. (Cortesia do Dr. Robert J. Gorlin.) Sífilis congênita Transmissão vertical, ou seja, a bactéria atravessa a barreira placentária. Série de alterações, entre elas a tríade de Hutchinson: Envolvimento dentário (incisivos de Hutchinson e molares em amora), Ceratite intersticial (envolvimento inflamatório dos olhos) Surdez devido ao envolvimento do 8º par de nervos cranianos. Além da tríade, outras características como o retardo mental, nariz em cela, rash cutâneo, tíbia em sabre, palato ogival, bossa frontal e hidrocefalia também são importantes. Incisivos de Hutchinson da sífilis congênita. Dentes exibindo coroas sofrendo estreitamento em direção à margen incisal. (De Halstead CL, Blozis CG, Drinnan AJ et al: Physical evaluation of the dental patient, St Louis, 1982, Mosby.) Molar em amora da sífilis congênita. Molar superior exibindo superfície oclusal com numerosas projeções globulares. Tratamento Avaliação individual Tratamento de eleição é penicilina Pacientes que apresentem alergia ao medicamento podem optar pela tetraciclina ou azitromicina. GONORREIA Gonorréia Doença infecto-contagiosa causada pela bactéria Neisseria Gonorréia; Uma das DST mais frequentes, a bactéria pode crescer também em boca, garganta, olhos e ânus. Nome Popular : esquentamento, blenorragia, corrimento, escorrimento ou pingadeira; Pode afetar homens e mulheres, os recém-nascidos podem ser infectados ao nascer e sofrer danos oculares; Sintomas Na maioria dos casos, a gonorreia passa desapercebida. Quando há sintomas, alguns são bastante característicos, principalmente na região genital. No pênis, os sinais mais comuns da gonorreia são: Dor e ardência ao urinar Secreção abundante de pus pela uretra Dor ou inchaço em um dos testículos. Já na vagina, os sintomas são: Aumento no corrimento vaginal, que passa a ter cor amarelada e odor desagradável Dor e ardência ao urinar Sangramento fora do período menstrual Dores abdominais Dor pélvica. A parte posterior da boca, quente e úmida, é o ambiente propício para a bactéria e as bactérias têm capacidade de invasão; dor e dificuldade em engolir, presença de placas amareladas na garganta A prática do sexo oral sem preservativo tem causado o aumento dos casos de gonorreia de faringe, que está virando epidemia e é transmitida por sexo oral e resistente a antibióticos Tratamento: O tratamento da gonorreia geralmente envolve o uso de antibióticos é importante o indivíduo tomar os antibióticos até ao final do tratamento para conseguir a cura da doença. Para ter a certeza da cura definitiva da gonorreia, o indivíduo deve voltar a fazer exames como o de sangue no final do tratamento para confirmar que já não há infecção A Organização Mundial de Saúde estima que há entre 700 mil e 1 milhão de brasileiros infectados com gonorreia. CANCRO MOLE Cancro Mole - Características Conhecida também como cavalo, cancroide ou cancro venéreo. O cancro mole é uma doença sexualmente transmissível. Podem ocorrer, principalmente, nos órgãos sexuais, mas lábios, boca, língua e garganta também podem ser afetados. Com período de incubação de aproximadamente 5 dias, pode ser completamente curada, caso seja feito tratamento adequado. Aspecto Clinico Esta doença surge como pequenas feridas contagiosas irregulares. Estas se tornam úmidas, maiores, avermelhadas, com base mole e fundo purulento profundas e dolorosas. Geralmente são múltiplas. Tratamento O uso de antibióticos, prescritos e utilizados da forma correta, é essencial na maioria dos casos. Recomenda-se ainda, como forma terapêutica, o acompanhamento médico até a involução total dos ferimentos e abstinência sexual total e tratamento dos parceiros sexuais, mesmo que estes não apresentem os sintomas, visto que há casos de portadores assintomáticos, principalmente em indivíduos de sexo feminino. Conclusão Existem muitas doenças sexualmente transmissíveis e muitas delas podem se manifestar oralmente; A manifestação oral pode acontecer antes de outros sintomas e por esse motivo o cirurgião-dentista tem um papel importante no diagnóstico; O diagnóstico precoce contribui para o auxílio no processo de tratamento da doença; Referencias: NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Trad.3a Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. An, Margareth Y. Obara, et al. "Manifestações bucais em pacientes portadores de doenças sexualmente transmissíveis." J bras Doenças Sex Transm 20.3-4 (2008): 161-166. Obrigado!!
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