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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2 VARA DO JURI DA COMARCA DE FORTALEZA-CE.
 JOCELINO DA SILVA LIMA, já qualificado nos autos do processo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar ALEGAÇOES FINAIS EM FORMA DE MEMORIAIS, nos termos do art. 403, paragrafo 3 do Codigo de Processo Penal, pelas razoes de fato e de diretos a seguir expostas: 
 DOS FATOS
 Consta nos autos do referido processo, no dia 27 de janeiro de 2007, por volta das 20:25 horas, na rua Jorge da Veiga, no bairro Parque Santa Maria, nesta capital, e comarca, Jocelino, fazendo uso de instrumento cortante( gargalo de uma garrafa ), tentou assassinar a vitima Nelia, não causando morte por circunstâncias alheias a sua vontade. Porem, o que consta no inquérito é que o reu estava num barzinho, quando Nelia chegou e começaram a bater boca referente aos objetos da casa, pois a mesma tinha levado tudo da casa, e no meio disso, um rapaz tomou as dores de Nelia criando um atrito com Jocelino. Entao, ao levar um murro, Jocelino pegou um gargalo de uma garrafa para se defender e Nelia se meteu no meio e, por isso, foi atingida. A intenção de Jocelino não era de matar Nelia, nem tampouco lesiona-la. 
 DO MERITO
 DA ABSOLVICAO NECESSÁRIA 
 Conforme a informação contida nos autos, é perceptível que não houve a intenção de matar a vitima, pois o intuito era apenas conversar com a mesma e resolver a pendencia que estava lhe incomodando, logo o requerido não teve a vontade, nem mesmo intenção de cometer o homicídio a forma tentada, logo não era de sua vontade que isto ocorresse. 
 Neste sentido, deve-se observar o disposto no artigo 14, II do Código Penal:
 Art. 14 – Diz-se o crime consumado quando:
 [...]
 II- Tentado quando iniciada a execução não se consuma por circunstancias alheia a vontade do agente.
 Neste sentido, deve-se verificar que não se consumou o crime de tentativa de homicídio, assim vejamos: 
 I- No exame pericial, restou comprovado apenas lesões, que não deixaram sequelas, contatando assim que o requerido jamais teve a intenção de matar alguém.
 II- Restando comprovado, que houve autoria sim, porem a materialidade no que tange a intenção de efetivar o homicídio, não ficou constatado, configurando-se apenas como lesão corporal leve.
 Neste sentido, requer de Vossa Excelência a absolvição pelo crime previsto no artigo, 121, § 2, inc. I E c/c art. 14 inc. II, do Código Penal, tendo em vista a ausência da vontade de cometer o homicídio.
 DESCLASSIFICACAO PARA O CRIME DE LESAO CORPORAL 
 Nesta mesma linha de raciocínio, a definição para lesão corporal se dá quando a ofensa pode causar um dano anatômico externo ou interno (ferimentos, equimoses, hematomas, fraturas, luxações, mutilações). 
 O núcleo do tipo legal do art. 129 é ofender. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.
 DOS PEDIDOS
 Diante do exposto, requer:
 I) O recebimento das Alegações Finais por Memoriais.
 II) A absolvição necessária na hipótese trazida pela inexistência da vontade de cometer o homicídio na forma tentada, conforme art. 386, VII do Código de Processo Penal, prolatando a decisão de impronuncia.
 Nestes Termos,
 Pede e aguarda deferimento.
 Fortaleza, 15 de Maio de 2018
 Advogado
 OAB-UF

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