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Resumo de Psicologia Hospitalar Professor: Hamilton Mendes O Que se Entende por Psicologia Hospitalar? De acordo com Cabral citando Rodríguez e Marín (2003) a Psicologia Hospitalar é um conjunto de contribuições científicas, educativas e profissionais que as várias correntes da psicologia oferecem para prestar uma assistência de maior qualidade aos pacientes hospitalizados. O psicólogo hospitalar é o profissional que detém esses saberes e técnicas para aplicá-los de forma sistemática e coordenada, sempre com o intuito de melhorar a assistência integral do sujeito hospitalizado. O trabalho do psicólogo hospitalar é especificamente direcionado ao restabelecimento do estado de saúde do doente ou, ao controle dos sintomas que comprometem bem-estar do paciente. Ainda segundo esse mesmo autor existem seis tarefas básicas do psicólogo hospitalar: A função de coordenação, relacionadas às atividades com os funcionários da instituição. A função de auxilio à adaptação, intervindo na qualidade do processo de adaptação e recuperação do paciente internado. A função de interconsulta: auxiliando outros profissionais a lidarem com o paciente. A função de enlace, de intervenção, por meio de delineamento e execução de programas com os demais profissionais, para modificar ou instalar comportamentos adequados dos pacientes. Assistência direta: atua diretamente com o paciente. A função de gestão de recursos humanos: aprimora os serviços dos profissionais da instituição, o que contribui de forma significativa para a promoção de saúde. No contexto hospitalar, o psicólogo deve buscar estabelecer um contato mais próximo com outras profissões. A saúde não é de competência de um único profissional, ela é uma prática interdisciplinar e os profissionais das muitas e diferentes áreas de atuação, devem agregar-se em equipes de saúde. De acordo com Chiattone (2003) tendo como objetivos comuns estudar as interações somatopsicossociais e encontrar métodos adequados que propiciem uma prática integradora, tendo como enfoque a totalidade dos aspectos inter- relacionados à saúde e à doença. Conjuntamente com o enfoque da humanização do atendimento em saúde, a interdisciplinaridade é uma das bases da tarefa do psicólogo que adentra ao hospital, pois partindo do pressuposto de que o ser doente deve ser considerado biopsicossocial. “Essas três esferas interdepende e inter- relacionam-se à outra, mantendo o ser doente, intercâmbios contínuos com o meio em que vive, num constante esforço de adaptação à sua nova condição de doente [...].” (CHIATTONE, 2003, p. 32). Está abrangência multidisciplinar e estratégica da atuação do psicólogo hospitalar, pelo reconhecimento do campo de saúde como uma realidade complexa, e que necessita de conhecimentos distintos integrados é que define a necessidade de intervenção de forma imediata. Portanto, estas ações deveriam envolver profissionais de diferentes áreas em uma rede de complementaridade onde são mantidas as exigências organizacionais unitárias. O Psicólogo Hospitalar e a Família do Paciente O acompanhamento psicológico junto á família do paciente é muito importante pois, o familiar vivencia um momento de crise acometido pelo sentimento de impotência frente a moléstia de seu ente querido, e também seu temor pelo falecimento; pela dificuldade em compreender o que se passa com o paciente; pela distância imposto pelo ambiente hospitalar ( o que impossibilita o familiar de cuidar, ele mesmo do paciente); a dor da impotência diante o sofrimento do outro. Em relação á importância de se prestar uma assistência psicológica á família do doente, Chiattone ressalta o seguinte: No hospital, o psicólogo hospitalar também estará realizando avaliação e atendimento psicológico aos familiares, apoiando-os e orientando-os em suas dúvidas, angústias, fantasias e temores. Junto à família, o psicólogo deverá atuar apoiando e orientando, possibilitando que se reorganize de forma a poder ajudar o paciente em seu processo de doença e hospitalização. Não se pode