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Os psicólogos jurídicos não são so aqueles que atuam diretamente em tribunais

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Elça Maria da Cruz Gomes 9º período psicologia jurídica 
Psicologia Jurídica 
 Os psicólogos jurídicos não são só aqueles que atuam diretamente em tribunais, mas também o que trabalham com questões jurídicas, são lotados em vara de famílias, mas não necessariamente são psicólogos jurídicos, podem ser psicólogos clínicos e indicados por juízes, para atuarem junto ao jurídico. 
 O psicólogo tem que ter clareza ao elaborar os documentos solicitados para serem encaminhados a justiça. E vale lembrar que o psicólogo jurídico não e escolha do sujeito, o juiz que encaminha para uma avalição psicológica, sendo assim nem sempre o mesmo está disposto a relatar com clareza o ocorrido, pois teme alguma mudança no processo. 
 Os psicólogos devem escolher instrumentos e técnicas adequadas para investigar de forma ética e técnica com princípios psicológicos.
 Anteriormente, era dever dos médicos fazer essa investigação, hoje o psicólogo ganha campo atuando como perito e colaborando judicialmente, na emissão de relatórios e laudos para a justiça.
 A psicologia jurídica no Brasil se desenvolveu com a ampliação no campo de atuação. Nesse momento de crescimento a psicologia jurídica vem atuando diretamente na garantia de direitos da infância, família, idosos, aconselhamento, mulher e outros. 
 O cargo de psicólogo jurídico foi criado em 1980 e São Paulo foi um dos primeiros e realizar concurso público nessa área. 
 No Rio de Janeiro a psicologia jurídica e bem nova, foi realizado concurso em 1999, no ano de 2000, foi realizado o I encontro de Psicólogos Jurídicos no estado do Rio de Janeiro.
 Em alguns estados e separados por varas de famílias, juventude e infância, em outros o psicólogo jurídico atua em uma única vara. 
 Quando o Estado solicita um psicólogo jurídico e porque ele subentende que esse sujeito precisa não só de um parecer, mas sim de serem compreendidas, trabalhadas e avaliadas questões emocionais.
 Vale ressaltar que ao problematizar o modelo pericial, considera que nos conflitos na vara de família são travadas entre pessoas que possuem vínculos afetivos. 
 Quando a denúncia e feita em relação a crianças e adolescentes o psicólogo no conceito jurídico, inclui a escuta de familiares da criança, com certo cuidado entendendo que a criança e membro dessa família.
 As intervenções com famílias, podem ser de várias formas, em grupo ou individual com cada membro da família. Recentemente há equipes de psicólogos que estão formandos grupos de pais e mães separados, por fezes junto com assistentes sociais, visando facilitar o convívio da guarda compartilhada para os pais.
 Portanto no campo da Psicologia Jurídica as práticas desenvolvidas por psicólogos são : avalição psicológica , pericia , assessoramento , orientação , aconselhamento , encaminhamento , atendimento psicológico individual , atendimento psicológico com a família e /ou com algum membro da família , elaboração de laudos, pareceres , informes e relatórios , mediação , trabalho em grupo, as vezes o profissional participa o profissional participa de audiências na condição de perito ou profissional responsável pelo caso .
 O psicólogo que atua em vara de famílias, ele desenvolve a pratica de mediação. 
 O psicólogo que trabalha em vara de família atua na interdisciplinaridade e entente que as demandas atendidas no âmbito da justiça que pressupõem que a demandas atendidas pela justiça são complexas e precisam ser conhecidas em suas diversas dimensões. A intervenção de uma equipe Inter profissional, implica em conhecer o indivíduo como sujeito singular, conhecendo suas características pessoais e sociais. 
 Ao longo do tempo a psicologia ganha espaço no meio jurídico ampliando a perícia psiquiatra e nos laudos no direito Penal.
 Psicólogos que trabalham no judiciário ou em vara de família, quando recebem a demanda do judiciário para avaliações ou atendimentos devem escutar ambas as partes do processo, não podendo de forma alguma dispensar a escuta de uma das partes, mesmo sendo difícil a localização da pessoa para o atendimento, o psicólogo deve escutar o máximo de pessoas, mesmo quando a o mesmo já se encontrar esgotado, sempre que for necessário para solução do caso.
 Quando se a disputa de guarda dos filhos e viável que se escute o mesmo para saber com qual partes deseja residir. Alguns teóricos são contra, pois acham que a criança ou adolescente podem se sentir culpados por terem escolhidos a outra parte. O psicólogo deve ter a escuta dessa criança, deixar que ele fale sobre suas angustias e ansiedade, para assim poder mediar o convívio com esses pais separados, garantindo a segurança física e emocional.
