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Obstetrícia 3 Sofrimento Fetal Agudo Definição: Ocorre principalmente durante o trabalho de parto e se caracteriza pela redução brusca e acentuada da trocas gasosas maternofetais, decorrente da insuficiências nas circulações uteroplacentárias (hiperatividade uterina, hipovolemia materna, hipotensão materna) e fetoplacentárias (relacionadas ao cordão umbilical). Principais alterações bioquímicas: Hipóxia, acidose metabólica e hipercapnia. Diagnóstico: 1 – Contagem dos movimentos fetais: É controversa e não se mostrou eficaz Normal = 5 a 10 movimentos em 1 hora 2 – Microanálise do sangue fetal: Método pouco empregado 3 – Avaliação da frequência cardíaca fetal: Constitui o meio mais utilizado de se avaliar a oxigenação fetal. A presença de acelerações na FCF indica que o feto não se encontra acidótico. 4 – Ausculta fetal intermitente: Realizado através do estetoscópio de Pinard ou do USG-Doppler 5 – Cardiotocografia: É um dos exames mais utilizados na avaliação do bem-estar fetal. Baseia-se no comportamento da FCF. Alterações basais: Linha de base Varia de 110 a 160 bpm Taquicardia > 160bpm durante 10 minutos Bradicardia < 110 bpm durante 10 minutos (é a resposta inicial do feto frente à hipóxia) Variabilidade Padrão ondulatório (tipo 2) que varia de 10 – 25 bpm é o considerado normal. * O padrão sinusóide indica Anemia fetal grave Intervenção urgente. Alterações Transitórias: Acelerações Aumentos transitórios da FCF de no mínimo 15 bpm e duração de 15 segundos. Podem estar associadas a atividade uterina ou à movimentação fetal. São sinais de bem estar fetal. *O teste é considerado não reativo quando não evidecia acelerações em um período de 40 minutos. A não reatividade pode estar relacionada à imaturidade fetal, período de sono, drogas, tabagismo, anomalias ou pode ser um sinal de hipóxia fetal (primeiro sinal) DIPS ou Desacelarações: São quedas transitórias na FCF. Padrão Cefálico / Precoce (DIP 1) Começa e termina JUNTO com a contração uterina que a originou. Padrão Tardio (DIP 2) Começa após o inicio das contrações. É o padrão encontrado nas asfixias. Padrão Variável / Umbilical (DIP 3) Não se relaciona com a contração uterina. Condutas A CTG só deve ser feita em pacientes de ALTO risco: Na CTG Anteparto (a partir de 26 – 28 semanas): Normal Não altera a conduta adotada Alterada Complementar com Perfil Biofísico Fetal e/ou Doppler quando disponíveis, caso contrário, estaria indicada a interrupção da gestação. Na CTG Intraparto: Medidas que visem diminuir o sofrimento fetal: Administrar o2 Suspender a infusão de ocitócitos Decúbito lateral esquerdo Aumentar a infusão de líquidos e corrigir a hipotensão Administrar tocolíticos Cesariana caso as medidas não se mostrem efetivas Sofrimento Fetal Crônico Definição: É aquele presente nas gestações de alto risco e que se associa a CIUR e oligodramnia, e decorrente da diminuição progressiva das reservas fetais. Fatores de Risco: Comprometimento da vascularização uterina Insuficiência placentária Pós-maturidade Pré-eclâmpsia Hipertensão arterial sistêmica Diabetes Colagenoses Gemelaridade Manifestações clinicas: Se manifesta ainda intraútero, através de fenômenos de redistribuição do fluxo sanguíneo fetal, que representam mecanismos compensatórios fetais frente à má perfusão placentária com o objetivo de manter seletivamente a oxigenação adequada para os órgãos nobres: cérebro, coração e adrenais. Dessa forma se manifesta por alterações do crescimento fetal e do volume de liquido amniótico. CIUR: Diagnosticado quando o feto apresenta peso