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QUÍMICA ORGANICA EXPERIMENTAL I Lorena Fortes Cardoso DRE: 113101125 Michele Rodrigues Martins DRE:113085248 Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Química - Licenciatura em Química QUÍMICA ORGANICA EXPERIMENTAL I Professor: João Augusto Relatório Final Resultado da Amostra desconhecida 2 Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2014 Michele Rodrigues Martins DRE:113085248 Lorena Fortes Cardoso DRE: 113101125 Introdução O Infravermelho e espectroscópios modernos são os principais recursos para se identificar e esclarecer a estrutura de substancias orgânicas. Um espectrômetro IV é um instrumento em que a luz infravermelha passa através de uma molécula orgânica e produz um espectro com o traçado da quantidade de luz transmitida no eixo vertical comparado com o comprimento de onda da radiação infravermelha no eixo horizontal. A espectroscopia no infravermelho é feita relacionando as frequências de vibração específicas que as ligações químicas das substâncias possuem. As frequências de vibrações correspondem aos níveis de energia da molécula (chamados nesse caso de níveis vibracionais). É possível estabelecer a estrutura de uma substância orgânica desconhecida com base em dados espectrais. Porém é importante resaltar que, em muitos casos, os dados obtidos por espectros precisam ser complementados com outras informações além das obtidas para obter-se maior precisão. As análises sistemática são procedimentos químicos muito utilizados para identificar quais são os elementos constituintes de uma determinada substância. Os diversos procedimentos que foram realizados como identificar ponto de fusão, solubilidade, teste para verificar a presença de halogênios, serão usados para complementar o resultado obtido através da espectroscopia IV. Objetivos Principais Identificar quais são as possíveis moléculas orgânicas que possam ser na amostra 2 através dos testes realizados e do resultado da espectroscopia IV. Experimental Determinação do ponto de ebulição Foi montada a aparelhagem para determinação do ponto de ebulição da amostra como na ilustração a seguir: O ponto de ebulição foi observado da seguinte forma: iniciou-se o aquecimento até que a pressão de vapor do líquido igualasse a pressão atmosférica, atingindo o ponto de ebulição, neste momento o líquido que estava no interior do tubo capilar (por capilaridade) começou a passar para a fase vapor formando um “colar de bolhas”. Neste momento foi anotada a temperatura e interrompido o aquecimento, na medida em que o sistema foi resfriando a frequência da saída de bolhas diminuiu e foi observada a temperatura na qual a última bolha saiu do tubo capilar. Após realizadas 4 determinações do ponto de ebulição da amostra, os dados obtidos foram analisados . Testes de solubilidade Inicialmente, foi verificada a quantidade de gotas da amostra que corresponderiam a 30mg para que a análise de solubilidade pudesse ser feita mais rapidamente, a fim de não utilizarmos a balança analítica em todos os testes de solubilidade – o que inviabilizaria o uso do equipamento por todos os alunos da turma. Neste teste foi constatado que 2 gotas seriam suficientes para obtermos aproximadamente 30 mg da amostra 1.1 Solubilidade em água Em um microtubo, foi adicionado 1 mL de água e em seguida 2 gotas da amostra. 1.2 Solubilidade em solução NaOH 5% Em um microtubo, foi adicionado 1mL de solução de NaOH 5% e em seguida 2 gotas da amostra. 1.3 Solubilidade em solução NaHCO3 10% Em um microtubo, foi adicionado 1 mL de solução de NaHCO3 10% e em seguida 2 gotas da amostra. 1.4 Solubilidade em solução HCl 5% Em um microtubo, foi adicionado 1mL de solução HCl 5% e em seguida 2 gotas da amostra. 1.5 Solubilidade em éter Em um microtubo, foi adicionado 1 mL de éter e em seguida 2 gotas da amostra. 