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CASO CLÍNICO 2 AH mulher de 18 anos teve alta recente do hospital, após quadro de desidratação grave e cetoacidose ligeira, é encaminhada à consulta de Diabetes. Apresenta glicemia em jejum de 190mg/dL e glicemia ocasional de 205mg/dL. Aproximadamente 4 semanas antes de ser hospitalizada, AH mudou-se da casa dos pais em Viseu para a Gandra para estudar na faculdade – é a sua primeira vez fora de casa. Em retrospetiva, recorda-se que teve sintomas de polidipsia, noctúria (seis vezes por noite), fadiga e perda de peso 5,4kg durante esse período. Atribui à ansiedade associada à mudança de casa e ao ajuste ao novo ambiente. História médica passada: Infeções recorrentes das vias aéreas superiores e três casos de candidíase vaginal nos últimos 6 meses. Não toma qualquer medicamento. História familiar é negativa para diabetes. Exame físico sem relevância assinalável. Pesa 50 kg e mede 164cm. Resultados laboratoriais: Glicemia ocasional medida na consulta 280 mg/dL; HbA1C, 14%; Cetonas na urina (medido por tira teste) QUESTÃO 1: Com base na história e resultados laboratoriais, é assumido o diagnóstico de diabetes tipo 1. Quais os dados consistentes com este diagnóstico? *Glicemia em jejum elevada ( 190mg/l valor normal abaixo de 70-130 ) *Glicemia ocasional elevado (205 valor normal abaixo de 150 ) *perda de peso *candidíase vaginal , é sinal de presença de glicose na urina que acentua o crescimentos de leveduras *micção frequente *cetonas na urina *HbA1c elevada , 14% * polidipsia QUESTÃO 2: Irá iniciar-se tratamento com insulina nesta consulta. Quais são os objetivos do tratamento? A normoglicemia impedirá o desenvolvimento de complicações a longo prazo? O tratamento tem como objetivo a mimitização da função do pâncreas para que haja a normalização dos níveis de glicose no sangue . O que por sua vez vai prevenir complicações como afetação de órgãos alvo QUESTÃO 3: Quais os métodos de administração de insulina? o método mais usado de administração é a injeção subcutânea Sistema de Infusão Contínua , aparelho que fica ligado por um cateter fazendo uma constante monitorização fazendo o bombeamento constante de insulina basal para a corrente sanguínea QUESTÃO 4: Como deve ser administrado a insulina de forma que imita a libertação fisiológica do pâncreas? duas vezes ao dia, antes do pequeno almoço e do jantar. Utiliza-se preferencialmente uma mistura de insulina de acção rápida com insulina protamina ou NPH de acção intermediária em que aproximadamente 2 3 da dose total são administrados antes do pequeno almoço. QUESTÃO 5: Deverá AH usar uma bomba de insulina ou múltiplas injeções de insulina? Deve usar injeções múltiplas pq não apresenta qualquer uma destas indicações • Dificuldade para normalizar a glicemia, apesar de monitoramento intensivo29 e controle inadequado da glicemia, com grandes oscilações glicêmicas. • Ocorrência do fenômeno do alvorecer (dawn phenomenon). • Pacientes com hipoglicemias noturnas frequentes e intensas.30 • Indivíduos propensos à cetose.17 • Hipoglicemias assintomáticas.31 • Gravidez e/ou mulheres com diabetes que planejam engravidar, sobretudo aquelas que não alcançaram controle metabólico adequado.19 • Grandes variações da rotina diária. • Adolescentes com transtornos alimentares.17 • Pacientes com dificuldade para manter esquemas de múltiplas aplicações ao dia. • Desejo de um estilo de vida mais flexível. • Atletas profissionais ou que competem.17 • Complicações microvasculares e/ ou fatores de risco para complica- ções macrovasculares.17 QUESTÃO 6: Como deve ser iniciada a terapia com insulina múltipla? QUESTÃO 7: Que tipo de dispositivo de administração de insulina deve ser prescrito para AH? Deve ser prescrito uma caneta QUESTÃO 8: Quais as instruções que AH deve receber de forma a saber administrar corretamente a insulina? AH deve administrar insulina em zonas onde exista gordura como , barriga , braço ou como fazendo uma prega. Tendo sempre cuidado para Variar o local de administração para evitar o aparecimento de nodulos (lipo-hipertrofia) Na mesma hora do dia administrar sempre na mesma zona corporal, variando de local nessa zona. – Guardar distancia de pelo menos 3 QUESTÃO 9: Como deve A.H. fazer a auto-monitorização da glicemia? Deve ser medida antes e após as principais refeições para que haja um controle dos níveis de glicemia para que se possa regular a quantidade de insulina a tomar. QUESTÃO 10: Com que frequência, deve avaliar a glicemia? Tenha como objetivo verificar a sua glicose três ou quatro vezes ao dia uma vez que estamos numa fase de controlo dos níveis glicémicos e a iniciar o tratamento com insulina AH foi instruída a administrar 12 unidades de insulina glargina todas as noites e administrar 4 unidades de insulina aspart antes de cada refeição. Foi-lhe dito para testar a glicemia quatro vezes ao dia (antes das refeições e à hora de dormir), para registar os resultados e outros