perder de vista a importância da força afetiva da família. Ela representa os vínculos que o paciente mantém com a vida e, é, quase sempre, uma importante força de motivação para o paciente na situação de crise. (CHIATTONE, 2006, p. 32) Nesse sentido, pode-se acrescentar que o psicólogo avalia o estado emocional do paciente e da família e o impacto do adoecimento e da internação para ambos. Avalia também as possíveis crenças ou idéias distorcidas que os familiares têm em relação ao quadro clinico do paciente, e a relação do paciente e da família com a equipe profissional, uma vez que todos esses fatores podem influenciar no tratamento. A partir destas considerações o profissional da psicologia fará suas intervenções. O Psicólogo Hospitalar e a Equipe Multidisciplinar Nas instituições de saúde são indispensáveis que os papéis, e as tarefas profissionais de cada membro da equipe sejam claramente delimitados. Principalmente porque a indefinição ou a ambigüidade relativa ao papel profissional podem gerar conflitos na equipe, ao se acumularem expectativas inadequadas ou mal delimitadas entre seus membros. A respeito disso Chiattone ressalta: [...] a delimitação do papel profissional acompanha as expectativas dos outros membros da equipe quanto ao papel que o profissional em questão deve exercer, acrescidas das próprias expectativas do profissional sobre sua capacidade de realização e de interpretação das expectativas dos outros. Em geral, no hospital geral, é muito comum ocorrerem conflitos em equipes compostas por profissionais com distintos graus de instrução e conhecimentos sobre as outras especialidades, sendo que o potencial conflitivo torna-se aumentado se não houver compreensão das capacidades dos membros, se o profissional visualizar a tarefa como invasão de terreno dos outros profissionais, se assumir um comportamento defensivo em prol das prerrogativas profissionais e se acreditar na falha de utilização plena das qualificações dos outros membros. (CHIATTONE, 2006, p. 33) A postura diante ao trabalho, devem ser delineadas pela disposição de compartilhar os diversos saberes, ter flexibilidade, vontade de aprender e disposição decisões conjuntas. O respeito e a confiança também são essenciais, assim como os atributos pessoais de cada membro da equipe (autoconfiança, boa capacidade de comunicação, e profissionalismo). O trabalho em equipe deve ser compreendido pela maneira como a equipe exerce suas tarefas, acrescentado da análise de cada funções, regras e valores, aspectos que dizem respeito à liderança e decisões, definição de objetivos, interação e exercício de poder. A Atuação do Psicólogo no Hospital Geral O hospital desde sua criação foi considerado o símbolo máximo de atendimento em saúde, idéia que, de certa forma, ainda persiste. Muito provavelmente, esse é o motivo pelo qual, no Brasil, o trabalho da Psicologia no campo da saúde é chamado Psicologia Hospitalar, e, não, Psicologia da Saúde, o que enfatizaria mais a promoção de saúde. No Brasil, os primeiros psicólogos começaram a atuar em hospitais, por volta de1960, quando ainda não existia um determinado padrão a ser seguido. Estes profissionais passaram, então, a realizar nos hospitais as mesmas práticas que realizadas em seus consultórios. Também atuavam como assessores dos Psiquiatras, ou como psicometristas; sem participar do atendimento direto ao paciente. “A reprodução das práticas de consultório, [...], não floresceu e não poderia mesmo florescer, por não trazer respostas às necessidades do paciente e da própria equipe.” (GORAYDE, 2001, p. 263). É necessárioquando se trabalha com Psicologia dentro do hospital compreender que é preciso se fazer não apenas Psicologia, mas uma Psicologia Médica.: [...] por psicologia médica se entende o estudo das situações psicológicas envolvidas na questão mais ampla de saúde do paciente, com destaque para o aspecto da saúde orgânica. Os aspectos psicológicos são vistos e tratados como associados à questão de saúde física, não devendo desta ser dissociados. Não se trata de diminuir a