1.6 Solubilidade em H2SO4 concentrado Em um microtubo, foi adicionado cerca de 1 mL de H2SO4 concentrado e em seguida 2 gotas da amostra. Os resultados obtidos estão descritos na tabela: Solvente Resultado Aspecto Final Água destilada Insolúvel Sistema bifásico – amostra menos densa que o solvente Solução NaOH 5% Insolúvel Sistema bifásico – amostra menos densa que o solvente Solução NaHCO3 10% Insolúvel Sistema bifásico – amostra menos densa que o solvente Solução HCl 5% Insolúvel Sistema bifásico – amostra menos densa que o solvente Éter Solúvel Líquido límpido incolor H2SO4 concentrado Solúvel Líquido límpido amarelado Foram utilizados três tipos de amostra para posteriores analises: uma amostra padrão, uma amostra branca e o teste com a amostra desconhecida. Os testes consistiram em promover a oxidação para verificar se há ou não a presença de halogênios. Tubo 1 – Amostra padrão: Adicionou-se dicromato de potássio em um microtubo até atingir um volume próximo de 1/3 da capacidade volumétrica do mesmo. Em seguida adicionou-se duas gotas de um halogenado qualquer disponível no laboratório e uma quantidade suficiente de ácido sulfúrico concentrado para penetrar em todo o dicromato presente no microtubo. Feito isso, foi colocado sobre o microtubo um pedaço de papel filtro embebido com fluoresceína. O tubo foi colocado em banho-maria e a reação foi observada. O sistema de aquecimento em banho maria consistia em um bécher com água sobre uma chapa de aquecimento, onde os microtubos estavam parcialmente imersos na água sob aquecimento. Tubo 2 – Amostra neutra (teste branco): Repetiu-se o mesmo procedimento anterior, com a exceção de adicionar uma substância halogenada qualquer que possui no laboratório. Ou seja, neste tubo é adicionado apenas dicromato de potássio e ácido sulfúrico. Foi observada a transformação ocorrida depois de realizado o ensaio. Tubo 3 – Amostra desconhecida: Adicionou-se uma pequena quantidade, equivalente a uma ponta de espátula, de dicromato de potássio em outro microtubo. Em seguida adicionou-se duas gotas da amostra 2 e posteriormente adicionou-se mais dicromato de potássio até atingir um volume próximo de 1/3 da capacidade volumétrica do microtubo. Já colocado o microtubo em banho-maria foi adicionado uma quantidade suficiente de ácido sulfúrico concentrado para penetrar em todo o dicromato presente no microtubo. Feito isso, foi colocado sobre o microtubo um pedaço de papel filtro embebido com fluoresceína. Foi observada a transformação ocorrida depois de realizado o ensaio. Resultados e discussão Inicialmente foram realizados exames preliminares com o composto que apresentou característica liquida em temperatura ambiente, incolor e com um odor de característico que lembra solventes como removedores de esmalte. Em seguida diversos testes sistemáticos foram realizados a fim de diminuir suspeitas dos possíveis compostos que podem compor a amostra desconhecida. 1. Determinação do ponto de ebulição: Os testesforam iniciados determinando o ponto de ebulição da amostra desconhecida 2. Por a amostra ser liquida ela tende a escapar da superfície mesmo antes de atingir seu ponto de ebulição, passando para a fase vapor. Pela pressão de vapor exercida na temperatura de ebulição é possível analisar o ponto de ebulição de tal substância Nesse experimento o ponto de ebulição é dado quando a pressão de vapor do líquido é igual à pressão atmosférica em uma dada temperatura. No experimento, diversas temperaturas foram obtidas sob essas condições, ou seja, seus pontos de ebulição. Na tabela abaixo há todos os resultados obtidos. A B C D E F G 1ª Temperatura 112° 113° 114° 113° 113° 114° 114° 2ª Temperatura 117° 118° 118° 116° 117° 118° 119° Portanto a faixa de valores é de 112° - 119 °C. Considerando o erro sistemático das medidas assumimos como faixa de temperatura de ebulição 109 – 121 °C. 2. Solubilidade da amostra: Os Testes de solubilidade permitem prever a presença ou ausência de grupos funcionais de compostos orgânicos desconhecidos. Ele permite classificar certa amostra em substância ácida, básica ou neutra. Por isto a amostra foi solubilizada de acordo com o esquema do anexo 1 nesta prática em água, solução de hidróxido de sódio, solução de bicarbonato de sódio, solução de ácido clorídrico, éter e ácido sulfúrico concentrado. A amostra se apresentou somente solúvel em ácido sulfúrico concentrado. Isto mostra que o soluto em questão não possui caráter acido nem básico. Logo, amostra é neutra N/M, ou seja, contem nitrogênio (M) ou oxigênio (N). 