 O psicólogo, quando solicitado a desempenhar determinada tarefa, deve avaliar se esta diz respeito às atribuições de um profissional de Psicologia e qual a melhor maneira de desenvolvê-la. No contexto em foco, o profissional não deve aguardar que o juiz, ou outro operador do Direito, defina a sua atuação, mas deve participar ativamente das discussões e decisões acerca de seu fazer profissional.
 A lei da guarda compartilhada e trabalho que deve ser realizado pelas equipes técnicas do Judiciário, que: “para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar”. Nesse sentido, entende-se que as equipes técnicas podem auxiliar os pais na estruturação, no entendimento e no cumprimento da guarda compartilhada.
 Portanto e necessário a realizar apenas perícia e avaliações psicológicas em processos de disputa de guarda.
 Muitos são os desafios dos psicólogos jurídicos em vara de família pelo Brasil, a maior queixa da forma inadequada das instalações, falta de privacidade, desrespeitando assim o código de ética do profissional.
 No que diz respeito à confecção de relatórios, laudos, pareceres e informes, o Manual de Elaboração de Documentos Escritos, elaborado pelo CFP, dispõe que: 
 Sempre que o trabalho exigir, sugere-se uma intervenção sobre a própria demanda e a construção de um projeto de trabalho que aponte para a reformulação dos condicionantes que provoquem o sofrimento psíquico, a violação dos direitos humanos e a manutenção das estruturas de poder que sustentam condições de dominação e segregação. (CFP, 2003)
 Portanto o profissional de psicologia deve sempre questionar qual o objetivo psicológico do trabalho a ser feito. Porque sua intervenção está sendo solicitada, ou seja como interpretar a demanda que chega.
 Em relação aos documentos escritos, deve ser ter cuidado também com o uso de termos, expressões e conceitos que só dizem respeito a disciplina. Não é necessário reproduzir em relatórios, laudos ou pareceres frases ditas pelos sujeitos, em uma tentativa de justificar a argumentação utilizada, ou de provar a veracidade do que está sendo apresentado, pois as palavras não possuem a mesma materialidade para o Direito e para a Psicologia. Tampouco o psicólogo seria um detetive que colhe depoimentos e elabora relatórios meramente descritivos – fundados apenas em relatos dos entrevistados – solicitando à pessoa que assine a sua declaração, como já ressaltou Brito (2002a).
 Ao pesquisar Código de Ética da categoria pode-se observar, no artigo 12, indicativo de que: “nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho”. Da mesma forma, dispõe o Código, entre os deveres fundamentais do psicólogo (item g) o de: “informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário” (CFP, 2005).
 Essas indicações éticas contrariam a argumentação, algumas vezes defendida, de que, quando se trata de trabalho a ser encaminhado ao Judiciário,o psicólogo deveria relatar tudo o que ouviu ou de que tem conhecimento, interpretação que pode desconsiderar a indicação de sigilo profissional contida no artigo 9º do Código: “É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional, a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações a que tenha acesso no exercício profissional” (CFP, 2005).
 Ainda de acordo com questões éticas o psicólogo não pode colher informações do cliente e depois não dar uma devolutiva. A entrevista de devolução faz parte dos deveres dos psicólogos. 
 O parecer psicológico é apenas mais uma informação entre as muitas que compõem o processo, cabendo ao juiz, a partir da avaliação de todos os dados disponíveis na peça processual e do disposto no sistema de leis que regem a sociedade, julgar. Como indicado nos princípios técnicos do Manual de Elaboração de Documentos Escritos, os relatórios, os laudos psicológicos e os pareceres devem estar fundamentados em referencial próprio da Psicologia.
 A atuação do psicólogo no sistema de Justiça deve estar comprometida com o cuidado à pessoa e à sua dignidade. Para isso, é indicado que sejam criados cargos e vagas em números adequados às necessidades daqueles que procuram o Poder Judiciário em cada estado da Federação.
 E fundamental que o Poder Executivo, nos diferentes municípios tenha rede de atendimento que supra as necessidades da população, garantindo-lhes os direitos fundamentais, possibilitando aos profissionais que atuam no Judiciário, o encaminhamento de pessoas às instituições de atendimento, estabelecendo-se verdadeira e ampla articulação de políticas públicas.

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