importância da psicologia, mas sim de adequá-la, para uma maior eficiência. (GORAYDE, 2001, p. 263). É importante enfatizar que o individuo hospitalizado é diferente daquele que procura o consultório, pois este traz uma demanda espontânea. Ele não possui quadros clássicos de psicopatologia, doença de ordem orgânica, agravada ou modera, ele traz uma demanda psicológica específica. “Necessita comunicar-se bem com seu médico, ou colocado de uma forma correra, necessita que seu médico se comunique adequadamente consigo, necessita informações e apoio.” (GORAYDE, 2001, p. 264). Se devido às características psicológicas anteriores ou um quadro de stress causado pela internação pela internação, o paciente passar a apresentar algum distúrbio psicológico transitório é extremamente importante que os membros da equipe de atendimento do hospital compreendam que este distúrbio é temporário, específico, e provavelmente está relacionado com a hospitalização do sujeito. Em decorrência de uma situação semelhante a essa, “[...] o papel do psicólogo hospitalar é essencial para apoiá-lo, esclarecê-lo, informá-lo, levar a equipe a se relacionar efetivamente com ele, dar-lhe todas as informações de aspectos específicos de sua patologia e do prognóstico.” (GORAYDE, 2001, p. 264). Com isso, o profissional da psicologia ganha um papel de destaque para consolidar a harmonia da equipe e auxiliar no restabelecimento da saúde do paciente. Fonte: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-hospitalar/a-atuacao-do- psicologo-no-contexto-hospitalar Parte II Fases do Luto: 1. Negação/Isolamento: indivíduo nega o problema, tenta encontrar algum jeito de não entrar em contato com a realidade, seja da morte de um ente querido ou da perda de emprego (perda de algo físico e/ou disponível em seu ambiente). É comum que o indivíduo se isole e/ou passe a evitar a discussão sobre o tema. 2. Raiva: Sujeito sente-se injustiçado por conta da sua perda, é comum que projetem esta sensação em algo e/ou alguém, sendo este um indício de mudança para a fase seguinte ou retrocesso a fase anterior. 3. Barganha: Nesta fase é comum que o indivíduo negocie com alguém de referência da família ou faça essa barganha mentalmente. Promete se tornar uma pessoa melhor e superar o acontecido. Em alguns casos, é evidente o desespero do indivíduo ao entrar em contato com esta fase (Parece que busca uma forma de fugir da realidade por meio de promessas futuras). 4. Depressão: Há um sério comprometimento funcional nesta fase, sendo comum a perda de motivação para realização de atividades diárias, embotamento afetivo, perda da libido ou da motivação para o contato social e afetivo. Pode apresentar isolamento social, sendo assim, o que difere esta fase da primeira (negação) é o comprometimento funcional. 5. Aceitação: Nesta fase, o sujeito aceita a condição imposta e consegue elaborar o luto. Não tem relação com o efeito emocional do evento, mas sim com a compreensão do sujeito em relação ao objeto perdido. Vale ressaltar que não existe uma sequencia dos estágios de luto, mas é comum que as pessoas que passam por esse processo apresentem pelo menos dois desses estágios. Não é necessário que o sujeito passe por todas as fases e/ou siga exatamente esta ordem, a mudança de fase pode acompanhar a evolução do caso de luto. O papel do psicólogo é identificar e ajudar a pensar junto com o paciente o estágio em que se encontra. A resolução do estágio exige a vivencia de sentimentos e pensamentos que o indivíduo evitava (INDEPENDENTE DA ABORDAGEM TERAPÊUTICA!!!!). A tarefa do psicólogo é permitir que o paciente vivencie o luto. Definição de equipe de tratamento hospitalar: Multiprofissional: A equipe multiprofissional formada por médicos, em suas diversas especialidades, residentes acadêmicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas ocupacionais, psicólogos e outros, deverá atuar como um grupo junto aos pacientes e aos familiares. No trabalho em equipe multiprofissional há a necessidade de uma inter-relação entre os diferentes profissionais, os