3. Teste de halogenação Foram utilizados três tipos de amostra: uma padrão, uma branca e uma com a amostra desconhecida. Os testes consistiram em promover a oxidação através do ácido sulfúrico para verificar se a amostra possui ou não a presença de halogênios. Foi verificada a transformação ocorrida pelo oxidante a fim de se detectar se tem a presença de halogenados. Entretanto não houve coloração no papel embebecido por fluoresceína, indicando que a amostra 2 não contém halogênios em sua molécula. Este teste apenas comprovou o resultado obtido no teste de solubilidade, em que a amostra 2 apresentou solubilidade apenas em ácido sulfúrico concentrado. Isto indica que a amostra desconhecida apresenta característica neutra podendo conter nitrogênio ou não. 4. Espectroscopia IV Após a analise do gráfico obtido pela espectroscopia de infravermelho realizada na amostra 2 tomamos as seguintes interpretações: C –H sp³: pela absorção abaixo de 3000 NH pela gama 3455 que se enquadra na faixa de 3460-3420 C O : forte absorção em na faixa em torno de 1700. A gama obtida foi de 1745. C –N de alifáticos : pela absorção em 1180-1280 Através desses dados foi realizada uma triagem dos possíveis componentes da amostra utilizando a ferramenta de busca do site www.chemspider.com. Neste site é possível inserir as características conhecidas da amostra e ao final obtêm-se os possíveis componentes que contém as características relacionadas. Desta forma, foi realizada a busca com os seguintes “filtros de pesquisa”: 28 hits found. Search terms: (H or C or N or O) AND -P AND -S AND -Se AND Experimental Boiling Point >= 109 °C AND Experimental Boiling Point <= 121 °C @ 760 mmHg AND Search All Text Properties = 'colourless' AND Appearance = 'liquid' AND (Annotation = 'Liquid') Ao utilizarmos esta ferramenta temos como possíveis componentes da amostra: 1. Piridina 2. Hexanal 3. 1,4-Dioxane 4. 4-Methyl-2-pentanone 5. Hydrogen chloride 6. Dimethyl adipate 7. 1-Chloroacetone 8. 1,2-Ethanediamine 9. Isobutyl acetate 10. 3-Buten-2-one 11. Trichloroacetyl chloride 12. 2,2,3,3-Tetrafluoro-1-propanol 13. 2-(Chloromethyl)oxirane 14. 2-Pentanol 15. Tetrachloroethene 16. 3-Pentanol 17. 2,3-Pentanedione 18. 2-Methylpentanal 19. Ethyl methacrylate 20. 2-Ethylbutanal 21. Butyronitrile 22. 3-Hexanone 23. 1-Penten-3-ol 24. 2-Methyl-2-propanyl benzenecarboperoxoate 25. Diethyl suberate 26. Hydrazine hydrate (1:1) 27. Pentyl formate 28. 2-Octyloxirane Baseando-se nos testes de solubilidade e presença de halogênios podemos dizer que os compostos 1, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 15, 19, 21, 24, 26, 27, 28 não fazem parte da amostra desconhecida. Com base no espectro I.V da amostra desconhecida podemos descartar também os compostos 10, 23, 25, 27 por apresentarem tipos de ligação diferentes do interpretado no espectro. Com os resultados do espectro e analise do gráfico obtido é possível esperar que a composição da amostra desconhecida seja uma substância alifática, com ligações C=O, contém N e apresenta estrutura apolar (resultado confirmado nos testes de solubilidade), ou seja, o grupo funcional presente (caso haja) não é capaz de permitir a solvatação das moléculas do composto quando o solvente é água. Conclusão Diante dos resultados obtidos, concluiu-se que os compostos que podem compor a amostra 2 são: Hexanal 1,4-Dioxane 4-Methyl-2-pentanone 2-Pentanol 3-Pentanol 2,3-Pentanedione 2-Methylpentanal 2-Ethylbutanal 3-Hexanone Referencias Bibliografias Brown, T L.; H. E.; Bursten, B. E; Burdge, J. R. Química, a ciência central, 9ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SOLOMONS, T. W. Graham; Fryhle, Craig B. Química Orgânica, vol. 1, 9 ed. LTC, 2009 Espectroscopia de infravermelho http://pt.wikipedia.org/wiki/Espectroscopia_de_infravermelho Espectroscopia de infravermelho http://hiq.lindegas.com.br/international/web/lg/br/like35lgspgbr.nsf/doc byalias/anal_infra Infrared Spectroscopy https://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/virttxtjml/Spectrpy/I nfraRed/infrared.htm ANEXO I
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