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DIREITO CIVIL I Aula 9 Honra Carlos Affonso Pereira de Souza Código Penal e o apaziguamento das discussões e dos desaforos. Precisamos criminalizar? Evolução histórica: legítima defesa da honra Caso Doca Street e Ângela Diniz (“a Pantera de Minas”), 1980. Calúnia, Difamação e Injúria A Lei de Imprensa concede especial destaque para o direito à honra, mas outros direitos da personalidade, como o direito à privacidade e à imagem, também podem ser violados através das atividades previstas na Lei nº 5250/67. Direito à Honra: A Constituição Federal prevê em seu artigo 5º, inciso X, a inviolabilidade da honra, da intimidade, da vida privada e da imagem das pessoas, sendo garantido a reparação por qualquer dano, seja ele moral ou material. Código Civil Art 20 Art 953 Pontes de Miranda: "A dignidade pessoal, o sentimento e consciência de ser digno, mais a estima e consideração moral dos outros, dão o conteúdo do que se chama honra. Há direito de personalidade à honra, o que faz as lesões à honra serem atos ilícitos absolutos. O direito à honra é direito absoluto, público, subjetivo." (Tratado de Direito Privado, vol. VII. Rio: Borsoi, 1955; p.44). Usualmente o direito à honra é divido em duas espécies: honra subjetiva e honra objetiva. Essa classificação doutrinária decorre do aspecto duplo do direito à honra, ou seja, o aspecto subjetivo, que se apresenta na consideração íntima da pessoa e o aspecto objetivo, que se apresenta perante a sociedade. "Do ponto de vista subjetivo, é a estima que toda pessoa possui de suas qualidades e atributos, que se refletem na consciência do indivíduo e na certeza em seu próprio prestígio. No aspecto objetivo, a honra é a soma daquelas qualidades que os terceiros atribuem a uma pessoa e que são necessárias ao cumprimento dos papéis específicos que ela exerce na sociedade.“ (Mônica Neves Aguiar da Silva Castro. Honra, Imagem, Vida Privada e Intimidade em Colisão com outros Direitos. Rio: Renovar, 2002; p.6). Existem exceções como a exceptio veritatis, ou seja, a exceção da verdade, segundo a qual o agente pode provar a veracidade do fato que imputou, em certas hipóteses de crimes contra a honra. No crime de calúnia é permitido, excetuados os casos do §3 do artigo 138. No crime de difamação não é aceito, exceto para os casos em que o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. No crime de injúria a exceção da verdade não é permitida. A honra subjetiva é um direito específico de cada pessoa física e, portanto, não deve ser estendido às pessoas jurídicas, pois está relacionada com o sentimento de auto-estima individual. Como a possibilidade de expressar sentimentos (dor, vergonha e angústia) inexiste nas pessoas jurídicas, não há o que se falar em honra subjetiva nesse caso. Já o direito à honra objetiva, na medida em que espelha o conceito detido pela pessoa na sociedade, pode ser mais facilmente incorporado ao patrimônio das pessoas jurídicas Superior Tribunal de Justiça – súmula 227 "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral." CF, artigo 5º, X: “Artigo 5º, X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
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