quais devem ver o paciente como um todo, numa atitude humanizada; faz-se necessário também que o psicólogo transmita seus conhecimentos e percepções do paciente aos demais membros da equipe, a fim de que estes possam ter uma visão integral do paciente. O psicólogo hospitalar, trabalhando em equipe, precisa buscar conscientizar os demais membros da equipe para o trabalho interdisciplinar, ajudando cada profissional a ter claras as suas funções, definindo os seus objetivos, facilitando a comunicação entre os membros da equipe, sendo, muitas vezes, o interlocutor entre os membros da equipe entre si e com os pacientes e familiares. Outro aspecto importante é alertar os profissionais para a necessidade do conhecimento das atividades dos outros membros da equipe, trocando informações e buscando atender o mais completamente possível o paciente. Multidisciplinar: Uma equipe multidisciplinar é um grupo de produção intelectual, material ou de ambos, composta por integrantes que atuam em áreas diferentes, mas que se completam para o desenvolvimento de um projeto específico. Tal grupo reúne uma quantidade de disciplinas sem que cada uma perca a sua identidade, seus métodos, teorias e pressupostos, assim, fazendo com que um mesmo tema ou objeto possa ser estudado sob o enfoque de diversas disciplinas. Essas equipes geralmente funcionam como equipes autodirigidas que respondem às amplas diretivas. A tomada de decisão dentro de uma equipe pode depender de consenso, e geralmente é levada por um líder da equipe. É comum encontrarmos um exemplo de equipe multidisciplinar quando analisamos a equipe hospitalar, em que encontramos diversos profissionais, incluindo aqueles que não assistem as pessoas hospitalizadas diretamente, tais como equipe de higienização, radiologista, anestesista, dentre outros. Considerando apenas a equipe multidisciplinar formada pelos profissionais que assistem diretamente os indivíduos, podem ser encontrados: médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas, entre outros. A equipe tem sua formação centrada nas necessidades da pessoa, portanto, ela não é pré-organizada. A demanda do enfermo é que fará com que os profissionais da saúde se integrem, com o propósito de satisfazer as necessidades globais da pessoa, proporcionando seu bem- estar. Interdisciplinar: Um planejamento interdisciplinar, na área hospitalar se refere a duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar o conhecimento e levar dinâmica ao tratamento. A relação entre os conteúdos disciplinares é a base para um tratamento focado, onde uma especialidade auxilia a outra. Os profissionais que trabalham em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital podem formar uma equipe interdisciplinar composta por médico, enfermeiro, nutricionista fisioterapeutas e etc., que em conjunto buscam o mesmo objetivo. Papel do Psicólogo no Hospital: Redução do sofrimento psicológico do indivíduo hospitalizado. Níveis de atençãoà saúde: Classificam-se como de Nível Primário, as Unidades Básicas de Saúde (UBS), ou Postos de Saúde, onde se configura a porta de entrada do Sistema Único de Saúde. Nesse nível de atenção são marcados exames e consultas além da realização de procedimentos básicos como troca de curativos. Como Nível Secundário, estão as Clínicas e Unidades de Pronto Atendimento, bem como Hospitais Escolas. Nesses são realizados procedimentos de intervenção bem como tratamentos a casos crônicos e agudos de doenças. Nos níveis Terciários, como os Hospitais de Grande Porte, sejam mantidos pelo estado seja pela rede privada, são realizadas manobras mais invasivas e de maior risco à vida, bem como são realizadas condutas de manutenção dos sinais vitais, como suporte básico à vida. Os hospitais, também podem funcionar com serviços Quaternários, de transplante de tecidos, como Pulmão, Coração, Fígado, Rins, dentre outros. Dessa maneira seccionada, pelo menos em tese, a garantia ao acesso em consonância com a gravidade e urgência ficam garantidos ao usuário.
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