eventos ou sintomas incomuns durante o dia, e para trazer os registos na próxima consulta. Também lhe foi pedido para registar a sua alimentação, nomeadamente, o número de hidratos de carbono que ingeriu em cada refeição. O objetivo inicial da terapia é diminuir a glicemia para eliminar sintomas de hiperglicemia. O objetivo final é alcançar glicemia em jejum de 70 a 130 mg/dL e valores pós- prandiais a 180 mg/dL. Uma semana depois, as glicemias da doente são: 7h- 160-200 mg/dL 12h- 220-260 mg/dL 17h- 130-180 mg/dL 23h – 140-180 mg/dL Fez medições ocasionais às 3h – 160mg/dL. A urina foi sempre negativa para cetonas. Ela come aproximadamente quatro porções de hidratos de carbono (60 g) ao pequeno-almoço e duas a quatro porções de hidratos de carbono (30-45 g) ao almoço e jantar. AH refere sentir-se um pouco melhor e o peso estabilizou, mas ainda urina duas a três vezes por noite. QUESTÃO 11: Como interpreta estes resultados e que alterações propõe ao regime de insulina? Penso que se deva aumentar a quantidade de unidade de insulina de ação prolongada que se administra antes de dormir ou diminuindo a quantidade de hidratos de carbono que consome . Deve ainda consumir 6 unidade de asp. Antes do pequeno almoço uma vez que consome mais hidratos nessa refeição, para que a glicemia as 12 horas seja melhor controlada AH está mais confortável com a contagem de hidratos de carbono e a ajustar as doses de insulina. Uma revisão do diário de alimentos revela que, na maior parte das vezes, é capaz de determinar os tamanhos de porções apropriados para 15 g de hidratos de carbono. Ela admite dificuldades em determinar quantidades quando faz refeições fora de casa. Como resultado, AH percebe que suas concentrações pré- prandiais excedem o objetivo de 80 a 120 mg/dL. Às vezes, são muito elevadas (200 mg/dL) QUESTÃO 12: Como resolver a situação das concentrações pré-prandiais? Deve administrar mais unidades de insulina pré-prandial para que haja uma concentração de segurança ou então que se faça administração de bolus corretor A.H. regressa 1 mês depois. Atualmente está com 14 unidades de insulina glargina todas as noites, 1 unidade de insulina aspart para cada 15 g de hidratos de carbono ingeridos às refeições e um fator de correção de 1 unidade de insulina aspart por cada 70 mg/dL acima de 120 mg/dL. Os resultados são os seguintes: 7h- 140-180 mg/dL 12h- 120-150 mg/dL 17h- 90-130 mg/dL 23h- 90-120 mg/dL 3h- 60-90 mg/dL No geral, AH sente controlou a diabetes. O nível de energia voltou ao normal, e a noctúria diminuiu, mas ocasionalmente levanta-se uma ou duas vezes por noite para urinar. Também notou que, às vezes, tem pesadelos ou"suores" que a despertam. Quando isso ocorre, ela geralmente come algo porque acorda "faminta" e volta a dormir. Mas acorda na manhã seguinte com uma "dor de cabeça horrível" e uma sensação de "ressaca". ( pode ser hipoglicemia) O peso permanece igual e ela começou a desenvolver alguma consistência nos padrões alimentares com a ajuda da nutricionista. Corrigiu consistentemente as doses de insulina pré-refeições, adicionando ou subtraindo 2 unidades de insulina. A HbA1C é de 7,3%. QUESTÃO 13: Quais são as possíveis causas da hiperglicemia de jejum? A falta de controlo da glicemia nos últimos meses pois a hemoglobina glicosina continua a cima de 7% QUESTÃO 14: Se AH usar NPH como insulina basal, como deveria ser instruída a medir e retirar essa mistura de insulina? Tem de estar em alerta para o pico insulínico 5 horas após a ingestão que lhe pode causar uma hipoglicemia noturna, ao contrario da glargina deve ser administrada 2x ao dia devido ao seu menor tempo de ação , aumentam o ganho de peso . Depois de reduzir a dose de insulina glargina para 14 unidades por noite, glicemia ocasional é de 110 a 125 mg/dL. No entanto, as concentrações ao meio-dia permanecem na faixa de 120 a 150 mg/dL. QUESTÃO 15: O que recomenda fazer? Aumentar a dose de insulina antes do almoço AH agora está a administrar insulina glargina 12 unidades por noite e razão de insulina para hidratos de carbono de 1:15 (1 unidade de insulina aspart por cada 15 g de hidratos de carbono) ao almoço e jantar e 1:12 ao pequeno-almoço. Duas semanas depois, os seus registos são: 7h- 110-120mg/dL 12h- 90-115mg/dL 17h- 60-110mg/dL 23h- 80-110mg/dL 3h- 110-120mg/dL Sente que está "de volta ao normal". Não tem sinais ou sintomas de hiperglicemia e o peso permaneceu estável. Ocasionalmente, ela fica hipoglicémica antes do jantar, mas isso geralmente ocorre quando o atrasa o jantar, por causa do estudo. QUESTÃO 16: Qual poderia ser a causa de hipoglicemia pré jantar e como solucionar? A causa da hipoglicemia é o atraso do jantar pq a aspar. Tem um inicio de ação de 10- 15 min , para revolver isso deve utilizar uma insulina com um tempo de inicio de ação mais longo como a insulina regular ou ser coerente nos horários a que aplica a insulina e o horário do jantar.
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