inferior ao percentil 10 para a idade gestacional. Causas: Maternas (mais comuns): Diabetes, HAS, colagenoses, Drogas, Tabagismo e álcool, anemia falciforme, idade avançada. Doenças placentárias Anormalidades fetais: infecções congênitas, gemelaridade, malformações e alterações cromossomiais. Diagnóstico: combinação de dados clínicos, métodos laboratoriais e ultrassonográficos. Medida do fundo uterino USG Diâmetro Biparietal ou Circunferencia Cefálica Tipos: Simétrico (10%) / Tipo 1 Ligado a um insulto agudo no inicio da gravidez Assimétrico (80%) / Tipo 2 Indica que ocorreu cefalização da vascularização, ou seja, é um insulto crônico fetal permanente (insuficiência placentária). Oligodrâmnia: Predispõe à compressão do cordão umbilical, prejudicando o fluxo sanguíneo fetal. O risco de hipoplasia pulmonar, infecções e anormalidades esqueléticas encontra-se aumentado. Causas: Malformações genitourinárias Anomalias cromossomiais Pós-maturidade Diagnóstico: Útero pequeno para a idade gestacional Maior bolsão de LA < 2 cm no seu diâmetro vertical OU ILA < 5 cm Avaliação do bem-estar fetal: 1 – Cardiotocografia 2 – Perfil Biofísico Fetal = Associação da CTG com 4 parâmetros ultrassonográficos Movimento respiratório fetal Movimento fetal Tono fetal Volume de liquido amniótico 3 – Perfil Hemodinâmico Fetal (Doppler): É o exame que mais fornece informações sobre as condições fetais, placentárias e hemodinâmicas maternas, e o que mais precocemente detecta a diminuição da perfusão fetal entre todos os exames complementares. É recomendado como primeira ferramenta na monitorização de gestações sob risco de CIUR. O exame pode ser utilizado a partir de 24 – 26 semanas. As artérias mais utilizadas para a avaliação do sofrimento fetal crônico são a aorta, as cerebrais e a artéria umbilical. O Doppler de artéria umbilical apresentando diástole reversa indica obliteração de no mínimo 90% das artérias da microcirculação placentária e portanto, elevado risco de morte fetal. É achado ANORMAL a presença de DIÁSTOLE REVERSA (indicação imediata de interrupção da gestação independente da idade gestacional) Quando o Doppler demonstra CENTRALIZAÇÃO na avaliação da artéria cerebral, indica que o feto está em sofrimento, porem compensado. Esse mecanismo se dá com diminuição do fluxo da a. umbilical e aumento do fluxo da a. cerebral média. O Doppler das artérias uterinas é reservado para as gestações de alto risco (rastreio) de pré-eclampsia e CIUR. A primeira anormalidade indentificada é um aumento continuo da resistência de ambas as artérias uterinas com presença de INCISURAS PROTODIASTÓLICAS. Fórcipe Indicações: Profiláticas: Maternas Doenças neurológicas, descolamento de retina, cardiopatia orovalvar, edema agudo de pulmão e crise asmática. Cicatriz uterina prévia. Fetais Prematuridade, Prevenção do sofrimento fetal Curativas: Maternas Astenia, hérnias abdominais, exaustão materna, sofrimento materno, resistência perineal. Fetais Período expulsivo prolongado, Sofrimento fetal agudo, Prolapso ou procidência de cordão. Tipos: Simpson Todas as variedades, exceto as transversas Kielland Variedade transversa, rotações amplas e correção dos assinclitismos Barton Apresentação alta em variedade transversa Piper Cabeça derradeira (apresentação pélvica) Condições de praticabilidade: Cabeça insinuada Dilatação total do colo Membranas rotas Diagnostico preciso da variedade de posição Reto e bexiga vazios Cana de parto sem obstáculos *Pegada ideal Biparietomalomentoniana *Tração Simultânea com as contrações uterinas
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